l - 1 II. -~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ouO I~~~~~ T <) ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~K 0-;u ~~~___00 z~~~, o -1 O ;v;U~~~~i > > "*J Educação e HIV/SIDA: Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA I I t 2004 Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento/ Banco Mundial 1818 H Street, NW Washington, DC 20433 Telefone: 202-473-1000 Internet: www.worldbank.org E-mail: feedback@worldbank.org Reservados todos os direitos. 1234 060504 Os resultados, interpretações e conclusões expressas neste documento são as dos autores e não reflectem necessariamente as visões do Órgão de Directores Executivos do Banco Mundial ou dos governos que representam. O Banco Mundial não garante a precisão dos dados incluídos neste trabalho. As fronteiras, cores, denominações e outras informações apresentadas em qualquer mapa deste trabalho não implicam qualquer avaliação por parte do Banco Mundial relativamente ao status legal de qualquer território ou o endosso ou aceitação dessas fronteiras. Direitos e Permissões O material incluído neste trabalho rege-se pela reserva de direitos (copyright). A realização de cópias e/ou transmissão de partes do mesmo ou de todo o trabalho sem permissão pode representar uma violação da lei aplicável. O Banco Mundial encoraja a disseminação dos seus trabalhos e normalmente atribuirá permissão de imediato. Para obter permissão para efectuar fotocópias ou tornar a imprimir qualquer parte deste trabalho, por favor envie um pedido com informação completa para Copyright Clearance Center, Inc., 222 Rosewood Drive, Danvers, MA 01923, USA, telefone: 978-750-8400, fax: 978-750-4470, www.copyright.com. Quaisquer outras dúvidas sobre os direitos e licenças, incluindo direitos subsidiários, devem ser endereçadas para Office of the Publisher, World Bank, 1818 H Street NW, Washington, DC 20433, USA, fax: 202-522-2422, e-mail: pubrights@worldbank.org. ISBN 0-8213-5765-4 Biblioteca do Congresso Aplicaram-se os dados da Catalogação-na-Publicação. Fotografia da capa: Banco Mundial Índice v Acrónimos xi Agradecimentos 1 Seçcão 1: Informações Gerais sobre o Manual 7 Seçcão 2: Sumários dos Programas 9 Moçambique-Action Aid Programa Stepping Stones (Pisando Pedras) 10 Moçambique-UNFPA e Pathfinder Internationa,: Geração Biz, Clínicas Amigas para Jovens 11 Senegal-Group pour LÉEtude et IEnseignment de Ia Population (GEEP): Uma Experiência de Prevenção do Alastramento do HIV/SIDA entre as Crianças que Frequentam a Escola 12 África do Sul-loveLífe. Promovendo a Saúde Sexual e Estilos de Vida Saudáveis para Jovens na África do Sul 13 África do Sul-Soul Buddyz Um Projecto de Educação Multimedia para as Crianças na África do Sul 14 Tanzânia-AMREF, LSHTM, e NIMR: Programa MEMA Kwa Vijana 15 Tanzânia-Students Partnership Wor/dwide, Programa "Saúde escolar na Escola" (SHEP) 16 Uganda-GOAL: O Projecto Baaba 17 Uganda-Fundação Straight Talk 18 Zâmbia-Projecto Saúde escolar de Copperbelt (CHEP): O Programa "Dentro da Escola" 19 Zâmbia-Associação Zambiana para o Planeamento Familiar (Planned Parenthood Association of Zambia - PPAZ), Movimento Zambiano para a Vida Familiar (Family Life Movement of Zambia - FLMZ), e Associação Sueca para a Educação Sexual (RFSU): Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes em Kafue (Kafue Adolescent Reproductive Health Project - KARHP), Educação por pares Através de Clubes Familiares de Educação para a Vida" 20 Zimbabwe-Africare: Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes": Clubes de Acção contra a SIDA nas Escolas 21 Zimbabwe-Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de Midiands (Midiands AIDS Service Organisation - MASO): Projecto "Iniciativas Vivas para Jovens" 23 Seçcão 3: Os Programas Moçambique 25 Action Aid: Programa Stepping Stones 45 UNFPA e PathfinderInternationa/: Geração Biz, Clínicas Amigas para Jovens iii Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Senegal 67 O Group pour /'Etude et I'Enseígnement de Ia Population (GEEP): Uma Experiência de Prevenção do Alastramento do HIV/SIDA entre as Crianças que Frequentam a Escola África do Sul 101 loveLife. Promovendo a Saúde Sexual e Estilos de Vida Saudáveis para Jovens na África do Sul 122 SoulBuddyz. Um Projecto de Educação Multimedia para as Crianças na África do Sul Tanzânia 153 AMREF, LSHTM, e NIMR: Programa MEMA Kwa Vbjana 173 Students Partnership Worldwide: Programa "Saúde escolar na Escola" (SHEP) Uganda 207 GOAL: O Projecto Baaba 238 Fundação Straíght Talk Zâmbia 269 Projecto Saúde escolar de Copperbelt (CHEP): O Programa "Dentro da Escola" 301 Associação Zambiana para o Planeamento Familiar (Planned Parenthood Association of Zambia - PPAZ), Movimento Zambiano para a Vida Familiar (Family Life Movement of Zambia - FLMZ), e Associação Sueca para a Educação Sexual (RFSU): Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes em Kafue (Kafue Adolescent Reproductive Health Project - KARHP), Educação por pares Através de Clubes Familiares de Educação para a Vida" Zimbabwe 333 Projecto "Saúde Reprodutiva do Adolescentes": Clubes de Acção contra a SIDA nas Escolas 362 Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de Midiands (Midlands AIDS Service Organisation - MASO): Projecto "Iniciativas Vivas para Jovens" 389 Seçcão 4: Apêndice. Lições Aprendidas Sobre as Abordagens, Baseadas na Escola, para Reduzir o Risco de Infecção pelo HIV/SIDA iv Acrónimos ACRÓNIMOS ACESS Alliance for Children's Entitlement to Social Securíty (Aliança pelos Direitos das Crianças à Segurança Social) ACI Africa Consultants International (Organização Internacional dos Consultores de Africa) AIC AIDSInformation Centre (Centro de Informação sobre a SIDA) AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) AIDSCAP AIDS Control and Preventíon Project (Projecto de Prevenção e Controlo da SIDA) AIDSCOM AIDS Technical Support: Publíc Health Communication Component (Apoio Técnico contra a SIDA: Componente de Comunicação para a Saúde Pública) AMODEFA Associação Moçambicana para Defesa da Família AMREF African Medical and Research Foundation (Fundação Africana para a Medicina e Pesquisa) ANC antenatal clinic(clínica pré-natal) ARVs antiretrovírals (antiretrovirais) BBC British Broadcasting Corporation (Corporação Britânica de Transmissão) BP Brítish Petroleum (Petróleos Britânicos) CAA CommunityAIDSAbroad (Comunidade SIDA no Estrangeiro) CBD community-based distributor (distribuidor comunitário) CBO community-based organisation (organização comunitária) CBoH Central Board of Health (Órgão Central de Saúde) CEFOREP Centre de Formation et de Recherche en Santé de la Reproduction (Centro de Formação e Pesquisa em Saúde Reprodutiva) CEO chief executive officer (director executivo) CHEP Copperbelt Health Education Project (Projecto de Educação para a Saúde Copperbelt) CIDA/SAT Southern Afrícan Trainíng Program (Programa Sul-Africano de Formação) CINDI Chíldren in Distress Project- Projecto de Crianças Vulneráveis COIN Centre d'Orientation et d'Ínformation des Jeunes (Youth Corner) - (Centro de Orientação e Informação para os Jovens) CPDs condom promoters and distributors (promotores e distribuidores de preservativos) CPS cuidados primários de saúde CRDI Centre de Recherche pour le Développement International (Centro de Investigação para o Desenvolvimento Internacional) v Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA CRETF Centre Régional dEnseignement Technique Féminin (Centro Regional de Formação Técnica Feminina) CTA chief technical advíser (Conselheiro técnico principal) DAAC Distríct AIDS Action Committee (Comité Distrital de Acção contra a SIDA) DAC Development Assístance Committee (Comité de Ajuda ao Desenvolvimento) DANIDA Danish International Development Agency (Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional) DEO dístríct education officer(técnico distrital de educação) DFID Department for International Development (United Kingdom) - Departamento para o Desenvolvimento Internacional (Reino Unido) DHMT district health management team (equipa distrital de gestão sanitária) DoE department of education (departamento de educação) DoH department of health (departamento de saúde) DPE disease prevention education (educação preventiva de doenças) DST doença sexualmente transmissível DSW Fundação Alemã para a População Mundial EDF European Development Fund(Fundo Europeu para o Desenvolvimento) EFS économíe famnilale et sociale (economia familiar e social) EJAF Elton John AIDS Foundation (Fundação Elton John contra a SIDA) EMP éducation en matière de population (educação populacional) EPS éducation pour la santé (saúde escolar) EVF éducation à la vie familiale (educação familiar) FHT FamilyHealth Trust(Fundo de Saúde Familiar) FLE family lífe education (educação sobre a vida familiar) FLMZ Family Lífe Movement of Zambia (Movimento Zambiano da Vida Familiar) FNUAP Fundo das Nações Unidas para a População FRESH Focusing Resources on Effective School and Health (Centrando os Recursos numa Escola e Saúde Efectivas) GEEP Groupe pour IEtude et IÉEnseignement de la Population (Grupo para o Estudo e Ensino de Questões Relacionadas com a População) GPA Global Programme on AIDS(Programa Global contra a SIDA) GTZ Deutsche GeselIschaft für Technische Zusammenarbeit (Agência Alemã para a Cooperação Técnica) HALIRA Health and Lifestyle Research (Pesquisa sobre Saúde e Estilos de Vida) HST Health Systems Trust(Fundo para os Sistemas de Saúde) IATT Inter-Agency Task Team (Equipa Inter-Agências) IBE International Bureau of Education (Gabinete International de Educação) ICT Information and communication technology (tecnologias de comunicação e informação) IDRC International Development Research Centre (Centro de Investigação para o Desenvolvimento Internacional) vi Acrónimos IEC information, education and communication (informação, educação e comunicação) IIED International Institute for Environment and Development (Instituto Internacional para Ambiente e Desenvolvimento) IIEP International Institute for Educational Planning (Instituto Internacional para Planeamento Educacional) INDE Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação IPPF International Planned Parenthood Foundation (Fundação Internacional de Planeamento Familiar) IST infecção sexualmente transmissível IT ínformation technology(tecnologias de informação) KAB knowledge, attitudes and behaviour (conhecimento, atitudes e comportamento) KABP Knowledge, attitudes, behaviour and practices (conhecimento, atitudes, comportamento e práticas) KAP Knowledge, attitudes and practices (conhecimento, atitudes e práticas) KAPB Knowledge, attitudes, practices and belíefs (conhecimento, atitutes, práticas e crenças) KARHP Kafue Adolescent Reproductive Health Project (Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes em Kafue") KASH Knowledge, attitudes, skills and habits (conhecimento, atitutes, capacidades e hábitos) LSE life ski/ls education (ensino de competências para a vida) LSHTM London School of Hygiene and Tropical Medicine (Escola de Medicina e Higiene Tropical de Londres) MASO Midlands AIDS Service Organisation (Organização ao Serviço da SIDA de Midiands) MBOD Medical Bureau for Occupational Diseases (Agência Médica das Doenças Profissionais) MFD Media for Development (Meios de Comunicação Social para o Desenvolvimento) MoE Ministry of Education (Ministério da Educação) MoEC Ministry of Education and Culture (Ministério da Educação e da Cultura) MoH Minístry of Health (Ministério da Saúde) MoYS Ministry of Youth and Sport (Ministério da Juventude e do Desporto) MPH master's degree in publíc health (mestrado em saúde pública) MTCT mother-to-child transmission (transmisssão de mãe para filho) MTN mobile telephone network (rede de telemóveis) NACP National AIDS Control Program (Programa Nacional de Controlo da SIDA) NAFCI National Adolescent Friendly Clinic Initiative (Iniciativa Nacional de Clínicas Amigas para Adolescentes) NASHI National Adolescent Sexual Health Initiatíve (Iniciativa Nacional de Saúde Sexual para Adolescentes) vii Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA NCRC National Children's Rights Committee (Comité Nacional dos Direitos das Crianças) NIMR National Institute for Medical Research (Instituto Nacional de Investigação Médica) NORAD Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento NPA natíonalplan of action (plano nacional de acção) NSHP national school health program (programa nacional de saúde escolar) OMS Organização Mundial de Saúde ONG organização não governamental PDIS Programme de Développement Intégré de Ia Santé (Programa de Desenvolvimento Integrado da Saúde) PEEP Parent Elder Education Program (Programa de Educação dos Pais Anciãos) PNLS Programme Nationale de Lutte contre le SIDA (Programa Nacional de Luta contra a Sida) PNPF National Family Planning Programme (Programa Nacional de Planeamento Familiar) PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPASA Planned Parenthood Association of South Africa (Associação Sul-Africana para o Planeamento Familiar) PPAZ Planned ParenthoodAssociation of Zambia (Associação Zambiana para o Planeamento Familiar) PPP peer, parentandprovider(par, pai e provedor) PSG project supportgroup (grupo de apoio ao projecto) PSI/CMS Population Services International (Serviços Internacionais para a População) PTA Parent-TeacherAssociation (Associação de Pais-Professores) PTC Prevention Training Centres (Centros de Formação em Prevenção) PWAs persons líving with AIDS (pessoas que vivem com SIDA) RFSU Associação Sueca para a Educação Sexual RHRU Reproductive Health Research Unit (Unidade de Investigação sobre Saúde Reprodutiva) SABC South Africa Broadcasting Corporation (Corporação Sul-Africana de Transmissão) SAFAIDS Southern Africa AIDS Information Dissemination Service (Serviço Sul- Africano de Disseminação de Informação sobre a SIDA) SANASO Southern Africa AIDS Network (Rede Sul-Africana contra a SIDA) SCF Save the Children Fund(Fundo para a Salvação das Crianças) SCI Sara Communication Initiative (Iniciativa de Comunicação SARA) SDC Swiss Agency for Development and Cooperation (Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação) SHEP School Health Education Program (Programa para Saúde escolar na Escola) SIDA sindroma de imunodeficiência adquirida viii Acrónimos SIDA Swedish International Development Authority (Autoridade Sueca para o Desenvolvimento Internacional) SPW Students Partnership Wor/dwide (Parceria Internacional de Estudantes) SRH sexual and reproductive health SSRA saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes SSAJ serviços de saúde amigos dos jovens SSR saúde sexual e reprodutiva STF Straight Talk Foundation (Fundação Straight TalK) SYFA Safeguard Youth from AIDS(Protege a Juventude contra a SIDA) TA technical adviser (conselheiro técnico) TAMWA The Tanzania Media Women'sAssociation (Associação Tanzaniana das Mulheres nos Media) TANESA Tanzania Netherlands Support for AIDS (Apoio Holandês para a Luta contra a SIDA na Tanzânia) TASO The AIDS Support Organisation (Organização de Apoio à Luta contra a SIDA) TOP trainer of peers (formador de pares) TOT trainer of trainers (formador de formadores) TSh Tanzanian shillíng(s) (shillings da Tanzânia - moeda nacional) UE União Europeia UMATI National Family Planning Association (Associação Nacional de Planeamento Familiar) UNAIDS Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA) UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) UNFPA United Nations Population Fund (Fundo das Nações Unidas para a População) UNICEF United Nations Children's Fund (Fundo das Nações Unidas para a Infância) UNIFEM United Nations Development Fund for Women (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) US Ugandan shillíng(s) (shillings do Uganda - moeda nacional) USAID United States Agency for International Development (Agência Estado- Unidense para o Desenvolvimento Internacional) VCT voluntary counseling and testing (aconselhamento e testagem voluntários VIH vírus da imunodeficiência humana YCDP youth community development group (grupo de desenvolvimento da comunidade de jovens) YDC Youth Development Centre (Centro de Desenvolvimento Juvenil) YFHS youth-fríendly health services (serviços amigos de saúde para jovens) YFM youth FM (Juventude FM) YWCA Young Women's Christian Association (Associação Cristã de Mulheres Jovens) ix Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA ZD Zimbabwean dollar(s) (dolár(es) do Zimbabwe) ZECAB Zambia Educational Capacity Buílding Program (Programa Zambiano de Capacitação Institucional na área da Educação) ZIHP Zambia Integrated Health Program (Programa Integrado de Saúde Zambiano) x AGRADECIMENTOS Este documento foi preparado pelos membros da equipa da área da educação do Banco Mundial, coordenada por Alexandria Valerio e Don Bundy, com o apoio técnico de Helen Banos Smith, Katie Tripp, Lesley Drake (Partnershiip for Child Development, Department of Infectious Epidemiology, Imperial College, Reino Unido) e Seung-Hee F. Lee (Banco Mundial). Apreciámos a liderança e apoio global de Birger Fredriksen, Ruth Kagia, Debrework Zewdie, Oey Meesook, Keith Hansen e Dzingai Mutumbuka (Banco Mundial). A produção do Manual foi apoiada pela IrelandAid (Ajuda Irlandesa para o Desenvolvimento). Agradecemos a El Hadji Habib Camara, Glynis Clacherty, David Kaweesa, Esther Kazilimani-Pale, Adeline Kimambo, Anne Salmi e Evelyn Serima pela recolha de dados e redacção dos rascunhos dos relatórios do programa. Gostaríamos ainda de agradecer a Carolien Albers, Nicola Brennan, Ebrahim Jassat, Kevin Kelly, Michael Kelly, Dr. Kiwara, Nicole McHugh, Pronch Murray, Warren Naamara, Justin Nguma e Malick Semebene pelo parecer técnico e orientação prestados nos países participantes. Inúmeras outras pessoas contribuíram para a discussão das questões aqui consideradas e na revisão do manual, nomeadamente: David Clarke (Department for International Development, Reino Unido), Delia Barcelona (UNFPA), Amaya Gillespie (UNICEF), Michael Kelly (Uníversity of Zambia), Brad Strickland (United States Agency for International Development, Jack Jones (OMS), Inon Schenker (UNESCO), Carol Coombe (Universidade de Pretoria, Africa do Sul) e Sheila Dutta, Hope Phillips, Elizabeth Luie e Mercy Tembon do Banco Mundial. Agradecemos os contributos dos nossos parceiros, em particular, de Christine Abbo (Straight Talk Foundatíon), Terry Alisop (Department for International Development, Reino Unido), Rita Badiani (Pathfinder International, Moçambique), Tara Bukow ÇUNESCO International Institute for Education Planníng), Kevin Byrne (Save the Chíldren, Africa do Sul), Isabel Byron (UNESCO, International Bureau of Education), Jim Cogan (Students Partnershíp Worldwide, Reino Unido), Mary Crewe (Universidade de Pretoria, Africa do Sul), Amy Cunningham (United States Agency for International Developmeno, Babacar Fall (GEEP, Senegal), Craig Feria (Students Partnership Worldwide, Tanzânia), Laura Ferguson (AMREF, Reino Unido), Alexander Heroys (AMREF, Reino Unido), Anna-Marie Hoffman (UNESCO), Aida Girma (UNAIDS, Moçambique), Sue Goldstein (Soul City, África do Sul), Simon Gregson (Imperial College, Reino Unido), Liz Higgins (Ireland Aid), Clement Jumbe (Ministério da Educação, Desporto e Cultura, Zimbabwe), Virgílio Juvane (Ministério da Educação, Moçambique), Gloria Kodzwa (UNICEF, Moçambique), Irene Malambo (Ministério da Educação, Zâmbia), Peter Masika ( Youth Aware, Tanzânia), Kirsten Mitchell (GOAL, Uganda), Alick Nyirenda (CHEP, Zâmbia), Vera Pieroth (AMREF, Tanzânia), Faye Richardson e David Ross (London School of Hygiene and Tropical Medicine, Reino Unido), Berit Rylander (Swedish International Development Authorit,, Alfredo Santos (Action Aid, Moçambique), Bobby Soobrayan (Ministério da Educação, África do Sul), Angela Stewart-Buchanan (loveLife, África do Sul), Kenau Swaru (Ministério da Saúde, Africa do Sul), George Tembo (UNAIDS, Zimbabwe), Miriam Temin (Departtent for International Development, Reino Unido), Alan Whiteside (Universidade de Natal, Africa do Sul), John Williamson (UnitedStates Agency for International Developmeno e Jaap Bregman, Donald Hamilton, Higgins, Wacuka xi Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Ikua, Bruce Jones, Noel Kulemeka, Rest Lasway, Emmanuel Malangalila, Mmamtsetsa Marope, Paud Murphy, Khama Rogo e Clement Siamatowe do Banco Mundial. Por fim, gostaríamos de agradecer as contribuições técnicas de Jess Lipson e do pessoal da Grammarians Inc., pela edição, design e esboço do livro, as traduções francesas de Ted Kendris e a tradução da edição portuguesa a Imperial College Translation Centre assim como a revisão da mesma a Mafalda Duarte. xii Seçcão 1: Informações Gerais sobre o Manual Informações Gerais sobre o Manual Os sectores educativos dos países afectados têm desempenhado um papel de importância crescente na luta contra o HIV/SIDA. Tal é, em parte, uma resposta ao dramático impacto do HIV/SIDA sobre os mesmos, um impacto que afecta a oferta, a procura e a qualidade da educação, que, para muitos países, constitui a principal ameaça à realização da meta de Educação para Todos e dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Mas, o crescente papel dos sectores educativos deve-se também ao reconhecimento de que uma boa educação é um dos modos mais eficazes para ajudar os jovens a prevenirem-se contra o HIV/SIDA. As crianças em idade escolar são as que apresentam taxas de infecção mais baixas e mesmo nos países mais afectados a maioria das crianças que frequentam a escola não estão infectadas. Para estas crianças, existe uma esperança, a oportunidade de uma vida sem o VIH caso possam adquirir o conhecimento, as competências e os valores para se protegerem a si próprias à medida que crescem. Proporcionando aos jovens a "vacina social" da educação, oferecemos-lhes a verdadeira oportunidade de uma vida produtiva (ver Educação e HIV/SIDA: Uma Janela de Esperança - Banco Mundial 2002). Este manual tem como objectivo apoiar os esforços levados a cabo pelos países, no sentido de fortalecer o papel do sector educativo na prevenção contra o HIV/SIDA. Para além disso, foi desenvolvido como resposta a inúmeros pedidos no sentido de realizar um simples fórum para ajudar os países a partilhar as suas experiências práticas relacionadas com a concepção e implementação de programas, destinados às crianças em idade escolar. O Manual procurar satisfazer esta necessidade fornecendo sumários concisos dos programas, usando um formato padronizado que realça os principais elementos dos mesmos e que facilita a comparação dos programas entre si. Para muitos países, o HIV/SIDA é um desafio recentemente reconhecido no sector da educação, e como consequência, muito poucos programas duraram tempo suficiente para poderem ser formalmente avaliados. Em vez de adiar o acesso à informação dos programas até confirmação do sucesso dos mesmos, o Manual combina duas abordagens no sentido de oferecer alguma garantia de qualidade do programa. Em primeiro lugar, os programas foram seleccionados por peritos nacionais por terem grandes probabilidades de sucesso onde foram implementados e em segundo lugar, todos os programas foram avaliados em relação aos critérios estabelecidos pela Inter-Agency Task Team (IATT) para a Educação e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA (UNAIDS), para determinar boas práticas de programação. Isto fornece um quadro para explorar os pontos fortes e fracos da concepção do programa, aguardando uma avaliação mais conclusiva. Este manual foi desenvolvido rapidamente para preencher uma importante lacuna em termos de informação sobre programação no sector educativo. É um trabalho em progresso e o conteúdo será expandido e melhorado durante a sua utilização. Objectivos do Manual Este Manual tem como objectivo documentar vários programas promissores, destinados a crianças em idade escolar num formato acessível ao utilizador. Será também o 3 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA início de um processo de construção de uma base de dados, a qual será periodicamente actualizada, para oferecer algumas perspectivas sobre o tipo de programas em curso e sobre o que parece estar a funcionar. O Manual fornecerá uma oportunidade para partilhar ideias sobre como os programas devem ser recontextualizados no sentido de se adequar às diferentes circunstâncias locais; os leitores estarão aptos a aplicar o que aprenderam com os relatórios. Público-Alvo O Manual pretende ser importante para qualquer indivíduo que procure lançar ou melhorar um programa de prevenção contra o HIV/SIDA para crianças em idade escolar. Mediante a partilha de experiências práticas de diferentes programas de prevenção contra o HIV/SIDA, o Manual poderá servir como uma base para responsáveis, programadores, gestores e implementadores de políticas educacionais, quer do governo, quer da sociedade civil, tomarem decisões. O Formato do Manual No capítulo 2 encontrará o sumário de todos os programas, o que permite aos indivíduos que procuram informação sobre como conceber programas percorrer as várias opções e identificar as que possam oferecer uma análise mais detalhada. O capítulo 3 apresenta os relatórios completos dos programas para cada país. Cada relatório do programa segue o mesmo formato, para que o leitor possa encontrar mais facilmente os aspectos do programa que têm interesse específico. A concepção consistente permite também uma comparação fácil dos programas. Cada relatório completo de cada programa é dividido em quatro capítulos principais, nomeadamente: Parte A: Descrição do Programa Este capítulo oferece uma perspectiva geral do programa, descrevendo a lógica, os fins e os objectivos, o público-alvo, os elementos e as principais abordagens. Parte B; Implementação do Programa Este capítulo descreve o processo de implementação do programa desde a avaliação inicial das necessidades, passando pelo desenvolvimento dos materiais e da formação, até aos detalhes práticos da implementação. Foi levada a cabo uma tentativa para estimar os custos por unidade, mas estes servem só de indicação, pois o número de beneficiários não é muitas vezes conhecido e os custos dos programas recentemente implementados podem ser elevados artificialmente. Parte C: A valiação e Lições Aprendidas Este capítulo começa com os comentários dos implementadores sobre os desafios a ultrapassar e as lições aprendidas, seguidos, em alguns casos, por uma descrição de qualquer avaliação formal do programa. A parte final explora até que ponto o programa segue um conjunto de pontos de referência que, segundo a opinião dos peritos, contribui para a existência de um programa eficaz. Os pontos de referência foram adoptados pela 4 Seçcão 1: InformaÇões Gerais sobre o Manual IATT do UNAIDS baseando-se na análise do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF) denominada 'Lições Aprendidas Sobre as Abordagens, Baseadas na Escola, para Redução do Risco associado ao HIV/SIDA' (ver Anexo 1). Parte D: Informação Adicional Este capítulo fornece informações pormenorizadas sobre a(s) organização(ões) envolvida(s) no programa, incluindo informações sobre os seus contactos. Enumera todos os materiais que se encontram disponíveis ao leitor, juntamente com o número de código da encomenda. Por favor, use o formulário de encomenda dos materiais para obter cópias destes materiais. País Nome do Programa Tipo de Programa Moçambique Action Aid Abordagem Comunitária SteppingStones UNFPA/Pathfinder Teste e aconselhamento voluntário, educação International por pares Senegal Group pour/IEtude et Educação por pares no ensino secundário e IEnseignement de la superior, aconselhamento Population África do Sul LoveLife Campanha nos meios de comunicação social Soul Buddyz Espectáculo televisivo, campanha nos meios de comunicação social Tanzânia Mema kwa Vijana Educação por pares no ensino primário StudentPartnersh,ip Educação por pares no ensino secundário Worldwide Uganda GOAL: Projecto Baaba Programa de assistência externa para meninos da rua Straíg1/t Talk Cartas de informação, programas radiofónicos Zâmbia Programa Saúde Clubes escolares, comunidade, mudança de escolar em Copperbelt comportamento através de actividades divertidas Saúde Reprodutiva do Clubes escolares, clínicas, educação por pares Adolescente em Kafue Zimbabwe Africare Clubes nas escolas do ensino secundário, criação de rendimento, educaçao por pares MidlandsAIDSService Clubes nas escolas do ensino secundário, Organisation aconselhamento, educação por pares Desenvolvimento do Manual Para o desenvolvimento do Manual, foram tomadas as seguintes medidas em cada país: . o conceito do Manual foi partilhado pelo governo, sociedade civil, doadores e outros participantes; Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * um ponto de contacto foi identificado para coordenar os conselhos dos peritos e identificar o tipo de programas a ser incluídos no Manual; * os programas candidatos a serem escolhidos foram visitados e seleccionados um ou dois por cada país, com o objectivo de incluir uma diversidade de abordagens, actividades e grupos-alvo; * usando um questionário padronizado, um consultor entrevistou os gestores, os implementadores dos programas bem como os grupos-alvo e preparou o projecto do relatório; * uma revisão da pesquisa disponível, incluindo literatura "cinzenta", foi levada a cabo e usada para enriquecer o projecto do relatório; • o projecto do relatório foi editado num formato padronizado e enviado ao chefe do programa para este comentar. A versão final do relatório foi incluída no Manual. Acesso ao Manual A versão electrónica deste Manual encontra-se disponível em: http://www.schoolsandhealth.org ou http://www.unesco.org/education/ibe/ichae. Está prevista a publicação do presente relatório nas línguas francesa e portuguesa, assim como a publicação do mesmo em CD. Para informações mais detalhadas ou para encomendar uma cópia do manual ou um CD do mesmo, contacte os Serviços Consultivos de Educação, do Banco Mundial, on line: http://www.woridbank.org/education Por e-mail: eservice@woridbank.org Por correio postal: Education Advisory Service The World Bank 1818 H Street, NW Washington, DC 20433 USA 6 Seçcão 2: Sumários dos Programas Seçcão 2: Sumários dos Programas Moçambique Action Aid: Programa Stepping Stones (Pisando Pedras) A Actíon Aid usa a metodologia Stepping Stones para comunidades que correm o risco de ser infectadas pelo HIV/SIDA. Esta metodologia ajuda a dotar as comunidades de competências e informação para que possam satisfazer as suas necessidades e baseia-se nos seguintes princípios: . as melhores soluções são as desenvolvidas pelas próprias pessoas; * os homens e as mulheres precisam de tempo e espaço para si próprios e os seus pares, para explorarem as suas próprias necessidades e preocupações relativamente às relações e saúde sexual; . é maior a probabilidade da mudança de comportamento ser muito mais eficaz e sustentada se toda a comunidade for envolvida. Por conseguinte, o objectivo geral do programa é capacitar os indivíduos, os seus pares e a comunidade como um todo no sentido de mudar, individual e colectivamente, os comportamentos. Na província de Maputo, os membros da comunidade que decidiram participar no programa encontram-se uma vez por semana para realizar workshops de Stepping Stones. São divididos em quatro grupos: mulheres jovens, mulheres idosas, homens jovens e homens idosos. Os facilitadores formados usam o Manual Stepping Stones como guia de orientação para discutir tópicos que dizem respeito à comunidade, tais como: questões culturais e de género, relações e HIV/SIDA. Mediante peças dramáticas, música, dança e outras actividades participativas, as questões são levadas à atenção da comunidade e podem então ser discutidas. São identificados os problemas e os membros do grupo sugerem soluções realistas, que são partilhadas por outros grupos. No final dos workshops, chega-se a um compromisso com a comunidade delineando mudanças que esta promete implementar. Se for tido em consideração o efeito multiplicador, estima-se que este ano 500 mil pessoas tenham beneficiado do programa. Os custos estimados do programa são 0.30 USD anuais por pessoa. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 10 e parcialmente 4. 9 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Moçambique UNFPA e Pathflnderlnternational: Geração Biz, Clínicas Amigas para Jovens A Geração Biz é um serviço amigos de saúde para jovens (YFHS), componente de um programa governamental integrando o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e a PathfinderInternational, que inclui intervenções baseadas na escola e na comunidade. O objectivo global do programa é aumentar, dentro e fora da escola, nos jovens com idades compreendidas entre 15 e 24 anos, a consciencialização relativamente a questões relacionadas com o sexo e a saúde reprodutiva e encorajar a adopção de um comportamento reprodutivo e sexual, sensível ao género, seguro e responsável. Este relatório discute o elemento clínico do programa (Geração Biz), que teve início na cidade de Maputo, capital de Moçambique, em 1999. O objectivo geral de Geração Biz é aumentar o acesso por parte dos adolescentes aos serviços de saúde sexual e reprodutiva através do desenvolvimento de serviços clínicos e de aconselhamento especializados para jovens. Os jovens recebem aconselhamento sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST), contracepção, uso de preservativos e relacionamentos. As enfermeiras e os médicos são formados em técnicas de aconselhamento que são aceites pelos jovens. Educadores de pares/colegas visitam as clínicas para falar aos adolescentes sobre a adopção de práticas sexuais mais seguras bem como fornecer-lhes informações sobre o HIV/SIDA. Existem seis serviços de saúde para jovens na cidade de Maputo, encontrando-se o maior localizado no Hospital Central. Os serviços de saúde para jovens são supervisionados por um consultor técnico da UNFPA-PathfinderInternational, que trabalha muito próximo do Ministério da Saúde (MS) e dos coordenadores clínicos dos centros de Saúde. Em 2001, o programa foi avaliado, resultando na sua expansão em 2002 às províncias de Maputo, Gaza e Tete. No primeiro ano do programa 1173 jovens beneficiaram destes serviços e, em 2002, os mesmos serviços foram usados por mais de 11 mil jovens tendo sido distribuídos mais de 91550 preservativos. Os custos estimados do programa por pessoa são de 80.76 USD. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 12 e parcialmente 3. Não foi possível aplicar 1 ponto de referência. 10 Seçcão 2: Sumários dos Programas Senegal O Group pour I'Etude et L Enseignement de Ia Populatíon (GEEP): Uma Experiência de Prevenção do Alastramento do HIV/SIDA entre as Crianças que Frequentam a Escola O Grupo para o Estudo e Ensino de Questões relacionadas com a População [GEEP] é uma organização não governamental (ONG), multidisciplinar, sem fins lucrativos criada em Maio de 1989. A estratégia inicial do GEEP concentrava-se em duas áreas principais: a educação da população e os clubes de educação familiar para a vida (FLE), concebidos para levar à sala de aula questões relacionadas com a população, nomeadamente, sobre saúde sexual e reprodutiva do adolescente, prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) e compreensão do HIV/SIDA e posicionamento dessas questões dentro de uma estrutura de actividades sócio-educativas e extra-curriculares. Em Novembro de 1994, o GEEP lançou um programa denominado "Promoção da Educação Familiar para a Vida (FFP)" nas escolas do ensino preparatório e secundário no Senegal. O programa tem como público-alvo professores e alunos com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos e visa promover um comportamento sexual responsável através de actividades de formação, educação por pares, mobilização social, e fornecimento de equipamento (tecnologia de informação e audiovisual) e materiais de apoio. Como resposta à procura de informação não fornecida por anteriores campanhas de consciencialização de massas, foram instalados Centros de Aconselhamento e Informação para Jovens (Centres d7nformation et Orientation des Jeunes [COIN-Jeunes]) em escolas e na Universidade de Cheikh. Estes centros trabalham com questões relacionadas com a saúde reprodutiva, as DST e o HIV/SIDA. O GEEP tem beneficiado de apoio institucional, técnico e financeiro fornecidos por parceiros temporários e permanentes, incluindo instituições governamentais (Ministérios da Educação, da Saúde, da Prevenção, da Economia e das Finanças), agências governamentais estrangeiras (United States Agency for International Deve/opment [USAID], Centre de Recherche pour le Développement International [CRDI]), agências das Nações Unidas (UNFPA, UNESCO, Uníted Nations Development Fund for Women [UNIFEM]) e ONG (Population Council, Rainbo, Club 2/3 Canada, Schoo/s Online). Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 12 e parcialmente 3. Não foi possível aplicar 1 ponto de referência. 11 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA África do Sul Lovelífe. Promovendo a Saúde Sexual e Estilos de Vida Saudáveis para Jovens na África do Sul Lançado em Setembro de 1999, Lovelífe é um dos maiores e mais ambiciosos esforços levados a cabo hoje em dia a nível mundial na prevenção contra o VIH. O programa visa reduzir, pelo menos para metade, nos próximos cinco anos, a incidência do VIH entre os jovens Sul-africanos com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos sendo ao mesmo tempo um programa nacional compreensivo cujo público-alvo são os jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos. O Lovelífe concentra-se na redução das consequências negativas das relações sexuais prematuras dos adolescentes mediante a promoção da saúde sexual e estilos de vida saudáveis nos jovens. A este programa estão subjacentes os seguintes princípios: * a educação deve ser inserida no contexto mais amplo do comportamento sexual; * o uso do preservativo deve fazer parte da cultura dos jovens; * a educação e a prevenção devem ser apoiadas durante muitos anos a um nível de intensidade suficiente para prender a atenção do público. O conteúdo do programa consiste em três componentes principais: 1. uma campanha nos meios de comunicação social que inclua a televisão, a rádio e a publicidade impressa; 2. uma resposta social que inclua o estabelecimento de centros de juventude e de clínicas para adolescentes; 3. um elemento de pesquisa que integre o desenvolvimento do programa e leve a cabo avaliações e monitorias. Todas as actividades enfatizam que os jovens podem proceder a escolhas no sentido de um estilo de vida saudável. Além disso, são promovidos valores de responsabilização partilhada e de sexualidade positiva. Os objectivos comportamentais de "atrasa, reduz e protege" encontram-se igualmente imbuídos nos meios de comunicação social e noutras actividades. As avaliações dos primeiros anos de implementação demonstram que o programa conseguiu aumentar a consciencialização relativamente à saúde sexual e reprodutiva entre os jovens na África do Sul. Os jovens estão mais conscientes dos riscos associados à prática de sexo sem protecção e confessam ter adiado ou ter-se abstido da prática de relações sexuais. Além disso, afirmam que o programa criou oportunidades para discutir com os seus pais questões relacionadas com o HIV/SIDA. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 14 e parcialmente 1. Não foi possível aplicar 1 ponto de referência. 12 Seçcão 2: Sumários dos Programas Africa do Sul Soul Buddyz: Um Projecto de Educação Multimedia para as Crianças na Africa do Sul A África do Sul é o país com uma das mais extensas epidemias de SIDA no mundo. 4.7 milhões dos seus habitantes estão infectados com o VIH sendo este a causa principal de morte no país e a prioridade nacional do sector de saúde pública. Soul Buddyz é um veículo de educação/entretenimento para as crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos na África do Sul, baseado no famoso Soul City, veículo para adultos. É usado para chegar às crianças com mensagens importantes sobre a SIDA, a sexualidade dos jovens e o género. A série Soul Buddyzfoi desenvolvida através de um processo interactivo, que envolve crianças e consiste numa peça dramática televisiva de 26 episódios, um programa radiofónico de 26 episódios emitido em três línguas locais e um livro de competências para a vida, distribuído por 1 milhão de crianças com 12 anos. Esta série foi acompanhada por uma campanha de advocacia dirigida aos responsáveis pela tomada de decisões políticas e visando enriquecer a capacidade das ONG no sentido de actuar como activistas dos direitos das crianças. A avaliação da série demonstra que 67% das crianças na África do Sul tem acesso a Soul Buddyz. Estas crianças aumentaram o seu conhecimento, mostraram melhores atitudes e discutiram as presentes questões mais do que as que não tiveram acesso aos materiais. Além disso, os materiais melhoraram a compreensão por parte dos pais, bem como a predisposição para interagir com as crianças relativamente a questões tão difíceis como o sexo, a SIDA e o género. Os custos do programa são aproximadamente 0.38 USD por criança. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 14 e parcialmente 2. 13 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Tanzânia AMREF, LSHTM, e NIMR: Programa MEMA Kwa Vijana A Fundação Africana Para a Medicina e Pesquisa (African Medical and Research Foundation - AMREF), em colaboração com a Escola de Medicina e Higiene Tropical de Londres (London School of Hygiene and Tropical Medicine - LSHTM) e o Instituto Nacional de Investigação Médica (National Institute for Medical Research - NIMR) da Tanzânia, iniciaram um programa em 62 escolas primárias e 18 postos de saúde na região de Mwanza (Tanzânia) em Janeiro de 1999. O seu principal objectivo era melhorar o conhecimento em termos de saúde reprodutiva entre os jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos e reduzir a taxa de infecções sexualmente transmissíveis (IST), de infecção pelo VIH, bem como o número de gravidezes não desejadas. Para tal, os educadores de pares/colegas, orientados por professores, usam técnicas participativas e informais para ensinar saúde reprodutiva aos jovens. De igual modo, os trabalhadores do sector da saúde são formados para tornar os serviços de saúde num ambiente mais acolhedor aos jovens e a comunidade é mobilizada para participar na Semana dedicada à Saúde dos Jovens realizada uma vez por ano. O programa chega a aproximadamente 2850 novos participantes adolescentes por ano, a um custo estimado de 1.37 USD anuais por criança. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 13 e parcialmente 2. Não foi possível aplicar 1 ponto de referência. 14 Seçcão 2: Sumários dos Programas Tanzânia Students Partnership Worldwide: Programa "Saúde escolar na Escola" (SHEP) A Parceria Internacional de Estudantes (Students Partnership Worldwide - SPW) é uma ONG sem fins lucrativos cujo objectivo é colocar os jovens no centro do processo de desenvolvimento. Trabalhando sob a direcção do Ministério da Educação e da Cultura da Tanzânia, esta ONG defende a ideia de que os jovens têm muito a oferecer e a sua idade pode constituir uma vantagem quando se discutem questões sensíveis. Presentemente, a SPW da Tanzânia concluiu o seu terceiro ano de implementação de um Modelo de Demonstração da Saúde escolar na Escola em 35 escolas do ensino secundário nos 7 distritos da região de Iringa. O programa forma e emprega educadores de pares/colegas, nacionais e europeus, com idades compreendidas entre os 17 e os 25 anos, na linha da frente de uma campanha nas escolas para mobilizar jovens contra o HIV/SIDA. Os educadores de pares/colegas usam actividades participativas quer na sala de aula, quer extra-curricularmente para educar os estudantes sobre a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA). Também trabalham no sentido de facilitar o acesso a serviços amigos para jovens, tanto dentro como fora da escola. Estes jovens educadores de pares/colegas, adequadamente formados, empenhados e bem-educados têm demonstrado ser muito eficazes em desafiar a cultura do estigma e da negação entre a geração mais velha e também na realização da necessária mudança de comportamento, exercendo uma influência positiva entre os seus pares mais jovens. Os estudantes expostos ao Programa "Saúde escolar na Escola" podem igualmente educar os seus próprios pares, dentro e fora da escola, bem como gerações mais velhas. Até agora, aproximadamente 16250 estudantes beneficiaram do programa a um custo estimado em 24.12 USD anuais por estudante. Contudo, deve ser realçado que o grupo que beneficiou deste programa inclui também 15 mil adultos e um grande número de outras crianças em idade escolar e adultos da comunidade. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 11 e parcialmente 5. '5 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Uganda GOAL: O Projecto Baaba O projecto Baaba visa promover a saúde reprodutiva e sexual das crianças de rua fornecendo formação, recursos e apoio financeiro e técnico contínuo às ONG que trabalham com este tipo de crianças. Estabelecido em Janeiro de 2001, o projecto forma parcerias com ONG que providenciam a satisfação das necessidades de curto e longo prazo das crianças de rua. O projecto adopta uma abordagem neutral e de competências de vida ao atacar questões relacionadas com a prevenção contra o HIV/SIDA e outros aspectos, tais como o crescimento, as relações sexuais, o uso excessivo de drogas e a violação. Na língua local, o luganda, baaba é o termo usado para nos referirmos ao irmão mais velho e respeitado. Os Baabas são, neste contexto, os educadores de pares/colegas que ensinam às crianças de rua aspectos relacionados com o HIV/SIDA. O projecto Baaba procura dotar os jovens de rua e outros jovens pobres de confiança, conhecimento e competências para prevenir contra o alastramento do HIV/SIDA. Isto é feito em colaboração com as ONG existentes que apoiam os jovens e as crianças de rua nas cidades de Kampala, Jinja, Malaba, Masaka e Mbale. O projecto trabalha presentemente com 12 ONG. As actividades do projecto incluem a educação por pares, a assistência externa, o apoio à equipa da ONG, melhorar o acesso às clínicas de saúde reprodutiva e sexual e a advocacia na comunidade. O custo total anual do projecto é 92,703 USD, com um custo aproximado de 18.50 USD anuais por criança. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 13 e parcialmente 1. Não foi possível aplicar 2 pontos de referência. 16 Seçcão 2: Sumários dos Programas Uganda Fundação Straight Talk A Fundação Straíght Talk tem uma extensiva e impressa campanha que começou em 1993 com o jornal denominado Straight Talk. O objectivo geral do programa é aumentar a compreensão por parte dos adolescentes (e adultos) relativamente à saúde reprodutiva e à sexualidade do adolescente. De igual modo, visa promover o sexo mais seguro e o desenvolvimento das competências de vida, bem como aumentar a consciência relativamente aos direitos das crianças e dos adolescentes. O programa tem como públicos-alvo os jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, no caso do jornal denominado Young Talk, e os jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos relativamente ao jornal denominado Straiglht Talk Ambos os jornais são distribuídos na escola e aparecem como suplementos num jornal dominical nacional. Os jornais Young Talk e Straight Talk são publicados mensalmente e discutem tópicos sugeridos pelos próprios leitores. Para além disso, fornecem informação precisa e orientação sobre questões relacionadas com saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA). O Straight Talk encoraja também os jovens (com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos) e os professores a organizarem clubes escolares Straight Talk para difusão das mensagens transmitidas no jornal. Existe também um programa radiofónico para jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, que acompanha os temas dos jornais, que emite uma vez por semana em inglês e nos dialectos locais. A Fundação Straight Talk realiza ainda visitas às escolas com uma equipa de conselheiros e profissionais de saúde no sentido de ajudar os professores e os alunos a conceber um plano que garanta a saúde dos adolescentes. Além disso, organizam workshops de sensibilização para professores (e pais) do ensino primário para despertar a consciência sobre as necessidades e os serviços relacionados com a SSRA e encorajá-los a discutir essas questões com os jovens. Uma avaliação do programa demonstrou que a maioria dos adolescentes tem acesso e lêem os jornais, assim como ouvem os programas radiofónicos. Tal situação tem provocado um aumento da consciência acerca de questões importantes relacionadas com a SSRA. O programa Straig7ht Talk tem respondido directamente às necessidades de informação dos adolescentes e o seu trabalho é crescentemente reconhecido e apreciado pelo governo. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 14 e não foi possível aplicar 2 dos pontos de referência. 17 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Zâmbia Projecto de Saúde escolar de Copperbelt (CHEP): O Programa "Dentro da Escola" O Projecto de Saúde escolar de Copperbelt incide sobre a saúde escolar e a prevenção contra o HIV/SIDA na província de Copperbelt, Zâmbia. O projecto teve início em Janeiro de 1988 e o seu principal objectivo durante o primeiro ano de implementação dizia respeito à disseminação de informação ao público em geral sobre os perigos associados ao HIV/SIDA, como se transmite e como se proteger a si próprio e aos outros contra o mesmo. A declaração sobre a missão do CHEP nota que o projecto colabora com todos os sectores da comunidade para ajudar na difusão do conhecimento, dos valores e das competências de vida que promovem criatividade, responsabilidade e estilos de vida saudáveis. O CHEP concentrou os seus esforços nas seguintes três unidades-alvo específicas do programa: Crianças e Jovens, Comunidade e Emprego. A Unidade cujo foco são as Crianças e os Jovens tem três programas destinados a crianças e jovens das áreas urbanas e rurais: um programa para jovens que frequentam a escola, um programa para jovens que não frequentam a escola e um programa para crianças vulneráveis e outros jovens da comunidade. O programa na escola é o maior programa do CHEP em termos de alcance e recursos e juntamente com o programa para jovens que não frequentam a escola, representa o núcleo do trabalho do CHEP. O programa de jovens que frequentam a escola compreende crianças e jovens com idades entre os 3 e os 35 anos, frequentando o infantário, os cicios básicos e ensino secundário/superior, institutos, universidades, bem como as crianças com necessidades especiais. O principal objectivo do programa na escola é garantir que as crianças e os jovens formem e mantenham comportamentos que não os coloquem em situações de risco de contrair DST e o VIH. Os componentes principais do programa incluem Clubes Anti-SIDA, a Iniciativa de Comunicação Sara, a Educação através de Entretenimento, Jogos para a Vida e serviços de saúde amigos para os jovens. Desde a sua criação em 1988, o CHEP tem sido financiado principalmente pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD). O custo anual estimado para gerir este programa é de 350,000 USD. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 12, parcialmente 2 e não foi possível aplicar 2 pontos de referência. 18 Seçcão 2: Sumários dos Programas Zâmbia Associação Zambiana para o Planeamento Familiar (Planned Parenthood Association of Zambia - PPAZ), Movimento Zambiano para a Vida Familiar (Family Life Movement of Zambia - FLMZ), e Associação Sueca para a Educação Sexual (RFSU): Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes em Kafue (Kafue Adolescent Reproductive Health Project - KARHP), Educação por pares Através de Clubes Familiares de Educação para a Vida" O KARHP consiste numa intervenção baseada numa escola multifacetada, numa comunidade e numa clínica que teve início em 1997 no distrito de Kafue, Zâmbia. O objectivo geral do programa é desenvolver estratégias para a distribuição de informação, serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR) e educação sobre a vida familiar (famíly life education - FLE) na escola, para jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos. Para tal, o programa adoptou uma abordagem chamada "Triplo P": pares, pais e provedores. Educadores de pares/colegas formados, educadores de pais mais velhos e provedores de saúde funcionam como canal de fornecimento de informação e serviços de SSR e FLE a jovens na escola, bem como mobilizam e sensibilizam a comunidade mais ampla. A principal componente do programa para os jovens que frequentam a escola é a educação por pares através de Clubes de FLE nas escolas. As actividades dos Clubes de FLE são consideradas como extra-curriculares sendo facilitadas por educadores de pares/colegas formados e supervisionadas por professores formados (chamados matronas e patronos). Diversos tópicos relacionados com a saúde sexual são discutidos, como a abstinência, tomada de decisão e competências comunicativas. A abstinência é promovida como a melhor decisão de saúde sexual para os jovens que frequentam as escolas. Contudo, os jovens que já são sexualmente activos são encorajados e ensinados a usar eficazmente os preservativos. O programa destinava-se inicialmente a 10,700 adolescentes que frequentavam a escola. Em 2000, uma avaliação levou a uma subsequente expansão do mesmo, para cobrir a maior parte do distrito de Kafue. O total estimado de adolescentes beneficiários do programa (dentro e fora da escola) durante o período da sua duração é de 53,000 USD, com um custo médio de 2,26 USD anuais por jovem. O envolvimento da ONG chegou ao fim em 2002 e o programa está actualmente sob controlo dos Gabinetes Distritais do Ministério da Saúde, do Ministério da Educação e do Ministério do Desenvolvimento Comunitário e Social da Zâmbia. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 10 e parcialmente 4. Não foi possível aplicar 2 dos pontos de referência. 19 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Zimbabwe Afrícare: Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes": Clubes de Acção contra a SIDA nas Escolas Africare, uma ONG zimbabweana, estabeleceu em 2000, em colaboração com o Gabinete Distrital de Educação, o Programa Clubes de Acção contra a SIDA. Os clubes destinam-se aos jovens das escolas do ensino primário e secundário com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos. O programa teve início em 26 escolas nos distritos de Bidura e Monte Darwin (Província Central de Mashonaland) e, desde então, expandiu-se a 61 escolas: 16 em Bindura, 10 no Monte Darwin, 10 em Makoni Sul, 10 em Makoni Norte e 15 na zona urbana de Harare. O objectivo do programa é contribuir para a redução da transmissão do HIV/SIDA chegando efectivamente aos adolescentes com informação sobre saúde reprodutiva e promovendo comportamentos e atitudes positivas. O projecto tem duas componentes principais: os Clubes de Acção contra a SIDA, que envolvem a educação por pares, a formação de competências para a vida e a promoção da consciencialização sobre o abuso sexual de crianças e actividades de criação de rendimento a fim de promover a auto- suficiência. Até ao momento, o programa beneficiou 25200 jovens que frequentam a escola e 10 mil jovens que não frequentam a escola, a um custo estimado de 8.89 USD anuais por jovem. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 9 e parcialmente 5. Não foi possível aplicar 2 pontos de referência. 20 Seçcão 2: Sumários dos Programas Zimbabwe Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de Midiands (Midlands AIDS Servke Organisation - MASO): Projecto "Iniciativas Vivas para Jovens" A Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de Midiands (Midlands Aids Service Organisation - MASO), uma ONG zimbabweana, deu início ao Projecto Iniciativas Vivas para Jovens em 1996. O programa destina-se a jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos, que frequentam e não frequentam a escola, em áreas urbanas e rurais da província de Midiands, Zimbabwe e visa encorajar práticas sexuais mais seguras entre os jovens, reduzir a prevalência do HIV/SIDA na população em geral e promover uma vivência positiva entre jovens infectados e afectados. Para tal, são formados professores voluntários para dirigir os clubes de jovens. Os jovens tornam-se membros voluntários do clube e aqueles que os frequentam são formados pelos professores em educação por pares e em questões relacionadas com saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Estes jovens difundem, em seguida, a informação entre os seus pares para encorajar o desenvolvimento de competências de vida, comunicação e mudanças de comportamento. Esta difusão tem lugar segundo aconselhamento de um para um ou durante actividades extensivas. Estas actividades envolvem empenho por parte dos jovens e de outros membros da comunidade. O principal foco dos clubes e das actividades extensivas é a abstinência. Os professores e os educadores de pares/colegas são também formados para aconselhar sobre o abuso sexual de crianças, de modo a dotá-los com competências para responder às necessidades e problemas das crianças. O programa reuniu uma série de manuais e materiais que podem ser obtidos contactando os escritórios da MASO (ver relatório da MASO, Parte D). Até à data, mais de 10 mil jovens e mil adultos beneficiaram do programa, a um custo estimado 71 USD anuais por jovem. Dos 16 pontos de referência estabelecidos pela UNAIDS para avaliar a eficácia dos programas, o programa concluiu satisfatoriamente 11 e parcialmente 3. Não foi possível aplicar 2 dos pontos de referência. 21 Seçcão 3: Os Programas - S l | - | l - ? i! I i E _ t`w "`: 22 be1 1 * Fo.jj`gA {S,.'i,`"',..'.`'WlS'S'»iS Ai`'`) + I '.4;'`@t,.F>it'',r.-- 3nt1SW AF jU; 4i / x i 1 k ` | > e i 'I Se ! 1 1 1;Ssete X;, s «sis{IteBr; iO,, | ;s_& C3 \ . g A ;: 1 1`sS t| `; i o ' t ' . ÀS l V `, ` `- \:''-^''' ) | <` ^s;! 1 \ 48 « 2S, s - ? ` v y w \ \ '' I / -ç-s]X \ w X - L-/ \ \ , \ -, ,, ,;,.,\,si.t";,!l^, ! / ,:St/ __SoX Actíon Aíd: Programa SteppíngStones PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa A Action Aid começou a trabalhar em Moçambique em 1988, durante a guerra civil. Foi-lhe pedido, pelo governo de Moçambique, que levasse a cabo trabalho de emergência na província da Zambézia, pois havia poucas ONG em actividade naquela zona. Em 1994, o impacto do VIH / SIDA tinha-se tornado mais notável, e portanto, a Action Aid começou a introduzir programas de prevenção na Zambézia. Em 1997, a Action Aid alargou o seu trabalho aos distritos da Manhiça e Marracuene na província de Maputo. Mais uma vez, fê-lo por haver muito poucas ONG e agências de doadores a trabalhar naquela zona e por haver pouco trabalho a ser realizado na prevenção contra o VIH / SIDA naquela província. Inicialmente, a Action Aid formou supervisores seniores e trabalhou com grupos culturais para disseminar mensagens de prevenção sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) nas comunidades através de actividades de dança, canto e teatro. Em 1999, a Action Aid introduziu a metodologia Stepping Stones no seu programa existente na Zambézia para ampliar o perfil e a eficácia das actividades de luta contra o Para proporcionar o tempo e competências VIH / SIDA. O método Stepping Stones foi necessários para a comunidade lidar com os descoberto por Alice Welbourne da Action Aid seus problemas, é necessário trabalhar por no Uganda e teve origem no reconhecimento meio de uma progressão de temas. A dos inconvenientes apresentados pelas comunidade precisa de começar por identificar abordagens «ABC» (abstenção, fidelidade, e falar sobre os seus problemas para em preservativos) e «informação = mudança de seguida os analisar e por fim apresentar comportamento» que tinham sido utilizadas soluções viáveis.dopgrama até então. O programa Stepping Stones tivera êxito noutros países Africanos e foi, portanto, seleccionado e adaptado para o tornar mais adequado a Moçambique. A principal intenção do programa era explicar às comunidades o risco de infecção do VIH e aumentar a sua capacidade de resposta a este risco. Foram identificados facilitadores da comunidade e formados durante duas semanas nos métodos Stepping Stones. Durante os seus três primeiros meses de trabalho, a Action Aid supervisionou e avaliou as suas capacidades. Após as cheias de 2000, a Action Aídcomeçou a utilizar o método Stepping Stones nos distritos da Manhiça e Marracuene na província de Maputo. Considerou-se que os métodos do programa Stepping Stones ajudariam a reunir pessoas que tinham sido deslocadas das suas áreas devido às cheias. 25 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Conduziu-se uma intensa campanha de advocacia, em especial junto de membros do governo e líderes das comunidades pois a sua total participação no programa era necessária. O programa foi avaliado em 2001 por um consultor externo e as limitações identificadas foram utilizadas para tornar a actual fase do programa mais relevante em relação às suas comunidades alvo. De 1998 a 2001, o programa foi financiado principalmente pelo governo Britânico (Departamento para o Desenvolvimento Internacional [Department for International Development -DFID]), a Fundação Elton John contra a SIDA e a UNICEF. Tenciona-se continuar com a implementação do programa pelo menos até 2006, altura em que termina o actual financiamento. Será conduzida uma avaliação externa para se avaliar o impacto do programa e se encontrarem áreas a melhorar. 1994 > * Financiamento da Action Aid a A Action Aid começa a trabalhar com questões relacionadas com o VIH / SIDA, na província da Zambézia, formando grupos culturais para fazer chegar mensagens sobre DST através de actividades envolvendo canções, dança e teatro 1997 > * Contratação de um coordenador para o VIH 1 SIDA a nível nacional. * Tradução do manual de SteppingStones para Português. o Selecção e formação dos facilitadores comunitários. * Introdução da metodologia Stepping Stones na província da Zambézia. * Alargamento das actividades gerais para Marracuene e Manhiça na província de Maputo. 1999 > * O DFID patrocina actividades na província da Zambézia. o A Fundação Elton John contra a SIDA patrocina todas as actividades nas províncias da Zambézia e Maputo. * Selecção e formação de facilitadores para a província de Maputo. * Encontros com os líderes comunitários para trabalhar na sensibilização e mobilização da comunidade. 2000 => * Cheias nas áreas Sul e Centro do país. As actividades de emergência suplantam todas as outras actividades. o Introdução da metodologia Stepping Stones na província de Maputo. o Financiamento da UNICEF para a província da Zambézia. 2001 r * Avaliação conduzida por um consultor externo. * Financiamento do DFID, SpanishAid, Spanish Volunteerse UNICEF. 26 Seçcão 3: Moçambique 2003 , . Alargamento ao distrito de Namarroi na província da Zambézia. . Discussões com a UNICEF sobre a possibilidade de alargamento à província de Manica para trabalhar em três distritos. . Utilização de mais membros voluntários da comunidade como facilitadores. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa Visão Geral do Programa Missão A missão do programa é ajudar indivíduos e a comunidade no seu todo a combater os problemas com que se defrontam, incluindo os relacionados com o VIH / SIDA ensinando-os a tomarem decisões informadas, bem como a comportarem-se de um modo responsável e mudarem os comportamentos, tanto individualmente como no seu conjunto como comunidade. Objectivos De acordo com o coordenador do programa, os objectivos do programa são: . contribuir para a redução da vulnerabilidade individual e em grupo face à infecção pelo VIH; • reduzir o impacto da SIDA através de uma maior compreensão da comunidade sobre os riscos de infecção e do aumento da sua capacidade para responder com eficácia a esses riscos; * contribuir para a criação de um ambiente positivo que ajude as pessoas infectadas pelo VIH / SIDA e suas famílias; * encorajar as pessoas que vivem com o VIH / SIDA a envolverem-se no desenvolvimento e na implementação de programas de prevenção e de cuidados relativos ao VIH / SIDA. Grupos-Alvo Grupo-Alvo Primário O Programa Stepping Stones é dirigido principalmente a pessoas da comunidade que assistem aos workshops dos programas especializados. Idealmente, isto significaria todas as mulheres e homens da comunidade, mas na prática, só cerca de 40 mulheres e 40 homens frequentam os worksh7ops. Falamos sobre a prevenção do VIH / Grupo-Alvo Secundário SIDA, mas não dizemos à comunidade O grupo-alvo secundário inclui as pessoas para utilizar preservativos. Em vez disso, apresentamos e discutimos as vantagens na comunidade que não participam nos workshops e desvantagens da utilização do mas que ouvem falar das questões através dos preservativo e depois deixamos que seja seus vizinhos e amigos que frequentam os a comunidade a decidir o que é workshops. O programa Stepping Stones tenta adequado para si. chegar a toda a comunidade. Gestor do programa 27 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Localização Os workshops do programa Stepping Stones têm lugar nos locais de reunião da comunidade. Estes são frequentemente no centro da comunidade, debaixo das árvores. Duração do Programa Na província de Maputo, os workshops realizam-se uma vez por semana durante um período de quatro meses. (Na província da Zambézia, os workshops realizam-se todos os dias durante um mês em cada uma das comunidades.) Cerca de 40 homens e 40 mulheres frequentam os workshops e cada workshop dura cerca de duas horas. Três a seis meses após o fim dos workshops, a Action Aid realiza sessões de feedback de informações (discussões com membros da comunidade que frequentaram os workshops) para ver como é que a comunidade está a reagir. Se houver problemas, os membros da organização conversam com a comunidade para tentar encontrar soluções. Metas do Programa A Figura 2 mostra o modo como o coordenador do programa ordenou as metas do programa. Os implementadores do programa concordaram com os objectivos e afirmaram que o principal enfoque do programa deveria ser a mudança de comportamento através de discussões de grupo. Abordagens do Programa Uma vez que o programa possui uma abordagem holística no que concerne a prevenção e mitigação do VIH / SIDA, é impossível ordenar as abordagens por ordem de importância. O conceito subjacente de Stepping Stones é permitir às comunidades que explorem os seus problemas e negoceiem soluções. Estas competências são consideradas essenciais para uma mudança comportamental sustentada. Encorajam-se as pessoas a aprender com as suas experiências e a examinar as suas necessidades e prioridades. Um aspecto importante do programa Stepping Stones é que trabalha em grupos de pares do mesmo sexo e da mesma idade, retirados da comunidade em vez de se concentrar em grupos de risco individuais ou segregados. Encoraja-se a comunidade a responsabilizar-se por si própria e o programa tenta equipá-la com as necessárias competências e informação para permitir fazê-lo. Actividades Utilizam-se actividades diferentes de acordo com o tema do workshop e das directrizes retiradas de um manual de actividades pormenorizado (Consulte «Materiais para o Programa» na Parte B). Os facilitadores muitas vezes utilizam actividades que envolvem a participação de todo o grupo, pois estas parecem ser mais agradáveis e parecem conceder mais poder aos membros da comunidade. Por exemplo, a representação tem a vantagem de atrair pessoas que normalmente não estão envolvidas nos workshops e se mostram eficazes a animar uma discussão. Uma representação em que uma pessoa faça sexo e que depois tenha dores, pode fazer disparar uma discussão sobre uma DST e os seus sintomas. Muitas vezes isto conduz a discussões sobre maneiras de evitar as DST. 28 Seçcão 3: Moçambique Mudança de comportamento Promoção de um comportamento sexual saudável Promoção de relacionamentos saudáveis _------- - Discussão de questões sobre género --3,~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~....--- Figura 2. Metas do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Gestor do Programa Competências para a vida Como se conhecer a si próprio e aos outros Como respeitar os direitos individuais Competências de comunicação . - ..*.ã.« ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~. .. . .. r-...... s ~ ~~~~~~ . . .rt Figura 3. Abordagens do Programa Não Ordenadas 29 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA M- ffl íl grupo Figura 4. Actividades Não Ordenadas do Programa Componentes O programa é constituído por uma componente principal - os workshops com a comunidade - que se apresentam de seguida. Num local e a uma hora acordados entre os membros da comunidade e os facilitadores, cada uma das comunidades realiza um workshop uma vez por semana. Quando os facilitadores chegam, iniciam todas as sessões com um breve cumprimento e, caso haja visitantes, os participantes dão-lhes as boas vindas com uma canção e uma dança. Posteriormente, a comunidade divide-se em quatro grupos: • mulheres jovens; * mulheres mais velhas; • homens jovens; * homens mais velhos. Um ou dois dos facilitadores são destacados para cada um dos quatro grupos. É importante notar que os facilitadores têm uma idade semelhante e são do mesmo sexo que o grupo com que estão a trabalhar. Em seguida, dão início à sessão fazendo uma revisão do trabalho que foi realizado na semana anterior. Após esta revisão dá-se ao grupo a oportunidade de reflectir e fazer perguntas e logo que os facilitadores se certificam que não há mais perguntas nem mal-entendidos, é introduzido o tópico da semana em curso, retirado do manual Stepping Stones. Para uma reflexão sobre o tópico da semana são utilizadas diversas abordagens (descritas acima), que é discutido em seguida. Todos os grupos discutem os mesmos tópicos, que compreendem: * o genero; * questões culturais; * os relacionamentos; * a sexualidade / educação sobre o VIH / SIDA; a abstinência; . a educação sobre contraceptivos; . o comportamento moral e valores sociais; * como respeitar os direitos individuais; * a auto-eficácia e auto-estima; . o desenvolvimento de competências comportamentais e de vida; 30 Seçcão 3: Moçambique * serviços de saúde sexual e reprodutiva / acesso à informação; * o acesso a preservativos. Os grupos trabalham em separado durante a maior parte do tempo para garantir que todos têm um espaço seguro, de apoio, para falar sobre questões íntimas. No entanto, os quatro grupos reúnem-se num só grupo de 4 em 4 ou de 6 em 6 semanas para partilhar conhecimentos. Os facilitadores também se reúnem uma vez por semana para discutir quaisquer problemas ou dificuldades nos seus respectivos grupos e para planear as actividades da semana seguinte. Os workshops semanais terminam ao fim de quatro Gostamos das discussões em meses. No último workshop, cada um dos grupos grupo, pois as perguntas obtêm apresenta um pedido especial e um plano de acção para respostas imediatas. toda a comunidade. A comunidade discute os pedidos e Impaement dorese decide se eles são ou não aceites. Para aqueles que são aceites, elege-se uma comissão para implementar o plano de acção e acompanhar o seu progresso. Os facilitadores depois regressam às comunidades a intervalos de três a seis meses para conduzir sessões de feedback de informações, avaliar se os pedidos estão a ser implementados e analisar de um modo informal, se uma mudança comportamental se realizou. Sempre que os pedidos não sejam honrados, a Action Aid realiza uma reunião com alguns representantes da comunidade para descobrir qual é o principal problema e discutir maneiras de resolver esse problema. 31 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Em 1997, a Action Aid conduziu uma Apreciação Rural Participativa para obter informações sobre questões As representações su o eficazes que afectam a comunidade, tais como o conhecimento variedade em termos de sobre o VIH / SIDA, o nível educacional, tarefas e assistência. actividades do dia a dia. Gestor do programa Este trabalho concluiu que se sabia muito pouco sobre o VIH / SIDA e como o evitar, e que a percepção da comunidade sobre o género e os relacionamentos poderiam aumentar as possibilidades de infecção pelo VIH. No entanto, devido a transferências de pessoal e mudança de escritório, não houve qualquer outra informação disponível. Materiais do Programa O programa Stepping Stones baseia-se no manual e vídeo preparados por Alice Welbourne da Action Aid no Uganda. Este manual levou três meses a ser traduzido para Português e um mês para ser impresso e distribuído. Actualmente, o manual está a sofrer novas adaptações: nomes de pessoas, locais e histórias estão a ser mudadas para reflectir o contexto Moçambicano. A comunidade e os membros do workshop estão activamente envolvidos neste processo, explicando quais são as partes do livro que são menos adequadas para Moçambique e sugerindo alternativas. O manual Stepping Stones é um pacote de formação na área do HIV/SIDA sobre competências de comunicação e relacionamento. Embora o manual não apresente soluções, ajuda as comunidades a desenvolver as suas próprias soluções para os seus problemas e preocupações. Há cópias do manual e do Pede-se a toda a comunidade que participe nos vídeo disponíveis Por favor workshops. Os membros da comunidade são divididos em consulte «Materiais Disponíveis» quatro grupos de modo a que se sintam mais livres para nonal desterap Diunos falar uns com os outros. Isto ajuda cada um dos grupos no final deste capítulo. de pares a ligar-se entre si e criar uma atmosfera segura, amigável, em que se possam explorar questões sensíveis. Materiais para o Grupo-alvo A situação ideal é que os facilitadores venham da mesma O facilitador utiliza o manual comunidade que os participantes. Stepping Stones durante os Gestor do programa workshops. Este manual incide sobre questões sociais tais como o género, cultura e relacionamentos, relacionando-os com a saúde sexual e reprodutiva. O manual pode ser dividido em três secções. Secção Um A primeira secção incide sobre exercícios para desenvolver a cooperação e comunicação de grupo, o que ajuda os participantes a reconhecer as suas próprias perspectivas e necessidades. O participante explora factos e sentimentos sobre 32 Seçcão 3: Moçambique relacionamentos, prevenção de infecção pelo VIH e sexo mais seguro. Cada um dos grupos de homens e mulheres tem a oportunidade de avaliar as suas prioridades sobre saúde sexual e vida familiar, no contexto de uma maior compreensão da sua potencial vulnerabilidade ao VIH. Secção Dois A segunda secção procura ajudar os participantes a analisar o comportamento e atitudes individuais e identificar as influências que os moldam. Examinam-se as expectativas da sociedade sobre os homens e mulheres (papéis de cada género), que são muitas vezes ligados intimamente a tradições culturais. Outras influências, tais como, as pressões económicas para ganhar a vida (a necessidade de dinheiro), o uso e abuso de álcool ou drogas e a personalidade das pessoas, também são analisados com alguma profundidade. O facto de se envolverem homens nesta As mulheres idosas perguntaram se reflexão é a chave para transformar as relações podiam continuar a viver na aldeia entre os géneros e as práticas nocivas. Os depois dos maridos terem morrido, em participantes - tanto homens como mulheres - vez de serem mandadas para as aldeias avaliam por si próprios as vantagens e de onde são naturais. As jovens pediram aos homens para deixarem de desvantagens dos relacionamentos e práticas as perseguir e de exigir sexo, para que correntes, bem como os factores que as elas pudessem terminar a escolaridade. influenciam. Por exemplo, as tradições culturais que Grupos de mulheres envolvem herdar mulheres, a poligamia, os ritos de jovens e mais velhas iniciação e de purificação são utilizados para reflexão. Os membros da comunidade são encorajados a questionar por si próprios as vantagens destas práticas, os riscos envolvidos e as alternativas que podem ser imaginadas. Secção Três A secção final ajuda os participantes a pensar e a colocar em prática formas pelas quais se podem modificar os comportamentos de modo que se tornem mais afirmativos e a responsabilizarem-se por acções pessoais e que envolvam toda a comunidade. O modo como sustentar um comportamento mais assertivo também foi discutido. O processo culmina com um pedido especial de cada um dos grupos de pares a toda a comunidade, apresentado sob a forma de uma representação, para ilustrar a mudança que cada um dos grupos vê como a sua prioridade máxima. Como estes pedidos são feitos de modo colectivo, num fórum comunitário, são mais eficazes do que se fossem feitos por um indivíduo. Materiais para a Formação do Pessoal O manual Stepping Stones também é utilizado para dar instrução aos formadores e aos facilitadores pois é o instrumento primário para conduzir os workshops. 33 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Selecção e Formação do Pessoal Todo o pessoal recebe formação. Os métodos Gostaria de ver fotografias das de selecção do pessoal podem modificar-se com o doenças de que falamos, tais como, tempo; no entanto, o programa de formação que o o VIH/ SIDA e outras DSTs, para pessoal recebe mantém-se constante. A formação é saber qual é o seu aspecto. realizada utilizando a abordagem em cascata. Participante no programa Formação dos Formadores Duas pessoas do Instituto de Comunicação Social, sediado em Maputo, receberam formação na metodologia Stepping Stones no Zimbabwe. Esta formação foi conduzida pela Rede Sul-Africana contra a SIDA (Southern Africa AIDS Network - SANASO), uma rede centrada em questões sobre o VIH / SIDA na África Austral, sediada em Harare, Zimbabwe. Formadores de Facilitadores * São dois consultores, um homem e uma mulher. • Receberam formação na metodologia Stepping Stones através do instrutor dos formadores. Durante a formação, os participantes são muitas vezes separados por sexo. * A formação dura duas semanas. * A formação inclui a familiarização com o manual Stepping Stones e estratégias para utilizar num determinado número de situações apresentadas. Recebem também formação em comunicação interpessoal e em como ser sensíveis ao ambiente da comunidade. Facilitadores * Habitualmente, existem oito facilitadores (quatro mulheres, quatro homens) por cada quatro comunidades tendo que pertencer a uma destas comunidades. * Os facilitadores são escolhidos pelos líderes das aldeias. o nosso trabalho seria mais fácil se * Os facilitadores são seleccionados para participar no tivéssemos livros ilustrados, para programa com base na sua capacidade para ler e que, sempre que falamos sobre escrever Português e a língua local, nos sexualidade, pudéssemos indicar os órgãos de reprodução femininos e conhecimentos de saúde reprodutiva, na atitude masculinos para mostrar as aberta, na capacidade para ouvir e para alterações que se estão a realizar. comunicarem abertamente no meio ambiente da I-mplementadores do programa comunidade, na capacidade para falarem abertamente sobre questões de relacionamentos e de sexualidade, na capacidade para trabalharem em equipa e vontade de modificarem o seu próprio comportamento para actuarem como modelos. . Os facilitadores recebem formação durante duas semanas pelos formadores de facilitadores. * A formação compreende a familiarização com o manual Stepping Stones. Para além disso, recebem também formação sobre modos de ajudar as pessoas a comunicar para que possam discutir os seus problemas e identificar soluções. * Os facilitadores recebem formação de actualização uma vez por ano. 34 Seçcão 3: Moçambique Estabelecimento do Programa Antes de se instalar o programa, realizou-se uma reunião com os agentes de saúde distritais e provinciais para se obter a concordância do governo e procurar saber se havia qualquer distrito ou comunidade que o governo achasse que devia receber maior atenção da organização. Realizaram-se também reuniões com os líderes da comunidade para explicar o programa e obter o seu apoio. Organizar um Workshop * As Apreciações Rurais Participativas são utilizadas para decidir quais as comunidades que estão mais carenciadas. Habitualmente, a Action Aid começa com uma comunidade e alarga o número de comunidades atingidas à medida que os facilitadores se familiarizam com o trabalho. . Os facilitadores são seleccionados e formados e estabelecem-se os primeiros workshops. . Os workshops são publicitados a toda a comunidade através de assembleias comunitárias, conversas com pessoas em reuniões e de boca em boca. . Os membros da comunidade que decidem participar são divididos em grupos, de acordo com a sua idade e género. * Os facilitadores reúnem-se uma vez por semana para discutir o curriculum e as actividades dos workshops. Para além disso, reúnem uma vez por mês com o auxiliar do Programa da Action Aid Recursos do Programa Para além do manual Stepping Stones, os Um dos principais pontos fracos do materiais utilizados nos workshops incluem canetas, programa é a formação. É difícil papel e marcadores. Estes são enviados pela sede implementar e sustentar por duas para os escritórios da Action Aid nas províncias. Os razões principais. Primeiro, pouca facilitadores levam os materiais para os locais onde se populaçao rural fala Português e os realizam os workshops. Na prática, muitas vezes os facilitadores só raramente falam ou riais workshops. Narda, nasede, os escrevem as línguas locais. Segundo, materiais de referência são guardados na sede, o que os níveis de literacia são muito os torna difíceis de obter. O projecto não possui um baixos nas zonas rurais e portanto é centro de recursos onde os facilitadores possam obter difícil utilizar o manual com eficácia. materiais para o seu trabalho. Portanto, os Ex-coordenador VIH/SIDA facilitadores utilizam o manual Stepping Stones como seu recurso principal. Advocacia Os Ministérios provinciais da Educação e da Saúde são mantidos informados sobre o programa da Action Aid na comunidade por meio de discussões e da apresentação de planos de acção e propostas. A nível distrital, o administrador é informado sobre o programa através de reuniões mensais ou trimestrais realizadas no seu escritório e por vezes o administrador distrital é convidado a assistir a reuniões. Na Província da Zambézia, os Ministérios da Educação e da Saúde participaram em workshops de formação de formadores. Isto foi feito para os encorajar a supervisionar os 35 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA facilitadores de Steppíng Stones ao nível comunitário. No entanto, em virtude da carga horária do pessoal do ministério e da falta de fundos para apoiar esta supervisão, tal não aconteceu. O programa Stepping Stones baseia-se na advocacia pois tem como objectivo a mudança na comunidade através da discussão. O apoio dos líderes comunitários é considerado crucial. A Actíon Aíddiscute o programa com eles para que eles possam garantir o seu apoio. Os líderes da comunidade convocam a primeira reunião e apresentam a organização à comunidade. São também encorajados a assistir aos workshiops para instigar os outros a participar. Finanças do Programa Têm sido recebidos financiamentos da Action Aid(1997, 1999), DFID (1999, 2001), da Fundação Elton John contra a SIDA (2000), Spanish Aid (2001), Spanish Volunteers (2001) e UNICEF (2001). A Tabela 1 resume o modo como o financiamento foi utilizado. Houve cerca de 500.000 beneficiários adultos durante o ano passado. Admitindo que haverá o mesmo número de beneficiários todos os anos, o custo médio por ano por pessoa será de cerca USD$0.30 (597,000/[500,000*4]). Tabela 1. Custos do Programa Gasto em Custo em USD$* Manual (Produção e adaptação) 33.000 Formação de formadores 22.000 Formação de actualização 7.000 Formação de facilitadores 90.000 Workshops comunitários 60.000 Supervisão a nível provincial e nacional 15.000 Trabalho em rede e reuniões provinciais 8.000 Salários e custos de apoio Coordenadores Stepping Stones 160.000 Dois veículos (Maputo e Zambézia) 60.000 Duas motos (Maputo e Zambézia) 16.000 Suporte logístico e administrativo 30.000 Equipamento informático e de escritório 6.000 Monitorização e avaliação 20.000 Total 597.000 * Custos durante um período de quatro anos 36 Seçcão 3: Moçambique PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Anteriormente o trabalho relacionado com o VIH / SIDA era da responsabilidade de um departamento separado, mas actualmente reconheceu-se que devia ser alargado a outros departamentos da Action Aid. O desafio está em como implementar esta decisão. Gestor do Programa • O maior desafio está em conseguir o necessário nível de formação do facilitador para tornar o programa eficiente. Actualmente, a maior parte dos facilitadores não têm um alto grau de instrução; assim necessitam de formação para: - modificarem o seu próprio comportamento e interiorizar a mensagem de Stepping Stones, - aprenderem a ser flexíveis e saberem como modificar a sua abordagem de acordo com o que mais resulta na comunidade. * Os facilitadores também necessitam de constantes actualizações em termos de formação por forma a desenvolver competências para manter uma implementação de programas de boa qualidade. • Idealmente, é, portanto, necessário um conjunto de formadores a tempo inteiro. * A monitorização e a avaliação são fracas. Existe a necessidade de um sistema de acompanhamento das questões que são apresentadas pela comunidade durante as sessões. A Action Aid não possui nem tempo nem recursos para o fazer com frequência. Uma solução possível seria que outros parceiros, tais como, ONG e governos, se envolvessem. * As crianças deviam ser incluídas no programa Stepping Stones pois também elas são afectadas por aquilo que acontece na família e na comunidade. Pela primeira vez, a Action Aid iniciou recentemente um projecto-piloto para utilizar Stepping Stones nas escolas. Facilitadores * Os facilitadores precisam de acesso a especialização e a informação actualizada nas Seria óptimo possuir um centro de áreas em que não receberam formação. Isto recursos onde se pudesse ir para consultar livros com tópicos com que não estamos poderia ser: familiarizados, pois por vezes as pessoas - um centro de recursos que tenha livros, perguntam-nos coisas que nós vídeos e cartazes, aos quais os desconhecemos. Sempre que isto facilitadores possam recorrer, ou; - acesso acontece, acabamos por solicitar a ajuda a peritos locais (por exemplo, enfermeiros, dos enfermeiros do posto médico ou médicos e conselheiros) que os possam qualquer outra pessoa, dependendo do ajudar no que concerne aos componentes tópico. técnicos de alguns workshops. Facilitador do programa • Para alguns dos tópicos, os vídeos e o manual Stepping Stones não são suficientes. São necessários cartazes ou livros ilustrados que mostrem os diferentes tipos de doença nos seus vários estágios. Cartazes que mostrem os 37 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA órgãos de reprodução também devem estar disponíveis. No geral, quaisquer outros materiais simples e educacionais são necessários para reforçar o manual e o vídeo. Autor do Relatório * As ligações com outras organizações a trabalhar nesta área são fracas e podem ser fortalecidas. Faz-se actualmente um esforço para trabalhar com os Serviços Internacionais para a População (Population Services International - PSI) para distribuir preservativos. * Se uma elevada percentagem de membros da comunidade participar nos workshops, existe uma elevada probabilidade de mudança. No entanto, sempre que há poucos membros a participar, é provável que sejam necessários mais workshops para acontecer uma verdadeira mudança. . Nos locais em que a participação for baixa, os participantes interessados deviam ser formados como facilitadores para encorajar continuidade e interiorização da metodologia de Steppíng Stones. * Devia haver uma maior supervisão dos facilitadores para garantir que eles estão a realizar um bom trabalho. • As pessoas da comunidade deviam ser formadas Para que qualquer organização para poderem realizar um acompanhamento sobre se possa trabalhar ao nível as modificações estão a ser implementadas, em vez comunitário, a estrutura política de confiar no pessoal com poucos meios da Actíon tem que ser informada. Aid. Gestor do programa * Em áreas onde não exista electricidade, devem fazer-se esforços para ter uma bateria de automóvel portátil, um gerador ou quaisquer outros meios técnicos para permitir aos participantes verem o vídeo SteppingStonesou pelo menos alguns dos seus aspectos. * Deve haver uma monitorização sistemática do progresso após o último workshop. . Observações indicaram que alguns dos membros do grupo parecem ter participado mais do que outros nos workshops. E muito importante pensar em maneiras para garantir que toda a gente está a participar e a aprender equitativamente Avaliação Os facilitadores regressam às comunidades em intervalos de três a seis meses após a realização do último workshop. Certificam-se que as mudanças que a comunidade prometeu realizar estão realmente a ser implementadas através de discussões com membros da comunidade que participaram nos workshops. As mudanças são notáveis em muitas comunidades. Por exemplo, numa comunidade, as mulheres tinham pedido que os homens lhes dessem mais dinheiro para as despesas da casa o que veio a acontecer. Isto já aconteceu. Para além disso, verificam-se mudanças em pessoas que não assistiram aos workshops- viram os vizinhos a mudarem e seguiram o seu exemplo. No entanto, não há uma avaliação sistemática do programa 38 Seçcão 3: Moçambique Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Parcialmente Por vezes as crianças participam como um principiante que já conseguido se os workshops são realizados sabe, sente e pode agir no que fora do horário escolar. respeita a um desenvolvimento saudável e a uma prevenção relacionada com o VIH / SIDA. 2 Incide nos riscos que são mais Os participantes discutem os comuns no grupo de seus problemas e são principiantes e nas respostas que encorajados a aprender a partir são adequadas e dirigidas ao das suas próprias experiências. grupo. 3 Inclui não só conhecimento mas Os participantes reflectem sobre também atitudes e competências as suas atitudes e apresentam necessárias à prevenção. soluções em termos de mudanças de comportamento para os seus problemas. 4 Compreende o impacto dos Ao tentar compreender o impacto relacionamentos nas mudanças dos relacionamentos na mudança comportamentais e reforça comportamental, este programa valores sociais positivos. busca valores sociais positivos. 5 Baseia-se na análise das Realiza-se uma Apreciação Rural necessidades dos principiantes e Participativa para avaliar as numa avaliação mais alargada. necessidades da comunidade. 6 Possui formação e apoio Parcialmente Os facilitadores são formados. continuado para professores e conseguido É fornecida pouca formação de outros fornecedores de serviços. apoio e recursos. 7 Utiliza estratégias e actividades As actividades tais como de aprendizagem múltiplas e discussões em grupo e participativas. representações são participativas. 8 Envolve a comunidade num A pedra basilar deste programa é sentido amplo. a comunidade e as experiências de vida colectivas e individuais. 9 Garante a sequência, progressão Seguindo o manual e os e continuidade das mensagens. exercícios, existe sequência, progressão e continuidade das mensagens. 10 Está colocado num contexto Não se adequado no curriculum escolar. aplica 39 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 11 Dura um período de tempo Em cada um dos workshops há suficiente para realizar as metas tempo suficiente para discutir em e os objectivos do programa. profundidade um tópico. Todo o manual pode ser trabalhado nos quatro meses a isso atribuídos. 12 É coordenado com um programa Não se Não existe programa escolar. de saúde escolar mais alargado. aplica 13 Contém mensagens factualmente A organização do manual parte correctas e consistentes. 4 daquilo que a comunidade sabe para aumentar os seus conhecimentos e fornecer informações sobre diversas questões em sequência. 14 Obteve apoios políticos através O programa SteppingStonestem de uma intensa campanha para o apoio do governo e das ultrapassar barreiras e expandir- comunidades locais. se. O programa está a alargar-se não apenas por meio da Action Aid mas também através de outras ONG internacionais e nacionais. 15 Retrata a sexualidade humana Parcialmente Retrata a sexualidade humana como uma parte natural e conseguido como uma parte normal e saudável da vida e não é saudável da vida depreciativo em relação ao O programa não fala sobre a género, raça, etnia ou orientação homossexualidade. sexual. 16 Inclui monitorização e avaliação. Parcialmente A Actíon Aid regressa às conseguido comunidades para ver se as mudanças se realizaram. Não existe qualquer monitorização científica ou sistemática do impacto do programa. 40 Seçcão 3: Moçambique PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos Action AidMoçambique Alfredo Santos, Coordenador Nacional para a SIDA Rua Comandante Augusto Cardoso 327/9 C.P. 2608 Maputo, Moçambique E-mail: admin@actionaidmozambique.org Ou aamozhiv@teledata .mz Sítio na Web: www.actionaid.org Colaboradores no Relatório O relatório do programa foi preparado por Esther Kaziliman-Pale. Editor: Helen Bafios Smith. Agradecemos a ajuda das seguintes pessoas da Action Aid que nos forneceram muita da informação contida neste relatório: Alfredo Santos - Coordenador para o VIH / SIDA António Banze - Funcionário do Projecto Janet Duffield - Ex-coordenadora para o VIH / SIDA Simão Hilário Ferreira Tima - Facilitador Joaquim Alberto Chau - Facilitador Gabriel Jacob Mimbirri - Facilitador Raimundo Valente Dzimba - Facilitador Célia Maria Marques - Facilitador Sandra Macho Bonzela - Facilitador Adelaide Filipe Machaua - Facilitador Ricardina Valente Chapo - Facilitador Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Stepping Stones: A Training Package on HIV/AIDS, Communication and Relationship Skills (Um Pacote de Formação sobre o VIH / SIDA, Competências de Comunicação e Relacionamentos) (Número de encomenda: ActionAidO1) 41 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA SteppingStonesSummary(Sumário do Stepping Stones) (Número de encomenda: ActionAid02) Final Evaluation: Adolescent RH in Maputo City and Zambezia, July 2001 (Avaliação final: RH em Adolescentes na Cidade de Maputo e na Zambézia, Julho 2001) (Número de encomenda: ActionAid03) Report of the Evaluation of the HIV/AIDS Programme 1998-2001 (Relatório sobre a Avaliação do Programa VIH / SIDA 1998-2001) (Número de encomenda: ActionAid04) Gender, Sex and HIV: How to Address Issues that No One Wants to HearAbout (Género, Sexo e VIH: Como Lidar com Questões de que Ninguém Quer Ouvir Falar) (Número de encomenda: ActionAidO5) Vídeo (Número de encomenda: ActionAid06) APENDICE 1. PRINCIPAIS PAPEIS DO PESSOAL, PROGRAMA DA ACTIONAID Directores Nacionais, ActionAid Os directores estão encarregues do programa em todo o país distribuindo fundos e aprovando mudanças nas actividades do programa. Coordenador VIH 1 SIDA O coordenador responde directamente perante o director nacional e tem a seu cargo o funcionamento técnico e administrativo do dia a dia do programa. Conta com a assistência dos departamentos de administração e de recursos humanos. Os coordenadores provinciais para o VIH / SIDA, os auxiliares para o VIH / SIDA e os facilitadores respondem perante ele. A nível distrital, é assistido pelos coordenadores de área distritais. Com o auxílio do funcionário do programa, é responsável pela selecção dos formadores para os facilitadores. Funcionário do programa VIH 1 SIDA (Província de Maputo) O funcionário do programa é responsável pela supervisão do programa VIH 1 SIDA na província de Maputo. Ele ou ela respondem directamente perante o coordenador VIH / SIDA e ajudam na selecção e formação dos facilitadores. Coordenador Provincial (Província da Zambézia) O coordenador provincial orienta todo o programa provincial e supervisiona o programa VIH / SIDA. 42 Seçcão 3: Moçambique Coordenador da Área Distrital (CAD) O CAD está encarregue de todo o Programa da Action Aid a nível distrital e é responsável por verificar que os facilitadores estão a trabalhar e a preparar-se para as suas visitas à comunidade. Se surgirem problemas, os CAD devem servir como elo de ligação entre os facilitadores e o auxiliar VIH / SIDA. Auxiliar VIH 1 SIDA Os auxiliares VIH / SIDA são responsáveis por auxiliar o coordenador provincial na orientação do programa VIH / SIDA. Têm responsabilidades directas de supervisão sobre os facilitadores e também conduzem formação de facilitadores sempre que for necessário. Facilitadores Os facilitadores são responsáveis por conduzirem os workshops no interior das comunidades. A sua formação e supervisão são importantes pois são eles que são responsáveis pelo êxito ou pelo fracasso do programa Stepping Stones. Director Nacional Action Aid Finanças e administração Recursos Humanos Segurança alimentar Coordenador Nacional Patrocinio Educação VIH/SIDA Coordenador Provincial VIH/SIDA Oficial do programa VIH/SIDA CAD Maganja da Costa CAD Pebane CAD Marracuene CAD Manhiça Auxiliares do programa VIH/SIDA Facilitadores Facilitadores Nota: CAD = coordenador da área distrital Figura A. 1. Organigrama 43 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. DADOS SOBRE O PESSOAL Número Posição/Título Género de Pessoas A tempo inteiro e 1 Coordenador nacional Masculino com salário 1 Funcionário do programa HIV/SIDA Masculino 1 Coordenador Provincial Feminino 2 Auxiliar do programa VIH / SIDA 1 masculino, 1 feminino 1 Auxiliar do Programa Masculino A tempo parcial e 1 Coordenador distrital, Manhiça Feminino com salário 1 Coordenador distrital, Marracuene Feminino 1 Coordenador distrital, Pebane Masculino 1 Coordenador distrital, Maganja de Masculino Costa Supervisores 32 Facilitadores 16 femininos, séniores voluntários 16 masculinos (que não recebem 3 Supervisores Todos do sexo incentivos masculino subsídios) 44 Seçcão 3: Moçambique UNFPA e Pathfinderlnternatíonal: Geração Biz, Clínicas Amigas para Jovens PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa Desde 1999 que três Ministérios (Juventude e Desporto, Educação e Saúde) têm vindo a coordenar um programa multi-sectorial em colaboração com algumas ONG, associações e redes de jovens. Este programa tem como objectivo colmatar a falta de conhecimentos, de competências e de acesso dos jovens Moçambicanos a serviços de saúde sexual e reprodutiva amigos dos jovens. O programa chama-se Geração Biz, um nome escolhido pelos próprios jovens para representar uma geração activa e para realçar que eles desejam desempenhar um papel importante na protecção da sua própria saúde reprodutiva. O Geração Biz teve o seu início a nível central tendo as suas actividades sido implementadas na cidade de Maputo e na Província da Zambézia. Em 2002, as actividades tinham também sido iniciadas nas províncias de Gaza, Maputo e Tete. Espera-se uma expansão do programa em todas estas províncias e em novas províncias durante os próximos anos. Na componente escolar, implementada em colaboração com o Ministério da Educação, os estudantes aprendem a informar e a dar poder aos seus pares de dentro e fora do sistema escolar, relativamente a áreas tais como a sexualidade, a gravidez na adolescência, abortos e DST/HIV/SIDA. Para o fazer, utilizam o aconselhamento, o teatro, o cinema, debates em grupo e locais de discussão juvenil. Na componente comunitária trabalha-se com o Ministério da Juventude e Desporto e com as associações juvenis. Os centros para jovens são estabelecidos em locais onde os jovens podem ir para receber aconselhamento, preservativos e serem encaminhados para serviços de saúde amigos dos jovens (SSAJ). Os jovens ajudam também a preparar e a colocar no ar os programas de rádio da comunidade. Isto ajuda a criar laços entre a escola e a comunidade e optimiza os recursos e o impacto dos esforços. Neste relatório, apenas se discute a componente clínica do programa na cidade de Maputo Em 1999, uma avaliação das necessidades foi levada a cabo pelo Ministério da Saúde na Cidade de Maputo para avaliar a situação dos centros de saúde e dos serviços prestados aos jovens. Os analistas concluíram que a maior parte dos centros de saúde necessitavam de obras e de equipamento para servirem as necessidades dos jovens. Além disso, o chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Central de Maputo havia notado um grande afluxo de adolescentes com complicações relacionadas com a prática de abortos. Simultaneamente, o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) estava a desenvolver um programa de saúde sexual e reprodutiva para adolescentes (SSRA). As duas organizações decidiram colaborar, incorporando serviços amigos dos jovens nas instalações de saúde do governo. O financiamento necessário foi recebido através do UNFPA e da Agência Alemã Para a Cooperação Técnica (GTZ). 45 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Cinco clínicas amigas dos jovens, situadas em centros de saúde já existentes, abriram em Outubro de 1999 na Cidade de Maputo. Em Novembro de 1999, abriu outra clínica no Hospital Central de Maputo e mais duas abriram desde então. Estas clínicas fornecem espaços privados separados, para os jovens, onde podem receber serviços confidenciais de saúde amigos dos jovens e de aconselhamento oferecidos por pessoal habilitado. Quando as clínicas amigas dos jovens abriram, havia cerca de 150 jovens a visitá-las por mês. Este número aumentou desde então para cerca de 700 por mês. antes de * Advocacia com o governo e comunidade. 1999 > * Planeamento e desenvolvimento do Programa. 1999 > * Avaliação das necessidades realizada pelo Ministério da Saúde. * Primeiro financiamento da GTZ e UNFPA para uma clínica para adolescentes no Hospital Central de Maputo. * Pessoal-chave recrutado e treinado. a Instalação de clínicas amigas dos jovens em cinco centros de saúde. * Clínica amiga dos jovens instalada no Hospital Central de Maputo. 2000 > * Dá-se início à campanha de publicidade das clínicas amigas dos jovens. * Dá-se início ao trabalho sobre materiais de informação-educação- comunicação (IEC). 2001 => * Mudança comportamental, das atitudes e do conhecimento (KABC - MCAC) e Levantamento sobre Satisfação do Cliente realizada em clínicas (resultados ainda não disponíveis) * Materiais de IEC finalizados, produzidos e distribuídos. * Realização de uma avaliação. 2002 > * Alargamento do programa às províncias de Maputo, Gaza e Tete, com fundos do UNFPA e Agência Internacional Dinamarquesa para o Desenvolvimento (DANIDA). Figura 1. Cronologia dos Prlncipals Eventos do Programa Visão Geral do Programa Missão A missão deste programa multi-sectorial é melhorar a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, incluindo a redução de gravidezes prematuras ou indesejadas, bem como DST e a infecção pelo VIH. A intenção específica das clínicas amigas dos jovens é fornecer aos jovens entre os 15 e os 24 anos serviços de saúde reprodutiva e aconselhamento amigos dos jovens, através dos serviços médicos governamentais. 46 Seçcão 3: Moçambique Objectivos De acordo com o coordenador do programa, os objectivos do programa são: * oferecer um acesso melhorado aos serviços de SSRA (incluindo informação, educação e aconselhamento) aos jovens dentro e fora do sistema escolar, através da criação de serviços clínicos e de aconselhamento sobre saúde reprodutiva especializados e amigos dos jovens; . fomentar a consciencialização e a adopção de um comportamento sexual e reprodutivo seguro, responsável e sensível; * aumentar a utilização dos serviços de saúde reprodutiva por jovens dentro e fora do sistema escolar; . fortalecer os mecanismos para envolver os jovens de ambos os sexos em todos os aspectos do programa bem como fomentar a sensibilização em relação ao género e à igualdade como uma componente fundamental das actividades de SRSA; . desenvolver a capacidade técnica e institucional dos ministérios do governo, dos seus parceiros e da sociedade civil para planear, implementar e monitorizar as actividades do sector. MS & DPS Centros Amigos dos Jovens Enfermeiros diplomados e Educadores de pares / \- Concelho Nacional da Juventude & \ Associação Local da Juventude MJD & DPJD ME & DPE Comunidade juvenil Escola Actividades dirigidas a Educadores de pares e jovens professores professores e enfermeiro ME & DE Nota: MS - Ministério da Saúde; DPS - Direcção Provincial de Saúde; ME - Ministério da Educação; DPE - Direcção Provincial de Educação; MJD - Ministério da Juventude e Desporto; DPJD - Direcção Provincial da Juventude e Desportos. Figura 2. Visão Geral do Programa Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário consiste de jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos que vivem na Cidade de Maputo. No entanto, as crianças menores desta idade também são bem-vindas nas clínicas. 47 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Grupo-alvo Secundário O programa também se dirige a agentes de saúde que tenham formação em aconselhamento e técnicas de comunicação com adolescentes, assim como em cuidados clínicos com os jovens. Localização O programa está a ser implementado em cinco centros de saúde do Hospital Central de Maputo. Só este hospital possui SSAJ a tempo inteiro; os centros de saúde estão abertos apenas em dias específicos no turno da tarde. No início, os centros de saúde estavam abertos duas vezes por semana; actualmente estão abertos três a quatro vezes por semana. Duração do Programa Este programa está em funcionamento há três anos. Os jovens frequentam as clínicas sempre que querem ou necessitam. A lista na figura 3 mostra o modo como o conselheiro técnico ordenou os objectivos do programa. O objectivo do SSAJ é fornecer serviços e aconselhamento aos jovens. Prevenção contra DST/IST Prevenção contra o VIH / SIDA abstínência para aqueles que não são ainda sexualmente activos u , - ., i i LI~ Nota DST = doenças sexualmente transmissíveis STI -= infecções sexualmente transmissíveis Figura 3. Objectivos do Programa Ordenados Por Ordem Crescente No entanto, devemos ter em mente que isto faz parte de um programa mais alargado que é dirigido aos jovens nas escolas e nas comunidades. Este programa mais alargado lida com as questões amplas de sexualidade e género. Abordagens do Programa O principal enfoque das clínicas é promover uma sexualidade saudável entre os jovens. Todas as abordagens são consideradas eficazes mas são utilizadas a diferentes níveis, de acordo com o que o paciente deseja. Os enfermeiros pensavam que o aconselhamento era a abordagem mais importante porque lhes permite abordar uma vasta 48 Seçcão 3: Moçambique gama de tópicos que não são necessariamente aqueles que a criança e/ou o jovem veio discutir à clínica. Por exemplo, os enfermeiros podem dar conselhos sobre não confundir sexo com amor. A abstinência é considerada a abordagem menos importante, embora as crianças que frequentam a clínica e que não são ainda sexualmente activos sejam encorajadas a retardar a iniciação sexual. Os componentes do programa sobre a escola e a comunidade tratam mais da abstinência, educação por pares, direitos individuais etc. Actividades Os enfermeiros achavam que o aconselhamento individual era eficaz por que podiam falar com os jovens e dar-lhes conselhos que os ajudavam a tomar decisões sobre a saúde sexual e reprodutiva. Por exemplo, se aparecesse uma rapariga com DST, dar-lhe-iam conselhos sobre as vantagens de usar um preservativo (protecção dupla), apesar de ela já poder estar a utilizar qualquer outra forma de contracepção. Componentes O programa consiste numa componente principal, os SSAJ. Nos cinco centros de saúde, há um ou dois enfermeiros que dedicam três ou quatro tardes por semana (do meio- dia às 15.30) para receber jovens. De manhã atendem pacientes adultos. Aconselhamento sobre VIH / SIDA • Serviços de saúde sexual / reprodutiva o Acesso à informação • Acesso à contracepção / preservativos o Testes de VIH / SIDA * Educação sexual I VIH / DST * Educação sobre contracepção Como respeitar os direitos indíviduais * Educação por pares * Auto-eficácia / auto estima . Criação de competências comportamentais / de vida L_____ Abstinência ___ Figura 4. Abordagens do Programa Ordenadas por Ordem Crescente 49 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais impressos (panfletos, brochuras, álbuns em episócdl Distribuição de preservativos Aconselhamento individual Figura 5. Actividades do Programa Não Ordenadas No Hospital Central de Maputo, há três enfermeiros formados que trabalham a tempo inteiro no SSAJ. Todos os dias há um médico que vem à clínica durante pelo menos duas horas. Aconselhamento e testagem voluntários (voluntary counseling and testing - VCT) estão disponíveis no Hospital Central de Maputo mas não nos centros médicos. O que se passa de facto nas clínicas varia de caso para caso. No entanto, um exemplo típico dos passos que se seguem durante uma visita clínica são descritos em seguida: * quando um(a) jovem aparece pela primeira vez, ele ou ela são cumprimentados e pede- se-lhe que preencha uma ficha para que o(a) jovem entre no sistema; * enquanto esperam pela enfermeira, os pacientes podem ver vídeos sobre a sexualidade nos adolescentes e sobre a prevenção contra o VIH / SIDA / DST ou falar com os supervisores seniores que estejam de serviço; * o enfermeiro aconselha os jovens sobre o assunto que eles vieram discutir. Por exemplo, se os jovens vêm por que pensam que têm alguma DST, são tratados e explica-se-lhes o modo como podem de futuro evitar contrair as DST. Também se pede aos jovens que estejam a ser tratados contra alguma DST que tragam o seu/sua parceiro(a) à clínica o mais depressa possível; * o enfermeiro depois conversa com o jovem sobre contracepção e as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos. Isto significa ensiná-los a utilizar o preservativo (por meio de um pénis de madeira) mesmo que a jovem/mulher esteja a tomar a pílula ou a utilizar o método de contracepção do calendário. O objectivo desta componente das visitas à clínica é reduzir a infecção pelas DST/ VIH; . os enfermeiros realizam também aconselhamento cara-a-cara, para tentar modificar os comportamentos. Por exemplo, podem discutir a auto-estima e diversas maneiras de dizer não ao sexo, os relacionamentos com os pais e a família, etc; . todos os dias, educadores de pares/colegas de escolas próximas vêm conversar com os jovens que estão de visita às clínicas SSAJ sobre diversos tópicos relacionados com SSRA, incluindo mudanças de comportamento e de atitude. Normalmente o aconselhamento compreende discussões individuais, utilizando brochuras e álbuns em episódios. Se surgir qualquer problema para o qual os enfermeiros nos centros de saúde não estejam preparados para dar resposta, o paciente é encaminhado para um médico do hospital na clínica para jovens. 50 Seçcão 3: Moçambique Uma vez por mês, os enfermeiros do Hospital Central de Maputo encontram-se com os enfermeiros dos centros de saúde, com o conselheiro técnico e o gestor do UNFPA-Pathfinder International. Estas reuniões servem para discutir casos e experiências do mês anterior. Estudo de caso: A Clínica a Adolescentes do Hospital Central de Maputo PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades O Ministério da Saúde realizou em 1999 um levantamento das necessidades na área de saúde sexual e reprodutiva para jovens. Neste levantamento foi utilizado um guião d en om in a do A valiação de Serviços A mig'os dos A dolescentes e Jo vens, a d apta do d o m an u al Serviços de Saúde Reprodutiva para Adolescentes produzido pela Pathfinder International. O guião analisa e avalia: • os tipos de serviços oferecidos pela clínica, incluindo: - se existe um pacote especial para adolescentes, - se se oferece aconselhamento, - se há quaisquer actividades educacionais, - se há material educativo em quantidades suficientes; • o horário de trabalho da clínica; • o ambiente da unidade de saúde (Tem um local confortável para os adolescentes? Tem uma sala de espera privada?); • a localização da clínica - se existe transporte público, se é próximo das escolas ou de locais onde os adolescentes passam a maior parte do seu tempo livre; • a capacidade da clínica (número e tipo das enfermarias, número de camas, número de pacientes observados por mês, etc.); 51 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * o pessoal foi formado em saúde dos adolescentes, oferece serviços amigos dos jovens, etc.; * o envolvimento dos jovens, apoio político, processos administrativos, recrutamento, publicidade e custos dos serviços. Infelizmente, os dados sobre o número de centros de saúde visitados e das pessoas entrevistadas não se encontravam disponíveis. No entanto, sabe-se que os dados foram obtidos por meio de entrevistas e observações. Para além do estudo mencionado em cima, foi organizado um inquérito aos jovens que estão dentro e fora do sistema escolar, utilizando grupos de discussão especializados para descobrir aquilo de que eles gostam ou não gostam nas clínicas SSAJ e o que poderia encorajá-los a visitar as clínicas. Os resultados indicaram que: * a maior parte das clínicas precisava de obras para criar um espaço acolhedor para os adolescentes; * as clínicas precisavam de melhor equipamento, incluindo materiais tais como cortinas, roupa de cama e mobiliário bem como instrumentos ginecológicos / obstétricos básicos; o pessoal precisava de ser formado em questões de saúde dos adolescentes. Os resultados da avaliação de necessidades foram utilizados para organizar SSAJ em centros de saúde que puderam proporcionar um espaço com privacidade, que eram de fácil acesso e que ofereciam uma gama de serviços. Materiais do Programa Os materiais do programa são em Português e foram criados e pré-testados pelos conselheiros técnicos, congéneres nacionais e jovens, com o apoio de consultores externos. Demorou quase um ano a criar os materiais, a testá-los, a produzi-los e a distribuí-los. Materiais para o Grupo-alvo Existem cinco brochuras que cobrem todos estes tópicos: Adolescence - So Much Change at the Same Time (Adolescência - Quanta Mudança ao Mesmo Tempo) (inclui uma lista de SSAJ), Pregnancy - So Easy to Avoid (Gravidez - E tão Simples Evitar), HIV/AIDS - A Lot of Talk but Little Knowledge (VIH / SIDA - Muito se fala mas pouco se sabe...), STDs - Protected if You Use Condoms (DST - Está protegido quem usa preservativos) e Boys and Giris - Different but the Same (Meninas e rapazes: Diferentes porém iguais). Estas brochuras incidem sobre as crianças e adolescentes urbanos, são bem escritas e de fácil compreensão e estão disponíveis nos centros de saúde, no Hospital Central de Maputo e nas escolas. Uma telenovela chamada Jaime e Maria está disponível para jovens que estão fora do sistema escolar e que vivem nas áreas rurais. Materiais Adicionais Autocolantes e cartazes com a mesma marca das brochuras estão disponíveis nas clínicas e nas escolas. Incluem mensagens sobre o programa e incluem tópicos, tais como saúde e prazer, onde encontrar preservativos e como os utilizar, como mudar o comportamento e como comunicar com o parceiro. Vídeos sobre a adolescência, gravidez, as DST e outras questões relacionadas com a SSRA estão também disponíveis nas clínicas. 52 Seçcão 3: Moçambique Materiais para a Formação do Pessoal Utiliza-se um manual para os agentes de saúde a fim de formar os médicos e os enfermeiros em aconselhamento e no modo como oferecer serviços clínicos, tais como a contracepção e tratamento contra as DST, duma maneira acessível aos jovens. O manual foi adaptado do Manual para os Agentes de Saúde da PathfinderInternational. O manual possui secções onde se realizam encontros de reflexão, discussões em grupo e teatro, durante os quais todos, num grupo, participam e assim contribuem com as suas experiências para a formação. O manual está dividido em nove unidades, como se segue: Unídade Um: A Natureza da Adolescência . Por que é que os Agentes de Saúde Devem ser Formados em Saúde Sexual e Reprodutiva para Adolescentes Direitos dos Adolescentes * Os Diferentes Estágios de Desenvolvimento do Adolescente . Os Possíveis Problemas de Saúde na Adolescência Unidade Dois: Comportamento de Risco e a Vulnerabilidade dos Adolescentes * O que Torna os Adolescentes Vulneráveis * Vulnerabilidade Física, Emocional e Socioeconómica * Problemas de Saúde * Por que é que os Adolescentes Adoptam Comportamentos de Risco Unidade Três: Como Atender os Adolescentes Como Tomar nota do seu Historial Clínico Como Tomar nota do seu Historial Familiar e Pessoal . Como Tomar nota do seu Historial Psicológico e Social * Como Tomar nota do seu Historial Sexual * A Diferença Entre Tomar nota de Historiais de Homens e de Mulheres Unidade Quatro: Opções Contraceptivas para o Adolescente * Rumores e Equívocos sobre a Contracepção * Riscos de Saúde na Gravidez Precoce . Consequências da Gravidez na Adolescência Diversos Tipos de Contracepção e as suas Vantagens e Desvantagens . Aconselhamento sobre Métodos de Contracepção * Efeitos Secundários Mais Frequentes da Contracepção e Equívocos sobre Contraceptivos Unidade Cinco: Gestão da Prevenção das DST e Prevenção do VIH / SIDA . Historial Clínico e Manifestação . Contágio e Sintomas Clínicos * Gestão Sindromática das DST * VIH / SIDA e os nossos Sistemas Imunitários / Contágio Estratégias para uma Prevenção com Êxito das DST nos Adolescentes . Barreiras nos Serviços e na Informação 53 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Unidade Seis: Sexo Seguro e Protecção para os,Adolescentes * Técnicas para o Sexo Seguro * Como Negociar Sexo Seguro * Por que é que os Adolescentes Não Praticam Sexo Seguro Unidade Sete: Outros Tópicos sobre Saúde Reprodutiva . Abuso Sexual e por que é que o Abuso Sexual é um Problema de Saúde Reprodutiva * Indicadores Físicos e Comportamentais de Abuso Sexual * Como Obter o Historial do Abuso Sexual • Barreiras para Conseguir Obter o Historial do Abuso Sexual • Definição e Identificação da Orientação Sexual Unidade Oito: Gravidez, Parto e Cuidados Pós-Natal na Adolescência * Cuidados Físicos numa Adolescente Grávida * Exame Físico numa Adolescente Grávida * Como Aconselhar o Adolescente no Período Pré-Natal * Preparação para o Parto Durante as Visitas Pré-Natal . Parto . Apoio às Adolescentes Durante o Parto * Cuidados Postpartum * O que Sentem / Desejam os Pais Adolescentes Unidade Nove: Cuidados no Aborto e no Pós-Aborto na Adolescência * Classificações • Diagnósticos Diferenciais * Aborto Não Seguro e Complicações Mais Frequentes . Os Adolescentes e o Aborto • Aconselhamento * Tratamento de Emergência para Abortos Incompletos Para além destas unidades, está disponível um módulo sobre formação de formadores, preparado em 2000 com o apoio de uma equipa técnica regional do UNFPA. Selecção e Formação do Pessoal Foram formados um ou dois enfermeiros especializados em saúde materno-infantil da unidade de ginecologia e obstetrícia de cada centro de saúde. Na clínica de adolescentes do Hospital Central de Maputo, foram formados três enfermeiros. Como esta foi a primeira selecção de enfermeiros e médicos para o programa, os critérios de selecção foram bastante flexíveis. Os agentes de saúde foram designados (pelos seus supervisores) por terem vontade de trabalhar com adolescentes, vontade de aprender, serem simpáticos, abertos, aptos a comunicar e tratarem as pessoas com respeito. Os enfermeiros e médicos receberam formação em aconselhamento e como agentes de serviços para os adolescentes, utilizando o manual discutido na secção acima sobre materiais de formação para o pessoal. A formação foi administrada por um conselheiro técnico do UNFPA-PathfinderInternationa/e pelo seu congénere do Ministério da Saúde, que 54 Seçcão 3: Moçambique possuem formação a nível de pós-graduação em saúde na adolescência. A formação em aconselhamento e serviços clínicos para a adolescência, teve uma duração de cerca de 10 dias, consistindo em discussões de grupo, encontros de reflexão e peças de teatro levados a cabo pelos participantes incluindo tópicos tais como comunicação eficaz. Toda a formação de pessoal abrangeu as seguintes componentes nucleares: . o conceito de uma clínica para adolescentes; * as intenções e os objectivos do programa; . como aumentar os conhecimentos clínicos do pessoal. A ênfase estava no modo como lidar com o diagnóstico e o tratamento de DST, prevenção do VIH 1 SIDA e contracepção para adolescentes; * competências necessárias para trabalhar com jovens (por ex. saber escutar, abertura, simpatia). Não voltou a realizar-se qualquer formação depois da primeira em 1999. Em vez disso, tem havido encontros técnicos mensais durante os quais as questões técnicas dos enfermeiros podem ser actualizadas. Estão planeadas novas formações para farmacêuticos e agentes auxiliares, tais como, recepcionistas e funcionários de limpeza, para tornar agradável toda a experiência dos jovens nos centros de saúde. Estabelecimento do Programa Antes de instalar o programa, os representantes do departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Central de Maputo realizaram reuniões com o UNFPA e Pathfinder International sobre o modo como os serviços amigos dos jovens podiam ser integrados nas instalações sanitárias do governo. No seguimento da mudança introduzida no curriculum relativamente à sexualidade e saúde reprodutiva nas escolas (que foi realizada pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação [INDE]), que faz parte do Ministério da Educação, foram organizadas diversas reuniões com as comunidades e as escolas para as informar sobre a organização das clínicas amigas dos jovens e os motivos para a sua criação. Como Instalar uma Clínica Amiga dos Jovens * Foram seleccionados cinco centros de saúde após uma avaliação de necessidades realizada pelo Ministério da Saúde e pelo UNFPA. O Hospital Central de Maputo também foi escolhido, embora aqui não tivesse sido realizada qualquer avaliação. * Perguntou-se à Administração Sénior se estaria disposta a ajudar e a oferecer SSAJ nos seus centros de saúde e no hospital. • Foi realizado um trabalho de advocacia na comunidade para explicar a necessidade de existirem SSA]. . Foram seleccionados e formados enfermeiros e médicos (consulte a secção acima sobre selecção e formação de pessoal). * As clínicas SSAJ das unidades de saúde e o Hospital Central de Maputo foram reparados e receberam equipamento e material educativo. • As clínicas SSAJ foram anunciadas na rádio, em cartazes e nas escolas. 55 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * Os enfermeiros reúnem-se uma vez por mês para discutir questões relacionadas com as clínicas. Recursos do Programa Utiliza-se um auditório na clínica para adolescentes do Hospital Central de Maputo para reuniões que está actualmente a ser transformado em biblioteca para os enfermeiros e também em sala para aconselhamento de grupo para os supervisores seniores. Cartazes, brochuras e vídeos são ali guardados. Os preservativos armazenam-se nos consultórios, na sala de espera e na farmácia. Advocacia Realizam-se reuniões todos os meses com os parceiros do programa - os Ministérios da Saúde, Educação e Juventude e Desporto - sobre o progresso do programa. Através desta cooperação, o programa pôde ajudar na aprovação de uma política da juventude no Parlamento. A política destaca estilos de vida saudáveis, promovendo e implementando programas que garantem o acesso dos jovens à informação e a serviços de saúde sexual e reprodutiva integrados e de alta qualidade. Ao nível político, o governo tem vindo a promover o alargamento dos SSAJ a todas as províncias. Organizam-se reuniões com a comunidade (enviando cartas das escolas aos pais e através dos líderes da comunidade) para fomentar a sensibilização para a necessidade de tais clínicas. O INDE havia também fomentado a sensibilização através da sua investigação sobre o modo de incluir a sexualidade no curriculum escolar. Deste modo, a reacção do público às clínicas foi, em geral, de aceitação. Finanças do Programa O financiamento total da componente SSAJ na Cidade de Maputo foi de USD$215,147. (Para uma análise detalhada, por favor consulte Moçambique UNFPA-Pat/ifinder International, Apêndice 3). Em 2001, 11,726 jovens foram observados com um custo estimado de cerca de USD$18.40 (215,147/11,726) por jovem. 56 Seçcão 3: Moçambique Tabela 1. Financiamento Total Recebido Do UNFPA e DANIDA (USD$) Componente 1999 2000 2001 Total Pessoal 190,962 291,939 344,556 827,457 Sub-empreitadas 2,854 20,423 104,185 127,462 Formação 81,820 96,850 104,185 282,855 Equipamento 163,754 52,232 155,549 371,535 Diversos 17,436 42,853 151,433 211,722 Suporte Administrativo e o 29,639 87,112 116,751 Operacional Total 456,826 533,936 947,020 1,937,78 2 PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇOES APRENDIDAS Desafios e Soluções Coordenador do Programa Acesso Os serviços de SSRA devem ser oferecidos de uma maneira polivalente e integrada. Devem incluir adolescentes que estão fora e dentro do sistema escolar. Uma das maneiras de o fazer é institucionalizar os serviços amigos dos jovens. Como Envolver os Jovens Os jovens devem ser encarregues de procurar soluções para os seus problemas. Devem ser envolvidos activamente no planeamento, gestão e implementação dos serviços de saúde. Para dar início a este processo, os jovens devem ser ouvidos e devem ser realizados, em conjunto, processos de investigação para descobrir as suas necessidades. Preservativos Os preservativos devem ser apresentados a partir do início dos programas e o acesso a eles deve ser fácil e contínuo. Empenhamento do Pessoal O pessoal que trabalha com programas para jovens deve estar empenhado em ajudar os jovens a lidar com as questões de saúde sexual e reprodutiva. 57 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Como Atingir os Homens Devem ser desenvolvidas maneiras de atrair os jovens do sexo masculino. Deve haver um modo mais específico, em termos de publicidade, para atingir os rapazes e os homens, encorajando-os a frequentar os centros de saúde. Deve haver serviços em ambientes acolhedores e devem ser encorajados a ser responsáveis em relação aos seus parceiros. Sustentabilidade Ao fomentar a sustentabilidade, o desafio global será transferir efectivamente o planeamento de alta qualidade e a implementação para o governo. Autor do Relatório • Embora existam brochuras e panfletos dispostos ao longo das paredes dos corredores nos centros de saúde, há também a necessidade de mais material deste tipo para os jovens poderem levar para casa. . Actualmente, as clínicas estão abertas das 8 horas às 15 horas, o que corresponde ao horário das escolas. Os utentes chegam durante o intervalo ou nos períodos que não têm aulas. Os horários das clínicas deveriam ser alargados; talvez as clínicas devessem também estar abertas de manhã cedo e durante a noite. • Os enfermeiros expressaram a necessidade de terem mais formação contínua, especialmente na área do VIH / SIDA. * Apesar de os enfermeiros dos diferentes centros e do hospital deverem ter reuniões mensais, quando foram questionados sobre este assunto, apenas deram uma informação bastante limitada sobre o que se passa nestas reuniões. Isto pode sugerir que as reuniões deveriam ser melhor estruturadas para se discutirem os assuntos importantes. * As discussões em grupo com enfoque especial, devem ser realizadas no meio dos jovens (em especial dos jovens do sexo masculino) para descobrir por que razão eles não vêm às SSAJ e o que deveria ser feito para os encorajar a assistir. Avaliação Em 2001, os consultores externos e os conselheiros técnicos regionais do UNFPA realizaram uma avaliação do programa. Foram realizadas entrevistas informais com enfermeiros, estudantes e jovens que estavam nas clínicas quando a equipa avaliadora ali se encontrava. O objectivo era descobrir o que eles pensavam sobre o programa. A avaliação concluiu que as clínicas estavam a funcionar bem e que ofereciam um serviço útil para os adolescentes e os jovens, o pessoal estava bem informado, motivado, era respeitador e simpático e os jovens e adolescentes eram bem recebidos. A qualidade dos serviços clínicos e de aconselhamento era elevada. Durante os três anos em que os serviços têm estado em operação, o atendimento na clínica aumentou 70% e o uso do preservativo aumentou em 28%. A maioria dos adolescentes que frequentam as clínicas são estudantes, o que resulta num aumento da procura dos serviços durante as férias escolares. A maioria dos adolescentes e jovens que frequentam as clínicas são raparigas. Pode haver diversas razões para isto, nomeadamente: 58 Seçcão 3: Moçambique * as raparigas vêm para ter cuidados pré-natal ou contraceptivos (muito poucos rapazes vêm por causa dos contraceptivos); * tradicionalmente, a contracepção é da responsabilidade das raparigas; * os serviços clínicos e de aconselhamento são fornecidos por enfermeiras; * as raparigas consideram ser mais fácil discutir os seus problemas com pessoas que não conhecem bem do que os rapazes. Pontos de referência da UNAIDS Ponto de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem como Os jovens estão envolvidos no um principiante que já sabe, sente e planeamento e desenvolvimento dos pode agir no que respeita a um w materiais para o programa. desenvolvimento saudável e a uma prevenção relacionada com o VIH / SIDA. 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente Incide sobre jovens que são comuns no grupo de principiantes e conseguido sexualmente activos ou a pensar em nas respostas que são adequadas e tornar-se sexualmente activos. dirigidas ao grupo. Foi realizado um estudo sobre conhecimentos, atitudes, comportamentos que irá ajudar a determinar se a abordagem é adequada e relevante. Os resultados estarão disponíveis em breve. 3 Inclui não só conhecimento mas Através de aconselhamento, o também atitudes e competências B programa tenta oferecer necessárias à prevenção. competências e conhecimentos aos jovens bem como partilhar informação. 4 Compreende o impacto dos O programa Geração Bízensina os relacionamentos nas mudanças jovens a tratar as doenças a tempo. comportamentais e reforça valores N sociais positivos. 5 Baseia-se na análise das Os jovens recebem aconselhamento necessidades dos principiantes e sobre os problemas com que se numa avaliação mais alargada. deparam e que trazem à clínica. 6 Possui formação e apoio continuado Parcialmente Os agentes dos serviços são para professores e outros conseguido formados e reúnem-se mensalmente fornecedores de serviços. para discutir os seus problemas. Actualmente, não existem cursos de actualização. 59 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 7 Utiliza estratégias e actividades de Utiliza principalmente aprendizagem múltiplas e aconselhamento mas também participativas. Y vídeos, brochuras, etc. Outras componentes do programa utilizam outras técnicas, tais como, a educação por pares. 8 Envolve a comunidade alargada. Parcialmente A comunidade alargada não está conseguido envolvida neste aspecto do programa. No entanto, está incluída noutras componentes. Por exemplo, fornecem feedbackde informações nos espectáculos de rádio. 9 Garante a sequência, progressão e Jovens diferentes requerem continuidade das mensagens. mensagens diferentes. À medida 4 que chegam para consultas depois da sua primeira visita, os enfermeiros aumentam os seus conhecimentos sobre os participantes individuais. l1 Está colocado num contexto Não se aplica adequado no curriculum escolar. 11 Dura um período de tempo O aconselhamento dura cerca de 20 suficiente para realizar as metas e a 30 minutos, com a possibilidade os objectivos do programa. N de mais sessões se necessário ou desejado. 12 É coordenado com um programa de O programa da clínica faz parte de saúde escolar mais alargado. um programa mais alargado que 4 envolve intervenções com base na escola e na comunidade. 13 Contém mensagens factualmente O UNFPA é considerado uma correctas e consistentes. organização especializada em saúde 4 reprodutiva e ajudou na elaboração dos materiais. 14 Obteve apoios políticos através de O governo tem estado envolvido uma intensa campanha para desde o início e espera-se que estes ultrapassar barreiras e expandir-se. 4 SSAJ sejam criados em todas as instalações de saúde governamentais. 15 Retrata a sexualidade humana como Os enfermeiros aconselham uma parte natural e saudável da qualquer pessoa que apareça, vida e não é depreciativo em relação 4 independentemente do género, raça ao género, raça, etnia ou orientação ou orientação sexual. sexual. 16 Inclui monitorização e avaliação. Foram realizadas duas avaliações. 60 Seçcão 3: Moçambique PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos UNFPA/PathfinderInternatíonal: Moçambique CTC Rita Badiani Av. Do Zimbabwe 830 C.P. 1590 Maputo, Moçambique E-mail- Odete@unfpa.uem.mz ou RBadiani@pathfind.org ou Izilhao@pathfind.org Colaboradores no Relatório O relatório do programa foi preparado por Esther Kaziliman-Pale. O relatório foi editado por Helen Bafios Smith. Agradecemos a ajuda das seguintes pessoas da Action Aid que nos forneceram muita da informação contida neste relatório: Rita Badiani - Conselheiro Técnico Chefe Júlio Pacca - Conselheiro técnico, Ministério da Educação, INDE Ivonne Zilhão - Conselheiro técnico, Ministério da Saúde Celmira Silva - Congénere nacional, Ministério da Juventude e Desporto Joaquim Matavele - INDE Helena Xerinda - INDE Dr. Nassifa - Coordenador clínico, Clínica Nacional para Adolescentes Ajamia Ibraimo - Enfermeira, conselheira para jovens Raquel José Daniel - Enfermeira, conselheira para jovens Deolinda Aurora - Enfermeira, conselheira para jovens, Maputo Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Programa de saúde escolar e do adolescente: Linhas de orientação para os serviços amigos dos adolescentes e jovens (SAA7) (Número de encomenda: UNFPA01) 61 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Direitos reprodutivos dos adolescentes (Número de encomenda: UNFPA02) Curriculum de formação de formadores em saúde reprodutiva e planeamento familiar: Módulo 16, serviços de saúde reprodutiva para adolescentes (Número de encomenda: UNFPA03) Manual do participante (Número de encomenda: UNFPA04) Panfletos: HIV/SIDA: Muito se fala mas pouco se sabe... DTS: Está protegido quem usa preservativos Gravidez: É tão simples evitar Meninas e rapazes: Diferentes porém íguais Adolescência: Quanta mudança ao mesmo tempo! Prazer com saúde Pequenos cartões com mensagens escritas nas costas Autocolantes (Número de encomenda: UNFPAO5) Cartazes (Número de encomenda: UNFPA06) APÊNDICE 1. PAPÉIS DO PESSOAL Principais Papéis do Pessoal do Programa Conselheiro Técnico Chefe Orienta e coordena todos os aspectos do programa. Conselheiros Técnicos Apoiam o Conselheiro técnico chefe em questões sobre saúde, educação e juventude. Cada conselheiro possui uma equipa congénere nacional a nível ministerial. Os conselheiros técnicos trabalham com os seus congéneres nacionais no funcionamento diário do programa. São também responsáveis pela supervisão dos conselheiros técnicos a nível provincial. Conselheiro Técnico para a Saúde Orienta o funcionamento dos SSAJ e é responsável por todos os aspectos técnicos do programa na Cidade de Maputo. Trabalha com a Direcção Municipal de Saúde, que é responsável pelas unidades de saúde da cidade. 62 Seçcão 3: Moçambique Clínicos São médicos funcionários do governo que são formados em atendimento amigo dos jovens que respondem às necessidades dos jovens encaminhados pelos enfermeiros. Dão também apoio no que diz respeito à gestão e actividades técnicas do programa. Enfermeiros Atendem às necessidades dos jovens. São também funcionários do governo. Conselheiro Técnico chefe Conselheiro técnico, saúde Conselheiro técnico, educação Conselheiro técnico, juventude Congénere nacional Congénere nacional Congénere nacional Direcção Municipal de Saúde Hospital Central de Maputo Direcção Provincial De Saúde Unidades de Saúde Direcção Municipal de Saúde Nota: A linha a tracejado indica contactos esporádicos entre a Direcção Provincial de Saúde e a Direcção Municipal de Saúde. Figura A.1. Organígrama do Programa UNFPA/PathflnderInternational 63 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. DADOS SOBRE O PESSOAL Número de Pessoas a Trabalhar Actualmente na Componente Clínica do Programa em Maputo Número de Posição / Título Género Pessoas A tempo inteiro e com 1 Conselheiro técnico chefe Feminino salário 1 Conselheiro Técnico Feminino 1 Congénere nacional Feminino 1 Coordenador clínico Feminino 15 Enfermeiros Feminino Supervisores seniores Não Consta Supervisores seniores voluntários (que não recebem incentivos/subsídios) APÊNDICE 3. FINANCIAMENTO DO PROGRAMA (EM USD$) Auxiliar Técnico 45,000 Consultor Internacional 15,000 Viagens/per diem 3,000 Consultor nacional 3,450 Honorários 4,753 Preparação do Material IEC 10,000 Conhecimentos de Investigação, atitudes e práticas e 8,000 BCC Material audiovisual 8,000 Bolsa de curta duração no estrangeiro 3,500 Workshop para desenvolvimento de curricula 3,957 Seminário de formação 19,954 Encontros com colaboradores 17,628 Visita de estudo 3,243 Curso de gestão 996 Cursos de Inglês e de Informática 355 Equipamento substituível 3,270 Custos de Reabilitação 48,000 Operação e manutenção 8,988 Custos de impressão 4,000 Diversos 5,063 Total 215,147 64 - - /- qeXew + . > >< ES `; \ ,N i , i % D s a L i t \ .\\ / '' \>'5 \\ ///`,t` >C9, \ N \ §l i .'i-[ IilFUlt,Sligel ,S;§<5i L j . , .................................................................................................... ! \ \ \ /S sief .X* ^.r^.. g.wb » i; B fA,: Ss F W,W " ................ Iiletg \\ \ \ {7 } t1 vY T T TS T, }D I 1|;A TS 1:i. I \ s ;rF%k;»TRG I1T s ; T 9 . S-. T2:< \ \ TT TIA-é*, HU§l | TEI 4 ElETr \ t 4 4 M I I X X 2 ] \ .|ç T +> ' | l P i e4 ! | 5 6 ^w - \ M. I 10X; I v x <. Ffi ___;a 3 . 4»L t, . ] . .................................................... J @ ..... S`b>lTT#T4 w 4 - '- I i \ I / \ ._er` j .s \ nD3F1 _ D. r.iç ;,Li ?4 -@--7s%iò \2rsX3; 0 W j4 / /? 3t t / o Pesquisa e formulação da abordagem do loveLife. 1999 = * A pesquisa continua. * Colunas iniciais nos jornais nacionais. * Programa inicial de rádio na FM Juventude (YFM). * Lançamento do loveLife. * Desenvolvimento inicial de publicações. * Estabelecimento de centros de atendimento sob a Comissão. Nacional de Juventude um para as crianças e um para os pais. 2000 > * Começa a campanha nos media com posters para dar. conhecimento sobre o nome do loveLife. * Transmissão de alguns programas de televisão e rádio. * Estabelecimento dos primeiros centros de jovens. * São desenvolvidos os critérios e começa a formação para estabelecer a NAFCI. * Planeamento do programa de franchise. 2001 => * Expansão dos elementos exteriores do programa tais como os centros de jovens, os jogos loveLife e o passeio. * E lançado e expandido o programa de franchíse. Lançamento do comboio do Amor (Lovetrain). Continua a campanha nos media. * Lançamento do NAFCI. 102 Seçcão 3: África do Sul 2002 = * Os elementos exteriores do programa crescem. São lançados mais centros de jovens e as instalações do NAFCI. A campanha nos media expande-se com campanhas dirigidas aos pais. * Extensão de programas de rádio a 17 estações. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa Visão Geral do Programa Missão O loveLife tem como missão reduzir, em pelo menos 50 por cento até ao ano 2005, a incidência de infecção pelo VIH e gravidezes entre os jovens dos 12 aos 20 anos na África do Sul. O programa centra-se na redução das consequências negativas do sexo prematuro entre os adolescentes promovendo uma saúde sexual e estilos de vidas saudáveis para os jovens. O loveLife tem como objectivo motivar e munir os jovens de instrumentos para poderem fazer escolhas saudáveis em todas as áreas das suas vidas. O tipo de escolhas que o programa loveLife aborda incluem: * permanecer na escola e continuar a escolaridade; fugir de drogas ilegais; respeitar-se a si mesmo e aos outros e rejeitar pressão coerciva por parte dos parceiros; . não ter relações sexuais antes de estar pronto ou preparado; * planear a vida familiar, usar contraceptivos e protecção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) se mantém relações sexuais; . respeitar e ser honesto para com o seu parceiro. Objectivos do Programa Os objectivos do programa loveLife são: * atingir os grupos de alto risco; • lidar com o amplo contexto do comportamento sexual; * fazer com que o uso do preservativo faça parte da cultura jovem; * manter a educação e a prevenção durante muitos anos a um nível de intensidade suficiente de modo a captar a atenção do público; deixar com que os jovens façam escolhas informadas; encorajar os jovens a partilhar responsabilidades; * encorajar a sexualidade positiva. Estes objectivos são baseados nos resultados das pesquisas sobre SSR conduzidas na África do Sul bem como em investigações internacionais. 103 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário do programa loveLife consiste dos jovens dos 12 aos 17 anos. Grupo-alvo Secundário O grupo-alvo secundário são os adultos que têm interacção com jovens, como por exemplo, trabalhadores de efectuam cuidados de saúde, professores, pais e outros membros da comunidade. Duração do programa O loveLife tem como objectivo diminuir até metade a infecção pelo VIH e a gravidez de adolescentes entre os 12 e os 17 anos de idade durante o período de seis anos que vai de 2000 a 2005. Para manter essa mudança comportamental, planeia-se a continuação do programa durante pelo menos 10 anos após este período inicial. Metas do Programa A figura 2 mostra as principais metas do programa. O coordenador do programa foi incapaz de as ordenar valorativamente pois entende-as como tendo igual importância e estando interligadas. Acredita-se, no entanto, que a mudança comportamental é o elemento principal para evitar o risco sexual e promover mudanças comportamentais a nível sexual. Abordagens do Programa Com o programa loveLífe pretende-se aumentar o conhecimento e promover a mudança de atitudes e mudança comportamental entre os jovens através das seguintes actividades: . oferecer informação e aconselhamento adequado. Isto assegura que os jovens estão correctamente informados, não só sobre o HIV/SIDA, mas também sobre os assuntos que o rodeia; * encorajar os jovens a 'falar sobre isso'. Por exemplo, alguns posters são um pouco misteriosos na sua mensagem. Isto encoraja os jovens a discutirem os assuntos. As discussões permitem-lhes tentar e mudar juntos e ajuda-os a internalizar as mudanças comportamentais desejadas; * encorajar os jovens a pensar de forma diferente. A estratégia de comunicação do loveLife procura alterar os valores e atitudes negativas sobre sexo, sexualidade e as relações entre os géneros entre os adolescentes. Uma vez que as pessoas agem de acordo com as suas crenças, se mudarmos as crenças, conseguiremos mudar as acções; . criar um novo estilo de vida. Internalizar atitudes novas requer que elas sejam colocadas dentro do contexto de escolha de um estilo de vida. A ideia é de criar novas normas comportamentais para a juventude. Isto pode ser alcançado ao conseguir que a juventude fique interessada na cultura popular do programa loveLife; . criar um ambiente de apoio. A criação de serviços destinados à juventude (como clínicas) e a formação de redes sociais positivas dão à juventude a confiança para fazer escolhas alternativas. 104 SeçNoo 3: África do Sul Na estratégia de comunicação para 2002, o princípio de'atraso' comportamentalmente conduzido foi central. A própria palavra 'atraso' não foi usada em nenhum produto do loveLífe divulgado nos media; pelo contrário, os produtos comunicaram o princípio de 'atraso' de modo engraçado e interessante que iam ao encontro dos jovens. Promover mudança comportamental Promover comportamento sexual saudavel Diminuir infecção pelo VIH Promover o uso de preservativos como parte da cultura juvenil Diminuir o número de parceiros sexuais Aumentar a idade de início da actividade sexual Figura 2. Metas do Programa Não Ordenadas Componentes O programa loveLífe compreende três componentes principais: 1. o conhecimento pelos media, informação e campanhas educativas; 2. uma resposta social que coloca prioridade no acesso e aceitabilidade de serviços (saúde) de qualidade para adolescentes e mobilização de redes sociais como parte de um programa de educação nacional, alcance exterior e apoio a jovens; 3. investigação que procura entender a dinâmica da epidemia do HIV/SIDA e que monitoriza e avalia as actividades e departamentos do programa loveLife. Não éo fim do teuD i Em que sentido é Prmvrunsdd rsevtvooo qataclura jvenis? Desde quando é que Não quer É estaa atua dizer Sim? i relação? Qual dos teus amantes decidiu o teu futuro? Campanha de posters do programa loveLife em 2002 105 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Campanha Multimedia O programa loveLife apresenta uma combinação de técnicas tradicionais de marketing com os princípios de educação de saúde pública adequados para criar uma marca de estilo de vida com o qual os jovens associarão uma vivência saudável e positiva. A campanha nos media é continuamente revista e adaptada de modo a reter a atenção dos jovens incluindo um número de elementos diferentes. Existem quatro componentes na campanha nos media, cada um dos quais é descrito com maior pormenor em baixo. Campanha externa Posters grandes são colocados em áreas rurais e urbanas. O objectivo destes posters é o de fazer com que os jovens falem sobre assuntos relacionados com a SSRA. Televisão Um número de diferentes programas de televisão dirigidos aos jovens é atribuído e transmitido pelo loveLife. Aqui se encontram três exemplos de programas populares do loveLife: MENtalidade SEXual. No dia 1 de Dezembro, Dia Mundial da SIDA, o programa loveLife apresentou a MENtalidade SEXual em parceria com o transmissor nacional. Foi um documentário de uma hora acerca da influência da família, amigos e cultura na formação de atitudes e comportamentos de jovens rapazes. Para além disso, também mostrou o impacto da iniciação sexual prematura, das drogas, do álcool, do crime, a pressão no sentido da resignação e dos valores e pensamentos interiores dos homens sul-africanos. As histórias de três homens diferentes foram contadas através de narrativas na primeira pessoa: * um artista gráfico e convicto violador que é Eu acho qua as cores quando se está perseguido pelo seu passado; andando pela rua prendem a nossa * o gerente de um restaurante que mexeu com atenção e é atraente, e as cores são drogas e sexo; ~~~~~~~~vibrantes. drogas e sexo; Menina em área rural * um estudante apaixonado que uma vez se tentou suicidar. S'camto groundBREAKERS. Esta é uma série televisiva de 13 partes para jovens, transmitida pela televisão nacional. Durante um período de 13 semanas, duas equipas de jovens típicos Sul-africanos competem entre si no terreno rugoso da África do Sul. Durante a série, os jovens trabalham assuntos como a formacão de equipas, conflito, compaixão, adversidade e ambição. groundBREAKERS representa a experiência fundamental do loveLife, promovendo um novo e positivo estilo de vida para jovens Sul- Africanos que é baseado nos princípios de escolha informada, responsabilidade partilhada e vivência saudável. S'camto 7V Este é um programa de rua que segue as viagens de 16 jovens que viajam o país falando com outros jovens acerca de sexo e assuntos da sexualidade. O programa realça o diálogo directo e aberto acerca do sexo. Quando o programa foi avaliado, os jovens consideraram o programa divertido bem como credível e verdadeiro apesar de se sentirem muito envergonhados em ver o programa com os seus pais. De qualquer forma, o S'camto TVencorajou os jovens a falarem uns com os outros acerca de assuntos como sexo 106 Seçcão 3: África do Sul forçado, tomada de decisão, mitos desafiantes, violação, aborto e pressão dos colegas. O principal resultado parece ter sido o de criar uma atmosfera aonde os assuntos tabu podem ser discutidos. Rádio O programa loveLífe, em conjunto com a Corporação Sul-Africana de Transmissão (SABC) e YFM, trabalha agora com um total de 17 estações de rádio nacionais e locais, bem como com estações de rádio da comunidade tendo em conjunto uma audiência semanal de cerca de rr t 30 milhões de pessoas. Os programas de rádio cobrem , todas as 11 línguas oficiais e penetram igualmente em - - - ambas as áreas urbanas e rurais. Os formatos dos - programas variam, mas são quase todos programas de discussão. groundBREAKERS Imprensa Existe um número variado de iniciativas na imprensa. S'camtoPRINT. Esta publicação de 16 páginas sobre estilos de vida é publicada no jornal nacional Sunday Tímes duas vezes por mês. A publicação tem agora dois anos e é a maior publicação juvenil distribuída, alcançando 650,000 jovens através do Sunday Times com mais 200,000 cópias distribuídas entre a cadeia de escolas do loveLife, centros de jovens, franchisese clínicas. thethaNathi. Este suplemento de oito páginas está inserido nas publicações dos Grupos do Jornal Independente (The Star, Pretoria News, Cape Argus, e Daily News) duas vezes por mês. thethaNathi foi lançado em Novembro de 2001 como um suplemento de quatro páginas. Para além disso, o programa loveLífe produz um conjunto de publicações de informação e educação. Estas têm como alvo os jovens, pais e os que tomam decisões, nomeadamente: loveFacts. (Factos Amorosos). Este folheto de informação e aconselhamento está apresentado e desenhado de modo a apelar aos jovens, usando fotografias a cores e uma linguagem adequada à juventude e cobre assuntos tais como os relacionamentos, puberdade, sexo, opções mais seguras para ter sexo, primeiras relações sexuais, HIV/SIDA, evitar a gravidez, preservativos, contracepção, contracepção de emergência, aborto e IST. Tell Me More (Diz-me mais). Esta revista cobre uma variedade compreensiva de assuntos sobre a juventude e assuntos à volta da SSR. Falando e escutando com os seus adolescentes; Ame-os o suficiente para lhes falar sobre sexo. Estas publicações dão aos pais informação acerca da sexualidade juvenil e sugestões acerca de como comunicar com os seus filhos. 107 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA A catástrofe iminente revisitada. Este é um livro de recurso detalhado para aqueles que procuram informação para entenderem as ramificações da epidemia emergente do HIV/SIDA na África do Sul. loveLífe é para nós... Este é um inquérito aos jovens e pais Sul-africanos acerca dos efeitos da campanha loveLife até agora. É a mais recente publicação do loveLife. Uma Resposta Social: Acesso a Serviços e Cadeias Sociais. A segunda componente do programo loveLife envolve criar um ambiente que garantirá a mudança comportamental nos jovens. A figura 3 mostra as diferentes componentes da resposta institucional do programa loveLife e a forma como estão interligadas. Estes aspectos de desenvolvimento dos serviços da iniciativa loveLife são de importância vital. O estímulo de conhecimento criado pelos media tem que ser reforçado com a prestação de serviços que possam ir de encontro às exigências e necessidades dos jovens. Cada um deles é discutido com maior detalhe em baixo. Um Serviço Nacional de Aconselhamento: thethajunction 0800-121-900 Um centro de atendimento nacional foi estabelecido de modo a providenciar um serviço confidencial, vastamente disponível e grátis para adolescentes que necessitam de aconselhamento. Este serviço começou como um serviço de aconselhamento geral, mas em Setembro de 2000, especializou-se em SSR e serviço de referência. Esta mudança foi feita em resposta às necessidades expressas por um grande número de pessoas que telefonavam a solicitar um aconselhamento mais profundo. O nome do serviço de ajuda é thethajunction -'thetha' quer dizer'falar' na língua Xhosa. Quando o thethajunction foi lançado, uma linha de telefone separada chamada Linha dos Pais foi simultaneamente estabelecida para adultos. Isto foi desenvolvido em resposta ao número de chamadas dos pais querendo aconselhamento em como lidar com as perguntas feitas pelos jovens e em como lidar com a sexualidade adolescente. O programa loveLife recebe mais de 60,000 chamadas por mês. Oitenta por cento destas chamadas são feitas de telefones públicos. Este serviço providenciou o acesso ao loveLife por parte de jovens que não têm telefone, bem como aqueles que requerem privacidade em relação aos pais e irmãos. 108 Seçcão 3: África do Sul Centros de Nível de resposta Atendimento nacional Centros de jovens loveTours NAFCI Nível de resposta (Viagens de Amor) local loveTrains (Comboios do Amor) 1 Centro de loveLifegames Juventude (Jogos de Vida Expansão Amorosa) Educadores de pares franchises loveLife Figura 3. Ligações da Resposta Institucional do Programa loveuife loveLífe Os centros de jovens são um aspecto vital dos programas de SSRA pois providenciam aos jovens um lugar no qual podem encontrar serviços de qualidade sobre SSR bem como um lugar onde podem ser desenvolvidos estilos de vida positivos. Existe uma necessidade particular deste tipo de serviço em comunidades historicamente em desvantagem. O programa loveLife estabeleceu 14 centros de jovens na África do Sul. Estes centros oferecem serviços clínicos de alta qualidade para jovens assim como constituem um lugar de aprendizagem (ex. computador), de realização de desportos e actividades recreativas (exemplo: basquetebol) e actividades benéficas para a saúde. Os centros de jovens não só providenciam um serviço, como também servem como uma demonstração prática dos estilos de vida positivos que promove o loveLife. NAFCI O objectivo da NAFCI é o de fortalecer a capacidade das clínicas do sector público em responder às necessidades dos jovens. A iniciativa inclui a educação no sector público bem como um sistema através do qual as clínicas que oferecem um pacote básico de serviços adequados a adolescentes possam ser credenciadas. Estes serviços devem incluir: • informação apropriada, educação e aconselhamento acerca de SSR; * referências para os problemas de violência ou abuso e saúde mental; 109 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * informação sobre os contraceptivos, aconselhamento e a provisão de diferentes métodos, incluindo contraceptivos orais, contracepção de emergência, injecções contraceptivas e preservativos; * testes de gravidez e aconselhamento; • aconselhamento e referências para os períodos pré e pós gravidez; * informação acerca de IS, incluindo VIH, e acerca de prevenção, diagnóstico e gestão de IST, incluindo notificação ao parceiro; . informação sobre o VIH, aconselhamento pré e pós realização do teste e referências para realização de testes voluntários do VIH. A NAFCI apoia o pessoal das clínicas na avaliação e melhoria dos seus serviços de modo a que eles possam ser creditados por providenciarem serviços adequados aos adolescentes. Como parte da iniciativa, as clínicas são equipadas com um centro de informação, onde os jovens podem ter acesso aos recursos e informação e com uma sala de descanso, onde os jovens se podem encontrar, falar e onde trabalham os educadores de pares. Iovetrain (o comboio do Amor) e loveLifeGames (jogos de vida amorosos) Um comboio de seis carruagens e duas unidades móveis de transmissão (Outside Broadcast Units - OBU) viajam à volta do país oferecendo educação e serviços à juventude. A rádio da comunidade informa os jovens na área acerca da chegada do comboio e groundBREAKERS, jovens que trabalham como conselheiros voluntários de pares no comboio, também visitam as escolas de modo a informarem os estudantes. As franchises (ver em baixo) providenciam consultas e apoio após o comboio e a OBU terem deixado a área. Os jogos de Vida Amorosos Ç1/veLifeGames) trabalham em conjunto com a Associação de Desportos da Escola Unida da Africa do Sul. Mais de 4 milhões de jovens competem em desportos e programas culturais por todo o país a nível provincial e nacional. Existem planos para introduzir competições a nível distrital. IIIIIIIII u, s M John Ntsele foi um educador de pares/colegas do centro de jovens de Orange Farin (Fazenda Laranja), fora de Joanesburgo, antes de se tomar um groundBREAKER no comboio do Amor. Ele falou-nos das suas experiências. P Quais foram os pontos mais importantes da viajem para si? R Encontrar jovens e aprender através deles, aprender acerca de diferentes línguas e culturas assim como ter a oportunidade de visitar áreas rurais. Descobri que existem pessoas mais velhas, por volta dos 19 ou 20 anos de idade, que não sabiam nada acerca do VIH. Elas perguntavam, O que é este vírus? O que é esta SIDA? Elas pensavam que os preservativos eram só para as pessoas que moravam na cidade. O trabalho foi excitante e também desafiante. Tínhamos que improvisar muitas vezes e pensar noutras maneiras de disseminar a mensagem. Eu não estava lá como professor mas como um jovem. P O que é que mais o surpreendeu? R Em Hammanskraal, tivemos rapazes jovens, por volta dos 7 aos 10 anos de idade, que disseram, " eu costumava roubar e fumar, mas estou disposto a mudar, só que 110 Seçcão 3: África do Sul não temos os recursos na nossa comunidade`. O que poderemos fazer? Eu fiquei surpreendido pelo facto de as crianças tão novas estarem nesta situação. Falei-lhes acerca dos jogos de basquetebol no comboio e elas gostaram muito querendo formar a sua própria equipa de desporto. Eu indiquei-lhes um centro de jovens na sua área, mas gostaria que tivéssemos um campo de basquetebol que lhes pudéssemos ter dado! P Que pistas ou conselhos daria a outros groundBREAKERS que iam na viajem de comboio? R Precisam de ter paciência, energia e amor - ajuda-os a continuar. Não é fácil: tem que se dar 250 por cento para ter a certeza que se lhes dá a informação correcta - porque não tem tudo a ver consigo, tem tudo a ver com os jovens. Se pudéssemos deixar um centro de jovens em cada lugar que visitamos, ajudaria muito. Franchise loveLife O grande pedido de informação, apoio e materiais de recursos por parte das ONG, organizações com base nas comunidades (Comminuty Based Organization - CBO), igrejas e sector privado levaram ao estabelecimento de uma cadeia de franchises loveLife. Na essência, é uma versão social da ideia comercial de franchise, mas não existe troca de dinheiro. Organizações locais de juventude recebem formação no uso da cultura popular juvenil como veículo de comunicação. É-lhes dado o pacote da marca loveLife com materiais de recursos e participam duma cadeia nacional de franchise que participa nos eventos do loveLife. Em troca, as Eles falam das nossas vidas, franchises concordam em aceitar as estratégias, imagem e não só de produtos. abordagens que o loveLife utiliza para alcançar os seus Menino em área rura4 objectivos. Para além disso, também concordam em seguir um conjunto de normas para a promoção do loveLife e serem parceiros no processo de monitorização. O apêndice 1 descreve o programa fundamental dos detentores da franchise love ife. Pesquisa A apoiar todo o trabalho do programa loveLife está a investigação e a avaliação. Um número de publicações resultou das pesquisas feitas pelo loveLife durante os últimos anos. Em 2000, um inquérito nacional da juventude - Hot Prospects, Cold Facts, Portraít of Young South Africa (Perspectivas Quentes, Factos Frios, Perfil dos jovens Sul-africanos)- foi levado a cabo. O inquérito olhou para, entre outras coisas, o modo como os jovens na Africa do Sul passam o seu tempo de lazer, as suas preocupações e medos, actividade sexual e conhecimentos sobre o HIV/SIDA. Grande parte da pesquisa está organizada de uma forma que se torna acessível ao público. Isto faz parte do trabalho de advocacia do loveLífe. Em 2001, foi publicado o Impendíng Catastrophe Revisited (Catástrofe Iminente Revisitada), um relatório que ajudou as pessoas a entenderem a dimensão e ramificações da epidemia em expansão do HIV/SIDA na África do Sul. 111 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Não foi possível obter informações sobre a avaliação das necessidades. Materiais do Programa Os materiais usados no programa foram descritos nas componentes em cima. Selecção do Pessoal Os programas loveLife são implementados através de um consórcio líder de ONG Sul- africanos: HST, PPASA e RHRU. O pessoal é empregado pelas três ONG para trabalharem a tempo inteiro ou a tempo parcial na campanha do loveLife. O HST emprega 47 pessoas, a PPASA emprega 125 pessoas e a RHRU emprega 19 pessoas na campanha do loveLife. Existem actualmente 357 voluntários groundBREAKERSe inúmeros outros voluntários a todos os níveis. A figura 4 mostra a estrutura de gestão do loveLife. A figura 5 mostra como as diferentes componentes estão organizadas. Estabelecimento do Programa Uma vez que o programa é tão grande, descrever como instalá-lo está para além do ambito deste relatório. Para obter mais informações, por favor contacte o programa loveLife directamente (ver informação sobre contactos na parte D). Comité executivo (O chefe oficial executivo de cada parceiro consórcio + CEO loveLífe + Fundação Kaiser) Equipa de gestão (chefes e divisão) Equipa de Implementação (gerentes do programa) A implementação do programa loveLífe e as divisões que prestam contas aos gestores Figura 4. Estrutura de Gestão do Programa loveLífe 112 Seçcão 3: África do Sul Recursos do Programa O loveLife tem um escritório central em Joanesburgo, onde têm base as linhas de ajuda. Para além disso, os parceiros do projecto, a PPASA, a RHRU e o HST têm escritórios centrais. A PPASA tem também escritórios provinciais por todo o país. O loveLIfe possui um comboio e duas OBU para além de um número de centros de jovens estabelecidos em todo o país. Advocacia As publicações produzidas pela componente de pesquisa do loveLife servem para disseminar as mensagens da organização. Por exemplo, o inquérito nacional dos jovens de 2000 - Hot Prospects, Cold Facts, Portrait of Young South Africa, que foi distribuído amplamente de uma forma acessível, serviu para fomentar o conhecimento sobre a vida dos jovens na África do Sul. Este inquérito olhou, entre outras coisas, para a forma como os jovens na África do Sul passam os seus tempos livres, para as suas preocupações e medos, para a actividade sexual entre os jovens e o seu conhecimento sobre o HIV/SIDA. Todo o programa é um modelo de advocacia pois promove os assuntos relacionados com a SSRA e fomenta o conhecimento deles no público em geral. Para além disso, ao trabalhar em colaboração com outras ONG e o governo, as mensagens do loveLife estão a ser integradas nas fundações da sociedade. Finanças do Programa A maior proporção do financiamento do programa o loveLife é providenciada pela Fundação da Família Henry J. Kaiser e a Fundação de Bill e Melinda Gates. Recursos adicionais são obtidos do governo Sul-africano, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Fundação Nelson Mandela. O loveLife opera com um orçamento anual de 20 milhões de dólares americanos (R200 milhões). 113 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA CEO Alcance dos Media (Viagens de R0 B 0 e 1 rabalhos *^!rl! Centros de _.11 >',erPT9~ftgwSM« lo ve Trains * [elm|L NAFCI (Comboios do wwm,uuI. Amor) Franchise loveLífegames (Jogos de Vida Amorosa) Entrada Legal e Fiducial Outras HST PPASA RHRU organizações e fornecedores Sul-africanos Figura 5. Organização das Componentes do Programa PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções A recente avaliação do programa loveLife identificou um número de desafios que se lhe colocam. Dias Iniciais O programa loveLífe começou apenas há dois anos atrás, e durante esse tempo, a sua visibilidade e os seus programas têm continuado a expandir. Muitos dos elementos chave do programa ainda estão a ser desenvolvidos, particularmente a NAFCI. O desafio será o de continuar a envolver os jovens na campanha de disseminação nos media enquanto a implementação prática do programa continua. 114 Seçcão 3: África do Sul Muitos ainda não ouviram falar Sessenta por cento dos jovens ouviram falar acerca do loveLife, mas é importante relembrar que actualmente quase 4 em cada 10 (38 por cento) dos jovens dos 12 aos 17 anos de idade não têm conhecimento sobre esta iniciativa. Isto representa tanto um desafio como uma oportunidade para aqueles envolvidos com o loveLife no sentido de continuarem a alargar e reforçar os seus esforços de modo a que a palavra chegue a outros jovens. Apesar de os resultados da recente avaliação terem mostrado que muitos jovens têm conhecimento acerca do loveLife e dos seus objectivos, a tomada de conhecimento é apenas o primeiro passo num processo de longo-prazo. Reportar uma mudança de comportamento pode ou não reflectir uma mudança real de comportamento. Muitos dos jovens que ouviram falar acerca do relatório dizem ter influenciado positivamente os seus comportamentos. No entanto, a avaliação conduzida até então não revela especificamente quais os comportamentos que mudaram. Um dos desafios para o departamento ligado à investigação é o de implementar uma avaliação ampla e multi- anual que avalie o impacto do loveíife, incluindo indicadores relacionados com o comportamento sexual dos adolescentes tal como o atraso no início da actividade sexual. Convencer os País Embora os jovens pareçam estar abertos a comunicar e acreditem que isso pode ajudar no desenvolvimento de atitudes e práticas de SSR seguras, os pais parecem estar mais relutantes e menos convictos de que isso poderá fazer a diferença. Um dos desafios chave será o de convencer um maior número de pais de que o diálogo aberta acerca do sexo e sexualidade pode, de facto, levar os jovens na África do Sul a fazerem escolhas mais saudáveis. Avaliação Uma publicação recente intitulada 'YoveLife&s for us... 'C O loveLife é para nós...') inclui informação acerca de uma avaliação do programa loveLife. Por favor contacte o loveLife para mais informações acerca do seu processo de avaliação e resultados (Ver informação sobre os contactos na Parte D.). 115 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários g Reconhece a criança / jovem O valor principal que o loveLife como um principiante que já procura promover é a escolha. sabe, sente e pode agir no que I Isto sugere que se vêm os jovens respeita a um desenvolvimento como sendo capazes de fazer saudável e a uma prevenção escolhas sensatas acerca do seu relacionada com o VIH 1 SIDA. comportamento sexual. O groundBreakers é usado para divulgar as mensagens de prevenção. 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente O loveLífe é especialmente comuns no grupo de conseguido direccionado ao grupo etário dos 12 principiantes e nas respostas que aos 17 anos e tem como base a são adequadas e dirigidas ao investigação feita ao grupo-alvo. grupo. Não é claro, no entanto, quais as iniciativas e componentes dirigidas às várias idades. 3 Inclui não só conhecimento mas Atitudes, experiências e um também atitudes e competências ambiente de apoio onde os necessárias à prevenção. i jovens podem fazer escolhas sensatas está tudo incluído no programa. 4 Compreende o impacto dos A promoção de valores sociais relacionamentos nas mudanças positivos no contexto das comportamentais e reforça N relações e comportamento é um valores sociais positivos. dos principais elementos do programa. 5 Baseia-se na análise das Uma das três principais áreas do necessidades dos principiantes e programa é a investigação numa avaliação mais alargada. i estando na base dos aspectos da resposta social e dos media do mesmo. 6 Possui formação e apoio Fornecedores de serviços tais continuado para professores e como as enfermeiras clínicas e outros fornecedores de serviços. 4 jovens trabalhadores são formados e apoiados. 7 Utiliza estratégias e actividades O programa usa os meios de aprendizagem múltiplas e multimedia e uma variedade de participativas. N actividades. 8 Envolve a comunidade em O departamento de advocacia do sentido amplo. programa envolve a comunidade em sentido amplo, tal como a maior parte do trabalho local nos centros de jovens. 116 Seçcão 3: África do Sul g Garante a sequência, progressão Foi tomado cuidado para e continuidade das mensagens. introduzir sequencialmente as N mensagens na campanha dos media. No entanto, é possível que as crianças não vejam as mensagens nessa sequência e lo Está colocado num contexto Não se aplica O loveLífe não trabalha com o adequado no curriculum escolar. sistema educativo formal. 11 Dura um período de tempo O loveLife tem conhecimento de suficiente para realizar as metas que a intervenção nos media em e os objectivos do programa. A particular necessita de ser mantida a um nível suficientemente alto durante um período de tempo antes de poder influenciar os comportamentos. 12 É coordenado com um programa O loveLife não trabalha de saúde escolar mais alargado. directamente com escolas, mas 4 as suas mensagens gerais são complementares às mensagens do programa de saúde escolar. As escolas na África do Sul não têm ainda programas sobre o HIV/SIDA, por isso em algumas áreas do país o loveLife pode ser uma das únicas fontes de informação sobre o VIH e outros assuntos sobre SSR. 13 Contém mensagens factualmente É tido muito cuidado para correctas e consistentes. assegurar que as mensagens são correctas e têm consistência em termos de factos. Todas as iniciativas são pesquisadas individualmente antes da sua implementação. É dada formação intensiva, mas existe alguma preocupação de que as franchises possam fazer variações nas mensagens que transmitem. 14 Obteve apoios políticos através O loveLife dissemina o seu de uma intensa campanha para programa através das suas ultrapassar barreiras e expandir- publicações. A cobertura geral é se. tão divulgada por todo o país que muitas pessoas têm conhecimento da sua existência e das mensagens que está a divulgar. 117 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 15 Retrata a sexualidade humana O loveLífe faz todos os esforços como uma parte natural e para retratar a sexualidade como saudável da vida e não é uma parte da vida saudável e depreciativo em relação ao normal. género, raça, etnia ou orientação sexual. 16 Inclui monitorizaçâo e avaliação. A avaliação e a monitorização são componentes fulcrais do i programa. Foram feitas e publicadas avaliações para uma ampla disseminação. PARTE D: INFORMAÇAO ADICIONAL Organizações e Contactos loveLife Unidade de Pesquisa de Saúde Reprodutiva Caixa Postal 45 Departamento de Obstetrícia e Ginecologia Parklands Chris Hani Baragwanath 2121 Hospital Joanesburgo , África do Sul Caixa Postal Bertsham Telefone: (+27 11) 771-6800 África do Sul Fax: (+27 11) 771-6801 Telefone: (+27 11) 33-1228 Fax: (+27 11) 033-1227 E-mail: talk@lovelife.org.za E-mail: jstadier©rhrujhb.co.za Sítio na Web: www.lovelife.org.za Fundação de sistemas de saúde Associação Sul-Africana de Planeamento Familiar (Health Systems Trust) (Planned Parenthood Association SA) Caixa Postal 808 Caixa Postal 1023 Durban 4000, África do Sul Saxonwold Telefone: (+27 31) 307-2954 2123 Fax: (+27 31) 304-0775 Joanesburgo, África do Sul E-mail: hst@healthlink.org.za Telefone: (+27 11) 880-1162 Fax: (+27 11) 880-1191 E-mail: ppasa@Dpasa.org.za Colaboradores no Relatório O relatório foi compilado por Glynis Clacherty, da Clacherty Associados, uma agência que se especializa em pesquisa participatória com crianças e no desenvolvimento de materiais de educação sobre a saúde e as crianças. Glynis trabalhou extensivamente na área do HIV/SIDA e crianças e está sediada em Joanesburgo, África do Sul. 118 Seçcão 3: África do Sul Angela Stewart-Buchanan do loveLife auxiliou na elaboração deste relatório. O relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Baos Smith. Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Loud and Clear: l7ps on Talking to Your Children About Difficult Thingsf (Alto e Claro: Dicas em como falar com seus filhos acerca de coisas difíceis!) (Número de encomenda: loveLifeO1) Love Facts: Talk About It (Factos do Amor: Fale sobre isso) (Número de encomenda: loveLife 02) Love Them Enough to Talk About Sex (Ame-os o suficientemente para falar acerca de sexo) (Número de encomenda: loveLife 03) Talking and Listening: Parents and Teenagers Together, Find Out How to Make it Easier... (Falando e Escutando: Pais e Adolescentes Juntos, Descubra como o tornar mais fácil...) (Número de encomenda: loveLife04) Impending Catastrophe Revisited: An Update on the HIV/AIDS Epidemic in South Africa (Catástrofe Iminente Revisitada: Uma actualização sobre a epidemia do HIV/SIDA na África do Sul) (Número de encomenda: loveLife05) Tell me More (Diz-me mais) (Número de encomenda: loveLife06) Hot Prospects, Cold Facts, Portrait of Young South Africa (Perspectivas Quentes, Factos Frios, Quadro dos Jovens da África do Sul) (Número de encomenda: loveLife07) Looking at loveLifee: The First Year: Summaries of Monitoring and Evaluation (Olhando para o loveLife: O primeiro ano: Sumários da monitorização e avaliação) (Número de encomenda: loveLife08) 'lo ve!ife's for Us... 'A Survey of SA Youth 2001 ("O Amor é para nós..." Um inquérito sobre a juventude SA 2001) (Número de encomenda: loveLife09) 119 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Our Story (A nossa história) (Número de encomenda: loveLife1O) loveLife Franchise (Franchise loveLife) (Número de encomenda: loveLifell) S'camto print newspaper (Jornal Sicamto print) (Número de encomenda: loveLifel2) APENDICE 1. DETENTORES DA FRANCHISEAREAS PRINCIPAIS DO PROGRAMA, ACTIVIDADES E NORMAS Área Principal do Actividade Norma Programa Promover a marca * Mostrar proeminentemente * O emblema é colocado loveLife o emblema da franchise onde seja visível ao público loveL fe * São usados e distribuídos * Distribuir os materiais materiais ao grupo-alvo de loveLife: colocar posters e acordo com o seu plano distribuir material Desenvolver e * Comunicar as mensagens * Conteúdo do programa: implementar uma do loveLife através dos - basquetebol e outros acção planeada do aspectos da cultura popular desportos para enviar loveLife jovem (música, desporto, mensagens arte musical e - dramatizações, arte dramatizações, recreação, musical etc.) * Educadores de pares: pelo * Desenvolver um elemento menos dois grupos de 15 a de educação dos pares e 20 jovens dos 12 aos 17 liderança juvenil anos de idade por ano * Implementar uma SSR e (metade masculino; metade programa de feminino) conhecimentos de vida * Mobilizadores da * Manter registos simples comunidade: grupo providenciados pelo loveLífe principal formado de 20 mobilizadores com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos por ano (10 masculinos; 10 femininos) * Pelo menos duas pessoas por organização são formadas para ensinar 120 Seçcão 3: África do Sul educação dos pares, SSR e competências para a vida a Vinte a trinta jovens dos 12 aos 17 anos participam por trimestre em aulas práticas (Educadores de pares/colegas podem ser recrutados destes workshops) o Vinte a trinta jovens dos 12 aos 17 participam por trimestre em aulas práticas do loveLife de motivação e de desenvolvimento dos jovens * São submetidos calendários mensais ou trimestrais dos relatórios providenciados pelo loveLífe Participar em o Encorajar os jovens a o A ser negociado com a actividades nacionais participar em actividades franchise de franchise coordenadas nacionalmente o Envolvimento nos jogos e pagas pelo loveLife loveLife • Estar predisposto a o Viagens amorosas participar em pesquisas e a Comboio amoroso avaliações o Cooperar; providenciar • Estar predisposto a escrever informação; apoiar nos acerca da sua experiência e assuntos organizacionais contribuir para cartas a Pelo menos duas informativas e outras contribuições por ano publicações Fortalecer o apoio . Identificar colaboradores o Formação de uma equipa da comunidade chave para trabalhar por de conhecimento loveLífe forma a assegurar que a o Encontro com fornecedores comunidade apoia a de cuidados de saúde locais iniciativa (explorar conexões com a NAFCI ou/e aulas práticas sobre os serviços adequados a adolescentes. o Formação sobre educação para os pais 121 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Soul Buddyr Um projecto de Educação Multimedia para as Crianças na Africa do Sul PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa A África do Sul necessita de assegurar que os jovens têm informação suficiente, conhecimentos e um ambiente de apoio para se protegerem contra a infecção pelo VIH. Devido à grande discriminação contra as pessoas que vivem com o VIH e a SIDA, é imperativo anular o estigma da SIDA. As crianças infectadas pela SIDA necessitam de apoio O Sou!Buddyzensina-nos... social. As comunidades necessitam de ser mobilizadas de devemos trabalhar de mãos forma nacional de modo a desempenhar este papel. dadas com os nossos amigos. O Instituto do Soul City (Cidade Alma) para a ObservadordoSoulBuddy2 Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento foi estabelecido na África do Sul em 1992. Este instituto usa o poder dos media para tratar dos assuntos mencionados anteriormente. "Edutainment" (educação-entretenimento) é visto internacionalmente como um instrumento educativo muito poderoso. Muitos programas educativos dos media são incapazes de atrair grandes audiências; a educação- entretenimento integra assuntos educacionais em formatos de entretenimento o que possibilita aos promotores de saúde garantir espaços em horários nobre. O poder do programa educação-entretenimento assenta na sua capacidade para modelar atitudes e comportamentos positivos através de personagens com os quais a audiência se identifica. As personagens acabam por tomar parte integral da vida das audiências, que experimentam as suas lições de vida vigorosamente. A capacidade de atrair financiamento publicitário permite desenvolver parcerias de mútuo benefício entre os transmissores e os promotores de saúde. A aproximação da educação-entretenimento é particularmente relevante para o contexto Sul-Africano porque o alcance dos media é bom: a televisão alcança cerca de 74 por cento da população, a rádio alcança 93 por cento e os jornais alcançam 40 por cento. O Instituto Soul City (Cidade Alma) para a Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento começou o seu trabalho com a Cidade Alma, uma série televisiva semanal, popular e em horário nobre, que trata de assuntos de saúde e comunicação através das dramatizações. A série foi acompanhada por dramatizações diário na rádio, panfletos de saúde, publicidade intensiva, marketing e trabalho de advocacia. Avaliações à Cidade Alma mostram de forma consistente de que a série é eficaz a influenciar o público sobre uma variedade de assuntos de saúde: tem mostrado que passa informação, aumenta o debate e a interacção interpessoal e promove mudanças ao nível das atitudes, práticas e normas sociais. 122 Seçcão 3: África do Sul Para além disso, mostrou ser popular entre as crianças com menos de 16 anos, apesar de os materiais terem sido feitos para jovens e adultos. A Africa do Sul é um país com uma população jovem: cerca de 40 por cento da população tem menos de 18 anos de idade, com pelo menos 13 milhões de crianças entre os 5 e os 18 anos de idade. Por isso, anualmente, um grande número de jovens Sul-Africanos vulneráveis, se tornam sexualmente activos. Neste contexto, e reconhecendo a importância de intervir em tenra r i idade, o Instituto da Cidade Alma para a _OLL< Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento _:- o«V 15 decidiu criar uma série de educação- tO1Ym%oÇ entretenimento, Soul Buddyz (Amigos de Alma), para crianças com idades entre os 8 e os 12 anos. O Soul Buddyz centra a sua atenção nas perspectivas das crianças sobre o HIV/SIDA, a sexualidade e outros assuntos educacionais relevantes para as crianças. Consiste num programa de televisão e rádio acompanhado de materiais de imprensa sobre conhecimentos da vida para crianças e pais. O Instituto Cidade Alma para a Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento está actualmente a desenvolver o Soul Buddyz 2, que espera emitir na televisão e rádio Sul- africanas em 2003. 1992 > * É estabelecido o Instituto Cidade Alma para a Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento 1999 > * Piloto Soul Buddyz * Pesquisa e elaboração de materiais para a imprensa sobre competências para a vida e um folheto para os pais 2000 > o Filmagem de um programa de televisão * Desenvolvimento de um texto para rádio Série de televisão na televisão nacional * Distribuído um livro sobre competências para a vida Nível 7 2001 r * Entrou no ar nacionalmente um programa de rádio * Pesquisa para o Soul Buddyz 2 2002 > . Elaboração do argumento e filmagem do Soul Buddyz 2 2002 = . Serão transmitidas nacionalmente séries do Soul Buddyz 2 na televisão e rádio Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 123 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Visão Geral do Programa Missão A missão do programa é melhorar a qualidade de vida dos jovens Sul-Africanos através de uma maior literacia acerca dos assuntos relacionados com a saúde. Objectivos do Programa Criar um veículo de educação-entretenimento multimedia que seja popular entre as crianças com idades entre os 8 e os 12 anos. O veículo conterá mensagens chave de saúde relevantes a este grupo de idade e consequentemente aumentará a literacia sobre os assuntos relacionados com a saúde. O veículo comporta a utilização da televisão, imprensa e rádio. O Sou! Buddyz ensina-nos que Grupos-Alvo se temos um problema com uma pessoa, a violência não Grupo-alvo Primário resolverá o problema. O grupo-alvo primário são os jovens dos 8 aos 12 Críança semi-urbana anos de todas as raças, grupos linguísticos e socio- económicos na África do Sul. Grupo-alvo Secundário Os pais e amas de crianças dos 8 aos 12 anos de idade são também alvo através da televisão, rádio e materiais de imprensa criados para as crianças, embora estes sejam uma audiência secundária. Para além disso, foi desenhado um livro especificamente para assistir os pais e amas. Localização O Soul Buddyz é um projecto nacional e abrange todos aqueles que têm acesso à televisão, rádio e imprensa. Duração do programa O desenvolvimento completo do Soul Buddyz foi muito longo. A experiência piloto inicial incidindo sobre um capítulo do livro e sobre um episódio da série de televisão demorou três meses. A investigação, elaboração do argumento e filmagem da série de televisão demorou 18 meses. A série de televisão foi transmitida nacionalmente desde Agosto de 2000 até Fevereiro de 2001. O desenvolvimento do programa de rádio demorou seis meses e foi transmitido desde Fevereiro de 2001 até Abril de 2001. O livro sobre competências para a vida demorou seis meses a ser desenvolvido e foi distribuído pelas escolas em Outubro de 2000. Uma segunda série, Soul Buddyz2, está agora a ser desenvolvida. Objectivos do Programa Os objectivos do programa Soul Buddyz são mais claros nas mensagens que estão imbuídas na série. As mensagens relacionadas com o HIV/SIDA são tanto gerais como 124 Seçcão 3: África do Sul específicas. As mensagens gerais tratam de assuntos relacionados com a auto-estima e o género. Pesquisa formativa tinha mostrado que estas eram áreas sobra as quais as crianças ou não tinham conhecimento ou necessitavam de mudar as suas atitudes para evitar comportamentos e situações de risco. A ideia de que as crianças podem trabalhar juntas, dar apoio mútuo e confortar cada uma de modo positivo não se encontra geralmente em programas, podendo ser muito poderosa. Por último, estes objectivos devem levar a uma sociedade melhor informada, mais inclusiva e justa. Para obter informação mais detalhada sobre as mensagens do Soul Buddyz, por favor veja o Apêndice 3 do SoulBuddyz na África do Sul: Explicação detalhada dos objectivos. Respeito mútuo Apoio dos colegas, ajudar um ao outro Promoção dos direitos das crianças Dar poder às meninas Direitos iguais ---Aprender a expressar emoções - I=--- a Resolução de problemas mi - - _ r a responsabilidade pelas suas acções Figura 2. Objectivos do Programa Não Ordenados (Mensagem Geral) Falar acerca do HIV/SIDA e sexo Tentar conseguir informação correcta e verificar a informação das várias fontes Compreender a puberdade O direito de dizer não ao sexo Aprender acerca do abuso de crianças Parar o estigma Figura 3. Objectivos do Programa Não Ordenados (Mais específlcamente HIVISIDA- e mensagens relacionadas com a sexualidade) Abordagens Eu gosto do Soul Buddyz As cinco principais abordagens do programa são: porque me ensina o que é certo 1. promover uma política de saúde pública; e errado. 2. criar ambientes de apoio; Criança semi-urbana 125 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 3. apoiar a acção comunitária que incide na saúde; 4. desenvolver capacidades pessoais; 5. re-orientar serviços de saúde. Os aspectos-chave da metodologia da Cidade Alma (Soul Cití estão ilustrados na figura 4. Através de um processo de pesquisa formativo detalhado, foram desenvolvidas mensagens de comunicação sobre a saúde e desenvolvimento e integradas no instrumento educação-entretenimento. Algumas destas mensagens abordam o HIV/SIDA, a sexualidade dos jovens e a violência doméstica. É tomado todo o cuidado para assegurar que os materiais para os media são da maior qualidade. O drama retrata situações realistas para que a audiência se possa identificar com os personagens modelo. As emoções são enfatizadas no drama, de modo a moldar e mudar as atitudes para com o género e os outros assuntos tratados. Componentes O programa consiste de seis componentes principais, das quais as cinco primeiras são discutidas com maior pormenor em baixo: 1. uma série dramática para a televisão; As coisas que estão no SoulBuddy2 2. um programa revista para a rádio; acontecem diariamente 3. materiais de imprensa sobre capacidades para a vida Criança semi-urbana para crianças; 4. um pequeno livro para os pais; 5. um vídeo animado sobre educação sexual; 6. advocacia ( Isto é discutido na secção de Advocacia na Parte B deste capítulo). Impacto directo Estabelecer parcerias - no conhecimento, atitudes, práctica, normas sociais - ambiente de apoio O veículo educação- Alcançar objectivos entretenimento do projecto Audiência e processo de Oportunidades potenciais investigação centrado em \ - Pacotes educacionais especialistas Promover e mercado 4- - Personagens - Advocacia - Uso do nome de marca Avaliacão Figura 4. O modelo de educação-entretenimento da Cidade Alma 126 Seçcão 3: África do Sul w=wffiMM=-~~ Serie dramática te/e visiva A serie de televisão de 26 episódios l t -- i | desenrola-se à volta das vidas de oito crianças (o Soul Buddyz) que trata de vários assuntos tais como começar ç i 7 numa nova escola e ter uma mãe que t - N ~ 5 > -a tem SIDA - assuntos que os confrontam nas suas vidas diárias. Os Soul Buddyz iji --1 M são de diferentes raças, classes socio- À s- _, Ieconómicas e género. A série dos Soul Buddyz usa um número de engenhos criativos para i ajudar a aumentar o seu impacto. Cada episódio desenrola-se em volta de um dos oito Soul Buddyz, cujos pensamentos interiores são expressados por uma sobreposição de voz. Cada episódio também inclui uma sequência fantasiosa para ilustrar as esperanças e medos das crianças. Para além disso, em cada episódio uma canção rap - l enfatiza a principal mensagem EES___ -educativa. Livro de práticas de vida Nível 7 ___ No final de cada um dos episódios de 26 minutos, uma dezena de crianças de toda a África do Sul são mostradas a comentar os assuntos levantados. Os serviços de ONG tais como a Linha da Criança de marcação grátis são geralmente integrados no argumento do SoulBuddyz. Por exemplo, um enredo acerca do abuso sexual mostrou uma criança a aprender como usar a Linha da Criança, que providencia aconselhamento e serviços de acompanhamento para as crianças. Após cada episódio dos Soul Buddyz, o número da Linha da Criança é proeminentemente mostrado. Os materiais de imprensa trazem também o número de telefone da Linha da Criança. O programa dos Soul Buddyz é multi-linguístico. Cada episódio é emitido em Inglês, mas cada criança usa a sua própria língua quando está em casa ou ao falar com os seus pais ou irmãos. Eles também usam a sua língua materna quando se faz uso da técnica de sobreposição de voz. As línguas locais quando usadas são legendadas (em inglês). O Soul Buddyzé por isso transmitido em cinco línguas, apesar de 60 por cento ser em Inglês. Soul Buddyz ensina-nos acerca da vida Criança metropolita1na 127 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Rádio A componente rádio consistiu de um ~r Raimingi i. programa revista na rádio de 26 episódios ) e vrXvae hIIdren to também chamado de SoulBuddyz bei the§ir (Companheiros de Alma). A revista de 30 -+ - bost minutos incorporou um drama de rádio de 10 A guide for pare minutos com crianças protagonistas, um F<1 '.wsegmento de informação dramatizada de 5 minutos para adultos e criansas e um mintprograma telefónico de discussão com apresentadores jovens e visitantes especialistas. Este programa de revista de -p * `~ ] _ Ê rádio foi transmitido em três línguas Sul- africanas - Setswana, Sotho Norte e Xhosa - para apelar a uma audiência mais vasta. _' -. ,j Materiais de Imprensa sobre competências -q -1 J i para a vida Foi distribuído um livro sobre competências 1t `para a vida a um milhão de estudantes do -_ ~ sétimo ano de escolaridade (com idades à t _ - volta dos 1 anos) em todas as escolas primárias da Africa do Sul. Os materiais sobre competências para a vida ilustrados com fotografias dos personagens do Soul Buddyz, bSoul uddy cobrem todos os tópicos tratados na serie bSoul Buddy televisiva e são feitos de modo a serem O amanhã é nosso interactivos. Cada unidade começa com uma Criando crianças para sero seu melhor tira de desenhos animados dizendo a história Um guia para os pais televisiva de uma maneira abreviada, seguida Cidade Alma por histórias de vida verdadeiras tais como Livro para os pais contadas pelas crianças. Para além disso, há Livro para os pais actividades em grupo e individuais para as crianças, notas de educadores com ideias para ensinar e informação sobre contactos para organizações de apoio a crianças. Três posters informativos acompanham o livro. Pequeno Livro para os Pais Foi distribuído um pequeno livro de fácil utilização para os pais através do Sunday Times, um jornal de domingo com a maior tiragem a nível nacional (600,000) e através de várias ONG na África do Sul. A taxa de literacia na África do Sul é relativamente alta - 81.8 por cento dos adultos com mais de 15 são letrados - mas o índice de leitura não é muito elevado. O pequeno livro para os pais foi, por isso, produzido em três línguas com um nível de exigência comparada ao quinto ano de escolaridade. O pequeno livro cobre tópicos tais como a comunicação, disciplina, resolver conflitos, pais solteiros, como desenvolver a auto- estima nas crianças e informação sobre como prevenir acidentes com crianças. 128 Seçcão 3: África do Sul Para além disso, descreve também formas de falar com as crianças acerca da E porque o nosso grupo é unido e nós queremos sexualidade, HIV/SIDA e morte. saber uns dos outros. As vezes quando estamos a andar e as pessoas tentam aterrorizar-nos, o meu grupo não foge e deixa os outros em dificuldade, Vídeo Aimado de Edubaiçso Sexual nós protegemo-nos uns aos outros. Devido aos baixos níveis de Criança semi-urbana literacia sexual entre as crianças sul- africanas, foi produzido um vídeo animado de educação sexual, de seis minutos e integrado na série televisiva dos Soul Buddyz. A animação ajudou a ultrapassar o problema de mostrar órgãos sexuais na televisão nacional e facilitou uma discussão aberta sobre o tópico. O vídeo foi incorporado num episódio no qual os Soul Buddyz se mostram confusos acerca do sexo. Uma enfermeira simpática leva-os a sentar e mostra-lhes o vídeo. Com este episódio mostrou-se pela primeira vez materiais explícitos acerca de educação sexual na televisão sul-africana. Para maximizar a utilidade do vídeo animado de educação sexual, esse episódio foi condensado num segmento de 12 minutos e pode ser comprado por escolas e pais como um instrumento de ensino. Tem havido uma grande procura deste Suddyz- é real. vídeo; nos primeiros dois meses após ter sido publicitado, Criançu metropolitana foram vendidos mais de 100 vídeos. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA A Cidade Alma (Soul City publicou um guião compreensivo para gerentes de programas que descreve a forma de elaborar um instrumento de educação-entretenimento como o Soul Buddyz. O guião, Educação-Entretenimento: Como fazer com que Educação- Entretenimento funcione para si: Um guião passo a passo para formar e gerir um Projecto de Educação-Entretenimento para o Desenvolvimento Social, está disponível na Cidade Alma (ver informação de contacto na Parte D). Avaliação das Necessidades A avaliação das necessidades teve lugar em duas fases principais. A primeira fase determinou quais as mensagens que o programa Soul Buddyz deveria divulgar. A segunda fase determinou se estas mensagens estavam a ser divulgadas da maneira mais apropriada e eficaz para a audiência alvo. Fase 1 A pesquisa de audiência foi conduzida nacionalmente por especialistas na área de pesquisa participativa com crianças, incidindo em crianças dos 8 aos 12 anos de idade, que garantiram que o processo foi ético e deu poder às crianças. Foi usada nesta pesquisa uma abordagem qualitativa. Crianças trabalhando em pequenos grupos tomaram parte num número de actividades tais como drama, desenho e 129 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA execução de mapas. Estas actividades foram feitas para dar aos pesquisadores adultos uma visão da vida das crianças. As actividades foram cuidadosamente estruturadas em volta de questões chave da O Soul Buddyz ensina-me sobre a SIDA. Como pesquisa e eram apropriadas à idade e quando a mãe de um dos meninos tem SIDA, estado de desenvolvimento das crianças. mostra como uma pessoa consegue aguentar Por exemplo, um jogo de verdadeiro/falso com a SIDA. deu uma ideia do nível de conhecimento Criança metropolitana das crianças acerca do HIV/SIDA. Outra actividade envolveu desenhar uma menina (ou menino) e listar 'a volta do desenho as coisas boas" acerca de ser uma menina (ou menino) e as "coisas más" acerca de ser uma menina (ou menino). O jogo e o desenho tornaram-se depois o elemento central para uma discussão que foi gravada e transcrita. Esta pesquisa de audiência foi utilizada na elaboração da mensagem dos workshopse foi referida pelos argumentadores. Fase 2 Cada rascunho do argumento foi mostrado a grupos de crianças de diferentes ambientes. Através de um processo de leitura e discussão da história, as crianças fizeram comentários tanto sobre a história como dos personagens. Os pesquisadores tentaram depois saber se as crianças compreenderam claramente as mensagens. Para além disso, a língua e cultura das crianças foi também adicionada ao argumento. A informação foi enviada aos escritores do argumento, que de seguida os adaptaram. Materiais do programa Eu acho que os SoulBuddyzensinam às crianças Os materiais dos Sou! Buddyz coisas que não são fáceis para os pais falarem aos mesessoy seus filhos. Nós os pais pretos, nós temos um foram desenvolvidos durante seis meses problema - existem coisas que não são fáceis para em parceria com a departamento nós falarmos aos nossos filhos educativo do transmissor, a Televisão Parente de uma área rurai Educativa da Corporação Sul-africana de Transmissão (South African Broadcasting Corporation - SABC); um número de ONG, tais como a Conduzir Vivo, Associação Nacional de Pessoas que vivem com a SIDA e o Conselho Nacional de Benefícios para a Criança e Família e crianças. O envolvimento das crianças no desenvolvimento de materiais foi extensivo. Para além da avaliação das necessidades (ver em cima), o uso de "histórias verdadeiras" permitiu a um número de jovens contar as suas histórias a outros jovens Sul-Africanos. Para além disso, o emblema dos Soul Buddyz foi desenvolvido com crianças, tal como as canções rap apresentadas na série. As crianças participaram também na elaboração dos programas de rádio. Uma vez que os Soul Buddyz são dirigidos aos media, os materiais do grupo-alvo são apresentados em componentes (em cima). 130 Seçcão 3: África do Sul Selecção e Formação do Pessoal A selecção de pessoal permanente é conduzida através de canais normais, que 1 incluem a publicidade nos media e o , utilização de uma agência especializada de t emprego. A selecaão de fornecedores de servieos é feita através de um concurso oud processo de cotação, com anúncio do -. trabalho nos media sendo os fornecedores seleccionados com base na experiência e custos. São oferecidos programas de -- formação para os fornecedores de serviços As crianSças participam na formação dos quando não detêm a perícia requerida. Por programas de rádio Soul Buddyz exemplo, um programa de formação foi oferecido para os argumentistas e produtores de rádio (Ver Formação do Programa). Estabelecimento do Programa O processo de pesquisa levado a cabo para criar uma intervenção Cidade Alma (Soul CGt) é ilustrado na figura 5. Logo que os rascunhos finais tenham sido produzidos, são experimentados em forma piloto com os pais, professores, pessoas que cuidam das crianças, e crianças por todas as nove províncias da Africa do Sul. A experiência piloto chama à atenção daqueles que conceberam o programa para quaisquer problemas existentes nos materiais. Por exemplo, o programa piloto da rádio, produzido por uma empresa respeitável, usou adultos para retratar as vozes das crianças. Isto alertou os produtores de que não existiam programas de rádio na África do Sul para crianças dos 8 aos 12 anos de idade, que os produtores de rádio tinham pouca experiência em trabalhar com crianças e não tinham nenhuma experiência em produzir dramas para crianças. 131 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Identificação de tópicos a) Consultores com _ b) Revisão da literatura c) Pesquisa da papéis-chave audiência-alvo d) Desenho da mensagem dos workshops e) Pequena divulgação da mensagem f) Workshopscriativos g) Explicação detalhada da série i) Pré-teste j----- j) Consultores h) Argumento - rascunhos Pré-teste - Consultores Rascunho final Figura 5. Processo de Pesquisa Formativa Com a ajuda da Corporação Britânica de Transmissão (British Broadcasting Corporation - BBC), o projecto dos Sou Buddyz organizou subsequentemente um programa de formação para produtores de rádio Sul-Africanos por forma a aprenderem como trabalhar com crianças. Para além disso, a experiência piloto mostrou que os adultos necessitavam de ajuda em termos de capacidades ligadas à paternidade, especialmente em termos de comunicação com as crianças e de como tratar com sensibilidade assuntos de disciplina. O desenvolvimento do pequeno livro do Sou!Buddyz para os pais foi um resultado directo do processo piloto. 132 Seçcão 3: África do Sul Teve também lugar um trabalho intenso de advocacia nas notícias dos media para assegurar que as mensagens dos Soul Buddyz ( e mensagens da Soul City - Cidade Alma) atingissem uma audiência mais vasta e se tornassem socialmente aceites. A secção de advocacia (em baixo) explica como é que isto foi alcançado. Recursos do Programa O Instituto da Cidade Alma para a Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento tem um escritório em Joanesburgo onde o pessoal Geralmente eu não falo com os meus do Soul Buddyz tem a sua base e todos os materiais filhos sobre tudo. Sou muito tímido são arquivados. Todas as pessoas são bem-vindas a mas sde que vi esto timid . . , ~~~~~~~~mas desde que vi este programa (Sou! fazer uma visita e levar folhetos, vídeos, etc. Buddy2) mudei. Ajudou-me muito. Pai Advocacia O projecto do Soul Buddyz inclui uma componente de advocacia com cinco áreas centrais relacionadas com o HIV/SIDA: * usar as notícias nos media; * formar ONG na utilização das notícias dos media; . criar pequenos livros de recursos sobre os direitos das crianças e o HIV/SIDA para jornalistas; * formar jornalistas sobre os direitos das crianças; * lançar uma campanha para instituir privilégios no sistema da segurança social para crianças infectadas ou afectadas pelo HIV/SIDA. Usar as notícias nos media O projecto SoulBuddyzfez uso das notícias nos media para divulgar assuntos sobre as crianças entre o público Sul-africano e os políticos. As notícias nos media incidiam sobre a redução do estigma do HIV/SIDA, a promoção de cuidados e apoio e a advocacia para a educação sexual entre os jovens (o que deu origem ao uso do episódio de educação sexual animado no Soul Buddyz). O projecto esperava que o vídeo explícito e animado de educação sexual desse origem a uma reacção pública. Foram enviadas para os media, notas de imprensa juntamente com algumas mensagens para jornalistas chave. Foram montados eventos específicos para serem cobertos pelos media. Por exemplo, o projecto formou uma audiência com crianças da escola para verem o episódio de educação sexual, convidando jornalistas a comparecer. Isto resultou num número de artigos de jornal, dando ênfase ao valor da educação sexual começada cedo e apropriada à idade como parte de uma agenda de competências para a vida. Os artigos enfatizavam o facto de a educação sexual aumentar a responsabilidade dos jovens na tomada de decisões e não promover a promiscuidade. A cobertura dos assuntos tratados no Soul Soul Buddyz é um bónus. Lida com Buddyz aumentou largamente num número de assuntos e situações da vida real e programas de discussão na televisão e rádio, faz com que as crianças tenham mais noticiários e artigos de jornal durante o período de noção das coisas que são uma transmissão do Soul Buddyz. realidade. 133 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Formar ONG na utilização das notícias dos media O Soul Buddyz conduziu um curso de formação de uma semana para duas organizações de advocacia dos direitos das crianças - o Comité Nacional dos Direitos das Crianças (National Children's Ríghts Committee - NCRC) e o Plano Nacional de Acção (National Plan of Action - NPA) para crianças. O objectivo da formação foi de criar capacidade dentro do NCRC e das estruturas provinciais do NPA para levar a cabo campanhas de advocacia centrando-se especificamente no desenvolvimento de capacidades para trabalhar com os media. Um manual de formação na área de advocacia foi desenvolvido pelo projecto Soul Buddyze distribuído a todos os participantes do curso. O manual continha as linhas mestras de como usar as ferramentas de advocacia durante a planificação das campanhas. Para além disso, foi desenvolvida uma lista de contactos dos media para assistir o NCRC e outros grupos de advocacia de direitos das crianças a mobilizar vários segmentos dos media na África do Sul, no que concerne os direitos das crianças. A lista providenciou contactos para a imprensa, rádio e jornalistas de televisão em ambos os media centrais e comunitários. Pequenos livros de Recursos sobre os direitos das crianças e o HIV/SIDA para Jornalistas Foi produzido um pequeno livro de recursos sobre os direitos das crianças para auxiliar os jornalistas. O pequeno livro contém informação sucinta sobre as iniciativas que incidem nos direitos das crianças, incluindo a Convenção sobre os Direitos das Crianças, a Constituição Africana e a Constituição da África do Sul. Os mecanismos estabelecidos pelo parlamento Sul-africano para proteger os direitos das crianças estão também detalhados. O pequeno livro examina também o papel dos media na cobertura dos assuntos infantis, inclui algumas linhas éticas de orientação e providencia aos jornalistas informação sobre contactos de organizações infantis, incluindo algumas organizações que trabalham nas áreas do HIV/SIDA e das crianças. Foi desenvolvido um segundo pequeno livro de recursos para jornalistas acerca do HIV/SIDA. Este contém informação crítica acerca da natureza infecciosa do VIH, a epidemia e prevenção contra o VIH e informação sobre tratamento. Apareceu em 2000 num altura particularmente importante, quando o presidente da África do Sul Thabo Nbeki questionou publicamente a ligação entre o VIH e a SIDA, desvalorizando várias iniciativas de prevenção e tratamento. Este livro de recursos foi publicado juntamente com o [Soul Buddyz] mudou o modo como eu me dou com os Departamento de Saúde e o Fórum meus amigos, pais e pessoas na comunidade: aprendi a Nacional de Editores Sul-Africanos, ser mais respeitador e aprendi a falar sobre coisas que reforçando a credibilidade da são de grande preocupação para mim ou que me iniciativa. magoam. Criança semi-urbana Formar jornalistas sobre os direitos das crianças Foram levados a cabo, em todo o país, sete workshops com jornalistas e editores chave que coincidiram com o lançamento dos pequenos livros sobre os direitos das crianças e o HIV/SIDA. Os workshops trataram de assuntos relacionados com os direitos das crianças e familiarizaram os jornalistas com as instituições internacionais, Africanas e Sul-africanas, 134 Seçcão 3: África do Sul cujo objectivo é a protecção desses direitos. Para além disso, trataram também de assuntos éticos à volta da cobertura feita pelos media dos assuntos infantis, incluindo assuntos relativos à privacidade no contexto do HIV/SIDA. Campanha para instituir privilégios no sistema da Segurança Social para Crianças Infectadas e Afectadas pelo HIV/SIDA Soul City (Cidade Alma) é um co-fundador e membro activo da Aliança pelos Direitos das Crianças à Segurança Social (Allíance for Children's Entitlement to Social Security - ACESS), uma campanha de advocacia de longo prazo para defender o direito das crianças ao sistema de segurança social. O Instituto foi motivado pelo reconhecimento da pobreza como estando no centro de muitos problemas de saúde abordados por ambas as séries do Soul Buddyz e da Soul City. A epidemia da SIDA está a acentuar a pobreza na África do Sul, uma vez que infecta primeiramente a população economicamente activa do país. Muitas crianças são deixadas sem o apoio dos pais e sem acesso adequado à segurança social; muitas destas crianças enfrentam situações de subnutrição, deformação e uma vida inteira de resultados sociais e de saúde negativos. As actividades da ACESS incluem fazer lobbies governamentais, obter apoio dentro da sociedade civil, fazer advocacia nos media e um processo de participação das crianças, para assegurar que as vozes das crianças são ouvidas aquando da tomada de decisões sobre esta matéria. A campanha está ligada à série do Soul Buddyz sob formas diferentes, tais como: em primeiro lugar, a história na segunda série do Soul Buddyz trata de questões relacionadas com a Segurança Social e de detalhes para as crianças sobre que é que existe e como fazer para conseguir usufruir desses benefícios; em segundo lugar, a campanha da segurança social usa a popularidade dos actores do Soul Buddyz como defensores da causa, para ajudar a apresentar materiais e dar inputs para as deliberações políticas. Finalmente, a popularidade televisiva do Soul Buddyz permite o O que eu aprendi de interessante tem a ver com raiva, porque às vezes eu acesso à imprensa aborreço-me e não quero comunicar com as crianças quando estou para a saída de zangada, mas pelo livro, aprendi que não se deve. Devo ouvi-los quando notas informativas eles têm problemas e devo guiá-los. E quando estão zangados, devo relacionadas com chama-los e falar com eles para que o problema seja resolvido. a campanha. Pairura Finanças do Programa O orçamento total para a primeira série do Soul Buddyz foi de 2.3 milhões de dólares americanos (R23 milhões) durante três anos. Os fundos foram recebidos da União Europeia, UNICEF, o Departamento Nacional de Saúde, Redes de Telefone Móveis (Mobile Telephone Network- MTN), Petróleo Britânico (BP), Televisão Educativa SABC e Radda Barnen. O custo estimado por criança/jovem: existem aproximadamente na África do Sul 9 milhões de crianças entre as idades dos 6 aos 8 anos. A avaliação mostra que o Soul Buddyz alcançou 67 por cento destas crianças. Deste modo, o custo por criança foi de 0.38 dólares americanos (R3.80). Para mais detalhes, ver apêndice 2 dos Soul Buddyz na África do Sul: Financiamento do Programa. 135 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções A experiência do SoulBuddyz demonstra que é possível usar estratégias de educação- entretenimento para alcançar e ensinar as crianças acerca de assuntos difíceis. Programa de Rádio O desafio de criar um drama de entretenimento na rádio, para crianças, foi assustador. Como foi dito anteriormente, não existia na África do Sul virtualmente nenhuma experiência prévia de produzir dramas de rádio para crianças. Para além disso, a comercialização dos media governamentais tinha relegado a programação infantil para segundo plano. A experiência piloto da revista na rádio no contexto do SoulBuddyz, nas três estações de rádio foi muito bem sucedida. O impacto desta experiência foi medido, inspirando as outras estações de rádio a participar. As estações de rádio ficaram satisfeitas com a resposta da audiência à componente telefónica do programa, foram retiradas lições acerca das horas apropriadas de transmissão para este tipo de programa (por exemplo, quando as crianças não estão na escola) e que tanto os adultos como as crianças apreciam este tipo de programas. Como resultado da eficácia do primeiro conjunto de transmissões de rádio do Soul Buddyz (em três línguas), todas as nove estações Africanas vão produzir e transmitir a segunda série de rádio, marcada para Julho de 2003. Programa de Televisão O programa de televisão do Soul Buddyz foi transmitido em múltiplas línguas com legendas em Inglês. Os resultados da avaliação mostram que esta estratégia funcionou bem com os membros da audiência, e até as crianças mais jovens não tinham dificuldade em compreender o conteúdo. O uso de várias línguas é particularmente importante numa sociedade multicultural na qual o Inglês está a ficar cada vez mais dominante e as línguas maternas das crianças estão a desaparecer. Tomou-se uma decisão consciente de usar várias línguas para valorizar o papel das crianças, embora houvesse o risco das mensagens não serem totalmente compreendidas por todos. Para compensar este risco, a série de televisão foi cuidadosamente concebida de modo a ser o mais visual possível, para que as crianças pudessem compreender as histórias e mensagens mesmo não entendendo todas as palavras. Criando Parcerias Outro grande desafio foi o de criar parcerias com organizações chave tais como a Transmissora Nacional, SABC. Sem esta parceria, o projecto não teria sido implementado. Apesar de ter demorado algum tempo a iniciar e formar a parceria esta foi essencial. No entanto, não só as parcerias com grandes organizações são importantes. As pequenas ONG que trabalham em campos especializados são também essenciais. Por exemplo, foi importante associar as ONG que trabalham com questões ligadas ao abuso sexual à elaboração da mensagem dos workshops e usá-las como empresas de consultoria. Isto dá credibilidade ao projecto e assegura que as mensagens estão de acordo com a experiência no terreno. Formar estas parcerias também demora tempo. 136 Seçcão 3: África do Sul Desde o início da implementação do programa [Soul Buddyz] estas crianças são agora muito mais abertas e livres para discutir. Elas vâo ao ponto de chegarem junto ao seu professor guia e dizerem: "Ouça, isto é algo de muito confidencial. Eu espero que você não o comente a ninguém". Depois eles discutem o que se passa nas suas mentes - um, dois, três, blá,blá,blá. Eles sentem-se abertos e livres. Eles podem agora discutir. Estudante semi-urbana Distribuir e Usar Materiais de Imprensa Outro grande desafio tem sido o de ter a certeza de que o material de imprensa foi distribuído e usado nas escolas. A distribuição é um enorme desafio num país que herdou um legado de educação negligente. Foi um grande desafio encontrar todos os nomes e endereços das escolas existentes no país e ainda mais desafiante foi ter a certeza de que os livros chegavam às mãos dos professores. Financiamento Claramente, um projecto como o Soul Buddyz necessita de um grande financiamento - isto também foi um desafio. Uma das mais importantes lições aprendidas é de que é possível implementar um projecto como este passo a passo, angariando financiamento em primeiro lugar para implementar uma experiência piloto usando-a posteriormente para obter mais financiamento. Avaliação Foi adjudicada no início de 2001 uma avaliação do Sou! Buddyz que incluiu uma componente quantitativa e qualitativa, adjudicadas separadamente a duas agências de investigação e coordenada por um coordenador independente. O objectivo foi o de medir o alcance e recepção da audiência e de investigar o impacto do programa. Tomaram parte na avaliação os seguintes grupos: * uma amostra de 2,000 crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 13 anos; * 1,500 pais e amas destas crianças; . professores e directores das escolas que as crianças frequentavam. O método de elaboração da amostra nas escolas assegurou a representatividade das crianças estudantes dos 8 aos 13 anos de idade e seus pais ou amas. A amostra era também estatisticamente representativa das escolas primárias, mistas e secundárias na África do Sul. A taxa de resposta (com substituição) foi de 100 por cento para directores, crianças e pais e 98 por cento para professores. Foram usadas entrevistas qualitativas (incluindo inquéritos, grupos especializados, estruturados, semi-estruturados e entrevistas com perguntas abertas) para recolher informação. Este trabalho de campo foi conduzido após o SoulBuddyzter sido transmitido na televisão e após os pequenos livros das competências para a vida e dos pais terem sido distribuídos. A série de rádio estava ainda a ser transmitida em duas estações quando o trabalho de campo foi conduzido. As análises estatísticas dos dados recolhidos mostraram que: . a maioria das crianças dos 8 aos 13 anos de idade (de todos os grupos étnicos) tinham visto, escutado ou usado os materiais de competências para a vida do Soul Buddyz. A 137 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA série de televisão também alcançou 36 por cento dos pais ou adultos que cuidam das crianças. Os materiais do Sou! Buddyz foram usados por 41 por cento das crianças das áreas rurais. Este grau de cobertura é alto nestas áreas, dado que não foi usado o número total de estações de rádio rural disponíveis nos meios rurais; • o material era pertinente relativamente às necessidades do grupo-alvo que o considerou divertido e educativo tendo sido apoiado não só por crianças, mas também pelos pais, os que cuidam das crianças e professores; * O programa encorajou discussões de qualidade entre as crianças acerca de assuntos relacionados com os tópicos do mesmo, incluindo discussões específicas sobre o HIV/SIDA e sobre preservativos. Para além disso, os pais que viram o Sou! Buddyz consideraram ser agora mais possível falar com os seus filhos acerca da saúde sexual e reprodutiva e dos relacionamentos; * a exposição ao Sou! Buddyz foi associada ao aumento do conhecimento, incluindo o de saber que as pessoas infectadas com o VIH podem parecer saudáveis; • a exposição acentuou atitudes positivas num número de áreas relacionadas com a sexualidade juvenil, incluindo sexo forçado e coercivo. Também encorajou uma crença na igualdade de género e uma redução do estigma em volta do HIV/SIDA; * ao nível da acção comunitária ou mobilização social, muitas crianças respondentes disseram ter formado grupos de apoio. O grupo de apoio do Soul Buddyz na série televisiva inspirou sem dúvida alguns destes. Como disse um estudante, "Nós temos um clube, nós na realidade fizemos um de nós próprios... Eu acho que cerca de sete ou oito de nós. Nós vimos a televisão, e queríamos chamá-lo de 'sobreviventes"'. Numa escola, duas crianças de 10 anos de idade, conseguiram com sucesso levar a que fossem construídas rampas para acomodar as crianças com deficiências, como um resultado directo de verem o Soul Buddyz, • os adultos que viram o Soul Buddyz tomaram consciência que as crianças têm direitos e podem contribuir para a construção de uma sociedade melhor. Para além disso, o programa ajudou-os a comunicar mais eficazmente com as crianças acerca da sexualidade e outros assuntos sensíveis. Mais de 90 por cento dos pais concordaram que o Soul Buddyzlhes facilitou a discussão de assuntos difíceis com as suas crianças; * cerca de 94 por cento de professores sentiram que o Soul Buddyz lhes deu uma nova compreensão dos problemas que as crianças enfrentam. Para mais detalhes sobre os resultados da avaliação ver o apêndice 4 África do Sul Soul Buddyz. Resultados da Avaliação. 138 Seçcão 3: África do Sul Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários Reconhece a criança / jovem O Soul Buddyz faz uso extensivo como um principiante que já da participação infantil, o que sabe, sente e pode agir no que mostra um reconhecimento da respeita a um desenvolvimento capacidade infantil. A pesquisa saudável e a uma prevenção formativa é particularmente relacionada com o VIH / SIDA. significativa. Isto é feito com crianças e forma a base da mensagem, conteúdo e abordagem da versão final do instrumento educação- entretenimento. Os actores infantis foram usados para a filmagem da série televisiva. O uso de jovens, actores desconhecidos contribuiu significativamente para o crescimento e desenvolvimento de um número de jovens. Uma forma inovadora de incluir crianças foi de lhes mostrar os 26 episódios antes da transmissão e dar-lhes a oportunidade de comentar cada episódio na sua própria língua. Estes comentários foram transmitidos no final de cada episódio do Soul Buddyz. 2 Incide nos riscos que são mais A pesquisa formativa e de comuns no grupo de testagem do argumento feitas principiantes e nas respostas que com o grupo-alvo assegura que são adequadas e dirigidas ao os riscos mais comuns ao grupo grupo. etário sejam tratados e de que o veículo é apropriado para as idades dos 7 aos 12 anos. 3 Inclui não só conhecimento mas Através da utilização do drama também atitudes e competências realístico na televisão e rádio, o necessárias à prevenção. programa contribui bastante muita para a mudança de atitudes e práticas. 139 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 4 Compreende o impacto dos Um dos temas centrais do relacionamentos nas mudanças programa é moldar os comportamentais e reforça comportamentos tendo como valores sociais positivos. base valores sociais positivos tais como o apoio aos parceiros. As histórias que incidem sobre o HIV/SIDA olham para as relações entre os meninos e meninas adolescentes, assuntos tais como o género e a falarem abertamente uns com os outros. 5 Baseia-se na análise das Foi conduzida uma pesquisa necessidades dos principiantes e participativa com crianças. Foi numa avaliação mais alargada. conduzida uma revisão extensiva da literatura. Usufruiu-se do conhecimento dos especialistas. Isto assegurou que o programa fosse baseado nas necessidades dos estudantes e também que apresentasse uma ampla imagem da sua situação. 6 Possui formação e apoio Não se A formação de professores para continuado para professores e aplica usar os materiais nas salas de outros fornecedores de serviços. aula foi levada a cabo como parte da distribuição dos materiais de imprensa. A avaliação mostra que a distribuição e formação são áreas que podem ser melhoradas. 7 Utiliza estratégias e actividades O programa em si é um de aprendizagem múltiplas e programa multimedia e por isso participativas. consiste de um número de estratégias diferentes que incluem o filme, a imprensa e a rádio. O livro do 70 ano de escolaridade, elaborado para ser um recurso na sala de aula, faz uso extensivo das estratégias participativas de aprendizagem. Muitas das actividades são baseadas nas ideias das crianças a agirem para tornarem melhor 140 Seçcão 3: África do Sul as suas vidas. De facto, isto é o que a série televisiva do Soul Buddyztem como modelo para as crianças. 8 Envolve a comunidade em A comunidade em sentido lato sentido amplo. está envolvida uma vez que os pais são abrangidos através do pequeno livro para os pais. Para além disso, a Cidade Alma forma parcerias com ONG específicas no desenvolvimento do programa. Por exemplo, as organizações que trabalham com crianças afectadas pelo HIV/SIDA estiveram envolvidas no desenvolvimento das mensagens do programa televisivo e fizeram a revisão dos argumentos e texto para o livro. 9 Garante a sequência, progressão A criação cuidada das e continuidade das mensagens. mensagens é feita depois da pesquisa formativa. A "mensagem bíblia" é dada aos argumentistas e directores e o pessoal do SoulBuddyzestá sempre em conjunto durante a filmagem e gravações para ter a certeza de que as mensagens são representadas correctamente. Tem havido uma continuidade significativa na mensagem do Soul Buddyz 1 para o Soul Buddyz2. 10 Está colocado num contexto O Departamento Nacional de adequado no curriculum escolar. Educação está envolvido no desenvolvimento das mensagens e na revisão dos argumentos e material de imprensa. O livro de competências para a vida do nível 7 é elaborado por forma a ajudar os professores a ensinar o curriculum nacional. 141 Um Manual de Programas de Prevençso Contra o HIV/SIDA 11 Dura um período de tempo O programa televisivo consiste suficiente para realizar as metas de 26 episódios que são e os objectivos do programa. transmitidos na televisão mais do que uma vez pelo transmissor nacional. A série do Soul Buddyz 1 foi passada na televisão durante um ano e meio. A série do SoulBuddyz2 também consistirá de 26 episódios passados semanalmente e será provavelmente também transmitida de novo. 12 É coordenado com um programa Não se O SoulBuddyzé de momento só de saúde escolar mais alargado. aplica um veículo de comunicação de massa. Contudo, os novos clubes do Soul Buddyzalargarão o alcance no contexto da saúde escolar. O programa não é, no entanto, ligado de nenhum modo formal a um programa de saúde escolar. 13 Contém mensagens As mensagens são desenvolvidas factualmente correctas e com especialistas no terreno e consistentes. são monitorizadas cuidadosamente enquanto a série é produzida. 14 Obteve apoios políticos através A Cidade Alma e o Soul Buddyz de uma intensa campanha para têm um enorme alcance nacional ultrapassar barreiras e expandir- e apoio político. Eles são se. parcialmente financiados pelo governo. 15 Retrata a sexualidade humana Esta é uma das mensagens como uma parte natural e fortes do Soul Buddyz. Muitas saudável da vida e não é das histórias tratam de assuntos depreciativo em relação ao relacionados com uma género, raça, etnia ou orientação sexualidade saudável e de não sexual. discriminação. 16 Inclui monitorização e avaliação. O Soul Buddyz 1 foi seguido por uma grande avaliação nacional que incluiu uma componente quantitativa e qualitativa. 142 Seçcão 3: África do Sul PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos O Instituto da Cidade Alma para Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento é uma ONG que se estabeleceu na África do Sul em 1992 e usa a influência dos media para promover a comunicação sobre a saúde e desenvolvimento. Alcançou isto através de dois instrumentos para os media actualmente em implementação que abordam uma variedade de assuntos relacionados com a saúde e o desenvolvimento. Esses instrumentos são a Soul City (Cidade Alma), que é direccionada aos adultos e jovens e o Soul Buddyz (Companheiros da Alma), que é direccionado a crianças dos 7 aos 12 anos. Mais informação sobre a Soul City e o Soul Buddyz pode ser obtida através do seguinte contacto: Dr. Sue Goldstein Caixa Postal 1290 Houghton Joanesburgo 2041, África do Sul Telefone: (+27 11) 643 5852 Fax: (+27 11) 643 6253 E-mail: soulcity©soulcity.org.za Colaboradores no Relatório O relatório foi compilado por Glynis Clacherty, da Clachert e Associados, uma agência que se especializa em investigação participativa com crianças e no desenvolvimento de materiais de aprendizagem à volta das crianças e da saúde. Glynis trabalhou extensivamente na área do HIV/SIDA e das crianças e reside em Joanesburgo, na África do Sul. Este relatório foi baseado num artigo escrito por Sue Goldstein, Shereen Usdin, Esca Scheepers, Aadielah Anderson e Garth Japhet do Instituto Cidade Alma para a Comunicação sobre a Saúde e Desenvolvimento. Informação adicional foi providenciada por Sue Goldstein, a directora da pesquisa e a directora das séries infantis na Cidade Alma. Este relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Bafios Smith Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaidsaibe.unesco.orc ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Raising Children to Se Their Best: A Guide for Parents (Educando Crianças para Serem o Sue Melhor: Um Guia para os Pais) (Número de encomenda: Soul Buddy201) 143 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Tomorrow Is Ours (O Amanhã é nosso - recurso de orientação educativa do nível 7 baseado na série televisiva) (Número de encomenda: Soul Buddy22) APENDICE 1: ESTRUTURA E PAPEIS DO PESSOAL O Apêndice apresenta a estrutura e papéis dos recursos humanos do projecto Soul Buddyz. É importante notar que o Soul Buddyz é um projecto dentro de uma grande organização, a Soul City. Grande parte do pessoal que está indicado aqui como estando a trabalhar em tempo parcial trabalha no restante tempo para o projecto Soul City. Uma estratégia importante usada na Soul City é a de manter em níveis mínimos o pessoal do projecto e contratar especialistas externos. Trabalharam no projecto Sou! Buddyz um número de fornecedores de serviços. Os principais fornecedores de serviços estão listados em baixo, com indicação do trabalho que fizeram. * Agência de pesquisa: pesquisa de audiência com crianças. * Argumentistas para filmes. . Empresa de produção de filmes. * Argumentistas para rádio. . Empresa de produção para a rádio. * Agência de pesquisa: testagem dos argumentos. * Empresa de marketing: eventos de marketing tais como o lançamento e marketing nos media. • Agência de publicidade: publicidade da série. . Agência de pesquisa: avaliação. Papéis do Pessoal Gestor Sénior (Tempo Parcíal) Gestor geral do projecto, responsável pelo angariação de fundos e por assegurar que o Gestor cumpre com as datas limite. O Gestor sénior também tem um papel de formador e presta apoio ao Gestor sempre que necessário. Gestor Responsável pela coordenação da série e particularmente pelo envolvimento na programação assegurando que tudo é feito dentro dos períodos definidos. Ela é também quem 'mantém a mensagem' e assegura que as mensagens desenvolvidas se mantêm rigorosamente durante todo o processo. Coordenador da Rádio Gere o processo de elaboração e desenvolvimento do argumento para a rádio assim como assiste no estabelecimento de contactos com as estações de rádio. Para além disso, coordena e organiza a formação para a produção de rádio e verifica o processo de tradução. 144 Seçcão 3: África do Sul Administrador Responsável pela administração, incluindo o envio de argumentos para os consultores e a recepção do respectivo feedback, assim como pela organização logística e assistência no 'Buddyz Buzz'e em trabalhos de tradução. Investigador A Soul City tem na base de cada intervenção um trabalho de investigação. No Soul Buddyz, o pequeno livro para os pais e alguns dos outros aspectos do programa são testados com adultos. A pesquisa formativa é feita em três partes - com crianças, adultos e intervenientes chave. Os pesquisadores da Soul Cítyfazem a pesquisa formativa com adultos. O Gestor do Soul Buddyz faz a pesquisa relativa aos intervenientes e a pesquisa das crianças é contratada exteriormente a um parceiro especializado nessa área. Gestor de Marketing Trata das relações públicas e campanhas publicitárias em volta do Soul Buddyz (e todas as outras intervenções da Soul Cit». Trabalha também juntamente com a equipa do Soul Buddyz para assegurar que o sentimento da campanha é apropriado. Gestor de Advocacia A acompanhar os Soul Buddyz está uma campanha de advocacia que trata de um elemento particular do programa. O Gestor de advocacia desenvolve e efectua estas campanhas para além de formar alianças e parcerias. APÊNDICE 2. FINANCIAMENTO DO PROGRAMA Dinheiro gasto em Valor gasto (USD$) Pesquisa e desenvolvimento (incluindo as 40,000 (R400,00) experiências piloto) Televisão 900,000 (R9 milhões) Rádio 200,000 (R2 milhões) Imprensa 550,000 (R5.5 milhões) Pequeno livro para os pais 100,000 (Rl milhão) Relações Públicas e Advocacia 200,000 (R2 milhões) Custos de Pessoal 200,000 (R2 milhões) Avaliação 100,000 (1 milhão) Total (baseado no valor do câmbio de 2.3 milhões (R23 milhões) RIO para 1 USD) 145 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 3: EXPLICAÇÃO DETALHADA DOS RESULTADOS As seguintes mensagens captam o significado da série do Soul Buddyz. Por baixo de cada uma existe uma explicação da razão pela qual a mensagem é importante. 1. Eu sou único e tenho as minhas próprias forças e fraquezas - nós somos todos diferentes e especiais do nosso próprio modo. Todas as pessoas são merecedoras de respeito, independentemente da idade, sexo, religião, raça, ou estado de saúde ou deficiência. Eles têm forças e fraquezas tais como nós. Esta mensagem esteve na base da totalidade da série do Soul Buddyz. A pesquisa formativa mostrou que as crianças que são de um modo "diferentes" eram perturbadas e caluniadas por outros. A mensagem foi continuamente mostrada através da composição do grupo do Soul Buddyz, de diferentes raças e origens socio- económicas, com diferentes capacidades, sendo contudo amigos, respeitadores e prestando apoio uns aos outros. 2. E importante servir a comunidade a que cada um pertence e reconhecer que as minhas acções ou falta de acções influenciam e afectam outros. Esta mensagem chamou a atenção para a acção da comunidade à volta dos vários assuntos educacionais, incluindo a SIDA, e promoveu a ideia de apoio baseado na camaradagem. O resultado da história foi uma competição, para a qual cada grupo de crianças tinha que fazer três projectos comunitários e eram depois visitados por um juíz que discutia os projectos com eles. A série culminou numa "Convenção Internacional dos Direitos das Crianças" na qual a participação foi o prémio. 3. Os meninos e as meninas são iguais e merecem igual respeito. As meninas conseguem fazer tudo, embora às vezes possa ser difícil. É permitido aos meninos "sentir" e ser sensível. Esta mensagem teve como objectivo dignificar o ser-se menina na sociedade da África do Sul. A pesquisa formativa mostrou que as meninas na África do Sul se sentem ansiosas acerca da forte possibilidade de serem abusadas: "Eu não gosto de ser menina porque eu não quero ser violentada por gangsters e pelo meu pai", disse uma menina de 9 anos de idade. Um menino de 11 anos de idade disse, "Quando a vires com outro homem, bate-lhe." Alguns episódios foram dedicados a esta mensagem, mostrando meninas conseguindo coisas que muitas crianças na África do Sul pensam não ser possível, tal como meninas a querer ser piloto. Para além disso, foi tomado muito cuidado em cada cena para não estereotipar os papéis do homem e da mulher. 4. Eu necessito de identificar os meus sentimentos e aprender a expressá-los de modo apropriado. As crianças têm o direito de sonhar, ter esperança e de ter o espaço para os articular. As crianças têm o direito de ter preocupações e devem ser encorajadas a expressar estas preocupações para que elas sejam resolvidas. A pesquisa formativa para o SoulBuddyzmostrou que as crianças não sabiam expressar as suas emoções. Cada história foi contada na perspectiva de uma criança de um modo tal que a audiência podia ouvir a voz interior da criança através da técnica de sobreposição de voz. Isto permitiu às crianças compreenderem por palavras o que a criança estava sentindo e, deste modo, expressar as suas emoções. 146 Seçcão 3: África do Sul 5. A vida tem a ver com escolhas. É importante notar que as suas escolhas influenciarão o seu futuro e podem afectar outros. Foi encorajada a abordagem de resolução dos problemas e foram mostradas crianças procurando as suas próprias respostas e tentando soluções diferentes. As crianças foram encorajadas a serem responsáveis pelas suas acções. 6. É importante comunicar acerca da SIDA e do sexo. É muitas vezes difícil de conseguir informação sobre assuntos sensíveis, mas é importante continuar a tentar conseguir informação correcta. Os amigos e os adultos não estão sempre certos, por isso verifica a tua informação com outros recursos. Antes da série, muitas crianças tinham ouvido falar sobre a SIDA, embora o seu conhecimento fosse restrito. Elas sabiam que a SIDA era incurável, mas acreditavam que envolvia levar soros e ficar "doidos". Nem a natureza invisível da infecção do VIH, nem os seus métodos de transmissão, eram claramente compreendidos. "Se ficares próximo deles, eles podem te infectar - se eles o têm, então também tu o apanharás", disse um menino de 10 anos de idade. A pesquisa formativa também mostrou que os pais achavam muito difícil falar sobre sexo com os seus filhos. Num inquérito nacional de juventude, só 14 por cento das crianças dos 12 aos 17 anos de idade disseram que tinham aprendido algo acerca do sexo através dos seus pais. A história na série é sobre um jovem menino que fica a saber que a sua mãe tem SIDA. Ele atravessa então um processo diversificado de aprendizagem dos factos acerca da SIDA, sendo que uma das formas (de um amigo da escola) mostra ser incorrecta. 7. O meu corpo é de mim mesmo. É normal sentirmo-nos desconfortáveis com as mudanças que acontecem no nosso corpo durante a puberdade. As crianças têm o direito de dizer não ao sexo e ao abuso sexual. Há um romance juvenil, começando com uma menina jovem que se encontrava com a menstruação e que descobre os factos acerca da puberdade. Ao mesmo tempo, um menino jovem tem um sonho molhado e todos os mitos em redor disto desaparecem. Há uma outra história de uma jovem menina que foi sexualmente abusada pelo seu tio que mostra como ela é assistida pela "Linha da criança" (uma linha de ajuda) e como uma das suas amigas procura a ajuda de um adulto. 8. Todas as pessoas são merecedoras de respeito, independentemente da raça ou religião que professam, ou quer elas tenham VIH ou SIDA. Esta mensagem do Soul Buddyzfoi concebida para tratar do intenso estigma sofrido pelas pessoas que vivem com a SIDA na África do Sul. Gugu Diamini, uma mulher da província de Kwazulu-Natal que revelou o seu estado de VIH positiva na rádio no Dia Mundial da SIDA em 1998, foi apedrejada até morrer. A pesquisa feita no âmbito do Soul Buddyz mostrou que as crianças haviam sofrido de discriminação relacionada com a SIDA. A história roda à volta do amigo de um dos Soul Buddyz que é despedido do seu trabalho porque é VIH positivo. Os Soul Buddyz defenderam-no de maneiras criativas confrontando esta discriminação com protestos e informação. 147 Um Manual de Programas de Prevençâo Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 4. RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ALCANCE DO SOUL BUDDYZ Após o seu primeiro período de transmissão, 75 por cento de todos os inquiridos com idades dos 8 aos 13 anos tinham ouvido falar do Soul Buddyz, com 67 por cento dos inquiridos a relatar que tinham visto, escutado ou usado os materiais das competências para a vida do Soul Buddyz. Quase metade das crianças que viram o Soul Buddyz na televisão indicaram que tinham visto "todos ou quase todos os episódios" A série televisiva do Soul Buddyztambém alcançou 36 por cento dos pais ou adultos que cuidam das crianças. O Soul Buddyz foi transmitido nos canais mais populares em termos de audiência (SABC 1 às 18h30m). Este canal transmite frequentemente programas em outras línguas para além do Inglês ou apresenta transmissões multilingues, o que tende a reduzir a sua audiência de pessoas de raça branca. Daí a sua menor audiência ter correspondido a crianças brancas, 49 por cento. Quarenta e um por cento das crianças dos meios rurais tiveram acesso aos materiais do Sou!Buddyz (incluindo a série televisiva, revista de rádio e os dois pequenos livros). Este grau de cobertura é alto em áreas rurais, dado que não foi usada a totalidade das estações de rádio rurais. 70- 60 50- 40 - ;- . 30 r 20 --- 31 4 10 n _ -I I u O Qualquer Media Tele visão Rádio Livro de Grau 7 Posters Figura A4. 1. Alcance do Material do Soul Buddyz Relevância do SoulBuddyz Tanto as análises quantitativas como qualitativas indicaram que os materiais do Soul Buddyz foram altamente relevantes para o grupo-alvo primário. O Soul Buddyz foi muito popular entre todos os seus grupos-alvo, sendo uma experiência divertida e educacional para vários conjuntos de espectadores. Para além das crianças, os pais, amas e professores 148 Seçcão 3: África do Sul apoiaram bastante o Soul Buddyz. Como afirmou um pai, "o Soul Buddyz é um bónus. Trata de assuntos da vida real e situações da vida real e faz com que as crianças tenham mais conhecimento das coisas que são realidade." Impacto sobre o Sexo, Juventude, Sexualidade e HIV/SIDA O Soul Buddyz afectou consistentemente a qualidade e frequência das discussões dos assuntos entre os membros da audiência. Cerca de 77 por cento das crianças que viram a série televisiva do Soul Buddyz disseram que falaram acerca das coisas que viram no Soul Buddyz com outras pessoas. Os pais (e amas) que viram o SoulBuddyz na televisão estavam mais preparados a discutir os assuntos ligados à sexualidade com os seus filhos (74 por cento), em comparação com os pais que não viram (54 por cento) (P=.000). Como notou um pai do meio rural, "Eu gosto que o Sou! Buddyz ensine às crianças coisas que não são fáceis para os pais falarem com os seus filhos. Nós pais pretos temos um problema - existem coisas que não são fáceis para nós falarmos com as crianças." 60 40 - í -1 20 - O _ 1 1 1 z Meninas Meninos Áreas urbanas Áreas rurais Alcance da Rádio e/ou TV Figura A4.1. Alcance do Material do Soul Buddyz, por Sexo e Lugar As crianças expostas aos materiais dos media do Soul Buddyz estavam mais preparadas a discutir sobre o HIV/SIDA, comparativamente com as crianças que não estavam expostas: cerca de 80 por cento dos jovens dos 11 aos 13 anos de idade que estavam expostos ao pequeno livro de competências para a vida afirmaram ter falado sobre o HIV/SIDA, comparativamente com os 64 por cento dos inquiridos da mesma idade que não estavam expostos (P=.000). Do mesmo modo, cerca de 75 por cento dos jovens dos 11 aos 13 anos de idade com alta exposição à série televisiva do Soul Buddyz, afirmaram ter falado 149 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA sobre o HIV/SIDA, comparativamente com os 61 por cento dos inquiridos da mesma idade que não estavam expostos (P=.000). Um jovem espectador do Soul Buddyz notou, '[Soul Buddyz] mudou o modo como interajo com os meus amigos, pais e pessoas da comunidade; eu aprendi a ser mais respeitador e aprendi a falar sobre coisas que são de grande preocupação para mim ou que me magoam'. A exposição ao Soul Buddyz foi associada a um aumento do conhecimento bem como a atitudes positivas relativamente a uma variedade de assuntos ligados à sexualidade juvenil. Por exemplo, 67 por cento dos meninos com grande exposição à série televisiva do Soul Buddyzdiscordou com a declaração, "uma pessoa tem que ter sexo com o seu namorado ou namorada para mostrar que o/a ama," comparativamente com 52 por cento dos meninos que não estavam expostos (P=.002). Do mesmo modo, 86 por cento das meninas que estavam expostas ao pequeno livro de competências para a vida discordou com a mesma declaração, comparativamente com os 67 por cento de meninas com nenhuma exposição ao pequeno livro (P=.000). As crianças expostas à série televisiva do Soul Buddyz tinham uma maior tendência em concordar com a declaração "os meninos e as meninas são iguais", comparativamente às crianças sem exposição à série televisiva. Cerca de 63 por cento de jovens dos 11 aos 13 anos de idade com alta exposição à série televisiva concordaram que os meninos e meninas são iguais, comparativamente com os 51 por cento de crianças que não estavam expostas à série televisiva (P=.001). A exposição a qualquer dos três meios do Soul Buddyz foi positivamente associada ao conhecimento acerca do HIV/SIDA e à frequência do uso de preservativos mencionada como modo de prevenção contra o HIV/SIDA. Oitenta e quatro por cento de crianças com alta exposição ao Soul Buddyz na televisão (cujos pais disseram nunca terem discutido o HIV/SIDA com os seus filhos) sabiam o que era o HIV/SIDA, enquanto 67 por cento do mesmo segmento da amostra sem nenhuma exposição ao Soul Buddyz na televisão não sabiam o que era o HIV/SIDA (P=.05). As crianças expostas ao Soul Buddyz na televisão apresentavam uma maior tendência para saber que as pessoas com o VIH podem parecer saudáveis: 56 por cento das crianças dos 11 aos 13 anos de idade com alta exposição ao SoulBuddyz na televisão pensavam que as pessoas com o HIV/SIDA podem parecer saudáveis, enquanto 31 por cento sem nenhuma exposição ao Soul Buddyz na televisão não pensavam (P=.000). As crianças expostas a qualquer dos três tipos dos programas do Soul Buddyz apresentavam uma maior tendência para mencionar o uso consistente do preservativo como um modo de prevenir o HIV/SIDA, relativamente às crianças sem nenhuma exposição ao Soul Buddyz. Oitenta e seis por cento das crianças que discutiram o HIV/SIDA com um professor e estiveram expostas ao pequeno livro do nível 7 mencionaram o uso do preservativo como um modo de prevenir o HIV/SIDA, enquanto 70 por cento das crianças no mesmo segmento da amostra, mas sem nenhuma exposição ao pequeno livro do nível 7 não o fizeram. (P=.016). Informação qualitativa mostrou que as mensagens do Soul Buddyz acerca da assistência e apoio às pessoas que vivem com o HIV/SIDA apareceram claramente e eficazmente. Como notou uma criança jovem, " o Soul Buddyz ensina-me acerca da SIDA. Como quando a mãe de um dos meninos tinha SIDA, mostra como uma pessoa consegue 150 Seçcão 3: África do Sul viver com a SIDA." As crianças expostas à série televisiva Soul Buddyz apresentavam uma maior tendência dizer que tinham vontade de fazer amizade com alguém que tem HIV/SIDA do que as crianças que não estavam expostas à série televisiva. Cinquenta por cento das crianças dos 8 aos 10 anos de idade com alta exposição ao Soul Buddyz na televisão disseram que têm vontade de fazer amizade com alguém com HIV/SIDA, enquanto 21 por cento sem nenhuma exposição ao Soul Buddyz na televisão disseram que não tinham (P=.O0O). Foram observadas tendências similares entre crianças dos 11 aos 13 anos de idade. 151 «`r4efFt jêJZâêNu ..X Seçcão 3: Tanzânia AMREF, LSHTM, e NIMR: Programa MEMA Kwa Vijana PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa Entre 1994 e 1998, foram conduzidos, na Tanzânia, vários estudos de base na região de Mwanza e na vizinha região de Mara para analisar o nível da infecção pelo VIH nas escolas primárias. Estes estudos mostraram que os jovens por volta dos 20 anos corriam um maior risco de ficarem infectados. Para tratar este problema, foi estabelecido, em 1999, o programa MEMA Kwa V(jana em 62 escolas primárias em quatro (dos sete) distritos na região do Mwanza para os jovens dos 12 aos 19 anos, idade antes da qual apresentam uma maior probabilidade de infecção. O objectivo era de fornecer aos jovens informação acerca da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA) e fazê-los pensar acerca das consequências do seu comportamento sexual. O título do programa reflecte as suas razões: MEMA Kwa Vijana significa " Coisas Boas (MEMA) para jovens." O programa resulta da colaboração entre três organizações: a AMREF, a LSHTM e o NIMR da Tanzânia. A Estabelecer uma intervenção AMREF desenhou o programa e é responsável pela sua risco assistirá em equipá-los implementação em colaboração com os Ministérios da com a informação correcta Saúde (MdS) e o Ministério da Educação e da Cultura acerca da sexualidade antes (MdEC) da Tanzânia. O NIMR é responsável por desenhar deles começarem a ter relações e implementar a avaliação, olhando tanto para o impacto sexuais. Para além disso, como custo-eficácia da intervenção. A LSHTM providencia significará também que há uma assistência técnica a ambas a AMREF e o NIMR, assim maior probabilidade de eles como providencia a maior parte do financiamento do praticarem sexo seguro. Caso programa. contrário, muitos jovens O programa envolve o ensino participativo na sala aprendem através dos seus de aula, guiado pelo professor e assistido pelos colegas e a parceiros a quem falta também educação por pares sobre SSRA em clubes e através do informação correcta contacto pessoal. Para além disso, envolve também os serviços de SSR adequados aos jovens e a mobilização da comunidade. O programa foi estabelecido usando um desenho experimental: a intervenção está a ser conduzida em 62 escolas primárias e 18 instalações de saúde, com o mesmo número de escolas e instalações de saúde a servir como grupo de controlo (ver Avaliação em baixo). Este plano permite que se meça cientificamente o impacto do programa. Até ao momento, o programa alcançou aproximadamente 17,000 estudantes. O futuro do programa será determinado pelo resultado da avaliação que está de momento a ser feita (2002) e a disponibilidade de financiamento. 153 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Visão Geral do Programa Missão A missão do programa é melhorar o conhecimento sobre a SSRA e diminuir o nível de infecções sexualmente transmissíveis (IST), de infecção pelo VIH e de gravidezes indesejáveis entre os jovens dos 12 aos 19 anos de idade na região de Mwanza. 1995 * Desenho preliminar do programa o Solicitação de fundos 1997 * É dada a aprovação do programa pelo MdEC, MdS e autoridades regionais e distritais * Detallhes da concepção e intervenção são desenvolvidos e pré-testados (Julho-Dezembro) * Inquérito do grupo de recrutamento (Setembro-Dezembro) 1998 * Inquérito inicial de avaliação das necessidades (Novembro 1997-Maio 1998) a Desenvolvimento e pré-teste dos guias dos professores (Novembro 1997-Maio 1998) * O programa começa em 62 escolas primárias e 18 clínicas de saúde a Começa o programa de pesquisa sobre Saúde e Estilos de Vida (HALIRA) 1999 o Avaliação conduzida pelo Dr. W. Lugoe (Canada), G. Akingabe (Universidade de Dar es Saíam [UDSM], Tanzânia) e Dr. J. Ferguson (Organização Mundial de Saúde [OMS] para avaliar o progresso * Avaliação conduzida por Mary Plummer para avaliar a comunidade e a formação dos educadores de pares/colegas para as aulas o Discussão do grupo especializado e entrevistas detalhadas com jovens 2000 em Mwanza * Avaliação da educação por pares conduzida por Ak'ingabe Guyon (Canadá). Dr. Lugoe (UDSM, Tanzânia) e Dr. Ferguson (OMS) a Inquérito provisório (meio termo) (Fevereiro-Junho) o Utilização do exercício de pacientes para comparar os serviços da SSRA 2001 providenciados na intervenção e nas comunidades de controlo (Outubro-Dezembro) o Avaliação da formação de professores e do curriculum 2002 o Inquérito final (impacto) (Outubro 2001-Abril 2002) * Relatório da avaliação do impacto na saúde e comportamentos Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 154 Seçcão 3: Tanzânia Objectivos De acordo com o coordenador do programa, os Nós gostamos do objectivos do programa são: programa porque nos * melhorar o conhecimento e práticas dos jovens para evitar os informa acerca de riscos relacionados com a saúde sexual e reprodutiva; assuntos que não * diminuir a prevalência da infecção pelo VIH e de outras IST costumávamos saber. entre os jovens; Para além disso, também * diminuir o número de gravidezes indesejáveis; nos permite falar • melhorar o acesso dos jovens a serviços adequados de SSRA; livremente acerca de * melhorar as atitudes dos adultos para com as necessidades coisas que não nos era relacionadas com a SSRA; permitido falar antes, * melhorar as capacidades dos adultos para responder às como fazer menção aos necessidades relacionadas com a SSRA. mrgaos reprodutivos Jovem participante Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário consiste dos estudantes em 62 escolas primárias com idades dos 12 aos 19 anos (níveis 5, 6 e 7) na região da Mwanza. Grupo-alvo Secundário O grupo-alvo secundário consiste: • dos estudantes nos níveis 1 a 4 e jovens fora da escola que participam nos festivais interescolares anuais da Semana da Saúde Juvenil; * das professoras nas escolas onde o programa está a ser implementado; • dos trabalhadores de saúde nas clínicas onde o programa está a ser implementado; * de aproximadamente 2,000 jovens fora da escola que participam em dramatizações, actos de imitação e canções, e que estão envolvidos na promoção e distribuição de preservativos, que eles compram e vendem obtendo lucro; * dos membros da comunidade que estão expostos ao programa. Localização O programa começou e está principalmente baseado em escolas primárias da região. Para além disso, no contexto de implementação do programa também se trabalha nos centros de saúde, onde há recursos humanos formados para prestar os serviços de SSR adequada aos jovens. Duração do Programa O programa durou, até ao momento, três anos. 155 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Objectivos do Programa A lista na figura 2 mostra como o coordenador do programa ordenou os objectivos do programa. A ideia é de que se os jovens recebem a informação correcta e lhes são ensinadas capacidades ao nível dos comportamentos e para a vida antes de envolverem em actividades sexuais, há uma maior probabilidade de praticarem sexo seguro (exemplo: usando preservativos, escolhendo parceiros seguros, limitando o número de parceiros, procurando os serviços de SSRA, etc.) logo que se tornam sexualmente activos. Abordagens A figura 3 mostra as abordagens do programa, ordenadas pelo coordenador do programa. Foram conduzidos testes e prestado aconselhamento no âmbito do HIV/SIDA, em 1999, a 10,000 jovens dentro e fora da escola (ambos homens e mulheres) que formaram o grupo de intervenção. Eles foram aconselhados e testados de novo em 2002. Oesenvolvimento das capacidades comportamentais e 0 = Prevenção do HIV/SIDA/IST Acesso e informação aos serviços de saúde sexual e retZ7;T, |k Prevenção da gravidez Abstinência Figura 2. Objectivos do Programa Ordenados por Ordem Crescente pelo Coordenador do Programa 156 Seçcao 3: Tanzânia Desenvolvimento das capacidades para a mudança comportamental e para a vida Educação dos pares Eficácia própria e auto-estima Educação sobre a sexualidade/VIH/IST Abstinência Acesso a informação sobre SSR Serviços de SSR Comportamento moral e valores sexuais Respeitar os direitos individuais d Acesso a contraceptivos/preservativos Figura 3. Abordagens do Programa Ordenadas por Ordem Crescente Actividades Os estudantes gostam mais das dramatizações e papéis de representação porque se podem envolver e é-lhes dada uma oportunidade para mostrar as suas capacidades. A distribuição de preservativos ocorreu menos frequentemente, porque é feita pelos jovens fora da escola ou com base em voluntários. Componentes O programa consiste de quatro componentes principais: 1. educação participativa sobre SSR guiada por professores e assistida pelos pares e educação informal de pares; 2. formação de profissionais de saúde para efectuar serviços de SSR adequada aos jovens, 3. distribuição de preservativos; 4. mobilização da comunidade. Componente escolar Ensino na sala de au/a. Cada escola tem aproximadamente três professores MEMA que foram formados para dar educação participativa sobre SSR. Os estudantes nos últimos três anos da escola primária são ensinados durante uma hora por semana acerca de SSRA por professores-tutores, que são assistidos por educadores de pares/colegas. 157 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Canções Jogos Comédia Poemas Aconselhamento de pares Filmes de video Envolvimento dos adultos 1 -1 girA ^; A I jLi ii i S : Figura 4, Actividades do Programa Ordenadas por Ordem Crescente em Termos de Frequência de Utilização pelos Jovens As sessões dentro das salas de aula têm sido desenvolvidas em parceria com as autoridades regionais de educação e têm como objectivo aumentar o conhecimento e melhorar as atitudes dos jovens em relação à SSR. Para além disso, incluem também uma componente substancial de formação concebida para assistir os adolescentes na tradução de atitudes e intenções em comportamentos. Depois das horas escolares, estas lições são seguidas por dramatizações, canções, actos de representação e poemas preparados (com a ajuda dos professores) pelos estudantes. Os clubes de debate têm lugar duas vezes por mês em cada escola. Os alunos mais jovens são convidados a frequentá-los. Existe um comité escolar de 15 membros: dois professores, o coordenador de educação da área, o oficial executivo da vila e da área, um profissional de cuidados de saúde e outros membros masculinos e femininos da comunidade. O comité guia a escola através da discussão das opiniões, necessidades, progresso e recomendações feitas por todos os intervenientes (estudantes, professores e membros da comunidade). Os professores também frequentam workshops anuais, onde encontram outros professores de outras escolas para procederem à monitoria e avaliação do progresso do programa e trocar ideias e novas descobertas. O coordenador de educação da área visita cada escola três vezes por ano para ter a certeza de que os assuntos académicos e sobre SSRA são ensinados devidamente. Eles também discutem o progresso do programa com os educadores de pares/colegas e professores. Quaisquer problemas levantados são discutidos, primeiro pelo comité da escola e se não for encontrada nenhuma solução, são informados o inspector distrital da educação e os representantes do MEMA kwa ViFana. 158 Seçcão 3: Tanzânia Estudo de caso de uma Aula A sessão começa com o professor a pedir a um aluno para cantar uma canção para "quebrar o gelo". O professor faz revê então a revisão da aula anterior através de perguntas - por exemplo, "Quem nos pode dizer o que falámos na última aula?". Depois o professor coloca no quadro os tópicos da aula daquele dia. É pedido aos alunos para os lerem e adivinharem o que é que vai ser discutido nesse dia. O tópico é então apresentado através de um curto dramatizações representado por educadores de pares/colegas. Depois os estudantes formam pequenos grupos para responder a perguntas que o professor lhes coloca em forma de competição. E dada aos estudantes a oportunidade de fazerem perguntas e de reverem o que aprenderam naquele dia. São dadas perguntas para trabalho de casa, e é solicitado aos estudantes para as discutirem assim como às lições em geral com outros que não participaram nessa sessão (colegas fora da escola, irmãos, pais). Conselhos. São dados conselhos empáticos por professores-tutores ou por professores que receberam formação em SSRA, quer em resposta à procura ou quando os professores identificam a necessidade. Semanas da Saúde Juvenil. As semanas da saúde juvenil têm lugar uma vez por ano. Os estudantes de todas as escolas do distrito que participam encontram-se e mostram o que aprenderam durante o ano. São convidados membros da comunidade e líderes distritais ou regionais. O objectivo destas semanas é disseminar mensagens sobre a prevenção do HIV/SIDA/IST e de aumentar a sensibilidade relativamente à SSRA. Componente das Clínicas de Saúde Um programa de serviços de SSR amigos dos jovens foi desenvolvido e está a ser implementado em 18 instalações governamentais de cuidados primários de saúde geridos. Foram formados dois profissionais de saúde por clínica para prestar serviços de SSR adequados aos jovens com o objectivo de melhorar o acesso dos jovens a tratamentos eficazes das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e serviços de planeamento familiar. Esta componente incide sobre o direito dos adolescentes a serviços compreensivos, tratamento empático, respeito e confidencialidade. Os profissionais de saúde formados visitam as escolas uma vez por mês para verificarem a saúde geral dos estudantes e trocar novidades com os professores e os guias. Distribuição de Preservativos O projecto formou um total de 228 jovens (promotores e distribuidores de preservativos [PDP]) que foram eleitos pelos seus colegas para venderem preservativos a preços acessíveis nas vilas objecto de intervenção. Os preservativos são fornecidos pelo projecto a pelo menos um distribuidor central em cada comunidade do projecto, a quem os PDP compram o stock. 159 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Mobilização da Comunidade As actividades da comunidade são programadas durante o ano. Têm como objectivo aumentar o conhecimento da comunidade sobre os riscos relacionados com a SSRA e mobilizar apoio para as outras componentes de intervenção. Estas actividades são supervisionadas em cada comunidade por um comité de aconselhamento, que consiste de 15 a 22 indivíduos que são eleitos pela própria comunidade no final de uma semana de mobilização participativa da comunidade nos fins de 1998. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades A avaliação das necessidades não estava disponível. No entanto, o gerente do programa disse que os resultados principais revelaram que a maior parte dos estudantes das escolas primárias iniciaram a actividade sexual pelos 13 ou 14 anos de idade. Para além disso, também constatou que 5 por cento das raparigas e 1 por cento dos rapazes de 19 anos eram VIH positivos. Muitas raparigas jovens (particularmente as pobres) foram induzidas com pequenos presentes a ter sexo desprotegido com homens mais velhos e mais ricos. Os homens acreditam que as meninas jovens e inocentes não estão infectadas pelo VIH. Materiais do Programa O MEME kwa Vijana desenvolveu os seus próprios materiais para os professores e estudantes. Os materiais estão em Kiswahili, e estão a ser traduzidos para inglês, estando a publicação prevista para o início de 2003. Outros materiais são adaptados de outras ONG, tais como a Agência Alemã para a Cooperação Técnica (Deutsche GeselIschaft fur Techische Zusammenarbeit- GTZ), e programas tais como os do Apoio Holandês para a Luta Contra a SIDA na Tanzânia (Tanzania Netherlands Support forAIDS- TANESA) entre outros. Materiais para os Grupo-alvo * Guia para os educadores de pares/colegas (em Kiswahili) preparados pelo Ministério da Educação e Cultura chamado KINGA. . Materiais educativos de saúde e vida familiar para os níveis 5, 6, e 7 das escolas primárias (tópicos principalmente sobre a SSRA). * Oito pequeno livros da GTZ que dão respostas a perguntas mais frequentemente feitas por adolescentes acerca da SSRA: - volume 1 - Crescimento, - volume 2 - Relações entre Homens e Mulheres, - volume 3 - Relações Sexuais, - volume 4 - Gravidez, - volume 5 - Relações Saudáveis, - volume 6 - O HIV/SIDA e a Nova Geração, 160 Seçcão 3: Tanzânia - volume 7 - Drogas e Abuso de Drogas, e - volume 8 - Álcool e Cigarros. . . ~~Materiais Adicionais O programa é muito útil porque Outros mAteioais, agora o nível de gravidezes, órgáOutros materiais, tais como flip chart sobre os absentismo e desistências é orgaos reprodutivos masculinos e femininos, posters, baixo. Por exemplo, não houve pequenos livros e vídeos do Programa Nacional de Controlo nenhuma aluna grávida durante da SIDA e de outras ONG, tais como a GTZ e TANESA são os passados dois anos. As também usados. meninas estão também mais abertas e confidentes. Materiais para a Formação do Pessoal Conseguem dizer não a Foram desenvolvidos três livros, um para cada propostas sexuais, e existem classe (níveis 5, 6, e 7) para os professores usarem nas boas relações inter-pessoais aulas como guias, nomeadamente: entre os meninos e as meninas. * um livro de perguntas e respostas para os educadores Professor de pares/colegas que inclui perguntas comuns feitas pelos jovens; * um guia para o professor usado para promover a aprendizagem sobre SSR; . um livro de recurso para o professor com informação detalhada acerca do HIV/SIDA/IST e planeamento familiar, incluindo o uso de preservativos. Selecção e Formação do Pessoal * Inicialmente, o programa formou formadores de pares (Trainers of peers - TOPs) que participaram na formação dos seus colegas de aula, tendo-se desistido da abordagem em favor da utilização de professores. * Foram anunciadas nos media vagas para posições sénior. Os candidatos foram entrevistados e os bem sucedidos contratados. O pessoal júnior foi recrutado da região de intervenção através de um anúncio interno e em parceiros. * O desenvolvimento do pessoal é assegurado através de formação interna, participação e apresentações em reuniões nacionais e internacionais e acesso a informação actualizada através do acesso ilimitado à Internet no lugar de trabalho. * Este ano, o coordenador do programa recebeu uma bolsa para fazer um mestrado de saúde pública (MSP) de um ano em Londres. Instalação do Programa Não estava disponível informação sobre a forma como o programa foi estabelecido. Recursos do Programa O programa tem um escritório espaçoso, onde estão guardados livros, posters, flip chart, folhetos, panfletos e outros materiais. O escritório tem também um número de computadores e impressoras e uma fotocopiadora. O programa tem também quatro veículos. 161 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Advocacia O MEMA kwa Vijana envolve oficiais do governo e líderes comunitários que dão o seu firme apoio ao programa. O envolvimento do governo inclui providenciar linhas políticas orientadoras para o programa e participar na implementação do programa (MdEC e MdS, líderes regionais e distritais). Os profissionais públicos de saúde estão envolvidos na prestação de serviços adequados a jovens. A discussão com o oficial regional da educação de Mwanza e o inspector de educação da zona mostrou que eles estavam contentes com o programa e gostariam que o mesmo fosse expandido de forma a cobrir todas as escolas na região. Finanças do Programa As estimativas dos custos por participante do programa são: * durante a fase piloto (forte desenvolvimento e monitorização), o custo por jovem do grupo-alvo primário foi USD$17 por ano; • o custo do segundo ano foi de USD$7.63; * o custo anual de implementação presentemente é de USD$1.37 por participante por ano. PARTE C: AVALIAÇAO E LIÇOES APRENDIDAS Desafios e Soluções Coordenador do Programa . A educação sobre SSR dirigida por professores e assistida pelos pares, é agora aceite e viável dentro do curriculum escolar. Isto foi conseguido através de discussões com líderes educacionais que concordaram em dedicar uma hora por semana por aula para a educação sobre SSRA. O mesmo se aplica aos serviços de saúde adequados aos jovens. . Ao dirigirem-se aos pais, as mensagens sobre SSRA podem ser mais integradas na vida comunitária. * Os programas de SSRA precisam de criar capacidades e infra-estruturas locais para promover e assegurar a educação por pares. * Foi notada alguma resistência da parte dos líderes religiosos, especialmente sobre o conhecimento e uso de preservativos. Isto pode ser ultrapassado se os líderes religiosos estiverem envolvidos desde o início do programa. As discussões e demonstrações do uso de preservativos também permaneceram um assunto de controvérsia. Isto necessita de ser ultrapassado, especialmente porque é necessário em termos educativos. . A concepção de actividades com as quais os adolescentes se identifiquem no contexto de programas de SSRA (dramatizações, desporto, divertimento, e actividades de geração de rendimentos) ajusta-se melhor às necessidades dos jovens. Para além disso, combinar as actividades de educação sobre SSRA com serviços e aconselhamento adequados aos jovens pode com maior probabilidade resultar em mudanças de comportamento. 162 Seçcão 3: Tanzânia * O nível de risco associado à SSR que um adolescente encara é geralmente indicativo de, e é acentuado por, necessidades socio-económicas importantes mas não satisfeitas. Daí a necessidade de estas também serem atendidas. * É difícil formar jovens dos 12 aos 19 anos em educação por pares. No entanto, eles podem efectuar excelentes produções de dramatizações e são bons como iniciadores de discussões. Por isso, o seu papel não deve ser o de educar directamente, mas de facilitar educadores de pares/colegas mais velhos e mais bem formados. . Apesar da promoção e distribuição de preservativos ter aumentado nas comunidades, os jovens responsáveis pela sua distribuição usaram o dinheiro ganho para investir noutras coisas porque não estavam a ganhar dinheiro suficiente para obter um salário decente. Isto teve como consequência que muitos promotores e distribuidores de preservativos (condom promoters and distributors - CPDs) deixaram o programa ou tornaram-se muito móveis ("procurando a vida"). O aumento do absentismo e inércia das vendas tornou toda a componente muito difícil de manter. Formar os CPDs em capacidades empresariais não resolveria o problema; o que é preciso é que as comunidades tenham mais vontade em usar e comprar preservativos. . Avaliações regulares do processo contribuem para a concepção de programas mais fortes tornando-os mais pró-activos e relevantes para as necessidades emergentes. Professores Os professores solicitaram que fosse dada formação a todos. Educadores de pares/colegas . Durante a Semana de Saúde Juvenil, muitas escolas deveriam realizar competições e os melhores competidores poderiam ser premiados. Isto seria um incentivo para manter o seu status ao mesmo tempo que aprendem. * Usar vídeos com as suas performances poderia ser mais divertido e o conteúdo mais facilmente entendido pela comunidade e outros jovens. Avaliação O impacto da intervenção no comportamento sexual e saúde reprodutiva dos adolescentes será avaliado pelo NIMR no início de 2003. O relatório final é esperado para Outubro ou Dezembro de 2003. As duas principais componentes estão explicadas em baixo. Impacto Bio-Médíco Os resultados principais do ensaio serão uma comparação do VIH, outras IST e gravidezes não desejadas entre: * grupo de estudantes de 62 escolas primárias em 10 comunidades que foram seleccionadas aleatoriamente para receberem a intervenção na fase 1 (Janeiro de 1999 até Dezembro de 2002), e . um número igual de estudantes em 10 comunidades comparáveis que foram seleccionadas aleatoriamente para receberem a intervenção a partir de Julho de 2003 (se acharem que a intervenção foi eficaz durante a fase 1). 163 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA A prevalência do VIH, outras IST e gravidezes indesejadas foi medida quando o grupo do ensaio foi recrutado entre Agosto e Dezembro de 1998, imediatamente antes da introdução da intervenção. Foi conduzido um inquérito interino de acompanhamento entre Fevereiro e Junho de 2000 (aproximadamente 18 meses após o inquérito de recrutamento do grupo, e entre 13 a 18 meses após o começo da intervenção em metade das comunidades). O inquérito final de acompanhamento será conduzido entre Outubro de 2001 e Abril de 2002 (aproximadamente 3 anos após o inquérito de recrutamento e entre 33 a 40 meses após o começo da intervenção em metade das comunidades). Foi efectuado um inquérito inicial nas comunidades do projecto (Novembro 1997-Maio 1998) que incidiu sobre a prevalência do VIH e IST para assegurar que as comunidades eram suficientemente similares para serem comparadas, aumentando, deste modo, a relevância do estudo. Impacto Comportamental O projecto está também a medir o efeito da intervenção relativamente ao conhecimento sobre SSR, atitudes e comportamento dos adolescentes do mesmo grupo. Isto está a ser feito usando uma variedade de métodos quantitativos e qualitativos, tais como: * estudo participativo, qualitativo por pesquisadores assistentes que viveram com famílias durante sete semanas para estudar o comportamento sexual, crenças, atitudes e outras; * entrevistas abertas com os membros do programa; * avaliação das clínicas de saúde por "pacientes jovens simulados". (Isto mostrou que os profissionais de saúde que tinham recebido formação como parte do programa tinham uma atitude julgadora bastante menor e eram mais amigos dos jovens.) Avaliações de outros aspectos do programa (ex. formação de professores/ educadores de pares/colegas, curriculum, etc.) estão mencionadas no calendário. Para obter mais informação sobre essas avaliações, por favor contacte directamente o director do programa. (Informação sobre o contacto é dada na parte D.) Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança 1 jovem Parcialmente E permitido à jovens expressar como um principiante que já conseguido livremente as suas opiniões e sabe, sente e pode agir no que estas opiniões são respeitadas. respeita a um desenvolvimento Os jovens preparam e fazem saudável e a uma prevenção dramatizações, actos de relacionada com o VIH / SIDA. representação, etc. e seleccionam os seus professores- tutores. No entanto, não há informação documental sobre o seu envolvimento durante as etapas de criação e preparação. 164 Seçcão 3: Tanzânia 2 Incide nos riscos que são mais Os professores abordam comuns no grupo de assuntos relacionados com os principiantes e nas respostas que riscos no seu dia-a-dia nas salas são adequadas e dirigidas ao de aula. São concebidas histórias grupo. e dramatizações à volta dos assuntos que depois são discutidos. 3 Inclui não só conhecimento mas São reforçadas as atitudes e também atitudes e competências capacidades. Um grande número necessárias à prevenção. de jovens (e especialmente meninas) parecem ter a coragem -v, para dizer não ao sexo quando abordadas. A sexualidade é um assunto que elas podem agora discutir mais abertamente e livremente com os seus colegas e professores-tutores. 4 Compreende o impacto dos São reforçados os valores sociais relacionamentos nas mudanças positivos, tais como, o respeito comportamentais e reforça pelos mais velhos, a abstinência valores sociais positivos. até ao casamento, a forma como as meninas podem lidar com a menstruação quando ela começa e dar assistência aos mais velhos e doentes dentro da comunidade. 5 Baseia-se na análise das MEMA kwa V(/ana conduziu uma necessidades dos principiantes e avaliação para determinar as numa avaliação mais alargada. necessidades dos jovens. Foram recolhidas e usadas opiniões no desenvolvimento dos guias de formação. 6 Possui formação e apoio Os professores da escola, continuado para professores e tutores, e os fornecedores de outros fornecedores de serviços. serviços foram formados antes do programa ter começado e têm anualmente um worksh7op para trocarem experiências. 7 Utiliza estratégias e actividades O programa envolve totalmente de aprendizagem múltiplas e as crianças da escola através da participativas. educação dos pares, dramatizações, actos de representação, poemas, etc. 165 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 8 Envolve a comunidade em A comunidade é muito envolvida. sentido amplo. Está representada nos comités das escolas, frequenta as actividades da semana da saúde juvenil, etc. Isto contribui para uma melhor comunicação entre os jovens, pais e comunidade i.1 sobre SSRA. No entanto, a comunidade deve ser informada detalhadamente acerca do conteúdo actual do programa para que se resolvam as divergências - exemplo: demonstrações sobre preservativos nas aulas. 9 Garante a sequência, progressão O programa começa com e continuidade das mensagens. mensagens simples para o nível 5, aumentando a complexidade nos níveis 6 e 7. 10 Está colocado num contexto O programa é parte do adequado no curriculum escolar. curriculum escolar. Os assuntos sobre SSRA são ensinados durante os tempos lectivos nas disciplinas de biologia ou cidadania. O MdEC endossou o programa 11 Dura um período de tempo Parcialmente Aguardam-se os resultados da suficiente para realizar as metas conseguido avaliação. e os objectivos do programa. 12 É coordenado com um programa Não se Não existe um programa de de saúde escolar mais alargado. aplica saúde escolar sistemático na região de Mwanza. 13 Contém mensagens Os materiais foram factualmente correctas e / desenvolvidos por peritos de consistentes. saúde e são factualmente correctos. 14 Obteve apoios políticos através O comissário regional, de uma intensa campanha para conselheiro da área e oficiais da ultrapassar barreiras e expandir- educação regionais solicitaram a se. expansão do programa a todas as escolas da região. 166 Seçcão 3: Tanzânia 15 Retrata a sexualidade humana MEMA aborda estes assuntos como uma parte natural e culturalmente sensíveis. Os saudável da vida e não é professores, educadores de depreciativo em relação ao pares/colegas e tutores género, raça, etnia ou orientação depararam-se com problemas sexual. durante o primeiro ano (no nível 5) porque a sexualidade não era tradicionalmente discutida de forma aberta, especialmente com jovens. Os jovens apresentavam uma tendência para estar mais à vontade a partir do segundo ano. 16 Inclui monitorização e avaliação. Foi conduzida uma avaliação de i/ larga escala concebida cientificamente. PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos Dr David Ross Director do projecto MEMA kwa Vijana Escola de Medicina e Higiene Tropical de Londres Keppel St. Londres WC1E 7HT, Reino Unido E-mail: david.ross@lshtm.ac.uk Dr Awene Gavyole Coordenador do Programa Fundação Africana para a Medicina e Pesquisa (AMREF) Programa da Zona do Lago Caixa Postal 1482 Mwanza, Tanzânia E-mail: gavyolea@amrefmza.org Mr Maende Makikha Coordenador de Intervenção do MEMA kwa Vijana Fundação Africana para a Medicina e Pesquisa (AMREF) Caixa Postal 1482 Mwanza, Tanzânia E-mail: maendem@amrefmza.org 167 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Colaboradores no Relatório O relatório do programa foi preparado por Adeline Kimambo, auxiliada pela Sra. Zabion. O relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Bafios Smith Agradecemos a ajuda das seguintes pessoas que providenciaram muita da informação contida neste relatório: Dr. David Ross - Director Sra. Bernadette Clephas - Coordenadora da intervenção Sr. Maende Makokha - Coordenador assistente da intervenção Sr. Kenneth Chima - Oficial de materiais de aprendizagem sobre saúde Sr. Godwin Mmassy - Líder de grupo (educação) Sra. Rachei Alex - Facilitador de intervenção juvenil Sr Joseph Charles - Facilitador de intervenção juvenil Sr. B. J. Mujaya - Oficial regional de educação, Mwanza Sr. Felix Mwinagwa - Inspector chefe da zona para todas as escolas na zona do lago (quatro regiões) Sra. Mary Plummer - Coordenador da investigação na área das ciências sociais Sra. Anna Mtani - Directora, Escola Primária Bugalama, Sengerema Sra. Beatrice Venance - Professora, Escola Primária Bugalama 12 professores e estudantes da Escola Primária Bugalama Sra. Restituta Kasaka - Oficial clínico, Centro de Saúde de Inchange Katunguru Sra. Anastazia Mtebe - Enfermeira de saúde pública, Centro de saúde Katunguru Sr. Shadrack Mrutu - Profissional de saúde John Mulunga - Coordenador de educação da área e professor da Escola Primária Katunguru Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids©ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Year 2 Training protocols: final field versions (Protocolos de formação do Ano 2: Versões de campo finais) (Número de encomenda: MEMA 01) Final head teachers' traíning protocol, February 2002 (Protocolo final de formação dos directores de escolas, Fevereiro 2002) (Número de encomenda: MEMA 02) 168 Seçcão 3: Tanzânia Protocol for the training of health workers in the provision of youth friendly reproductive health services (Protocolo para a formação de profissionais de saúde na prestação de serviços de saúde reprodutiva amigos dos jovens) (Número de encomenda: MEMA 03) Refresher protocol for YFS training for health workers (Protocolo renovado para a formação em YFS para profissionais de saúde) (Número de encomenda: MEMA 04) Chanzo cha Habari 2000 (Número de encomenda: MEMA 05) Kinga: Mwongozo wa malezi na ushauri nasaha shule za msingi (Número de encomenda: MEMA 06) Kinga: Elimu ya Afya ya kujikinga na Magonjwa ya Zinaa na UNIMWI Kiongozi cha Mwelimishaji Rika. Wizara ya Elimu na Utamaduni (Número de encomenda: MEMA 07) Elimu ya Afya ya Uzazi shule za Msingi: Michezo ya Kuigiza kwa Waelimishafi Rika wa Darasa la 5-7 (Número de encomenda: MEMA 08) Elímu ya Afya ya Uzazi Kiongozi cha Mwalímu-Darasa la 7 (Número de encomenda: MEMA 09) Elimu ya Afya ya Uzazi Kiongozi cha Mwalimu-Darasa la 6 (Número de encomenda: MEMA 10) Elimu ya Afya ya Uzazi Kiongozi cha Mwalímu-Darasa la 5 (Número de encomenda: MEMAl1) Mema kwa Vi/ana Cohort Recruitment: Self completion questionnaire MALE (Recrutamento da coorte MEMA kwa VLiama: Questionário de preenchimento próprio MASCULINO) (Número de encomenda: MEMA 12) Mema kwa VLIana Cohort Recruitment- Self completion questionnaíre FEMALE (Recrutamento da coorte MEMA kwa Vliama Questionário de preenchimento próprio FEMININO) (Número de encomenda: MEMA 13) 169 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 1998 cohort recruitment se/f-completion questionnaire results report (Relatório dos resultados do questionário de preenchimento próprio do recrutamento da coorte 1998) (Número de encomenda: MEMA 14) Fourth annual report (Oct 2000- Sept 2001) (Quarto relatório Anual - Outubro 2000-Setembro 2001) (Número de encomenda: MEMA 15) Report on a focus group discussion and in-depth interview series with young people in rural Mwanza, Tanzania, December2000 (Relatório de uma discussão especializada de grupo e série de entrevistas detalhadas com jovens das áreas rurais de Mwanza, Tanzânia, Dezembro 2000) (Número de encomenda: MEMA 16) Participation observation reports: Jan-Feb 2001 (Relatórios de observação da participação: Jan-Fev 2001) (Número de encomenda: MEMA 17) Process evaluation report: Community and class peer educator trainings, Feb 1999 (Relatório da avaliação do processo: formação da comunidade e educadores de pares/colegas para a sala de aula, Fevereiro 1999) (Número de encomenda: MEMA 18) Evaluation report of HIV/AIDS peer education in MEMA kwa Vijana project, Nov 2000 (Relatório de avaliação da educação por pares sobre HIV/SIDA do projecto MEMA kwa Vijana, Novembro 200) (Número de encomenda: MEMA 19) Evaluation of the teachers' training sessions for the MEMA kwa Vijana teacher-led component, Jan 2001 (Avaliação das sessões de formação dos professores para a componente dos professores MEMA kwa Vijana, Janeiro 2001) (Número de encomenda: MEMA 20) The MEMA kwa Vijana Curriculum: A review, May 2001 (O Currículo do MEMA kwa Vijana: Uma revisão, Maio 2001) (Número de encomenda: MEMA 21) Sexual behaviour among young people in Bunda District, Mara Region, Tanzania; June 2000 (Comportamento sexual entre jovens no distrito Bunda, região de Mara, Tanzânia, Junho 2000) (Número de encomenda: MEMA 22) 170 Seçcão 3: Tanzânia Sexual and reproductive health among primary and secondary school pupíls ín Mwanza, Tanzânia: need for intervention; 1998 Saúde sexual e reprodutiva entre alunos das escolas primárias e secundárias em Mwanza, Tanzânia: necessidade de intervenção; 1998 (Número de encomenda: MEMA 23) MEMA kwa Vijana - Tutawaelímishaje? (Número de encomenda: MEMA 24) National Policy on HIV/AIDS, Nov 2001, Prime Ministerts Office (Política nacional sobre o HIV/SIDA, Novembro 2001. Gabinete do Primeiro-Ministro) (Número de encomenda: MEMA 25) SADC HIV/AIDS strategic framework and programme of action: 2000-2004 (Frameworkestratégico para o HIV/SIDA na SADC e programa de acção: 2000-2004) (Número de encomenda: MEMA 26) 171 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 1. INFORMAÇÃO DO PESSOAL O número de pessoas a trabalhar actualmente no programa é mostrado na tabela A.1. Até há pouco tempo, 22 educadores de pares/colegas da comunidade trabalharam como voluntários. Até 2001, quando o pagamento foi cancelado, os educadores de pares/colegas recebiam tsh 5,000 (aproximadamente USD$5) por mês. O ratio entre homens e mulheres variou entre os três primeiros anos do projecto de 60 por cento para os homens e 25 por cento para as mulheres. O número decrescente de mulheres educadoras de pares foi devido à maior perda de recursos humanos do sexo feminino pelo programa (por exemplo, mudaram de lugar para se casarem, os seus maridos recusaram-se a deixá-las continuar como voluntárias ou tinham outros compromissos domésticos). Tabela A.1. Programa Mema Kwa Vijana Tipo Número de Posição/título Género pessoas A tempo-inteiro e com 8 Coordenador F salário Vice-coordenador M Facilitadores de jovens M e F Secretária F Motorista (3) M 2 Líder de equipa (educação) M Em part-time e com salário Líder de equipa (saúde) M Voluntários (educadores de 1,124 Educadores de pares/colegas M e F pares/colegas não para a sala de aula recebendo subsídios/incentivos) 62 Directores de escolas M e F 186 Professores M e F Voluntários em part-time 46 Profissionais de saúde M e F Profissionais de saúde 22 Jovens na comunidade (18-24 M e F anos) Formadores de pares 172 Seçcão 3: Tanzânia Students Partnership Worldwíde. Programa "Saúde escolar na Escola" (SHEP) PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa A Parceria Internacional de Estudantes (Students Partnership Worldwide - SPW) implementa programas sobre o HIV/SIDA na índia, Nepal, África do Sul e Uganda, assim como tem uma intervenção na área da educação a ser levada a cabo no Zimbabwe e que inclui monitorização médica. A SPW tem vindo a trabalhar na Tanzânia desde 1992 e tem testemunhado a deterioração progressiva da situação relativamente ao HIV/SIDA. Uma investigação foi conduzida em 1998-99 para ver o que poderia ser feito sobre essa situação. As conclusões indicaram que o ensino acerca do HIV/SIDA em escolas secundárias não responde à urgência ou escala do problema; o VIH não é um assunto objecto de exame e os professores não têm o tempo necessário para se dedicar a ele. Para além disso, a SIDA é mencionada apenas nas aulas de biologia e de uma forma muito formal. As nossas crianças em especial Consequentemente, a SPW, propôs que fosse dada devem estar protegidas contra mais educação sobre o HIV/SIDA nas escolas e que esta a infecção pelo VIH. Elas educação deveria ser não académica, informal, com base devem ser devidamente em capacidades, centrada no estudante e participativa. informadas, aconselhadas e Com base nestas descobertas, foi criado um savidas o pode par programa em 1999. A ideia foi de explorar o recurso não poderem evitar a infecção. usado na Tanzânia de recrutar jovens tanzanianos, Presidente Benjamifç educados, energéticos e entusiásticos para serem William Mkapa da Tanzânia educadores de pares/colegas. Estes jovens têm idades compreendidas entre os 18 e 25 anos de idade e trabalham juntamente com jovens educadores de pares/colegas estrangeiros (principalmente britânicos), com os quais eles formam uma equipa multicultural. O principal elemento do programa é a discussão sobre SSRA por parte dos educadores de pares/colegas através de uma aula de uma hora por semana durante o horário escolar, bem como a organização e contribuição para a preparação de vários eventos e festivais escolares para a sensibilização das escolas e comunidade. Foram escolhidas a região de Iringa e o resto da Zona Sul das Terras Altas como ponto inicial de implementação do programa uma vez que se constatou que a área estava severamente desprovida de programas educacionais sobre o HIV/SIDA. Iringa está também na auto-estrada principal entre a Tanzânia e a Zâmbia, o que significa que por ali passam muitos motoristas de camiões. (Os caminhos por onde passam camiões são vectores bem conhecidos de transmissão do VIH). Iringa é também uma região com uma prevalência de trabalhadores migrantes, outro factor importante no contexto da transmissão do HIV/SIDA, e onde existe um grande número de escolas secundárias rurais, a maioria das quais são 173 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA baseadas na comunidade. Para além disso, a SPW trabalhou muitos anos nessa área tendo ganho a confiança e fortalecido o diálogo com as escolas nesta área. O programa começou em 19 escolas secundárias em 1999 tendo sido adicionadas mais 16 escolas secundárias em 2002. O modelo de demonstração trienal terminou em 2002 e a SPW está agora a planear a expansão do programa para as regiões de Mbeya, Ruvuma, Morogoro, Dodoma, e Rukwa. Espera-se que o programa seja eventualmente adoptado à escala nacional. 1998 Fase de investigação: * Conduzida a avaliação das necessidades nas regiões de Iringa e Mbeya; visitadas as escolas secundárias da região * A região de Iringa foi identificada como região piloto * Identificação e selecção de 19 escolas secundárias para a intervenção do PESE Preparação para a implementação do programa: * Confirmação do financiamento por parte da SPW-Reino Unido * Recrutamento do director, gerente e coordenador da SPW * Efectuadas discussões e reuniões de sensibilização com escolas secundárias e autoridades educacionais a nível distrital, regional e nacional e com líderes da comunidade da área * Estabelecimento da biblioteca de recursos Centro de Desenvolvimento Juvenil da SPW * Preparado o manual de educadores de pares/colegas do SHEP 1999 Selecção e formação de educadores de pares/colegas (Abril- Dezembro, repetido a cada ano): • Anúncio de vagas para educadores de pares/colegas, incluindo visitas a escolas secundárias para aumentar o conhecimento sobre o programa e distribuir os formulários * Recepção dos formulários e selecção inicial de candidatos * Convite para fins-de-semana especiais de selecção para candidatos escolhidos • Seleccionados voluntários em colaboração com autoridades de educação 2000 Formação de educadores de pares/colegas (Janeiro-Fevereiro, repetido a cada ano): • Formação inicial de três semanas em educação por pares, educação não formal, organização desportiva, práticas de ensino, formação de equipa e sensibilização multicultural * Duas semanas de orientação em escolas e estabelecimentos de um Centro de Desenvolvimento Juvenil em cada escola • Duas semanas de formação sobre SSRA e outros assuntos juvenis, tais como direitos das crianças e abuso de drogas 174 Seçcão 3: Tanzânia 2001 Atribuição de educadores pares (Fevereiro-Setembro, repetido a cada ano): • Educadores pares atribuídos em pares singulares por sexo a 19 escolas secundárias e comunidades para começar a implementação do ensino de tópicos sobre SSRA nas aulas, organização de actividades extra- curriculares e de aumento dos conhecimentos sobre saúde escolar e comunitária e aconselhamento informal para os estudantes * Monitoria e avaliação das actividades dos educadores de pares/colegas por professores e pessoal da SPW • Workshop em Julho para educadores de pares/colegas e professores- tutores para actualização da formação * Financiamento inicial assegurado pela Autoridade Sueca de Desenvolvimento Internacional (SIDA) para o workshop de Julho mencionado anteriormente 2002 Janeiro-Dezembro, repetido em cada ano: * Feedbackcontínuo e avaliação dos participantes • Avaliações internas da SPW com os educadores de pares/colegas e pessoal do programa • Planificação do programa para o próximo ano • Preparação das contas financeiras e relatórios narrativos • Adicionadas ao programa mais 16 escolas e 32 educadores de pares/colegas tanzanianos, fazendo um total de 35 escolas e de 70 educadores de pares/colegas Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa Visão Global do Programa Missão A missão do programa é sensibilizar e fornecer às crianças e jovens informação apropriada e dotá-las de capacidades de modo a permitir-lhes tomar decisões informadas e comportarem-se responsavelmente relativamente à sua SSR. Objectivos De acordo com o coordenador do programa, os objectivos do programa no caso das crianças e jovens são: * permitir ao grupo vulnerável salvaguardar a sua própria saúde; * promover capacidades essenciais para a vida dos jovens, em particular a sua confiança e auto-estima; . promover o acesso alargado por parte dos jovens a informação correcta e adequada que evidencie os factores de risco de modo a que os jovens possam tomar decisões apropriadas sobre assuntos críticos afectando o seu bem estar. 175 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Relativamente aos adultos, os objectivos do programa são: * promover uma sensibilização acerca da SSRA e para darem o apoio que os jovens merecem e requerem; * promover a valorização do status comunitário em termos de SSR (particularmente a ameaça do HIV/SIDA) e promover medidas apropriadas para o melhorar; * promover uma sensibilização acerca de uma variedade de áreas delicadas, e essenciais, como parte de uma campanha sobre o HIV/SIDA, incluindo os direitos das crianças, o contexto social do HIV/SIDA em África, a redução do estigma e a melhoria dos cuidados para as pessoas que vivem com o HIV/SIDA. Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário consiste de estudantes de escolas secundárias (de 1 a 4, com idades entre os 13 e os 20 anos) em 35 escolas na região de Iringa. Grupo-alvo Secundário O grupo-alvo secundário consiste dos alunos das escolas primárias (normalmente 5 a 7, com idades entre os 11 e os 15 anos), jovens fora da escola (idades dos 10 aos 24 anos) e a comunidade por inteiro (todas as idades). Os adultos estão envolvidos no programa principalmente durante os festivais juvenis, nos quais, geralmente, participa toda a comunidade. Localização O programa está localizado no centro-sul da Tanzânia em todos os seis distritos da região de Iringa (municipalidade de Iringa, Iringa rural, Kilolo, Mufindi, Njombe, Ludewa, e Maket). Estão envolvidas neste programa trinta e cinco escolas secundárias. Duração do Programa O programa dura oito meses, todos os anos de Janeiro a Setembro. O período de Setembro a Dezembro é usado como um período de avaliação e para planear o próximo ano do programa.Algumas escolas secundárias receberam educadores de pares/colegas durante três anos sucessivos; outras, por um ou dois anos. Objectivos do Programa A lista na figura 2 mostra como o coordenador do programa e os que o implementaram ordenaram os objectivos do programa. É importante que seja ensinado o vasto contexto social do HIV/SIDA e não apenas factos biológicos. Por exemplo, existe uma necessidade discutir assuntos tais como práticas e crenças tradicionais (exemplo: a herança das viúvas, a crença de que o médico tradicional pode providenciar a cura para a SIDA) e pressões sexuais comuns sobre os jovens em áreas rurais (exemplo: assédio sexual e violentação, "pais amantes" ou "mães amantes" [adultos que vivem dos jovens]," sexo em troca de pequenos presentes, etc.). Há necessidade de discutir mitos comuns acerca do HIV/SIDA em áreas rurais (exemplo: os preservativos não funcionam ou estão infectados 176 Seçcão 3: Tanzânia com VIH como parte de uma conspiração; ou ter sexo com uma jovem protege um homem de contrair o VIH). Abordagens O director do programa ordenou as abordagens por ordem crescente como mostra a figura 3. O pessoal do programa acredita que as abordagens usadas são apropriadas e certas para alcançar os objectivos do mesmo uma vez que constataram uma melhoria acentuada no conhecimento e comportamento entre os jovens. Actividades As actividades do programa estão listadas na figura 4. Componentes O programa consiste de três componentes principais, cada uma das quais é discutida com maior pormenor em baixo: 1. actividades nas salas de aula; 2. actividades extracurriculares; 3. festivais. Educação suficiente e apropriada sobre SSRA Informação sobre o HIV/SIDA, infecções sexualmente transmissíveis (IST), planeamento de gravidez/familiar Capacidades de comunicação e para a vida Pressão dos pares Relacionamentos dos adolescentes Figura 2. Objectivos do Programa Ordenados por Ordem Crescente pelo Coordenador do Programa 177 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Educação por pares Educação sexual/VIH/IST, incluindo a abstinência e educação contraceptiva Desenvolvimento de competências para a vida/comportamentais, incluindo eficácia própria e auto- estima Abuso de drogas e álcool, igualdade de sexos e direitos das crianças Acesso a contraceptivos/preservativos aconselhamento e testes voluntários (ATV) (estes são referidos a pessoal apropriado que presta serviços) Promover e conservar artes culturais e tradicionais positivas, modos de comunicação, etc Acesso a serviços e informação sobre SSR Valores sociais e morais, incluindo respeitar os direitos individuais Figura 3. Abordagens do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Director do Programa 178 Seçcão 3: Tanzânia Discussões especializadas de grupo Aulas Competições Actos de representação Dramatizações Canções Poemas Ngonjera (Líricas) Música Rap Clubes de debate Desporto (a SPW apoia a compra de equipamento de desporto, principalmente T-shirts, bolas de futebol e bolas de basquetebol) Figura 4. Actividades Ordenadas do Programa Actividades nas salas de aula Os educadores de pares/colegas são ambos da Tanzânia e de países estrangeiros (principalmente do Reino Unido). Existem dois educadores de pares/colegas por escola Tal mobi ã de j s (normalmente um tanzaniano e um estrangeiro, ambos do Talmobilizaco de Jovens mesmo sexo) e vivem dentro da comunidade ligada a essa certeza representar uma escola. Os educadores de pares/colegas são responsáveis por das aproximacões mais implementar todas as componentes do programa. Para além prometidas e inovadoras disso, prestam aconselhamento individual aos estudantes da Tanzânia na batalha quando solicitado e estão disponíveis para servir de tutores em urgente contra o disciplinas académicas aos estudantes. Para além disso, HIV/SIDA. preparam o orçamento para os festivais. Gerente do Programa A tarefa do educador de pares é de servir como modelo de Nacional de Saúde conduta de forma a encorajar os jovens a comportarem-se com responsabilidade, terem confiança própria e mudarem as suas atitudes perante a vida. Adicionalmente, também asseguram que os jovens recebem informação correcta sobre SSRA num ambiente divertido, não ameaçador no qual eles se podem abrir e discutir os seus problemas. Cada uma das escolas no programa tem uma hora por semana destinada à assuntos relacionados com a SSRA, que são dadas pelos educadores de pares/colegas. Em cada semana é discutido um tópico diferente relacionado com SSRA que incluem: . práticas de comunicação; 179 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * relacionamentos dos adolescentes e sexualidade; • IST; * HIV/SIDA - a sua história, sintomas, impacto e outros factos e dados; • factos acerca da gravidez, incluindo os efeitos da gravidez em idades jovens; • planeamento familiar; Cada semana, são usadas várias técnicas educativas informais para apresentar e reforçar os assuntos discutidos nas salas de aula (exemplo: uma representação acerca da gravidez de uma adolescente). Educadores especializados (exemplo: da Associação Nacional de Planeamento Familiar - National Family Planning Association- UMATI, Serviços Internacionais da População - Population Services International -PSI, UNICEF, médicos, enfermeira, etc.) dão também aulas e fazem demonstrações sobre áreas específicas da SSRA em que os educadores pares são menos qualificados, especialmente no que diz respeito à educação e demonstrações sobre preservativos. (Estes especialistas podem também dar palestras em actividades extracurriculares e festivais). No final do ano, é efectuada uma competição para testar o O sistema educativo conhecimento dos estudantes sobre SSRA. ensina história, geografia, etc. Não existe tempo Actividades extra curriculares para ensinar as vantagens Os educadores de pares/colegas organizam e participam e desvantagens de numa variedade de actividades extracurriculares com o objectivo assuntos sociais pelo de reforçar a aprendizagem feita nas salas de aula sobre SSRA e menos não dentro do providenciar os estudantes com uma plataforma para terem um príche escola. bom desempenho e serem activos. Tais actividades inserem-se preenche esta falha. dentro de três amplas categorias, tais como: __Professor 1. representações expressivas, tais como o dramatizações, coro, rap, dança tradicional, poesia e outras, são usadas amplamente nas escolas tanto como divertimento e estímulo como método comprovado de saúde escolar. Os educadores de pares/colegas usam estes meios em tardes culturais; competições entre grupos, casas e dormitórios; competições inter escolas; espectáculos comunitários entre outros; 2. clubes de jovens: os educadores de pares/colegas trabalham com os estudantes e professores no estabelecimento de e prestação de apoio aos clubes em termos de estruturas formais. Estes clubes efectuam actividades regulares relacionadas com a SSRA, incluindo mensagens anti SIDA. O papel dos educadores de pares/colegas é de facilitar ou aconselhar para assegurar a sustentabilidade dos clubes; 3. desporto: os educadores de pares/colegas usam também o desporto como uma componente essencial na sua abordagem. Eles vêm o desporto (futebol, andebol, voleibol, basquetebol) como um meio para que os jovens se desviem de comportamentos sexuais arriscados e desenvolvam a auto-estima. 180 Seçcão 3: Tanzânia Festivais Para levarem os seus objectivos na área da saúde a uma larga e vasta audiência, os educadores de pares/colegas Os voluntários da SPW também planeiam, organizam e implementam muitos festivais e ensinam-nos sobre muitas actividades para aumentar o conhecimento sobre a saúde nas coisas quando aqueles suas escolas e comunidades. Estes são eventos vivos, coloridos que são responsáveis por caracterizados por uma atmosfera tipo carnaval. Tipicamente, dar este tipo de educação os eventos envolvem uma variedade de actividades de nao o podem fazer- pais sensibilização sobre a saúde, tais como, competições de artes e amas. Desde que os expressivas (dramatizações, coro, dança, etc.), questionarios educadores de pares! sobre saúde, espectáculos de vídeo, marchas públicas, colegas, tocam-se em cerimónias memoriais à luz da vela, discursos por líderes locais todos os assuntos - até e aulas e seminários sobre saúde dados por profissionais de mesmo acerca das IST, saúde, estudantes, professores, pessoas VIH positivas e peritos gravidez na adolescência das ONG. Geralmente, os educadores de pares/colegas - sem haver qualquer organizam sete ou oito eventos deste tipo por ano em todas as fobia. escolas comunitárias do programa totalizando, só em 2002, Criança mais de 250 festivais e actividades implementadas em todas as 5 escolas. Depois do festival, é elaborado um relatório de avaliação, assinado pelos educadores de pares/colegas e director da escola, e submetido à sede da SPW. ! Seminários na Comunidade de Ma/angall Em Malangali, os educadores de pares/colegas passaram uma semana a visitar a pé quatro das mais remotas aldeias da sua área para ajudar a escolher 25 pessoas de cada aldeia para participarem em seminários comunitários a realizar no futuro. Muitos dos líderes da aldeia e outras pessoas que eles encontraram conheciam os voluntários de visitas anteriores e do trabalho que os voluntários tinham feito. Para além de identificarem os participantes, os educadores também pediram aos representantes de cada aldeia para prepararem um coro acerca do HIV/SIDA e dos jovens e uma dança ngoma acerca do HIV/SIDA e o abuso das drogas e álcool, que deveriam trazer para o seminário. O seminário em si envolveu discussões não formais, sessões de perguntas e respostas, jogos de aprendizagem bem como clarificações sobre factos importantes do HIV/SIDA. Alternada com as sessões do seminário, teve lugar uma competição de coro e dança ngoma entre aldeias, oferecendo ambos divertimento e estímulo para os participantes bem como uma outra actividade educacional importante. Aos vencedores das duas competições foram dadas canecas preparadas especialmente, com mensagens sobre o HIV/SIDA. O seminário foi conduzido pelos educadores da SPW e três professores da Escola Secundária de Malangali que tinham participado recentemente num workshop de formação realizado pelo Ministério da Educação e Cultura (MdEC) em Mbeya acerca da educação do HIV/SIDA nas escolas. 181 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Noite de Talentos na Escola Secundária de Tosamaganga A noite de talentos sob o tema do HIV/SIDA em Tosaamaganga foi um retrato de aprendizagem divertida, realizada nos bonitos arredores desta famosa escola. A Tosamaganga é uma escola unicamente masculina e os cerca de 600 "meninos Tosa" que I participaram na noite de talentos riram aprendendo com as suas actuações. Houve uma mistura de representações sob a forma de comédia, dramatizações, rap e poesia, todas baseadas no tema, "Sublinhando as Realidades da Infecção pelo VIH nos Jovens de Iringa". Realizaram-se também outras actividades de entretenimento, incluindo as competições de "Sr Tosa" e "Sr. Engraçado", um espectáculo de moda e concurso de dança bolingo. Por outro lado, o gestor regional dos PSI conduziu uma discussão inspiradora, informativa e aberta acerca dos jovens e do HIV/SIDA, que culminou numa extensiva sessão de perguntas e respostas sobre preservativos, o seu uso e os vários mitos e más assunções acerca deles. O director da SPW reforçou mais ainda o tema da noite com uma explicação detalhada da situação alarmante da infecção pelo VIH nas áreas rurais do distrito de Iringa. A noite terminou no famoso grupo cultural local anti- SIDA, Nyota - rappers, dançarinos e actores que levaram a educação e entretenimento até às primeiras horas da manhã. PARTE B: IMPLEMENTAÇAO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Foi levada a cabo durante seis semanas uma avaliação das necessidades pelo pessoal da SPW. Esta avaliação envolveu procurar aconselhamento e direcção por parte de potenciais participantes acerca da viabilidade do programa e as estratégias mais eficazes para a sua apresentação e consolidação na região. A recepção dada à equipa da SPW foi uniformemente positiva. Foi produzido um longo e compreensível relatório, contendo todos os encontros realizados, conselhos dados e evidências da capacidade da região para levar a cabo uma demonstração modelo eficaz sobre a saúde escolar. O relatório está disponível nos escritórios da SPW. O coordenador do programa disse também que o programa é continuamente revisto em termos do conteúdo para os estudantes beneficiários para assegurar que o programa responde às suas prioridades e preocupações especiais, tanto para eles como jovens assim como jovens de diferentes sociedades. Por exemplo, o programa enfatizou o contexto social do HIV/SIDA. No distrito de Makete, dá-se grande importância às heranças das viúvas; no distrito de Ludewa, ênfase especial é dada às crenças de bruxaria acerca da SIDA entre outras. Nós os voluntários e estudantes da SPW, Materiais do Programa somos da mesma idade, o que faz uma Quase todos os materiais usados pela grande diferença.Estudante SPW nas intervenções do SHEP foram 182 Seçcão 3: Tanzânia fornecidos por e adaptados de materiais de outras ONG, doadores e materiais governamentais. A maioria desses materiais são em Kiswahili (a língua nacional usada por todos os tanzanianos) e alguns são em Inglês. Cada escola estabelece o seu próprio centro de recursos, no qual são guardados os materiais. Materiais para os Grupos-alvo Os educadores de pares/colegas, tutores e professores não têm um curriculum que sigam explicitamente. Em vez disso, eles usam os materiais disponíveis para ajudar a planear as suas aulas. Por exemplo: . publicações sobre o HIV/SIDA do Programa Nacional de Controlo da SIDA da Tanzânia (National AIDS Control Program - NACP); 'Towards Responsible Sexuality'(`Em direcção à Sexualidade Responsável'; * STIs/HIV/AIDS Peer Education Training Manual - a Complete Guide for Trainers of Peer Educators in Prevention of STDs including HIV/AIDS (Manual de Formação de Educação por pares sobre as IT/HIV/SIDA - um Guia Completo para Formadores de Educadores de Pares/colegas na Prevenção das STD incluíndo o HIV/SIDA); • WHO YeacherKs Guide - School and Health Education to Prevent AIDS and STIs (Guia do Professor da OMS - Educação Escolar e de Saúde para Prevenir a SIDA e IST); 'Talking AIDS - a Guide for Community Work' CFalando sobre a SIDA - um Guia para Trabalho Comunitário'. Estes materiais incluem assuntos ligados à fisiologia e psicologia do crescimento, aos relacionamentos, à psicologia e fisiologia do sexo, à SIDA e sua transmissão, à contracepção, aos direitos das crianças, aos assuntos ligados ao género e abuso de substâncias. Para mais detalhes veja Apêndice 3 do Programa SHEP na Tanzânia: Materiais do programa. Materiais Adicionais São também usados pequenos livros, brochuras, panfletos e flyers, desenvolvidos por outras ONG. Estes materiais contêm mensagens similares àquelas descritas em cima. Os materiais são distribuídos às escolas pelos educadores de pares/colegas e estão acessíveis a todas as pessoas nos escritórios do YDC e da SPW. São distribuídos pelas escolas equipamentos desportivos, tais como 300 bolas de futebol e netball, camisolas e t-shirts, por estes não estarem disponíveis localmente. Materiais para a Formação do Pessoal Apesar do pessoal das escolas não receber formação específica, é-lhes dado uma variedade de recursos de aprendizagem que são usados para referência. Estes são também usados pelos educadores de pares/colegas e nos YDC (escritório da SPW). Estes materiais são listados em baixo: • Femina - revista HIP (30 cópias por escola de cada edição); • Jornal Amua (30 cópias por escola de cada edição); • Desenhos animados Sara (UNICEF; 10 cópias por escola de cada edição); • AMREF - Vijana kwa Vijana ("Jovens para Jovens"; 10 cópias por escola de cada edição); • AMREF - Sabbabu ni moia (10 cópias por escola de cada edição); • O Estado da Educacão na Tanzânia (Kuleana; uma cópia por escola); 183 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * vários materiais da Kuleana sobre os direitos das crianças (inúmeras cópias por escola). Selecção e Formação do Pessoal Um porta-voz dos PSI veio dar-nos uma demonstração de como usar os Educadores de pares/colegas preservativos. Esta é uma área sensível * Para cada escola, existem geralmente dois mas os PSI sabe exactamente como voluntários - um Tanzaniano e um estrangeiro. abordar estes assuntos. * Os educadores de pares/colegas tanzanianos Educador de pares/ colegas são estudantes que terminaram recentemente o 60 ano de escolaridade com boas notas numa variedade de disciplinas. * Aproximadamente metade são recrutados da Zona Highland para que os jovens possam contribuir para o desenvolvimento dessa região, bem como dotar o programa de uma maior sensibilidade a nível regional. A outra metade dos educadores de pares/colegas vem de uma variedade alargada de escolas secundárias de diferentes regiões da Tanzânia. • Os educadores de pares/colegas são recrutados de acordo com os seguintes critérios: aproveitamento escolar no 60 ano de escolaridade, referência de um director escolar anterior, proficiência em Inglês, proficiência em actividades extracurriculares (coro, desporto, dramatizações, arte, etc.), ser adequado para ser um educador colega (ter confiança, empenhamento e criatividade, ser sociável, etc.), compromisso em permanecer nove meses no programa e consentimento dos pais para entrarem no programa. * Os voluntários estrangeiros têm níveis A ou licenciaturas e são seleccionados com base em critérios semelhantes àqueles usados para a selecção dos educadores tanzanianos. Ver o apêndice 4 do Programa SHEP da Tanzânia para obter informação sobre os procedimentos de recrutamento. Ambos os educadores de pares/colegas tanzanianos e estrangeiros recebem a mesma formação, levada a cabo por pessoal sénior da SPW e facilitadores convidados de departamentos oficiais de educação a nível regional e de zona. A formação é dada em três fases, como se segue: 1. Formação inicial: durante três semanas, seis dias por semana, são ensinados acerca de: * o espírito do voluntariado e trabalho de equipa; * educação por pares/colegas; * línguas (Kiswahili para estrangeiros e fluência em Inglês para os tanzanianos); * sensibilidade multi-cultural; * género e desenvolvimento; * educação não formal (ex. dramatizações, discussões de grupo, debates, jogos, etc.) * o sistema educativo formal na Tanzânia; * metodologias e práticas de ensino. 2. Orientação em termos do local de colocação: imediatamente após a formação inicial, os educadores de pares/colegas deslocam-se ao local da sua colocação pela primeira vez. Esta fase demora três semanas. As actividades durante esta fase incluem reuniões introdutórias; prática de ensino, observação e preparação; e actividades extracurriculares tais como jogos e dramatizações. Os educadores de pares/colegas envolvem-se, planos de acção são preparados e são levados a cabo inquéritos de base sobre a comunidade escolar. 184 Seçcão 3: Tanzânia 3. É levado a cabo a formação central pelo pessoal da SPW, profissionais de saúde e pessoal da UMATI e dos PSI. Esta formação dura duas semanas. As actividades incluem feedback de orientação, organização de actividades para o SHEP, orçamentação das actividades, outras sessões sobre educação por pares/colegas, ética e monitorização e avaliação diárias do seu próprio trabalho. Um módulo de SSRA é explicado em detalhe por profissionais de saúde qualificados. Para além disso, é realizado por três dias um workshop para educadores de Sinceramente, nunca conheid uma ONG como pares/colegas e professores tutores no final aos qldeões e viver com eles neste ambiente das férias de verão do ensino secundário difícil. Eu gostaria de dizer, " SPW, nós (Junho/Julho) e final das férias dos precisamos de dinheiro", mas esta não é a educadores de pares/colegas. No workshop solução. A SPW, faz o teu melhor para nos dar abordam-se assuntos que não foram conhecimentos como estes, que durarão. abordados em formações e workshops Aldeão anteriores. Professores Tutores * Cada escola tem um ou dois tutores. * Os estudantes seleccionam os professores que serão os seus tutores. * Os tutores recebem três dias de formação sobre a SSRA. * O papel dos tutores é o de apoiar os educadores de pares/colegas e estudantes conselheiros. Os papéis do pessoal estão sintetizados no apêndice 1 deste capítulo. Informação sobre o pessoal é dada no apêndice 2. Estabelecimento do Programa O estabelecimento do programa compreender as seguintes etapas: . foram solicitadas e dadas instruções pelo Comissário da Educação para realizar uma A SPW está a trabalhar a nível de base demonstração do SHEP na zona Southern sobre assuntos fundamentais que afectam High/ands; a Tanzânia, e com pessoas que são o futuro da Tanzânia. .os nossos jovens.... * foi recebido financiamento por parte do SPW Têm o meu inteiro apoio. no Reino Unido; Comissário Regional • foi conduzida uma avaliação das necessidades Região de Iringa em escolas secundárias nas regiões de Iringa e Mbeya em conjunto com as autoridades de educação distritais, regionais e locais; * a região de Iringa foi escolhida como região piloto; . foram escolhidas dezanove escolas secundárias para serem objecto da intervenção do SHEP; . foi realizado um workshop, supervisionado pelo inspector chefe da zona, para directores de escolas, donos de escolas e autoridades de educação governamentais; * o programa foi concebido com base nas melhores práticas de outros programas da SPW; * foram recrutados o director, gestor e coordenador da SPW e foi aberto um escritório; . foi preparado o manual do SHEP para os educadores de pares/colegas. 185 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Recursos do Programa Existe um centro principal de recursos (o YDC) na sede da SPW. É uma sala espaçosa com mesas e bancos e prateleiras cheias de materiais de formação. O YDC está aberto a todos os jovens do município de Iringa. Cada escola secundária do programa tem um "mini centro de recursos" aberto a professores, educadores de pares/colegas e estudantes. Os materiais disponíveis são os mencionados em cima na secção dos Materiais de Formação do Pessoal, bem como os panfletos, relatórios de festivais, fotos, flyersentre outros. Advocacia Os oficiais seniores do governo assistiram aos eventos dos jovens e festivais ou discutiram o programa com o pessoal da SPW. A SPW também trabalha em parceria com oficiais do governo local a níveis distrital, de zona, aldeia e sub aldeia, que ajudam a Após dois anos e meio de implementação, sensibilizar a comunidade relativamente ao problemas, tais como a gravidez entre os programa. estudantes, têm diminuído. Os jovens A SPW trabalha directamente na estão mais abertos relativamente aos comunidade o que permite aos educadores de assuntos de SSRA. Eles deslocam-se a instalações de saúde para receberem pares/colegas aprenderem acerca das crenças e serviços/conselhos, e estão mais atitudes da comunidade em relação ao HIV/SIDA comunicativos e mais conhecedores. e partilham informação acerca do programa. Os Director do Programa membros da comunidade são convidados a participar em festivais e são realizadas reuniões são formais com os directores das escolas, tutores e líderes da comunidade para discutir o programa da SPW. Para além de fazerem advocacia do seu programa com o governo e a comunidade, a SPW também estabeleceu boas ligações com outras ONG locais, nacionais e internacionais que trabalham nesta área. Estas ONG fornecem muitos dos seus materiais para o programa, realizam palestras em escolas e o pessoal da SPW participou nos seus workshops e seminários. Eles também partilham as suas ideias e experiências de modo a aprenderem com a experiência de cada um. Finanças do Programa Desde o estabelecimento do financiamento do programa, aproximadamente USD$392,000 foram recebidos da UNESCO, SIDA-Tanzânia, Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional (Danish International Development Agency - DANIDA), Fundação Elton John contra a SIDA (Elton John AIDS Foundation - EJAF), USAID, Agência Suiça para o Desenvolvimento e Cooperação (Swiss Agency for Development and Cooperation - SDC) - da Tanzânia e da SPW do Reino Unido. Aproximadamente 16,250 estudantes beneficiaram do programa. Deste modo, o custo médio por estudante com base no financiamento externo é de aproximadamente USD$24.12 (392,000/16,250). No entanto, deverá ser notado que 15,000 de adultos também beneficiaram, juntamente com um número desconhecido de crianças em idade escolar e adultos da comunidade. Ver apêndice 5 deste capítulo para obter mais detalhes sobre as finanças do programa. 186 Seçcão 3: Tanzânia PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS DESAFIOS E SOLUÇÕES Director do Programa Usar recursos de grande valor: o programa usa um recurso sub usado - jovens locais educados e entusiasmados (bem como estrangeiros). Esta abordagem deverá ser encorajada em todos os programas porque muitos países têm Desde que os educadores de uma grande população de jovens que podem pares/colegas da SPW estão na Escola assegurar a sustentabilidade do programa. Secundária Lugarawa no distrito de Replicação: O programa opera dentro do Ludewa não têm havido casos de sistema educativo do governo e usa recursos estudantes grávidas na escola. humanos que se renovam e não são dispendiosos. Director do Programa Isto torna-o fácil de replicar em outras áreas e países. Para além disso, poder ser usada a mesma abordagem para abordar não só o HIV/SIDA, mas outras doenças relacionadas com a pobreza, tais como a malária e a tuberculose. Advocacia: Apesar de envolver a comunidade em sentido amplo, existem ainda alguns membros da comunidade que são contra o programa da SPW porque pensam que promove a actividade sexual. Sensibilizar a comunidade e as autoridades governamentais é uma tarefa extremamente exigente e que consome bastante tempo, sendo, no entanto, crucial para o sucesso do programa. Idealmente, o que é necessário é um meio mais eficaz de o fazer. Pobreza: A pobreza permanece o maior problema na luta contra o HIV/SIDA para a maioria da população dos meios rurais. A pobreza expõe-os a um risco maior de infecção pelo VIH e compromete imediatamente a prioridade ou urgência da lutar contra o HIV/SIDA. Crenças sociais: Apesar de a maioria das pessoas terem conhecimento acerca do termo "HIV/SIDA", ainda existe uma grande ignorância, apatia e um desdenhar relativamente à epidemia. As crenças e tradições sociais também trazem problemas à campanha, como por exemplo, a crença em bruxaria (kurogwa), a herança das viúvas, a poligamia entre outras. Motivação dos professores: Não existem incentivos para se ser professor - eles são mal pagos e desrespeitados, sentindo-se desmotivados para ensinar bem. O sistema levou também, infelizmente, a que os professores esperem ser pagos por qualquer tarefa feita fora da sua rotina típica. Tal atitude leva a que qualquer intervenção de luta contra o HIV/SIDA levada a cabo por professores a nível escolar seja ineficaz e demasiado orientada pelo custo. Expansão: O maior desafio é como expandir tais intervenções e assegurar que elas alcançam a maioria dos estudantes (dos ensinos primário, secundário e terciário) por toda a Tanzânia. A intervenção deve ser implementada de forma eficaz e eficiente para causar um impacto em termos de impacto na SSRA. Isto implica gestão, formação, recursos e sensibilização e monitorização consistentes. Para além disso, também implica uma colaboração eficaz e activa com outros sectores (tais como cuidados de saúde e relações sociais, governos, líderes comunitários, entre outros). 187 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Falta de prioridade: A educação do HIV/SIDA nas escolas defrontar-se-á sempre com outras prioridades e solicitações logísticas, académicas, técnicas e sociais no funcionamento de uma escola com sucesso. É por isso crítico demonstrar que a educação sobe o HIV/SIDA tem igual importância. Formação: É necessária mais formação tanto para os educadores de pares/colegas como professores-tutores para aumentar o impacto e eficácia do programa. Recursos: De momento, o programa está bastante sub financiado. Mais recursos humanos assim como financiamento, aumentariam a capacidade e permitiriam melhorar a implementação do programa. O programa necessita de melhor documentação. Monitorização e avaliação: São necessários peritos para ajudar na monitorização e avaliação. De momento, o pessoal não tem o conhecimento técnico para efectuar uma avaliação científica. Comités oficiais: O conselho dos doadores está só em Londres. Para um trabalho e envolvimento mais eficaz e eficiente das duas partes, deveria existir um órgão sediado localmente que discutisse pelo menos uma vez por ano o programa, se não mesmo um conselho local de doadores ou um comité consultivo e de gestão. (Favor notar: Um conselho Tanzaniano de doadores foi agora estabelecido). Educadores de pares/colegas Currículo: De momento, o módulo de SSRA é rígido em termos de formato, conteúdo e abordagens. É necessário que o SHEP produza um módulo de SSRA adaptado aos diferentes níveis (1 a 4) para que à medida que os estudantes passem para outros anos, o módulo de SSRA seja tanto informativo como adaptado ao nível superior. Amigos dos jovens: As instalações locais de saúde necessitam de ser acolhedoras para os jovens e de ter uma oferta constante de medicamentos para as ISTs. Preservativos: Os preservativos devem-se tornar mais acessíveis. Apoio: Os educadores de pares/colegas necessitam de mais apoio quando se deparam com dificuldades, tais como a hostilidade por parte dos pais e professores. Avaliação A monitorização e avaliação são levadas a cabo pelo pessoal da SPW, directores das escolas e educadores de pares/colegas. Está planeada uma grande avaliação para o final de 2002. A monitorização é feita de várias formas, tais como: • São preenchidas pelos educadores de pares/colegas e professores/directores folhas de relatórios semanais e formulários de relatórios dos dias de eventos, detalhando os assuntos ensinados, métodos usados, actividades extracurriculares e intervenções comunitárias. • O pessoal da SPW realiza reuniões regulares de monitorização com os educadores de pares/colegas, conduz visitas escolares e comparece a actividades e eventos. Os problemas são discutidos e sugeridas soluções. • E efectuada uma reunião duas vezes por ano (uma antes e uma depois da intervenção) com o pessoal da SPW, directores das escolas e educadores de 188 Seçcão 3: Tanzânia pares/colegas para discutir os problemas e o progresso. A avaliação é feita também de formas variadas. É dado aos estudantes um questionário sobre saúde no início e final do programa para ver o quanto aprenderam. * Os directores e pessoal das escolas escrevem um relatório de avaliação no final do programa explicando o impacto que eles pensam que o programa teve. Os resultados das avaliações são usados para estruturar o programa do ano seguinte. Notou-se uma mudança nas atitudes por parte dos educadores de pares/colegas e pessoal da SPW. Por exemplo, as meninas estão bastante mais comunicativas do que antes e dispostas a discutir assuntos relacionados com o género e SSRA. Tem havido também uma diminuição nas taxas de gravidezes em adolescentes. As respostas dos questionários de saúde indicam um aumento do conhecimento sobre SSRA. Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Os jovens são encorajados a como um principiante que já , expressarem-se livremente sabe, sente e pode agir no que acerca de assuntos relacionados respeita a um desenvolvimento com a SSRA e todos os tópicos saudável e a uma prevenção ensinados pelo programa; as relacionada com o VIH / SIDA. suas ideias sugestões são sempre consideradas e valorizadas. As actividades do programa são direccionadas aos jovens através das dramatizações, arte, rap, etc. O ambiente dentro da SPW é de que não deve existir NENHUMA LACUNA e NENHUMA BARREIRA entre estudantes e voluntários. 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente O programa aborda os comuns no grupo de conseguido comportamentos de risco. principiantes e nas respostas que A educação por pares/colegas é são adequadas e dirigidas ao vista como o mais eficaz grupo. instrumento para ter em conta as necessidades específicas dos indivíduos. 3 Inclui não só conhecimento mas O programa promove a mudança também atitudes e competências de atitudes e comportamentos, necessárias à prevenção. reconhecendo que a informação não é suficiente. As atitudes dos estudantes 189 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA mudaram - por exemplo, os estudantes estão mais preparados para enfrentar os problemas do crescimento e da adolescência. 4 Compreende o impacto dos Um dos objectivos do programa relacionamentos nas mudanças . é o de encorajar a comportamentais e reforça responsabilização nos valores sociais positivos. relacionamentos, reforçando a abstinência e o dizer não ao sexo antes do casamento. 5 Baseia-se na análise das Parcialmente Um questionário de saúde no necessidades dos principiantes e conseguido início do programa identifica as numa avaliação mais alargada. áreas fracas. O mesmo questionário é repetido no final do programa, para que possam ser feitos os necessários reforços e ajustamentos. Os voluntários conduzem uma avaliação da comunidade durante a sua semana de orientação nas escolas, instalações de saúde e comunidade onde a escola está situada. 6 Possui formação e apoio Parcialmente Os educadores de pares/colegas continuado para professores e conseguido recebem formação antes do outros fornecedores de serviços. início do programa. São dados materiais de formação aos directores das escolas e tutores. 7 Utiliza estratégias e actividades São usadas actividades e de aprendizagem múltiplas e . estratégias de ensino múltiplas participativas. tais como: dramatizações, canções, encenações, poemas, debates e questionários. 8 Envolve a comunidade em Os eventos/festivais dos jovens sentido amplo. envolvem a comunidade ao convidar os seus membros a participar nas discussões. Isto expõe-os aos assuntos relacionados com a SSRA, os quais eles podem levar para casa 190 Seçcão 3: Tanzânia e para a comunidade em geral. Os assuntos são também abordados durante as reuniões gerais da aldeia. 9 Garante a sequência, progressão Parcialmente O programa tenta obter a acção e continuidade das mensagens. conseguido pelo conhecimento. As mesmas mensagens são transmitidas consistentemente durante o programa. 1o Está colocado num contexto O programa é parte do adequado no curriculum escolar. curriculum escolar. Os tópicos de SSRA/HIV/SIDA são ensinados durante o horário escolar e aparecem no horário semanal. 11 Dura um período de tempo O programa dura desde o nível 1 suficiente para realizar as metas N ao 4 do ensino secundário. e os objectivos do programa. 12 É coordenado com um programa Coordenadores de saúde escolar de saúde escolar mais alargado. a nível nacional, regional e distrital estão envolvidos e trabalham com o programa. 13 Contém mensagens Todos os materiais usados pela factualmente correctas e SPW foram aprovados pelo consistentes. MdEC e MdS. 14 Obteve apoios políticos através Há apoio político, desde o nível de uma intensa campanha para . nacional até ao nível ultrapassar barreiras e expandir- comunitário. Pretende-se se. expandir o programa para outras regiões da zona de Southern Hig/anIds. Como resultado desse apoio político mais doadores estão a decidir apoiar a SPW o que dá uma certa esperança em relação à expansão do programa. 15 Retrata a sexualidade humana O programa da SPW retrata a como uma parte natural e sexualidade humana como uma saudável da vida e não é parte saudável e normal da vida depreciativo em relação ao e tenta guiar os estudantes em género, raça, etnia ou orientação como abordar os assuntos sexual. culturais e da adolescência. 191 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 16 Inclui monitorização e avaliação. Parcialmente É feita uma avaliação contínua conseguido pelos voluntários e pessoal da SPW. A SPW está a planear uma avaliação externa a ser realizada por especialistas nesta área. PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos uim Cogan Students Partnership Woridwide (Parcería Mundial de Estudantes) 17 Deans Yard Londres SW1P 3PB Telefone: +44 (0) 207-222-0138 Fax: +44 (0) 207-233-0008 E-mail: spwuk@gn.apc.org Sítio na Web: www.spw.org Colaboradores no Relatório O relatório do programa foi elaborado pela Dra. Adeline Kimambo, auxiliada pela Sra. Zabion O relatório foi editado por Helen Bafios Smith Agradecemos a ajuda das seguintes pessoas que forneceram muita da informação contida neste relatório: Sr Craig Ferla - Director do País (britânico) Sr Andrew Calinga - Gestor (tanzaniano) Sr Jimmy Innes - Coordenador do SHEP (britânico) Sr Steben Kyyaryzi - Coordenador assistente do SHEP 11 educadores de pares/colegas (8 tanzanianos e 3 estrangeiros) Sr 1 Lawa - Director assistente, Escola Secundária de Kibao Seis professores - Escola Secundária de Kibao Seis estudantes (masculinos e femininos) - Escola Secundária de Kibao Sr Ali Athuman Mlanga - Presidente da sub aldeia de Kibao Sr Meshack Mlyapatali - Oficial clínico, Dispensário de Kibao Sra. Aurelie Fuluge - Directora da Escola Primária de Kibao Sra Maria Ndutule - Oficial executiva da zona de Kibao 192 Seçcão 3: Tanzânia Sr Salum - Oficial regional de educação, Iringa Dr. Salum - Oficial Médico distrital, meios rurais de Iringa Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.ora ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. SHEP Volunteer manual (Manual do Voluntário SHEP) (Número de encomenda: SPWO1) SHEP Narrative Report 2001 (Relatório Narrativo SHEP 2001) (Número de encomenda: SPWO2) Ludewa Youth Festival 2001: A brief report (Festival de Jovens de Ludewa 2001 - Um relatório breve) (Número de encomenda: SPWO3) Njombe Youth Festival 2001: A brief report (Festival de Jovens de Njombe 2001 - Um relatório breve) (Número de encomenda: SPWO4) Iringa and Mufindi Youth Festival 2001: A brief report Festival de Jovens de Iringa e Mufindi 2001 - Um relatório breve (Número de encomenda: SPWO5) Southern Híghlands Demonstration Model: report on first phase research, July 1999 (Modelo de Demonstração de Southern Híghlands relatório da primeira fase da pesquisa, Julho 1999) (Número de encomenda: SPWO6) A documentary record of newsprint media covering SPW Tanzânia 2001 (Um registo bibliográfico de media impressos abordando a SPW Tanzânia 2001) (Número de encomenda: SPWO7) SPWAnnual Report 2001 Relatório Anual da SPW 2001 (Número de encomenda: SPWO8) 193 Um Manual de Programas de Prevençso Contra o HIV/SIDA As perguntas que os adolescentes colocam mais frequentemente e as suas respostas. Oito pequenos livros em Inglês: Vol.1: Crescimento Vol.2: Relacionamentos entre Homem/Mulher Vol.3: Relações sexuais Vol.4: Gravidez Vol.5: Relações saudáveis Vol.6: HIV/SIDA e a nova geração Vol.7: Drogas e abuso de drogas Vol.8: Alcool e cigarros (Número de encomenda: SPWO9) Maswali waliyouliza viana kuhusu na majibu yake. Oito pequenos livros em Kiswahili; Vol 1: Kuingia utu Uzima Vol 2: Mahusiano kati ya wasichana na wavulana Vol 3: Mahusiano ya Kimwili Vol. 4: Mimba Vol.5: Usalama katika mapenzi Vol 6.: Ukimwi na kizazi kipya Vol 7: Madawa ya kulevya Vol.8: Pombe na sígara (Número de encomenda: SPW10) Pequenos livros/panfletos de Kuleana: Haki za watoto na wajibu wgo: haki zetu Tupate haki yetu ya elimul Wasichanna na wanawake wana hakil Kulíkoni majumbani? Tunataka haki zetu! Elimu ni haki ya watoto wote. Je, wasichana wa shule wanaopata mamba? "Hatupendi adhadu ya viboko!" Watoto tutimize wajibu About Children'& Ríghts (Acerca dos Direitos das Crianças) Revista Zapp. Hakiza watoto leo! (Número de encomenda: SPW11) Panfleto e revista da UNICEF: Fahamu: Dalili za hatari kwa nwanambe mjamzito Sara: Sara anamwokoa rafikí yake (Número de encomenda: SPW12) Panfletos dos PSI: Preservativos Tumia Salama. Jíkinge! Ukweli Kuhusu Kondom (Número de encomenda: SPW13) 194 Seçcão 3: Tanzânia Panfletos da UMATI: Mapenzi katika umri mdoogo ni hatari Sri ya Hedhí Mabadilíko ya mvulana au msichana wakati: Anapokua (Número de encomenda: SPW14) Panfleto da TAMWA: Sheria ya makosa ya kujamniana 1998 (Número de encomenda: SPW 15) Pequenos livros/panfletos da AMREF: Yafahamu mabadiliko muhimi wakati wa ujana wako Jíkinge na magonjwa ya zinaa Sabadu ni moja: Vijana, ngono na virusi vya UKIMWI/UKIMWI katika nchti tatu za Afrika Vijana kwa Vijana: Kuzuia kuenea kwa virusi UKIMWI na vgana Kenya Je, ukimwi ni ajali? (Número de encomenda: SPW16) Revista Femina (Número de encomenda: SPW17) Apêndice 2: Informação do Pessoal (Número de encomenda: SPW18) Apêndice 3: Materiais do Programa (Número de encomenda: SPW19) Apêndice 4: Procedimentos de Recrutamento (Número de encomenda: SPW20) Apêndice 5: Finanças do Programa (Número de encomenda: SPW21) 195 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 1: PAPÉIS DO PESSOAL Director do Programa Tem a responsabilidade por todos os aspectos do programa, em particular: * controlo financeiro do orçamento e despesas; * recrutamento dos recursos humanos e gestão; * angariação de fundos a nível local e nacional; • ligações com todos os parceiros e intervenientes; * gestão dos contactos com os media; * procedimentos de monitorização e avaliação. Gestor do Programa É responsável por: * gestão dos recursos humanos da SPW; * administração do escritório; * aspectos logísticos do programa (viagens, vistos, etc.); * ligações com autoridades do governo relevantes aos níveis regionais e distritais. Coordenador do Programa SHEP É responsável por: * recrutamento dos educadores de pares/colegas tanzanianos; * formação e apoio profissional aos educadores de pares/colegas; . providenciar liderança e apoio aos educadores de pares/colegas; * coordenação de todas as actividades de sensibilização acerca da saúde nas escolas e comunidades; * concepção e desenvolvimento do programa; * sensibilização de todas as autoridades regionais, distritais e escolares; * assistência ao director do programa na angariação de fundos e orçamentação. 196 Seçcão 3: Tanzânia Conselho Tanzaniano de doadores SPW* Director do Pais Gestor do programa Contabilista Coordenador do programa SHEP Coordenador Cop. do programa + Coordenador assistente do Assistente Coordenador Cop. programa SHEP YDC+ 4< Oficial Cop. do programa Oficial do programa SHEP s< Oficial Cop. de apoio Oficial de apoio SHEP Escruiturário Educadores & colegas * O Conselho Tanzaniano de doadores foi estabelecido após a preparação deste relatório. Fígura A. 1. Organigrama 197 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. INFORMAÇÃO DO PESSOAL Desde o início do programa SPW-SHEP em Iringa, um total de 154 educadores de pares/colegas foram recrutados, 89 tanzanianos e 65 estrangeiros. Presentemente, existem 49 tanzanianos (30 mulheres e 19 homens) e 23 estrangeiros (17 mulheres e 6 homens). Os educadores de pares/colegas estrangeiros vêm principalmente da Grã-Bretanha, apesar de três serem da Irlanda, Austrália e Suécia. Estes jovens são a base do SHEP em Iringa. Dois estão colocados em cada escola, um estrangeiro e um Tanzaniano. No entanto, algumas escolas têm só tanzanianos. Para se poder qualificar a ser um educador de pares/colegas, o jovem tem que ter completado a escola secundária. Os jovens candidatam-se aos postos, realizam uma entrevista e fazem um curso preparatório de formação de seis a sete semanas. Os educadores de pares/colegas estrangeiros custam aproximadamente USD$3500 para cobrir as despesas relativas às passagens de avião, seguro de saúde e administração do Reino Unido, bem como custos do programa na Tanzânia (ex. formação, subsídios do educador de pares/colegas, etc.). Tipo Número de Posição/título Género pessoas A tempo inteiro e com 13 Director, 1 Masculino salário Gestor, 1 Masculino Coordenadores assistentes, Masculino 2 Coordenadores 2 1 Masculino, 1 Feminino Oficiais do programa, 2 Feminino Coordenador YDC, 1 Masculino Escriturário, 1 Masculino Secretária, 1 Feminino Oficial assistente, 1 Masculino Em part-time e com 4 Contabilista, 1 Masculino salário Oficiais de apoio Masculino, Feminino Pessoal ligado aos até 5 Apoio aos educadores de Masculino, Feminino educadores de pares/colegas pares/colegas, para além dos educadores de pares/colegas a receberem subsídios/incentivos Professores tutores 1 a 2 por escola Masculino, Feminino 198 Seçcão 3: Tanzânia Número Total de Educadores de pares/colegas tanzanianos no SHEP 2000-2002 Tanzânia Tanzânia Tanzânia Estrangeiro Estrangeiro Estrangeiro Ano Total Mulheres Homens Total Mulheres Homens Total Mulheres Homens 2000 39 19 20 19 8 11 20 11 9 2001 43 29 14 21 14 7 22 15 7 2002 72 47 25 49 30 19 23 17 6 LTotal 154 95 59 89 52 37 65 43 22 1 199 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 3. MATERIAIS DO PROGRAMA Autor Título AMREF 'Know YourBody'("Conhece o teu Corpo") 'Protect Yourself from Sexually Tramsnitted Infections (" Protege-te das Infecções Sexualmente Transmissíveis") 'Is AIDS an Accident?'("A SIDA é um acidente?") 'The Reason Is One'("A razão é uma") 'Youth for Youth ("Jovens para Jovens") 'Learning through Experience (" Aprendendo através da Experiência") TAMWA 'The Voice of Siti - Empowerment to Women and Other Social Issues' (" A voz de Siti - Poder para as Mulheres e Outros Assuntos Sociais") 'Sex Offences Law 1998'(" Lei das Ofensas Sexuais 1998") UNICEF Sara (uma revista de desenhos animados sobre assuntos dos jovens) Know the Dangerous Symptoms During Pregnancy (Conhece os Perigosos Sintomas Durante a Gravidez - pequeno livro e filme) UMATI 'Sexual Activities ata TenderAge - The Consequences'("Actividades Sexuais numa idade tenra - As Consequências") 'The Secrets of Menstruation'(" Os Segredos da Menstruação") 'Body Changes on Boys and Giris at Puberty'("As Mudanças do Corpo nos Meninos e Meninas na Puberdade") PSI 'The Truth About Condoms'(" A Verdade acerca dos Preservativos") 'Protect Yourself'(" Protege-te a ti mesmo") Jornal Amua para os estudantes das escolas secundárias fornece informação acerca da prevenção do HIV/SIDA, conhecimento sobre os preservativos e assuntos gerais do HIV/SIDA Kuleana 'What Is Happening in Homes'(" O que está a acontecer nas casas") (mau tratamento de meninas) 'Giris and Women Have Equal Rights - We Need Our Education Rights'(" As Meninas e Mulheres têm Direitos Iguais - Precisamos dos Nossos Direitos à Educação") 'Children 's Rights and Their Responsibilities'("Os Direitos das Crianças e as Suas Responsabilidades") 'We Don't Want Corporal Punishment'(" Nós Não Queremos Punição Corporal") 'Education is the Right of All Chíldren - WhatAbout Teenage PregnanciesAmongstSchool Girls?'(" A Educação é um Direito de 200 Seçcão 3: Tanzânia Todas as Crianças - E então sobre as Gravidezes dos Adolescentes entre as Meninas da Escola?") GTZ Uma série de 8 pequenos livros tanto em Inglês como Kiswahili sobre questões que os adolescentes perguntam mais frequentemente e as suas respostas: * Crescimento * Relacionamentos entre Homem/Mulher . Relações Sexuais • Gravidez * Relações Saudáveis * O HIV/SIDA e a Nova Geração * Drogas e o Abuso de Drogas * Álcool e Cigarros FEMINA Revista Femina que consiste principalmente de tópicos relacionados com a saúde e vida social. 201 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 4. PROCEDIMENTOS DE RECRUTAMENTO O recrutamento de educadores de pares/colegas tanzanianos é feito através de um longo processo de nove meses que vai de Abril até Dezembro. • Abril-Maio: O pessoal da SPW informa os Directores das escolas e visita as escolas secundárias por todo o país para encontrar estudantes, explicar o programa e deixar informação acerca do SHEP bem como formulários para fazerem a aplicação. * Junho-Agosto: Os candidatos interessados enviam os formulários preenchidos para os escritórios do SHEP em Iringa, onde são estudados e preenchidos pelo pessoal da SPW. * Agosto-Setembro: Logo que os resultados dos exames nacionais do 60 ano são publicados, a SPW revê todas as candidaturas e ordena-as pelo mérito pessoal por forma a obter uma lista curta de potenciais educadores de pares/colegas. * Outubro: E enviada aos candidatos seleccionados uma carta para os convidar a participar num dos dois fins-de-semana de selecção, realizados em Dar es Salam e Iringa. E também enviada uma carta aos seus pais para lhes pedir o seu consentimento para que a criança ocupe um lugar no SHEP. * Novembro: São realizados os fins-de-semana de selecção, envolvendo uma variedade de actividades participativas (trabalho de grupo, apresentações, dramatizações, debate, etc.) para avaliar se o candidato é adequado. Após os fins-de-semana de selecção, o comité de selecção de educadores de pares/colegas da SPW formula listas finais de educadores seleccionados e em reserva. * Dezembro: As listas finais são enviadas às autoridades de educação regionais para aprovação. É enviada uma carta de confirmação a todos os candidatos aprovados convidando-os a fazer parte do SHEP. Em 2001, foram recebidas 350 candidaturas. Destas, foram seleccionados 89 educadores de pares/colegas convidados a frequentar um fim-de-semana de selecção. Destes, um total de 49 educadores de pares/colegas foram recrutados. 202 Seçcão 3: Tanzânia APÊNDICE 5. FINANÇAS DO PROGRAMA Detalhe das Fontes de Financiamento e Distribuição Valor Doador Data Fundos requeridos para 10 USD$4,000 (dois UNESCO Junho 2000 Formação de financiamento donativos de educadores de (desde o USD$2,000 cada) pares/colegas e estabelecimento professores tutores do programa) 20 USD$51,000 SIDA Julho 2001 Cobertura do déficit financiamento (Tanzânia) entre o orçamento para as actividades e fundos disponíveis assim como compra de um veículo em segunda mão 30 Aproximadamente DANIDA Outubro 2001 Implementação do financiamento USD$40,000 (Tanzânia) - Março 2002 SHEP em 6 escolas (2 bolsas) secundárias urbanas. Financiar todas as actividades levadas a cabo pelos facilitadores nas escolas secundárias. 40 USD$49,208 EJAF Janeiro 2002 Subsidiar 35 financiamento educadores de pares/colegas tanzanianos no SHEP 2002 50 USD$56,210 USAID Abril Implementação do financiamento SHEP em 12 escolas primárias no distrito rural de Iringa. 60 USD$35,210 SDC Maio 2002 Preparar e facilitar financiamento Tanzânia quatro festivais distritais de jovens. 70 USD$157,080 SPW-UK 2000-2002 Contribuição para financiamento 66 educadores de pares/colegas do estrangeiro USD$2380 . 203 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Despesas do Ano 2001-02 (Ano Passado) Despesas USD (aproximadamente) Remuneração do Pessoal 49,518 Gestão, administração, operações 50,100 SHEP 133,389 Festivais distritais de jovens 35,259 Total 268,263 A gestão, administração e operações incluem: renda; utensílios; comunicações; material de escritório; equipamento de escritório; saúde do pessoal; viagens e veículos; publicidade e media; biografia; relações pessoais e angariação de fundos; formação do pessoal; despesas de auditoria; avaliações independentes entre outros. Estimativa do Financiamento Atribuído a Cada uma das Abordagens, 2001- 2002 Abordagem Custo em USD$ (aproximadamente) Selecção dos educadores de pares/colegas 2,779 da Tanzânia Programa de formação 30,514 Subsídios dos educadores de pares/colegas 32,532 Sensibilização 6,213 Visitas de colocação escolar 5,092 Dinheiro para as actividades nas escolas 29,555 Avaliação do festival distrital de jovens 35,259 Avaliação 25,074 Total (menos outras despesas pequenas e 167,018 contingências) 204 `S - A s:»:: :,s4\|.-`lLe:bi^`".,; i l \\ /1 i' ` \ \ E: 1 X Seçcão 3: Uganda GOAL: O Projecto Baaba PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa O projecto Baaba teve início em Janeiro de 2001 em resposta às necessidades do Uganda relativamente à área da saúde sexual e reprodutiva (SSR), identificadas pelo pessoal da ONG que trabalhava com crianças e jovens de rua na capital, Kampala. Implementado pela GOAL (uma organização humanitária internacional sediada na Irlanda), o projecto Baaba conduziu uma pesquisa base relativamente às necessidades das crianças e jovens de rua em Kampala em termos de SSR. De acordo com esta pesquisa base, 15 por cento das crianças e jovens de rua afirmaram que foram forçados a manter relações sexuais e 84 por cento das raparigas neste grupo tinham sido assediadas sexualmente por um homem adulto. Em Kampala, mais de 70 por cento das crianças de rua a tempo inteiro tinham mantido relações sexuais, não sabendo como se proteger do HIV/SIDA ou infecção por doenças sexualmente transmissíveis sexualmente (DST). Quase 50 por cento destes jovens conhece alguém que teve uma DST. Apesar de muitas ONG que trabalham com as crianças e jovens de rua reconhecerem a seriedade do problema, elas estão mais centradas no desenvolvimento e reabilitação das crianças e jovens de rua e têm uma capacidade limitada para tratar dos assuntos relacionados com o HIV/SIDA. Por isso, O projecto Baabas trabalha em conjunto com elas para aumentar a sua capacidade e levar a que o assunto do HIV/SIDA seja incluído nos seus programas actuais para crianças e jovens de rua. O projecto Baaba começou com o desenvolvimento de uma parceria entre a GOAL e seis ONG em três cidades do Uganda. As ONG que se juntaram à iniciativa tinham identificado a necessidade de existirem intervenções nas áreas de SSR e HIV/SIDA, estavam dispostas a trabalhar com esses assuntos e estavam envolvidas no desenvolvimento e reabilitação geral das crianças e jovens de rua. Antes do projecto ter sido iniciado, foi conduzido um inquérito incidindo nos conhecimentos, atitudes e práticas (knowledge, attitudes and practices - KAP) para identificar as áreas prioritárias e servir como base para a avaliação do programa. O projecto procura ser sustentável pela inclusão da educação sobre HIV/SIDA nas intervenções em implementação para as crianças e jovens de rua. Presentemente, as ONG planeiam e gerem as suas próprias actividades com o apoio do pessoal da GOAL. Com a progressão do projecto, as actividades de planeamento e implementação mudaram gradualmente da GOAL para as ONG parceiras. Este processo fortaleceu a capacidade das ONG membro a sentirem-se mais donas e a estabelecer uma liderança dentro do projecto. Especificamente, alguns participantes do projecto Baaba tornaram-se formadores de formadores e estão envolvidos na formação de novos educadores de pares/colegas. Esta transferência gradual das responsabilidades levará à formação de fundações firmes e à saída completa da GOAL dentro de alguns anos. 207 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Visão Geral do Programa Missão O projecto Baaba tem como missão promover a SSR das crianças e jovens de rua providenciando formação, recursos e apoio técnico e financeiro constante às ONG que trabalham com elas. Objectivos Os objectivos do programa são: * aumentar a sensibilização e conhecimento acerca do HIV/SIDA e de outros assuntos de SSR entre as crianças e jovens de rua e pessoal das ONG que trabalha juntamente com elas; • atribuir poder às crianças e jovens de rua através de capacidades, motivação e apoio para manterem um comportamento sexual seguro e mudarem comportamentos inseguros; * reduzir os riscos sexuais e físicos a que a juventude está exposta na rua. Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário são ex e actuais crianças de rua mais novas que 18 anos e jovens entre os 18 e os 25 anos. 2000/1 * Estabelecer relações com ONG que trabalham com crianças e jovens de rua através do Fórum das ONG das Crianças de Rua e através de parcerias entre as ONG e a GOAL 2001 * Estudar para identificar os assuntos do HIV/SIDA das ONG * Workshop com os participantes para clarificar necessidades, interesse no programa e conceber intervenções * Seleccionar ONG para se juntarem ao projecto * Lançar o projecto nas ONG o Estabelecer actividades com seis ONG membro 2002 * Identificar seis novas ONG para expansão do programa o Lançar o projecto em seis novas ONG o Actividades em implementação com 12 ONG membro o Fortalecer a capacidade das ONG para planear e implementar actividades a Retirada progressiva da supervisão da GOAL Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 208 Seçcão 3: Uganda Grupos-alvo Secundários Os grupos-alvo secundários são: • ONG comprometidas no desenvolvimento e reabilitação geral das crianças e jovens de rua. Elas são apoiadas para incluir assuntos relacionados com o HIV/SIDA no seu trabalho e criar capacidade para trabalharem eficazmente nessa área; * a polícia e outro pessoal de segurança (militar e unidades de defesa locais) são alvo de forma a melhorar a sua compreensão acerca da situação e dos problemas e riscos aos quais as crianças e jovens de rua estão expostos. Os líderes comunitários são encorajados a ter uma atitude de apoio para com o processo de desenvolvimento e reabilitação das crianças e jovens de rua. Localização Presentemente, o projecto colabora com ONG nas cidades de Kampala, Jinja, Malaba, Maska, e Mbale. As actividades do programa são levadas a cabo nos centros das ONG, nas ruas, em prisões e locais comunitários. Duração do Programa A GOAL tem intenção de transferir a propriedade do projecto às ONG membro. As ONG membro serão cada vez mais responsáveis por planear e orçamentar as suas actividades e a GOAL providenciará recursos e formação. Antevê-se que este processo levará um par de anos para completar por parte de cada ONG. A estratégia de retirada da GOAL está agora a ser elaborada em colaboração com as ONG parceiras. Apesar de o projecto ser relativamente novo, antecipa-se que as crianças e jovens de rua que nele estão envolvidos que o ficarão enquanto viverem nas ruas. Objectivos do Programa O objectivo global do programa é reduzir a vulnerabilidade das crianças e jovens perante o HIV/SIDA. O projecto está compromete-se a alcançar os objectivos mostrados na figura 2. Abordagens O programa adopta uma abordagem sem julgamentos baseada na premissa de que a eficácia própria (crença nas habilidades próprias para mudar) é central para a mudança de comportamento e de que o ambiente no qual o indivíduo vive pode apresentar riscos significativos e barreiras para a mudança comportamental. O programa adopta uma visão holística da prevenção do HIV/SIDA e vê-lo dentro do contexto do desenvolvimento sexual dos adolescentes. Esta abordagem é usada em todo as formações dadas, workshops e seminários para o pessoal das ONG e crianças e jovens de rua e tem como objectivo dar poder aos jovens, fortalecer a sua confiança, permitindo-lhes tomar decisões informadas, e reforçar a sua auto-estima. Para alcançar isto, o projecto Baaba adoptou o seguinte: Abordagem Partaicpativa Esta abordagem permite às crianças e jovens de rua contribuírem com as suas ideais em relação ao conhecimento, atitudes e práticas bem como as suas capacidades no que diz 209 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA respeito ao HIV/SIDA. O projecto Baaba fornece a informação necessária para ajudar os jovens a tomarem decisões informadas. Abordagem de Aconselhamento Individual Permite a troca livre de informação entre o pessoal da GOAL e as crianças. Abordagem de Educação Parceiro-a-Parceiro Esta abordagem tem como objectivo construir uma confiança, gerar capacidades de liderança nas crianças e jovens de rua que são formados como educadores de pares/colegas através de: implementando actividades do projecto, formando como formadores, formando em planificação e gestão do projecto, ocupando posições respeitadas e de grande responsabilidade entre os parceiros e trabalhando como fornecedores de informação sobre SSR. Abordagem Baseada nos Direitos Através desta abordagem, o projecto Baaba faz advocacia sobre SSR de crianças e jovens de rua através da formação de líderes locais, polícias e defensores das crianças. As crianças e jovens de rua participam nos esforços de advocacia efectuando representações e dando testemunhos sobre as causas e consequências de viverem na rua. Estas actividades são fundamentais para romper com os complexos existentes acerca das crianças e jovens de rua. Abordagem de Parceria com ONG O projecto Baaba trabalha em parceria com ONG membro que dão resposta às necessidades prioritárias das crianças e jovens de rua, tais como, comida, educação, e abrigo. Actividades A figura 3 mostra as actividades do projecto Baaba ordenadas em termos de frequência de utilização. Componentes O projecto tem cinco componentes principais, tais como: 1. formação de educadores de pares/colegas e ONG; 2. advocacia; 3. assistência externa; 4. clubes de Prevenção do VIH; 5. serviços de saúde para crianças e jovens de rua. 210 Seçcão 3: Uganda Aumento do conhecimento dos intervenientes e compreensão das atitudes sexuais e comportamentos das crianças e jovens de rua Capacidade dos participantes do projecto e pessoal da ONG parceira reforçada para lidar com os assuntos relacionados com o HIV/SIDA e SSR nos programas das ONG Acesso melhorado a serviços de SSR amigos das crianças e jovens de rua entre os líderes locais, comunidades e as próprias crianças e jovens de rua Figura 2. Objectivos Ordenados do Programa Assistência externa Educação por pares Desenvolvimento institucional Formação e supervisão dos participantes do projecto Baaba Formação e supervisão do pessoal Advocacia (aulas práticas sobre SSR, dramatizações, e festivais e dias divertidos) Figura 3 - Actividades do Projecto Ordenadas por Ordem Crescente em termos de Frequência de Utilização Formação de Educadores de pares/colegas e ONG Dentro desta componente, o pessoal da ONG e o Baabas (educadores de pares/colegas) são formados para trabalharem no projecto. O projecto Baaba oferece às ONG membro sessões regulares de formação sobre assuntos da sua própria escolha. As sessões de formação são realizadas para as equipas de cada uma das ONG membro, geralmente sob a forma de seminários de um dia. As sessões de formação anteriores cobriram assuntos tais como a mudança de comportamento e pesquisa participativa com crianças. O pessoal do projecto Baaba oferece também apoio ao pessoal das ONG. 211 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Os Baabas são formados em educação por pares e outras capacidades identificadas pelos Baabas e outros jovens. Os temas da formação incluem direitos à SSR e respeito mútuo. , , r Educadores de pares/colegas a trabalharem com as crianças de rua ara Crianças e Baabas preparam mat isIECdeHIVI '212i,Jf > 5 _______ - -,'' qA". IF iBS/El - E, ~ ~ , e g:Ç aj # * ''C~~~~ Criança e Baba prprmmaeii ICd IVSD 212~~~~~~~~~, 8 _; Seçcão 3: Uganda Advocacia O projecto Baaba realiza workshops sobre protecção dos direitos das crianças e jovens à SSR. Estes workshops têm como alvo líderes locais em áreas com grande concentração de crianças e jovens de rua, bem como aqueles responsáveis pela segurança das crianças de rua. O workshop começa por olhar para as razões que levam as crianças a fugir de casa para viverem nas ruas, incidindo sobre a responsabilidade que os adultos têm na saída de casa das crianças pelo abuso ou negligência. Isto é seguido por sessões sobre o conhecimento e comportamento sexual das crianças e jovens de rua em Kampala, baseadas nos resultados do inquérito base do projecto. Jlovens meninas mostrando com orgulho os seus certificados de participação Tabela 1: Participação em Grupos de Advocacia Cidade Número de Número de líderes Total polícias formados com unitários/pessoas que promovem a advocacia dos direitos infantis., formados Kampala 50 480 530 Mbale 80 160 240 Malaba 80 70 150 Masaka 78 71 149 Ji nja - 70 70 213 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Os Baabas fazem então testemunhos pessoais, explicando porque é que as crianças vivem nas ruas e descrevem os riscos que enfrentam nas ruas, incluindo o mau tratamento pela polícia, forças de segurança ou adultos. Segue-se uma sessão de perguntas e respostas. De seguida, os Baabas representam um drama ou outra representação ilustrando alguns dos riscos e consequências sexuais a qual é seguida por uma discussão sobre os direitos das crianças e jovens de rua à SSR. De tarde, os participantes trabalham em grupos para olharem para formas práticas deles, nos seus papéis de líderes ou pessoal de segurança, ajudarem as crianças e jovens de rua. Os grupos apresentam as suas estratégias durante uma sessão plenária final. Um jo vem Baaba discute a vida na rua com uma criança de rua Os Bãaabas e os jovens aprendem práticas de n7egóoaos 214 Seçcão 3: Uganda A procura destes workshops pelas ONG membro e governo local tem sido elevada. Foram realizados seis workshops em 2001 e 15 em 2002. A tabela 1 mostra o número de pessoas que estiveram envolvidas nestes grupos de advocacia. Assistência externa Duas noites por semana em Kampala e aos sábados nas outras cidades, os Baabasde diferentes ONG acompanham o pessoal da GOAL às ruas, para aconselhar e falar informalmente sobre os assuntos do HIV/SIDA e SSR com as crianças e jovens de rua. Para além disso, eles falam com crianças e jovens de rua acerca de voltarem para casa, receber ajudar das ONG e assédio por parte da polícia. Uma média de 71 jovens são assistidos individualmente ou em grupos durante uma sessão de assistência externa. Em média, cinco Baabas participam em cada sessão de assistência externa a qual dura entre uma a uma hora e meia e duas horas. i Reunião do clube de prevenção do VIH Os Baabas também organizam seminários de assistência externa para crianças e jovens de rua e sessões de assistência externa comunitárias usando dramatizações e desporto, tendo como alvo comunidades com grande concentração de crianças e jovens de rua. Durante os primeiros 15 meses, 45 sessões de desporto atraíram um total de 1,053 rapazes e 397 raparigas. Foram realizados treze espectáculos Baaba de dramatização para crianças na prisão Naguru, prisão Kampiringisa, para crianças nas ruas e para a comunidade local. Depois dos espectáculos, os Baabas conduziram discussões sobre o HIV/SIDA. Clubes de Prevenção do VIH e Educação por pares Cada ONG membro tem um Clube de Prevenção do VIH. Os membros dos clubes reúnem uma vez em cada duas semanas, e até à data, realizaram-se 184 reuniões dos Clube de Prevenção do VIH organizados pelos Baabas, com a participação de em média 25 a 30 215 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA crianças por sessão. Os Baabas encontram-se uma vez por semana dentro das suas ONG respectivas para planear as actividades do clube. Em média, três a cinco Baabas gerem os clubes. As actividades dos clubes incluem representações, canções, conversas, debates e desportos. As actividades dos clubes são realizadas nos centros das suas ONG. Nos dias de reunião dos clubes, os Baabas levam geralmente 5 a 20 minutos para mobilizar as crianças e jovens de rua. Logo que estejam todos reunidos, os Baabas apresentam o tema da sessão. Os temas incluem o crescimento e puberdade, tomada de decisões sexuais, pressão dos colegas, abuso de drogas, uso de preservativos, competências para a vida e prevenção contra o HIV/SIDA. Vários métodos participativos são então usados pela equipa Baaba para explorar o tema, incluindo 'chuva de ideias', debates, leitura de histórias, representações, canções, desportos e vídeos. Os pontos de informação chave são geralmente tirados do Manual sobre a Saúde Sexual e Reprodutiva para Educadores de pares/colegas (ver secção Materiais do Programa), embora os participantes sejam encorajados a usá-lo apenas como guia e evitar emitir os factos sem compreender o seu sentido. SI--- Os Baabas e as crianças de rua actuam para outras crianças O pessoal da GOAL ou da ONG membro terminará a sessão enfatizando os pontos- chave de aprendizagem. Após a sessão principal, os Baabas passam então algum tempo discutindo os assuntos levantados na sessão. Cada sessão dura geralmente cerca de uma hora. Crianças e Jovens de Rua - Serviços Amigos de Saúde Foi desenvolvido e distribuído por cada ONG membro, um manual sintetizando os serviços de SSR juvenil existentes para as crianças e jovens de rua. O projecto Baaba identificou fornecedores de serviços-chave em Kampala, um em Jinja e um em Mbale. Estão também a ser identificados fornecedores de serviços e desenvolvidas ligações em outras 216 Seçcão 3: Uganda cidades. Foram também formadas pelo projecto Baaba, equipas em cada centro de saúde para trabalharem com as crianças e jovens de rua. A formação é principalmente para reforçar, aos fornecedores de serviços, a ideia que as crianças e jovens de rua são como quaisquer outras crianças, com as mesmas necessidades e problemas. Os serviços adequados às crianças incluem serviços de SSR gerais, incluindo tratamento contra DST, teste de VIH, contraceptivos e aconselhamento sobre SSR. Os Baabas visitaram as clínicas para se familiarizarem com o pessoal clínico e se sentirem confortáveis em levar lá outros jovens. Foi estabelecido um sistema de cartão de referência para permitir aos Baabas referenciar as crianças ou jovens de rua a estes centros de saúde durante as actividades de assistência externa. O número de crianças e jovens de rua referidos através dos Baabasé seguido por cada fornecedor de serviço. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Foi levado a cabo um estudo base sobre o conhecimento, atitudes, comportamento e práticas (knowledge, attitudes, behaviour and practices - KABP) das crianças e jovens de rua. O objectivo do estudo foi de verificar até que ponto as crianças e jovens estão em risco pelos resultados adversos do VIH e as suas necessidades de informação e serviços de SSR. O estudo de base gerou informação usada como: * uma ferramenta de advocacia para utilização pelas ONG que trabalham com crianças e jovens de rua; * informação de referência para ONG e pessoal governamental interessados; * dados de base para avaliação das actividades do projecto Baaba. O mesmo inquérito foi repetido em 2002. Metodologia Foi submetido pela GOAL um questionário de KABP estruturado (42 itens) a 250 crianças e jovens de rua (190 dos quais eram conhecidos pelas seis ONG participantes, 60 dos quais não eram). Na maior parte dos questionários (213) o pessoal do projecto ajudou as crianças e jovens de rua a completarem-no. Os restantes 37 questionários foram preenchidos pelo próprio(a) participante. Responderam um total de 186 rapazes e 64 raparigas dentro do grupo etário dos 10 aos 25, com 80 por cento dos inquiridos com idades entre os 13 e os 18 anos. Cinquenta e cinco por cento dos jovens que participaram no inquérito passaram entre um e cinco anos na rua. Trinta e um por cento estavam na escola, 19 por cento estavam a frequentar formação vocacional ou empresarial e 50 por cento estavam a ganhar a vida na rua. Favor ver o apêndice 3 deste capítulo para obter informação sobre os resultados da avaliação das necessidades. 217 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais do Programa O programa usa os seguintes materiais para a formação do grupo-alvo e do pessoal do programa. O Manual sobre a Saúde Sexual e Reprodutiva para Educadores de pares/colegas incide sobre a SSR para os jovens e é predominantemente usado na formação dos educadores de pares/colegas. O Manual assiste os educadores de pares/colegas a providenciar informação correcta e completa a outros jovens. Para além disso, também assiste os educadores de pares/colegas na planificação de actividades educacionais diferentes para grupos de jovens que lhes permita: * usar a informação nas suas próprias vidas; * desenvolver a sua auto-estima; . desenvolver as suas capacidades de comunicação; * reforçar a sua capacidade para se defenderem a eles mesmos. O manual foi desenvolvido pela Population Concern and Planned Parenthood Associítion do Gana e inclui o seguinte: * Capítulo Um: Guia para Usar o Manual - Preparações e Avaliação - Como fazer as Actividades * Capítulo Dois: Mudanças à medida que Crescemos - Puberdade - Como Crescem os Nossos Corpos - Como São os Órgãos Sexuais e Como Trabalham - Partes Sexuais Masculinas e Como Trabalham - Sonhos Molhados - Menstruação * Capítulo Três: Auto-Estima - Dizer Como Nos Sentimos e O Que Queremos - Amizade - Pressão dos parceiros - Aguentar a Fúria - Capacidades de Resolução de Conflitos - Violência . Capítulo Quatro: Relacionamentos Pessoais e Sexuais - Relacionamentos entre Jovens Homens e Mulheres - Sexo - Namoro e Casamento - Relações Sexuais Felizes . Capítulo Cinco: Tomada de Decisões Sexuais - Dizer Não ao Sexo - Sexo e Dinheiro . Capítulo Seis: Saúde Sexual e Reprodutiva - O Que é a Saúde Sexual e Reprodutiva? - Doenças Sexualmente Transmissíveis - HIV/SIDA 218 Seçcão 3: Uganda * Capítulo Sete: Crianças por Escolha, e Não por Acaso - Como São Feitos os Bebés - Formas de Evitar a Gravidez - Planeamento Familiar Natural - Métodos Contraceptivos/Preservativos * Capítulo Oito: Gravidez Adolescente - Gravidez Adolescente - Lidar com a Gravidez Não Desejada na Adolescência * Capítulo Nove: Abuso Sexual * Capítulo Dez: Abuso de Drogas * Capítulo Onze: Usar os Nossos Serviços Locais - Sexo Forçado e Violação - Abuso Sexual Infantil Materiais Adicionais O projecto Baaba também usa materiais informativos, de educação e comunicação (IEC) (principalmente posters e folhetos) desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, a Organização de Apoio à Luta contra a SIDA (The AIDS Support Organízation - TASO), o Centro de Informação sobre a SIDA (AIDS Information Centre - AIC), a Fundação Straig1ht Talk, para educar os educadores de pares/colegas bem como as crianças e jovens de rua. São usados também vídeos para educar os Baabas e mostrar às crianças e jovens de rua durante a assistência externa e reuniões dos clubes. Existe uma lista destes vídeos no Apêndice 5 deste capítulo. Para além disso, o projecto tem uma extensa biblioteca, que é regularmente actualizada com novos materiais retirados da Internet. Os formadores usam estes recursos na preparação das sessões de formação específicas. A biblioteca tem materiais de uma variedade de organizações, incluindo Family Care International, Popu/atíon Council, HIV/AIDS Allíance, Organização Mundial de Saúde (OMS), UNAIDS, Encontro do Pathfinder International, MEASUREe Safaids. Os materiais e manuais de apoio incluem: * Participatory Learning andAction : A Training Guide (Acção e Aprendizagem Participativa: Um Guia de Formação - Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento, 1995); Life Planning Ski1Is: A Curriculum for Young People in Africa (Program for Appropriate Technology in Health - PATH) (Capacidades de Planeamento para a Vida: Um Currículo para Jovens em África -Programa para Tecnologia Apropriada na Saúde), 1996; You, Your Lífe, Your Dreams: A Book for Adolescents (Tu, a Tua Vida, os Teus Sonhos: Um Livro para Adolescentes - Famíly Care International, 2000); * Life SkilIs for Young Ugandans (Competências para a vida para Jovens do Uganda). Selecção e Formação do Pessoal Quando o projecto começou, fez-se uma aproximação às ONG centradas nas crianças e jovens de rua foram para ver se elas estariam interessadas em estabelecer uma ligação 219 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA com o programa de prevenção do HIV/SIDA para estes jovens. As ONG podiam tornar-se membro desde que: . trabalhassem para ir ao encontro das necessidades a curto e longo prazo das crianças e jovens da rua; * estejam envolvidos no desenvolvimento e reabilitação a longo prazo das crianças e jovens da rua; * reconhecessem que as crianças e jovens de rua correm risco de contrair o HIV/SIDA; • tivessem falta de capacidade para trabalhar com os assuntos relacionados com o HIV/SIDA com as crianças e jovens de rua. Em cada ONG membro, são eleitos pelos seus companheiros crianças e jovens de rua, 10 a 20 jovens Baabas. Os Baabas eleitos são de diferentes grupos etários: idades dos 9 aos 12, 13 aos 16 e 17 aos 25 anos. Os Baabas elegem então um membro do pessoal de uma ONG para ser o seu elo de ligação à equipa do projecto Baaba. As Funções dos Directores das ONG Membro A principal função dos directores é a de encorajar e apoiar quando comparecem às reuniões dos Clubes de Prevenção do VIH ou eventos entre ONG para saberem como é vão as coisas. Para além disso, eles apoiam o pessoal de ligação através de reuniões regulares, gratificando-os pelo tempo extra que despenderam em actividades e encorajando-os a verem as actividades Baaba como parte importante do seu trabalho. Em cada seis meses, os directores são convidados a participar numa reunião com pessoal da GOAL para obterem feedbacksobre as actividades e ideias. Os aspectos positivos do projecto descritos pelos directores das ONG membro são os seguintes: * diminuição do número de participações das DST entre as crianças e jovens de rua; • diminuição do nível de violência ou comportamento difíceis entre as crianças e jovens; * aumento da auto-estima e controlo próprio entre as crianças e jovens de rua; * os Baabas assumem posições de responsabilidade dentro das ONG e são respeitados pelos seus colegas; * os Baabas adquirem capacidades de liderança; * as crianças e jovens de rua tornam-se trabalhadores sociais para a organização; * expansão do desenvolvimento de capacidades e institucional do pessoal das ONG; * confrontação dos assuntos difíceis em volta do HIV/SIDA; • aumento das redes entre as crianças e jovens de rua e as ONG; * as ONG conseguem demonstrar aos doadores que estão a confrontar os assuntos relacionados com o HIV/SIDA. As Funções do Pessoal de Ligação das ONG O pessoal de ligação das ONG é responsável por: • apoiar os Baabase encorajar o respeito e cooperação entre as equipas de Baabas, * supervisionar o funcionamento dos Clubes de Prevenção do VIH com presidente Baaba; 220 Seçcão 3: Uganda * ajudar os Baabas a conceber planos de trabalho mensais e preencher formulários de monitorização, bem como mobilizar os Baabas para noites de sessões de assistência externa e preparar para eventos do projecto; * acompanhar os Baabas nos dias de formação e passeios; assumir responsabilidade pelo equipamento do projecto usado pela sua ONG; * providenciar apoio a crianças e jovens de rua com problemas ou com perguntas que os Baabas não são capazes de responder; • actuar como elo de ligação entre a ONG e o projecto Baaba. (O pessoal do projecto conta com o pessoal de ligação para enviar sugestões e receber feedback do director ou Baabas.) As Funções dos Baabas Dentro das ONG, as crianças e jovens de rua elegem 10 a 20 dos seus colegas para actuarem como Baabas. Os Baabas são formados durante dois dias em educação por pares. O Manual da Saúde Sexual e Reprodutiva para Educadores de pares/colegas, desenvolvido pela Population Concern and Planned ParenthoodAssociation do Gana', é usado como a base da sua formação. Para além do manual, os Baabas são também solicitados a sugerir áreas nas quais eles necessitam de mais informação e capacidades. São efectuadas sessões de acompanhamento após quatro meses, durante as quais são cobertos assuntos adicionais retirados do manual. Os Baabas são responsáveis por implementarem a maior parte das actividades do projecto que incluem: • fazer funcionar os Clubes de Prevenção do VIH, com apoio do pessoal de ligação das ONG; . aconselhar individualmente amigos e pares entre as sessões dos clubes; * completar e preencher formulários de monitorização, com a assistência do pessoal de ligação; * organizar sessões dos clube e reuniões, mesmo na ausência de um membro do pessoal do projecto Baabas, * mobilizar as crianças e jovens de rua para a realização de dramatizações e actividades desportivas a nível exterior, incluindo planear onde e quando efectuar sessões de assistência externa; * sugerir novas iniciativas e ideias ao pessoal de ligação e o pessoal Baaba; relatar quaisquer desafios e problemas ao pessoal de ligação; * referenciar às crianças e jovens de rua serviços de saúde. ' O manual foi desenvolvido pela Population Concern e a Planned Parenthood Association do Gana e financiado pelo Departamento para o Desenvolvimento Internacional U.K. (DFID). Overseas Development Department, Population Concern, Studio 325 Highgate Road, Londres NW5 lTI, Reino Unido; telefone: +44-20-72418500. Planned Parenthood Association do Gana, Caixa Postal 5756, Accra, Gana, telefone: 233-21- 3045671310369. 221 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Estabelecimento do Programa O estabelecimento do programa envolveu três etapas. Primeira Etapa O gestor do projecto Baaba reúne com o director da ONG para saber mais acerca das actividades dessa ONG e discutir o projecto proposto. O director discute então com o resto do pessoal da ONG a adesão ao projecto Baaba. Em seguida, a equipa Baaba reúne-se com a equipa de pessoal da ONG para discutir o projecto. Segunda Etapa Se a ONG decidir aderir, a equipa do projecto Baaba lançará o projecto. O lançamento envolve geralmente algumas actividades divertidas, um curto vídeo e explicar o projecto às crianças e jovens de rua. É pedido então aos jovens para elegerem, normalmente por voto aberto, os Baabas que eles gostariam que os representassem. De seguida, os Baabas escolhem o membro da ONG que eles gostariam que agisse como elo de ligação. O indivíduo envolvido e o director devem aprovar a decisão. Imediatamente após o lançamento, há uma curta reunião dos novos Baabase pessoal de ligação para discutir as suas funções. Terceira Etapa O pessoal do projecto Baaba começa a visitar regularmente a ONG (visitas semanais às ONG em Kampala e visitas mensais àquelas fora de Kampala). As temáticas das primeiras sessões incidem geralmente na função dos Babas e competências para a vida, seguidas de um fim-de-semana de formação. Existe um dia de orientação para o pessoal de ligação. Quando a formação está completa, são introduzidas as reuniões dos clubes e as sessões de assistência externa. Recursos do Programa O projecto necessita dos seguintes inputs, * supervisor do projecto (20 por cento do tempo do projecto); * gestor do projecto a tempo inteiro; * três colegas formadores/conselheiros; * consultor para a área de arte/dramatizações; * escritório/ biblioteca do projecto; * lugar para eventos tais como produções de dramatizações; * materiais de promoção; * material de escritório; * transporte; • provisão subsidiada de preservativos; * manual dos educadores de pares/colegas; . materiais IEC, equipamento audiovisual, vídeos. 222 Seçcão 3: Uganda Envolvimento dos Jovens O projecto conta com o envolvimento total tanto das ONG membro como das crianças e jovens de rua. Os jovens são formados como educadores de pares/colegas e estão envolvidos na implementação das sessões de assistência externa, clubes semanais assim como aconselham sobre o desenvolvimento do projecto. Os Baabas são centrais na implementação do projecto e já deram muitas ideias de como o projecto deveria ser implementado para além de terem tomado a iniciativa de organizar seminários de assistência externa e eventos desportivos. Eles são responsáveis pela prestação de contas relativamente às suas actividades e em fornecerem um feedback regular. O projecto tem reuniões regulares de revisão com os directores das ONG e pessoal de ligação, com Baabas como presidentes e secretárias. Estas reuniões representam uma oportunidade de realização de uma planificação e avaliação conjuntas. Advocacia O trabalho de advocacia é levado a cabo com líderes locais, polícia e defensores dos direitos das crianças relativamente à SSR e aos direitos dos jovens. Este trabalho incide principalmente sobre a sua responsabilidade em proteger as crianças e jovens de rua em relação ao abuso e tem a forma de workshops que incluem testemunhos e apresentação peças dramáticas pelas crianças e jovens de rua. É realizado anualmente um festival com peças dramáticas, dança, poesia e música sob o tema - os jovens a lutar contra a SIDA nas ruas. Este festival representa também um poderoso instrumento de advocacia, que tem como alvo uma vasta audiência de políticos. O projecto Baaba é também um membro do Fórum Inter-ONG, uma rede nacional que representa as ONG que trabalham com as crianças e jovens de rua. O projecto Baaba apoia activamente o trabalho de advocacia do fórum. Finanças do Programa Em média, o custo total anual do programa é de USD$92,703. O custo por criança é de USD$18.50. Mais detalhes sobre o financiamento do programa encontram-se no apêndice 4 deste capítulo. PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Abordagem Geral . O risco de infecção pelo VIH é raramente a prioridade de uma criança de rua. Por esta razão, o projecto não abordou o assunto do VIH SIDA isoladamente mas procurou também abordar as preocupações materiais e psicológicas das crianças e jovens de rua. Isto foi feito através das ONG membro que trabalham para ir ao encontro destas necessidades, ao invés de estabelecer um lugar separado para actividades. 223 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA . Viver nas ruas expõe os jovens a muitos riscos. Estes riscos podem ser reduzidos ao remover simplesmente os jovens das ruas. Por isso, sempre que possível, o projecto indica aos jovens desalojados as ONG para reabilitação e restabelecimento. Usar as Crianças e Jovens de Rua como Educadores de pares/colegas * Manter o entusiasmo sem recorrer a incentivos financeiros é um grande desafio. Isto é particularmente verdadeiro para alguns dos Babas mais velhos que estão a lutar para viverem independentemente. Estratégias alternativas de motivação incluíram uma viagem ao teatro para ver uma peça relacionada com o HIV/SIDA, fins-de-semana de formação residenciais e T-shirts Baaba, canecas e canetas. . Uma vez que os calendários são erráticos, a mobilização para as reuniões requer paciência. Por outro lado, uma vez que as crianças e jovens de rua são um grupo ambulante, o nível de desistência dos educadores de pares/colegas é alto. Infelizmente, dois Baabas morreram. Os níveis elevados de desistência aumentam os custos de formação e provocam descontinuidade. . São necessários grandes níveis de supervisão e apoio. O pessoal do projecto reúne-se semanalmente com os Baabas, quer para planear quer para supervisionar a reunião do clube. O pessoal de ligação juntamente com a sua ONG também supervisiona os Baabas. Idealmente, o projecto reduzirá gradualmente o nível de apoio. Existem indicações de que os grupos Baabassobrevirão por si próprios. . Actos de representação constituem um método popular de ensino. Os Baabas usam regularmente este método dentro das reuniões dos clubes. Após a realização de um festival com peças dramáticas, dança, canção e poesia sob o tema da jovens a lutar contra a SIDA nas ruas, as ONG levam as peças dramáticas para a comunidade como parte da sua estratégia de assistência externa. * A assistência externa tem que ser moderada. Em Kampala, a polícia e governo local desencorajam a assistência a crianças e jovens de rua. Por esta razão, as ONG decidiram levar os seus espectáculos de teatro a lugares específicos (tais como prisões) em vez de os realizar nas ruas. . Os Baabas são educadores eficazes. Eles compreendem as razões do porque é que as crianças e jovens de rua acham difícil de se protegerem contra o HIV/SIDA. Eles também servem como modelos para os seus pares. Envolver os Baabas na formação dos líderes locais funcionou bem. Testemunhos pessoais e representações dramáticas pelas crianças e jovens de rua provaram ser poderosos instrumentos para cativar uma audiência céptica. * Muitos Baabas desenvolveram um sentido de propriedade do projecto. Alguns apresentaram as suas próprias ideias para actividades de prevenção, tais como assistência comunitária através do desporto. Trabalhar com as ONG . Trabalhar através das ONG pode ser um desafio. É particularmente difícil implementar politicas consistentes quando cada ONG trata de assuntos diferentemente e lida com grupos-alvo um pouco diferentes. 224 Seçcão 3: Uganda * A promoção de preservativos teve que ser tratada de forma sensível. Muitas das ONG membro têm crenças e só permitem relutantemente a discussão sobre preservativos. Gradualmente, com persuasão, muitas concordaram em se abastecer de preservativos. No entanto, é difícil dizer se os jovens se sentem confortáveis com isto e estão realmente aptos a aceder a estes preservativos. * O pessoal de ligação tem um papel crucial. A GOAL conta fortemente com o envolvimento do pessoal de ligação no apoio aos Baabas e ao projecto em geral. Na generalidade, o pessoal de ligação é dedicado e encorajador, embora alguns sejam incapazes de dedicar a tempo adequado à supervisão. . As ONG uniram-se à volta do tema do HIV/SIDA. Através da adesão ao projecto, tem havido um acentuado aumento no grau de cooperação e partilha de informação entre as ONG. * Antes de aderirem ao projecto, os directores e pessoal das ONG têm, por vezes, mostrado preocupação no sentido de a adesão envolver um nível de compromisso para além das suas capacidades. Na prática, o nível necessário de compromisso, é menor do que originalmente esperado. O projecto trabalha melhor com ONG que têm um director que presta grande apoio e um pessoal de ligação activo. Confrontar Membros Comunitários que não Apoiam a iniciativa * Inicialmente a polícia não apoiou a assistência das ONG às crianças e jovens de rua. Eles consideravam a assistência dada a estes jovens como sendo um incentivo para os manter nas ruas. Para além disso, a polícia não lhes oferecia a protecção adequada. Em alguns casos, a polícia contribuiu para o aumento dos perigos que são enfrentados pelas crianças e jovens de rua em vez de os reduzir. Para mudar a atitude da polícia, o projecto Baaba levou a cabo a formação de oficiais da polícia que trabalham em áreas com altas concentrações de crianças e jovens de rua. A atitude da polícia está agora gradualmente a mudar, e eles cada vez mais apoiam o trabalho das ONG membro. • As comunidades têm geralmente atitudes negativas em relação às crianças e jovens de rua. Algumas das comunidades têm pouca ou nenhuma compreensão relativamente aos seus problemas, e têm muita falta de informação acerca destes jovens. As crianças e jovens de rua são vistos como ladrões e violentos. As comunidades não deram por isso, o apoio necessário aos esforços de desenvolvimento e reabilitação das crianças e jovens de rua. Em resposta a esta limitação, o projecto Baaba realizou sessões de formação dentro das comunidades. As crianças e jovens de rua são convidados a actuarem nas peças dramáticas e dar testemunhos às comunidades, com o objectivo de mudar a sua atitude. * Os comerciantes e vendedores de rua e mercados têm interesse comercial na presença de jovens nas ruas. As crianças e jovens de rua são uma fonte de mão-de-obra barata para muitos destes comerciantes. Os esforços para reabilitar as crianças e jovens de rua e remove-las das ruas são frequentemente retaliados pelos comerciantes, que desencorajam estes jovens a ouvirem as mensagens das ONG. Este problema permanece um desafio para as ONG e projecto Baaba. O aconselhamento contínuo das crianças e jovens de rua, bem como o sucesso daqueles que foram reabilitados, ajudará a resolver este problema. * Os jovens mais velhos que cresceram nas ruas tiveram uma influência negativa significativa sobre as crianças e jovens de rua. Eles dizem-lhes o que fazer e normalmente 225 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA dão-lhes conselhos opostos àquilo que as crianças aprenderam das ONG. Isto é também um enorme desafio para o trabalho das ONG e do projecto Baaba. Avaliação Para avaliar o progresso, o projecto Baaba conduziu uma mini-revisão com os intervenientes (pessoal de ligação das ONG, directores e Baabas) em Outubro de 2002. A metodologia adoptada durante a revisão foi de discussões de grupo especializadas com os directores, pessoal de ligação e Baabas. As ONG reportaram ter uma melhor compreensão e capacidade para trabalhar no sentido da prevenção e controlo do HIV/SIDA entre as crianças e jovens de rua, bem como em tratar de outros assuntos como o da sua reabilitação e restabelecimento. Por outro lado, as ONG começaram a observar uma mudança comportamental positiva entre as crianças e jovens de rua, tais como uma redução dos comportamentos violentos, um aumento no autocontrolo e aumento na comunicação. Estas mudanças são atribuídas à influência dos Baabas, que se tornaram num grupo respeitado entre os seus colegas. Os Baabas assumem com seriedade o seu trabalho e têm desenvolvido as suas práticas de liderança e conhecimento acerca do HIV/SIDA. Eles servem como modelos eficazes para outras crianças e jovens de rua. Os Baabas dizem que gostam da sua posição, e sentem que aprenderam muito acerca do HIV/SIDA, evitando as DST, assim como, técnicas de educação por pares, práticas de planeamento da vida e aconselhamento. A avaliação traduziu-se em diversas mudanças na abordagem, que incluíram uma mudança em termos de incidência do trabalho nas raparigas que vivem nas ruas, que eram vistas como sendo mais vulneráveis do que os rapazes e um envolvimento em formar os Baabas como formadores de formadores. Outras inovações incluíram a introdução de um carta informativa e um pacote informativo para as ONG que aderiram ao projecto. Monitoria A estratégia de monitoria tem estado em implementação desde Maio de 2001. O pessoal da GOAL que comparecia às reuniões do Baaba, Clubes de Prevenção do HIV/SIDA, sessões de assistência exterior nocturna, às peças dramáticas e eventos desportivos no exterior arquivam um breve relatório após cada sessão. No final de cada mês, a ONG completa o seu sumário mensal de actividades e uma cópia deste sumário é arquivada no escritório do projecto. Cada sessão de formação é avaliada pelos participantes e cada evento inter-ONG é seguido por uma sessão para discutir as lições aprendidas. A informação de monitoria é recolhida para os seguintes outputs, * número de Baabas formados (mais os resultados da avaliação das sessões de formação); • mudança de Baabas, . número de reuniões, Clubes de Prevenção do HIV/SIDA, e peças dramáticas realizadas por Baabas e temas discutidos; * participação média e total às reuniões e clubes; . percentagem de reuniões e clubes supervisionada pelo pessoal do projecto; . eventos e actividades iniciadas por Baabas, * número de sessões de assistência externa efectuadas; 226 Seçcão 3: Uganda * número de jovens mulheres e homens aconselhados durante as sessões de assistência e temas discutidos; * número de crianças e jovens de rua referenciados às ONG durante as sessões de assistência externa; * número de pessoal das ONG formado (mais resultados da avaliação das sessões de formação); * uso de recursos audiovisuais e outros pelas ONG; * número de jovens referenciados às clínicas de SSR pelos Baabase pessoal das ONG; * número de preservativos masculinos e femininos distribuídos durante as sessões nocturnas de assistência externa ou através das ONG; * workshops de formação realizados por líderes locais e relatórios de avaliação pelos participantes. Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem O programa adopta uma abordagem como um principiante que já sem julgamentos baseada na sabe, sente e pode agir no que V premissa de que a eficácia própria respeita a um desenvolvimento (crença na habilidade própria para saudável e a uma prevenção mudar) é central à mudança do relacionada com o VIH / SIDA. comportamento e de que o ambiente no qual um indivíduo existe pode apresentar riscos e barreiras significativas na mudança comportamental. Adopta uma visão holística de prevenção contra o HIV/SIDA e vê-o no contexto do desenvolvimento dos adolescentes. Esta abordagem tem como objectivo dar poder aos jovens, reforçar a sua confiança, permitir-lhes tomar decisões informadas, e contribuir para a sua auto-estima. 2 Incide nos riscos que são mais O programa incide sobre os comuns no grupo de problemas enfrentados pelas crianças principiantes e nas respostas N e jovens de rua. Estes incluem o que são adequadas e dirigidas abuso de drogas (álcool, inalar cola, ao grupo. etc.), abuso sexual (prostituição e violação), DST e infecção pelo VIH e outros riscos relacionados com a vivência nas ruas. 3 Inclui não só conhecimento Um dos objectivos do programa é de mas também atitudes e equipar as crianças e jovens de rua competências necessárias à com as capacidades, motivação e prevenção. apoio para manterem comportamentos sexuais seguros e 227 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA mudarem comportamentos inseguros. Isto é feito através da abordagem da educação por pares através da qual as crianças e jovens de rua são formados em fortalecer a confiança e capacidades de liderança. Capacidades básicas para a vida são ensinadas, incluindo a tomada de decisões, negociação, resistir à pressão dos colegas e uso de preservativos. 4 Compreende o impacto dos O programa cobre os assuntos relacionamentos nas mudanças relativos aos direitos à saúde e comportamentais e reforça respeito uns pelos outros. valores sociais positivos. 5 Baseia-se na análise das O programa conduziu um estudo de necessidades dos principiantes base sobre as necessidades de SSR e numa avaliação mais das crianças e jovens de rua. Os alargada. resultados do estudo estiveram na base da implementação das actividades. Para além disso, o programa usa uma abordagem participativa em termos de implementação dessas actividades. Isto permite que as crianças e jovens de rua possam contribuir com as suas ideias em relação ao conhecimento, atitudes e práticas sobre o HIV/SIDA. Esta abordagem permite aos que implementam o programa compreenderem as necessidades das crianças e jovens de rua o que por sua vez contribui para a concepção de intervenções apropriadas. 6 Possui formação e apoio O programa providencia apoio técnico continuado para professores e contínuo ao pessoal de ligação das outros fornecedores de ONG e aos Baabas na implementação serviços. das actividades do projecto. 7 Utiliza estratégias e actividades O programa usa regularmente de aprendizagem múltiplas e actividades de aprendizagem múltiplas participativas. e participativas nas suas sessões de assistência externa, clubes e aconselhamento. As actividades incluem canções, actos de representação, dramatizações, 'chuva de ideias', vídeos, desportos e debates. As estratégias de 228 Seçcão 3: Uganda aprendizagem incluem educação por pares, formação sobre liderança e competências para a vida para os jovens. 8 Envolve a comunidade em O programa envolve os líderes da sentido amplo. comunidade, a polícia e outro pessoal N de segurança em áreas com grande concentração de crianças e jovens de rua. Eles estão formados em protecção dos direitos à SSR por parte das crianças e jovens de rua. Para além disso, o trabalho de advocacia do projecto tem como alvo o público em geral para os ajudar a compreender os problemas e necessidades das crianças de rua. 9 Garante a sequência, O programa segue um manual sobre progressão e continuidade das SSR para educadores de mensagens. N pares/colegas quando formam o pessoal de ligação e os Baabas. Os Baabas usam o mesmo manual quando conduzem as actividades nos Clubes de Prevenção do VIH. As actividades dos clubes, que se realizam todas as semanas, asseguram a continuidade das mensagens. lo Está colocado num contexto Não se aplica adequado no curriculum escolar. 11 Dura um período de tempo A GOAL providencia apoio técnico e suficiente para realizar as financeiro às ONG membro durante metas e os objectivos do X pelo menos dois anos, após os quais programa. as ONG se tornam responsáveis pelo orçamento, planeamento e implementação das suas actividades, usando donativos providenciados pela GOAL. Após dois anos acredita-se que existirá suficiente capacidade dentro das ONG para ir de encontro e manter os objectivos do programa. 12 E coordenado com um Não se aplica programa de saúde escolar mais alargado. 229 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 13 Contém mensagens As mensagens são básicas e baseadas factualmente correctas e em factos. O programa usa materiais consistentes. do IEC desenvolvidos pelo Ministério da saúde, AIC e outras organizações. 14 Obteve apoios políticos através Parcialmente O programa levou a cabo acções de de uma intensa campanha conseguido advocacia nas comunidades com para ultrapassar barreiras e grande concentração de crianças e expandir-se. jovens de rua. Os líderes da comunidade têm sido sensibilizados para os problemas destes jovens, bem como em relação aos seus direitos. O apoio político surgiu por isso a nível comunitário. No entanto, a níveis mais altos, o governo desencorajou a assistência às crianças de rua por ser considerado um factor de motivação levando-as a permanecer nas ruas. 15 Retrata a sexualidade humana O programa defende a SSR e os como uma parte natural e direitos das crianças e jovens da rua. saudável da vida e não é Para além disso, tem como alvo as depreciativo em relação ao crianças independentemente da sua género, raça, etnia ou etnia, sexo e orientação sexual. orientação sexual. 16 Inclui monitorização e O programa tem um sistema de avaliação. monitorização e avaliação em funcionamento. Foi levada a cabo a pesquisa de base como uma parte da avaliação e a revisão das actividades do projecto está planeada para este ano. São recolhidos regularmente dados sobre os principais outputs das actividades do projecto. 230 Seçcão 3: Uganda PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos O projecto Baaba é uma iniciativa da GOAL e por ela gerida, uma organização humanitária internacional. É presentemente subsidiada pela Ireland Aid e a Fundação Elton John contra a SIDA. Para mais informação acerca do projecto Baaba deve-se contactar: o gestor do projecto Baaba GOAL Uganda Caixa Postal 33140 Kampala, Uganda Telefone: +256 (0) 77-700413 E-mail: goaluga@infocom.co.ug ou gaolVIHaids@infocom.co.ug ou GOAL Caixa Postal 19 Dun Laughaire Co Dublin, Irlanda E-mail: info@goal.ie Sítio na Web: www.goal.ie Colaboradores no Relatório Este relatório foi preparado por David Kaweesa Kisitu, economista da área da saúde, especialista em avaliação/monitorização, Projecto de Controlo do HIV/SIDA no Uganda. (E-mail: uacp@infocom.co.ug) A elaboração do relatório foi coordenada por Nicola Brennan, oficial de desenvolvimento, Ireland Aid, Embaixada da Irlanda - Kampala, Uganda, Caixa Postal 7791, Uganda; e-mail: irishaid@starcom.co.ug Este relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Bafios Smith As seguintes pessoas contribuíram para a elaboração do relatório: Kirstin Mitchell - Coordenadora do programa HIV/SIDA, COAL Uganda Lysanna Wilson - Gestor do Projecto, projecto Baaba GOAL Julet Oling - Conselheira/Formadora, Projecto Baaba GOAL Monica Nyakake - Conselheira/Formadora de colegas, Projecto BaabaGOAL Tonny Onen - Conselheiro/Formados de colegas, Projecto Baaba GOAL Ochama Jude - Assistente Voluntário e ex Baaba (projecto Baaba) Geoffrey Mananu - Formador de colegas/Assistente voluntário 231 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Boletim GOAL - Lições Baaba (Número de encomenda: Baaba0l) Peer-Led Hiv/AIDS Prevention for Street Children (Prevenção do HIV/SIDA para as Crianças de Rua Conduzida por Pares) (um relatório da GOAL Uganda, Abril 2001 - Março 2002) (Número de encomenda: Baaba02) Boletim GOAL Uganda, Volume 1, Número 1, Março 2002 (Número de encomenda: Baaba03) HIV/AIDS Prevention for Street Children in Uganda - Questions and Answers for NGO Directors and Staff (Prevenção do HIV/SIDA para as Crianças de Rua no Uganda - Perguntas e Respostas para os Directores e pessoal das ONG) (Número de encomenda: Baaba04) Apêndice 2: Informação do Pessoal (Número de encomenda: BaabaO5) Apêndice 3: Avaliação das Necessidades (Número de encomenda: Baaba06) Apêndice 4: Financiamento do Programa (Número de encomenda: Baaba07) Apêndice 5: Vídeos GOAL (Número de encomenda: Baaba08) 232 Seçcão 3: Uganda APÊNDICE 1: AS FUNÇÕES DO PESSOAL DO PROGRAMA BAABA Coordenador do Programa O coordenador do programa é o coordenador geral do programa de HIV/SIDA da GOAL e tem como principal função supervisionar. O coordenador do programa é empregado a tempo inteiro mas passa cerca de 20 por cento do seu tempo nas actividades do projecto. Gestor do Programa O gestor do programa, que responde perante o coordenador do programa, é responsável pela gestão diária e funções administrativas do projecto. Formadores de pares/Conselheiros Existem três formadores de pares/conselheiros, que prestam contas ao gestor e são responsáveis pela comunicação com o pessoal de ligação das ONG; pela capacitação institucional do pessoal das ONG membro, polícia e líderes comunitários; pela formação dos Baabas como educadores de pares/colegas e pela prestação de apoio técnico durante as actividades de assistência externa e dos clubes. Voluntários do Projecto Dois voluntários assistem os formadores de pares/conselheiros a levarem a cabo as suas actividades. Os voluntários colaboram principalmente com o pessoal de ligação das ONG e mobilizam as crianças e jovens de rua para os Clubes de Prevenção do HIV/SIDA, assistência externa e festivais inter-ONG anuais. Os voluntários prestam ajuda na gestão dos clubes e sessões de assistência externa e durante as actividades de formação. Um dos voluntários é um ex-Baabas. Coordenador do Programa Gestor do programa V~~~~ Formador de Formador de Formador de Dois voluntários pares/conselheiro pares/conselheiro pares/conselheiro Figura A.1. GOAL: Organigrama do Projecto Baabas 233 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. DADOS SOBRE O PESSOAL Número de Posição/título Sexo pessoas A tempo inteiro e com salário 1 Gestor do Programa Masculino 3 Formador de pares/ 1 Masculino, conselheiro 2 Feminino Em part-time e com salário 1 Coordenador do Feminino Programa Pessoal voluntário para além 2 Voluntários Masculino dos educadores de pares/colegas (recebendo subsídios/incentivos) 234 Seçcão 3: Uganda APÊNDICE 3: AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES Conhecimento Meninos Meninas ONG Rua Total (n=153) (n = 59) (n= 162) (n= 50) 1. Quando os meninos se 80 81 80 80 80 tornam homens, é normal libertarem esperma quando dormem? (% respondendo sim) 2. Quando uma menina se 70 95 75 82 77 torna uma mulher, começam os seus períodos? (% respondendo sim) 3. Uma menina pode 51 59 55 48 53 engravidar a primeira vez que tem sexo? (% respondendo sim) _ 4. Se um menino não tem 30 30 27 40 30 sexo, o seu pénis parará de trabalhar (disfunção eréctil) e tornar-se-á menor? (% respondendo sim) 5. O HIV/SIDA pode ser 92 98 93 96 93 transmitido ao ter sexo com uma pessoa infectada? (% respondendo sim) 6. Os mosquitos podem 54 56 59 40 55 transmitir o HIV/SIDA? (% respondendo não) 7. É perigoso partilhar uma 75 76 80 60 76 refeição com alguém que tem HIV/SIDA? (% respondendo não) 8. Pode-se dizer se alguém 35 37 40 20 35 tem o VIH ou SIDA só de olhar para ele(a)? (% respondendo não) 9. Existe uma cura para a 78 76 81 66 78 SIDA? (% respondendo não) 10. Pode-se dizer não a um 78 71 82 58 76 polícia se ele exigir ter sexo contigo? (% respondendo sim) 11. Acha que está bem receber 78 59 83 40 73 presentes dos/das amantes em troca de sexo? (% respondendo não) 235 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 4. FINANCIAMENTO DO PROGRAMA Item Ano 1 Ano 2 (Jan-Dez 2001), USD$ (Jan-Dez 2002), USD$ Equipamento 8,202 8,202 Instalações 690 3,889 Educação, recreação e actividades 15,519 42,360 desportivas Custos do pessoal local 18,650 32,600 Custos de pessoa expatriado 2,400 4,200 Transporte 9,070 5,209 Administração geral 4,292 4,439 Total 58,832 92,703 Tendo como base os dados de 2002, em média, o custo unitário por criança é, em média, de USD$18,50. O custo total do projecto é de USD$92,703 e o número total de beneficiários é de 5,000. Resultados do Programa Os números de beneficiários em Março 2002 são os seguintes: . 137 educadores de pares/colegas (Baabas) foram formados e beneficiaram através do aumento do conhecimento sobre o HIV/SIDA e as práticas de liderança; * 750 crianças de rua assistidas pelas 21 ONG membro beneficiaram através de actividades regulares relacionadas com o HIV/SIDA no contexto dos eventos das ONG e eventos inter- ONG; . 100 trabalhadores das ONG beneficiaram da formação e apoio através do fortalecimento da capacidade para trabalhar com os assuntos do HIV/SIDA dentro das suas organizações; . cerca de 5,000 crianças de rua e crianças da comunidade beneficiaram através das actividades de assistência externa; * 1197 líderes locais, oficiais da polícia e defensores dos direitos das crianças beneficiaram através do programa de advocacia. 236 Seçcão 3: Uganda APÊNDICE 5: VÍDEOS GOAL A maioria dos filmes são recursos da Medía for Development Trust, Caixa Postal 6755, Harare, Zimbabwe. E-mail: mdf@samara.co.zw 1. Dangerous Decisions/Decisões Perigosas 2. More time/ Mais Tempo 3. Choose Freedom/Escolhe a Liberdade 4. It's NotEasy/Não é Fácil 5. Time To CareI Tempo para Cuidar 6. Yellow Card/ Cartão Amarelo 7. Neria 8. The Adopted Twins/Os Gémeos Adoptados 9. SílentEpidemic/Epidemia Silenciosa 10. Like Any Other Lovers/Como Quaisquer Outros Amantes 11. SixFamilyPlanningMethods/ Seis Métodos de Planeamento Familiar 12. Born in Africa/Nascido em África 13. Everyone's Childl A Criança de Todos 14. Gold Tooth/IBom Dente 15. Youth Fighting VIH/AIDS/A Juventude Lutando contra o HIV/SIDA 16. Sarah the Specíal Gift/Sarah o Presente Especial 17. Sarau the TrapI Sarah a Ratoeira 18. Orphans Generation / Geração de Órfãos 237 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Fundação Straíght Talk PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa Em 1993, a UNICEF iniciou um novo programa no Uganda denominado Protege os Jovens da SIDA (Safeguard Youth from AIDS' - SYFA). A razão do aparecimento do SYFA era o facto da maioria das campanhas terem como alvo os adultos: haviam poucos recursos ou materiais produzidos para as crianças e jovens. Neste contexto, o SYFA trabalharia com o impacto do VIH e da SIDA nos jovens. Havia muitas razões para se estar preocupado com os jovens: o nível de infecção pelo VIH entre os jovens era elevado, os pais estavam frequentemente pouco dispostos a discutir assuntos ligados com a saúde sexual e reprodutiva com os seus filhos e havia uma grande lacuna de informação sobre temas ligados com a SSR dos adolescentes e jovens. A UNICEF contratou, então, jornalistas baseados no Uganda para produzirem um boletim informativo para jovens. O primeiro número de Straíght Talk, apareceu como um suplemento do New Vísion, um jornal diário do governo do Uganda, no dia 19 de Outubro de 1993. Inicialmente o Straight Talk foi projectado para os jovens entre os 10 e 24 anos de idade. À medida que cresceu em popularidade os escritores perceberam que era impossível atingir um grupo etário tão Os professores não sabiam vasto em apenas uma publicação. o seu papel relativamente O Straíght Talk centrou-se então nos estudantes do Nós estamos satisfeitos ensino secundário entre os 15 e os 19 anos e em 1998 foi com os vossos esforços desenvolvido o jornal Young Talk para estudantes do ensino por enfatizarem modelos primário com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos positivos entre os de idade. professores. Além de fornecer informação precisa sobre sexualidade, Professor crescimento e HIV/SIDA, o Straight Talk e Young Talk também tinham como objectivo desenvolver competências para a vida nas crianças e adolescentes bem como promover os seus direitos. Os boletins informativos providenciam um fórum onde os jovens podem escrever cartas sobre os seus problemas e receber conselhos de médicos e outras pessoas bem informadas sobre assuntos relacionados com a SSRA. Os boletins informativos também publicam respostas de crianças que podem ter encontrado problemas ou situações semelhantes. A Fundação Straight Talk tornou-se uma ONG em 1997. Desde então programas de rádio e clubes escolares têm sido desenvolvidos para ajudar as crianças a aprender sobre o HIV/SIDA. Os Clubes Escolares Straight Talk foram iniciados nas escolas para promover a educação de pares/colegas entre os adolescentes como também a participação activa nas intervenções dos media através de cartas escritas. Isto permitiu à STF compreender as necessidades de informação dos jovens e responder adequadamente. 238 Seçcão 3: Uganda Actualmente, um novo boletim informativo denominado Teacher Talk está a ser planeado para ajudar os professores a entender mais sobre os processos pelos quais os jovens passam e como os ajudar a compreender melhor os assuntos relacionados com o HIV/SIDA. Visão Geral do Programa A STF é uma organização dirigida aos adolescentes que acredita que: * Todas as pessoas têm dignidade e valor próprio; * os jovens exploram a sexualidade como uma parte natural do crescimento; * a actividade sexual dos adolescentes comporta grandes riscos; * para todos os adolescentes - e, idealmente, para qualquer um - a privação de relações sexuais é o método mais efectivo da prevenção da gravidez e infecção pelo HIV/SIDA; * os adolescentes têm direito à informação sobre SSRA e opções de sexo mais seguras, incluindo o uso de preservativos; . a informação sobre SSRA não conduz os adolescentes a uma vida sexual mais activa. Missão A missão da STF é manter os adolescentes seguros e comunicar para promover uma saúde melhor. Seguros significa livres de infecções e gravidezes não desejadas e ter capacidades, educação e valores para serem adultos produtivos. * A ideia de Straight Ta/kfoi concebida. 1993 . o primeiro número do Straight Ta/kfoi produzido e imprimido num jornal nacional. 1997 . A STF tornou-se uma ONG. * Iniciou-se o programa de visitas a escolas. 1998 * o Young Ta/kfoi desenvolvido para os alunos do ensino primário. * Começo das visitas às escolas primárias. 1 999 * Início da publicação de jornais nos idiomas locais - Luo e Ateso. 1999 o~~ Inicio dos Clubes Straight Talk. * Programa de rádio Straight Ta/k iniciou em inglês. 2000 . Início do programa de rádio em Luo. 2001 . Início do programa de rádio em Runyakitala. 2002 . Desenvolvimento do Teacher Talk, um boletim informativo para professores. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 239 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Objectivos: * Aumentar a compreensão sobre assuntos relacionados com a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. • Promover sexo mais seguro, competências para a vida e os direitos das crianças e dos adolescentes. Grupos-alvo Straíght Talk, estamos orgulhosos de ti. Tornaste-te Primáro no "senga `. Nós pais Grupo-alvo Primario receamos falar com as Os grupos-alvos primários dos boletins informativos nossas crianças sobre (Young Talk e Straíght Tall) consistem nos jovens entre os algumas dessas coisas que 10 e os 14 anos de idade e os 15 e 19 anos de idade abordas. Estás a ensinar às respectivamente que estão dentro e fora da escola. Os nossas crianças bons programas de rádio têm como alvo os jovens entre os 10 e os comportamentos. Eu acredito 24 anos de idade dentro e fora da escola, incluindo os que que se os jovens te não falam inglês e os que não sabem ler nem escrever. Os escutarem, eles serão clubes escolares são para os jovens entre os 10 e os 24 anos saudaveis e estarão seguros. de idade. Observações do chefe oficial administrativo do Distrito de Nebbi Grupo-alvo Secundário Os professores formam o grupo-alvo secundário. Eles são levados a melhorar a sua capacidade de comunicar e compreender os assuntos relacionados com a SSRA. As comunidades e o público em geral também são alvo do programa no sentido de os educar relativamente à SSRA e de os encorajar a fornecerem informação que permita aos adolescentes tomarem decisões informadas. Localização O programa da STF cobre o país inteiro. Distribui os boletins Straíght Talk e Young Talk para mais de 15,000 escolas e instituições, 600 organizações baseadas nas comunidades (Community based organizations - CBOs) e igrejas pelo país fora. Os boletins informativos também são inseridos como suplementos no jornal New Vision. Além disso, são disponibilizados nos escritórios da STF em Kampala e em várias locais ao longo do país. Os Clubes Straight Talk existem por todo o país e os programas de rádio são difundidos em 10 estações de língua inglesa e 4 rádios de idiomas locais todas as semanas. Duração do Programa Os programas de rádio são difundidos uma vez por semana e duram aproximadamente meia hora. Os boletins informativos saem uma vez por mês. Os jovens que frequentam os clubes escolares assistirão, em média, durante toda a sua instrução secundária que dura seis anos. 240 Seçcão 3: Uganda Metas do Programa As metas do programa da STF são mostradas na figura 2. Abordagens A STF usa as seguintes abordagens para alcançar as suas metas: * a prestação de informações sobre factos, capacidades, valores e sexualidade humana aos jovens entre os 10 e os 14 anos de idade e entre os 15 e os 24 anos de idade, de modo a que possam permanecer seguros, é feita através dos meios de comunicação de massas. Os boletins informativos mensais (Straiglht Ta/k e Young TalA) fornecem informações que respondem às necessidades dos adolescentes. Para além disso, os programas de rádio de "educação-entretenimento" à base de conversas, para jovens e adolescentes, são difundidos semanalmente; . a promoção da educação de pares/colegas e liderança é alcançada principalmente através do estabelecimento de Clubes Escolares Straig,ht Talk O clube é uma associação voluntária de meninos e meninas unidos por um interesse comum de promover a sua saúde e a saúde dos amigos. Jovens líderes eleitos, trabalhando com uma equipa, conduzem o clube. Os clubes são supervisionados e guiados por um patrono que é um professor da escola; Promoção de competências para a vida e direitos dos adolescentes Fígura 2. Metas do Programa Não Ordenadas . a promoção da compreensão dos assuntos relacionados com os adolescentes pelos professores e pais: Straíght Talke Young Talktambém circulam em CBOs, ONG e igrejas de forma que o público em geral fique atento às necessidades dos adolescentes. Os pais são encorajados a ler os boletins informativos para aprenderem sobre os assuntos que aí são discutidos. Além disso, o programa sensibiliza os professores para as necessidades dos adolescentes e melhora as suas capacidades de comunicação com os adolescentes. Actividades Para tornar as experiências de aprendizagem interessantes e interactivas, os Clubes Escolares Straíght Talk levam a cabo as seguintes actividades: * debate e discussões de temas tratados nos mais recentes boletins informativos Straíght Talkou nos programas de rádio da STF; * dramatizações e curtas metragens (encenações curtas) descrevendo os assuntos que afectam os adolescentes na escola ou comunidade; 241 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * convite a trabalhadores da saúde para conduzirem discussões sobre os temas escolhidos pelos líderes dos clubes; * actividades entre clubes em que um clube visita outro ou actividades em comum, como jogos, canções, dramatizações e espectáculos de talentos; * desportos e jogos organizados entre clubes e outros grupos; . trabalho voluntário, como pintar a escola, plantações de árvores, limpezas na comunidade; . visitas a escolas primárias próximas para ajudar os alunos do ensino primário a ler e entender a Young Talk (Isto é feito através curtas dramatizações, canções e quaisquer outros métodos que o clube considere adequados.) Esta lista de actividades não é exaustiva e os membros são encorajados a pensarem com criatividade sobre as actividades que gostariam que os seus clubes levassem a cabo. Componentes O programa tem cinco componentes principais, nomeadamente: 1. os boletins informativos Straight Talke Young Talk, 2. o programa de rádio Straíght Talk, 3. os Clubes Escolares Straight Ta/k, 4. as visitas às escolas; 5. os workshopsde sensibilização. Boletins informativos Straight Talke Young Talk A STF coloca muito ênfase no facto de os boletins informativos serem centrados nos adolescentes e serem dirigidos às idades apropriadas. Os boletins informativos são publicados em inglês e nos idiomas locais. Straight Talk. Todos os meses é publicado um número de quatro páginas do Straight Talk. As mensagens chave do Straight Ta/k promovem: Estás realmente a * a educação sobre mudanças no corpo; * competências para a vida; promover a * a prevenção do HIV/SIDA e de doenças sexualmente autoconfiança, transmissíveis (DST); especialmente, entre as * práticas sexuais mais seguras. raparigas. O Straíght Talk tem , actualmente, uma impressão Sagrado Coração, Gulu. mensal de 163,500 cópias, distribuídas por: * escolas secundárias (30 cópias por escola no total de 1,452 escolas); * instituições de estudos superiores (20 cópias por instituição no total de 418 escolas); * CBOs, igrejas e indivíduos (7,000 cópias); • ONGs (40,000 cópias); • instalações de saúde (aproximadamente 3,200 cópias); * suplemento no New Vision (aproximadamente 40,000 cópias); • Clubes Escolares Straight Ta/k(aproximadamente 4,000 cópias); * mailings internacionais (aproximadamente 650 cópias). 242 Seçcão 3: Uganda Em cada mês, o tópico principal é escolhido das cartas dos leitores recebidas pela STF. As primeiras duas páginas contêm informações e competências para a vida relacionadas com o tópico. Estas são apresentadas numa linguagem acessível a adolescentes, com ilustrações. Os tópicos discutidos nas edições prévias incluíram: l lidar com estranhos; * higiene; * falar directamente mas respeitosamente; * fazer blocos locais (blocos sanitários); . dizer não a passeios com estranhos; * proteger-me contra uma gravidez não desejada e contra o HIV/SIDA; . dizer um grande " não"; • cuidar de mim se estiver grávida; • planeamento familiar; * bebés e HIV/SIDA; . álcool e drogas; . DSTeVIH; * virgindade; * abuso sexual, prostituição, violação, ameaças. A terceira página contém cartas escritas por adolescentes que dão conselhos aos seus colegas. A página final contém cartas escritas por adolescentes sobre problemas, questões e situações que têm enfrentado. Estas são respondidos por peritos que aconselham e guiam os leitores. As páginas das cartas contêm por vezes informação sobre os serviços disponíveis para adolescentes, especialmente centros de adolescentes, serviços voluntários de testagem e aconselhamento (Voluntary counselling and testing - VCT) e serviços de planeamento familiar. Estudo de caso: Straight Talkde Julho de 2002 Este número foi dedicado a factos sobre o HIV/SIDA. A primeira secção explicava como as taxas de prevalência entre jovens eram ainda muito altas, embora estivessem a decrescer. O conselho dado era " mantém o teu plano de sexo mais seguro, atrasa o início da actividade sexual ou faz sempre o teste do VIH e usa preservativos ". O boletim continha explicações sobre os modos de transmissão do VIH e os melhores modos de protecção, incluindo a abstinência, pedir ao seu parceiro para fazer o teste e então permanecer fiel, usando sempre um preservativo. Para além disso, também continha explicações sobre o facto de existirem coisas que não te protegem, inclusive amor, confiança e virgindade. A mensagem transmitida era no sentido de se ter cuidado com declarações tais como " eu amo-te, nós deveríamos ter sexo " ou " nós não podemos usar preservativos porque eu te amo". Este número do boletim continuou a detalhar as coisas que podem pôr os jovens em perigo, tais como já ter uma DST, aceitar presentes ou dinheiro por sexo e álcool e drogas. 243 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA A segunda secção do boletim informativo explicava o que HIV/SIDA faz ao corpo. Uma história, acompanhada de imagens, foi contada por um menino cujo pai tinha morrido de SIDA. A história relatou as diferentes formas pelas quais o menino se manteve em segurança, até mesmo quando ele foi tentado para fazer o contrário. A mensagem era de que ficar longe da SIDA é algo para toda a vida. O boletim informativo terminou com cartas de leitores dando conselhos ou fazendo perguntas sobre o HIV/SIDA, todas respondidas de forma informativa e sensível pelos peritos do Straíiht Talk. Para além disso, também foram dadas informações sobre locais onde os adolescentes podem realizar o teste e receber aconselhamento sobre o VIH. Young Talk. Este boletim informativo é uma publicação de quatro páginas produzida para crianças entre os 10 e os 14 anos. As mensagens do Young Ta/k promovem: * a abstinência; * competências para a vida; * a permanência na escola; . os direitos das crianças. O Young Talktem uma impressão mensal de mais de 150,000 exemplares. O boletim informativo é distribuído por: . escolas primárias (15 cópias por escola no total de 12,000 escolas); * escolas sentinelas (30 cópias por escola no total de 15 escolas); * instituições (10 cópias por instituição no total de 421 instituições); * Centros de Formação em Prevenção (CTP) tutores (centros coordenadores - 10 cópias por centro no total de 526 centros), * CBOs, igrejas e indivíduos (aproximadamente 7,000 cópias), * ONG (aproximadamente 30,400), * instalações de saúde (aproximadamente 16,000 cópias); * suplemento no New Vision (aproximadamente 40,000 cópias). Em cada mês, o tema principal é escolhido dentre as cartas dos leitores enviadas para a STF. Em alguns casos, o tema é escolhido devido à necessidade de prestar informação específica às crianças. As primeiras três páginas do boletim informativo cobrem de modo sensível e apropriado informações e competências para a vida relacionadas com o tema. A página final contém as cartas dos leitores com respostas da STF. O boletim informativo termina com uma componente educacional agrícola através da qual é ensinado algo aos leitores sobre agricultura. A esperança é que deste modo os jovens mantenham as capacidades na área da agricultura que se estão lentamente a perder no país. 244 Seçcão 3: Uganda Estudo de caso: COMO CUIDAR DE UMA MÃE DOENTE (Abril 2002) O boletim informativo contou uma história sobre Fatuma, uma aluna primária de 12 anos cuja mãe está doente. A história ensinou as crianças sobre o que fazer nesta situação descrevendo os vários modos através dos quais a Fatuma pode ajudar a sua mãe, incluindo dar-lhe banho, alimentá-la e dar-lhe os medicamentos continuando a frequentar a escola. Por outro lado, também enfatizou a importância dos aspectos psicológicos desses cuidados, tais como escutar, mostrar empatia, mostrar amor e preocupando-se, rezando por ela, encorajando-a e pedindo aos amigos e parentes que a visitassem. Explicou mais adiante como ela pode pedir ajuda a vizinhos e prestadores de serviços de saúde que a podem aconselhar e ajudar a tratar melhor a sua mãe. A segunda página incluía a indicação que a mãe de Fatuma é VIH positiva e uma explicação simples do que é o VIH e o que a Fatuma tem que fazer para não ficar contagiada. Para além disso, também incluía uma explicação acerca da importância de cuidar dos doentes e procurar ajuda e aconselhamento junto aos prestadores de serviços de saúde e conselheiros. A página terminou com um jogo de palavras cruzadas, jogo este que testa o conhecimento do leitor sobre como cuidar e viver com alguém que é VIH positivo. A terceira página continha outra história, cujas mensagens principais eram que se deveria fazer amizade com crianças sós, que todas as crianças têm direito à educação, que ler melhora as capacidades e que viver em áreas afectadas pela guerra pode ser Inseguro. A página final continha cartas de crianças que faziam perguntas sobre a SSRA, com respostas dadas pela SlF. O boletim informativo concluiu com uma componente educacional agrícola através da qual o leitor era ensinado em como e quando tirar as ervas daninhas num jardim. Programas de Rádío Straíght Talk O programa de rádio Straíght Talk tem como objectivo disseminar as mensagens da STF aos adolescentes dentro e fora das escolas, incluindo os que não sabem ler nem escrever, os que não falam inglês e os que não têm acesso aos boletins informativos Straíght Talk O programa é agora produzido e difundido em inglês em 10 estações de rádio e em 5 idiomas locais em 4 estações FM. Está previsto para breve o início da transmissão do programa em mais duas línguas locais. O programa, transmitido durante 25 minutos por semana, é produzido por adolescentes. Em cada semana é abordado um tema diferente sobre SSRA e os adolescentes são entrevistados para darem as suas opiniões. Um perito ou uma pessoa de recurso é também utilizada no programa para dar conselhos às crianças. O programa lança um quebra- cabeças e os ouvintes são encorajados a concorrerem. Prémios, tais como um walkman novo, calculadoras, relógios de parede e T-shirts podem ser ganhos por quem responder correctamente. 245 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Uma vez por mês é difundido um "programa do médico" apenas dedicado a perguntas. As perguntas que não são respondidas durante o programa são respondidas por correio. Os temas já abordados pelo programa de rádio incluem: • preservativos ' `pais e mães doces' * menstruação * teste contra o VIH * prevenção e o abuso de álcool tratamento de DST * SIDA e estigma * toques errados * gravidez precoce * namorado/a * procura de serviços de * pressão do parceiro/a SRH • negociar sexo mais * provedores colegas * pressão dos media seguro • violação e abuso * confiança e o amigos sexual honestidade * adolescentes * as raparigas têm o órfãos trabalhadores direito a dizer não * professores e o exercício e dieta * exames estudantes * higiene pessoal o planos de férias * resoluções de ano novo o de volta à escola A equipa da rádio também leva a cabo discussões de grupo especializadas, entrevistas e testes posteriores com adolescentes de zonas diferentes de modo a obter a contribuições e críticas construtivas dos ouvintes. A Nós não queremos falar com as equipa da rádio também trabalha de perto com as ascrianças estão a morrerncom equipas editoriais dos boletins informativos, SIDA porqueestão a brincar com o assegurando que um tema do boletim informativo sexo. Somos também nós que Straight Talké discutido na rádio todos os meses. encorajamos os matrimónios prematuros. Nós não dizemos às Clubes Escolares Straight Talk crianças que é mau e pouco Os clubes complementam e reforçam o saudável ser-se casado quando componente dos media. As reuniões dos clubes são jovem. realizadas uma vez por semana depois da escola. Mujje Tukei, presidente da Qualquer jovem entre os 15 e os 24 anos que aceita e Associação de Pais e cumpre com as regras do clube e que tem interesse em Professores da Escola Primária trabalhar para o clube como um voluntário pode ser um de Anaka, distrito de Gulu, membro de um Clube Escolar Straíght Talk. 246 Seçcão 3: Uganda O objectivo dos clubes é: . ajudar os adolescentes a aumentar o seu conhecimento e consciência acerca do seu desenvolvimento sexual; • aumentar a confiança dos adolescentes e capacidades para reduzirem os comportamentos e atitudes arriscados que possam conduzir a gravidezes não desejadas, aborto, DST, incluindo o HIV/SIDA; . ensinar os meninos e meninas a se envolverem em actividades de aprendizagem pelos colegas tais como dramatizações, debate, discussão, jogos e limpezas da comunidade que permitem aos adolescentes desenvolver importantes competências para a vida, o que os ajudará a crescer como adultos felizes, seguros e responsáveis. Os Clubes são supervisionados por um patrono que normalmente é um professor. São levadas a cabo actividades para tornar o processo de aprendizagem mais divertido. Visitas às escolas Esta componente do programa da STF que se dirige a escolas secundárias e instituições terceiras teve início em 1997. Uma equipa da STF composta por médicos amigos dos jovens, enfermeiras, parteiras, conselheiros e pessoas de recursos locais das ONG visitam pelo menos 12 escolas secundárias por período. As visitas às escolas têm como objectivo reforçar a mensagem "ficar seguro", factos e competências para a vida defendidas pelo boletim informativo Straight Talk A equipa da STF passa dois dias com professores (aproximadamente 15 professores) e dois dias com estudantes, elaborando planos de acção sobre SSRA e estratégias pessoais para ter sexo mais seguro. Várias actividades, incluindo sessões de perguntas e respostas e encenações, são usadas para ajudar os estudantes a pensarem criticamente e criativamente sobre os problemas que enfrentam e o impacto das decisões nas suas vidas. Para além disso, é prestado aconselhamento individual a professores e estudantes que os quiserem. Os assuntos abordados durante as visitas escolares dependem daquilo que os professores e estudantes querem saber, mas normalmente incluem: * STF: antecedentes e objectivos; . adolescência: mudanças físicas, desenvolvimento emocional, comportamento adolescente, papéis e responsabilidades; * sexualidade e sexo mais seguro, incluindo a abstinência,; . aprendendo a respeitar mutuamente; * DST, incluindo o HIV/SIDA; . saúde: menstruação, gravidez e planeamento familiar, planear a continuação dos estudos; . competências para a vida: tomada de decisões e métodos de comunicação; * aconselhamento individual (o que é feito à noite, depois do fim das visitas escolares). 247 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Exemplos dos tipos de assuntos levantados durante uma sessão individual de aconselhamento incluem: . ameaçado de morte se não tiver sexo; • professor que tentou coagir o estudante ameaçando com o fracasso escolar; * prostituída por um irmão; * ter um caso amoroso com o marido de uma irmã; Eu aprendi como * não ter nenhuma satisfação sexual; ajudar os * namorado ameaça enfeitiçar a namorada se não tiver sexo; adolescentes a * fica com o namorado mas teme uma gravidez não desejada; superar os seus primo, irmão ou tutor que exigem sexo; problemas. Eu o pénis não tem uma erecção firme e esta acaba depressa; também aprendi sobre o pai quer que ela se case; respectivos modos e padrasto ameaça violá-la; controlo e prevençao. * um órfão que contempla ganhar um 'pai doce'; Acima de tudo, eu * mãe não lhe permite relacionar-se com rapazes; aprendi a importância * feridas nos órgãos genitais; da orientação e . pele que esfola; aconselhamento no . dor enquanto urina; curso do * sangue na urina; desenvolvimento de suspeitam serem VIH positivos; uma criança. . teve sexo desprotegido e o período está atrasado; Professor * foi violada e tem comichão nas partes privadas; workshop no * engravidou uma rapariga; centro coordenado * suspeita que está grávida; de Adyel, distrito de período menstrual prolongado. Lira. Workshops de sensibilização São realizados workshops de sensibilização para professores e pais sobre SSRA e direitos e responsabilidades das crianças. O objectivo geral é motivar os professores e pais a contribuir para a prestação de serviços de SSRA. Os objectivos específicos destes workshops são: * aumentar a consciência sobre a SSRA e identificar formas de satisfazer as necessidades dos jovens das escolas primárias O workshop Straight Talk em termos de informação e serviços relacionados com a ensinou-me como usar um SSRA; preservativo . desenvolvimento de planos exequíveis de acção para correctamente. satisfazer as necessidades dos jovens relativamente à Professor, St. Joseph informação e serviços de SSRA; Faculdade de Layibi, . reforço da comunicação entre pais, professores e os jovens Gulu sobre assuntos relacionados com a SSRA. Os métodos usados durante os workshops incluem demonstrações, discussões de tópicos, `chuvas de ideias', trabalhos de grupo, palestras e representações. Os trabalhadores que prestam serviços de saúde em clínicas próximas assistem aos workshops como 248 Seçcão 3: Uganda facilitadores. Eles aumentam a consciência acerca dos serviços de SSRA disponíveis nas clínicas de forma a que os jovens possam recorrer a eles. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Não foi levada a cabo nenhuma avaliação das necessidades antes do início do programa. O projecto da STF começou como uma iniciativa do programa de SYFA financiado pela UNICEF. Havia níveis altos de infecção pelo VIH entre jovens (os jovens representam 40 por cento da população). A prevalência era de 30 por cento entre as raparigas adolescentes nas clínicas pré-natal em Kampala em 1991. Além disso, o rácio de infecção de raparigas para rapazes era 6:1; as raparigas estavam particularmente em risco. Os jovens podem ser ajudados e a informação e o conhecimento podem provocar mudanças e ter impacto nos jovens. Os jovens também podem ter um impacto no resto da sociedade. A sociedade não estava pronta para dar informações sobre assuntos relacionados com a SSR. Os jovens enfrentavam, deste modo, uma lacuna em termos de conhecimentos e informações gerada pela cultura. Os materiais, programas e jornais produzidos na altura tinham como alvo os adultos, deixando os jovens sem nenhuma fonte segura de informação. A STF desenvolveu-se como consequência destas constatações. Materiais do Programa Materiais para os Grupos-alvo Os materiais para os grupos-alvo incluem os boletins No princípio eu era negativo de informação Straight Talk e Young Talk publicados todos em relação ao StraíghtTalk. Eu os meses. Para além da informação sobre SSRA, estes pensei que degenerava a moral boletins contêm também informação sobre agricultura, das crianças. Mas agora eu ambiente e saúde que reforça o trabalho nas salas de aula. vejo que é realmente Para motivar os adolescentes a ouvirem o programa de Professor, Escola Superior rádio, lerem o boletim informativo e escreverem para os de Uphill, Hoima boletins informativos, a STF oferece presentes como mochilas, T-shirts, réguas e rádios. Materiais para a Formação do Pessoal A STF desenvolveu directrizes para a formação e desenvolvimento dos Clubes Escolares Straíght Talk Foram também desenvolvidas brochuras, panfletos e relatórios do projecto que prestam orientação aos recursos humanos no trabalho e objectivos da STF. Estes materiais podem ser encomendados. (Veja Materiais Disponíveis na parte D.) 249 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Selecção e Formação do Pessoal O pessoal tem que ter interesse e experiência em assuntos relacionados com a SSRA. Todo o pessoal tem que estar disposto, entusiasmado e acreditar fortemente na missão e objectivos da STF. Os recursos humanos que trabalham nos escritórios não têm nenhuma formação formal; porém, a equipa que presta assistência exterior recebe formação em aconselhamento, estratégias de comunicação sobre SSRA e concepção de mensagens. Isto é feito através de acções de formação organizadas por outros parceiros colaboradores. O pessoal recebe também apoio caso queiram deslocar-se para frequentar cursos curtos relacionados com os objectivos da STF. Estabelecimento do Programa Como Estabelecer um Boletim Informativo Straight Talk Todos os anos, os editores encontram-se para decidir os 12 temas dos boletins informativos durante o ano. A selecção dos temas é feita com base nas cartas, perguntas e respostas enviadas pelos leitores durante o ano anterior. Os temas são seleccionados conjuntamente com os recursos humanos dos diferentes programas (visitas escolares, workshopsde sensibilização, programas de rádio). Para o boletim informativo de cada mês, todas as cartas sobre o tema do mês (por exemplo, preservativos) são utilizadas. As cartas são analisadas e agrupadas em categorias. Por exemplo, poderiam agrupar-se as cartas sobre preservativos nas categorias de mitos, conhecimento sobre preservativos, atitude e segurança. Isto permite que a equipa editorial estruture o boletim informativo. Para além disso, especialistas escrevem artigos sobre temas específicos (por exemplo, DST, HIV/SIDA, menstruação, sonhos molhados, etc.) e respondem também às perguntas publicadas no boletim informativo. Logo que o conteúdo editorial esteja concluído, o esboço é dado aos desenhistas para fazerem a respectiva formatação. O director de comunicação faz então o controle de qualidade e revisão final. A versão final é enviada para o New Vision para As mensagens chave do publicação. O suplemento é distribuído no New Vision. Os que Straight Talk estão a ter serão enviados pelo correio são entregues na estação dos um impacto drástico no correios. Os que são para distribuir pela STF são entregues nos desempenho académico e escritórios da STF. no comportamento dos nossos estudantes. Eles Como Montar um Programa de Rádio Straight Talk adquiriram capacidades O pessoal da rádio utiliza a informação que juntou positivas para a vida, durante as entrevistas de campo para decidir os temas a serem relacionadas com a saúde cobertos durante o ano. Os temas são acordados depois das HIV/SIDA. Agora são os consultas feitas à equipa editorial do boletim informativo uma agentes da mudança vez que o programa de rádio tem como objectivo reforçar as comportamental na intervenções impressas dos media. comunidade. São feitas visitas de campo em várias áreas no Uganda Vice-director e chefe para realizar discussões de grupo cujo objectivo é descobrir da área de ciências, quais os temas que os adolescentes gostariam de discutir e Buwabwala, Escola Drimária. Mbale. 250 Seçcão 3: Uganda onde existem lacunas em termos de informação. Os adolescentes são entrevistados e as suas vozes são gravadas para serem utilizadas no programa. Normalmente a recolha informações e materiais para produzir quatro a seis programas demore oito dias. A equipa da rádio ouve o material gravado no campo e identifica os clipes a serem usados no programa. A equipa concorda acerca do conteúdo do programa e escreve o argumento com base nos comentários gravados. Além disso, a equipa também identifica os profissionais que vão responder às perguntas levantadas pelos adolescentes. Este processo demora aproximadamente dois dias. O apresentador é gravado a ler o argumento. O produtor junta então a voz do apresentador, os convidados da entrevista (os adolescentes e outro especialista), música e efeitos de som. O programa acabado é dobrado de um mini disco para uma cassete e entregue nas estações de rádio. Como Montar um Clube Escolar Straight Talk Os Clubes Escolares Straight Ta/k podem ser formados tanto por estudantes como por professores. Um estudante ou um grupo de estudantes: • procura colegas interessados na escola; • convoca uma reunião entre 20 a 30 pessoas e forma um corpo executivo de quatro: presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro; * pede a um professor amigo ou a um membro da comunidade que seja o patrono do clube; * escreve uma carta à STF a solicitar o reconhecimento do clube. Um professor: * convoca uma assembleia com todos os estudantes para explicar os objectivos do Clube Escolar Straight Talke a importância da sua formação para os jovens da escola; * solicita voluntários e explica-lhes a natureza de um Clube Escolar Straight Talk, as suas funções e estrutura; * circula uma folha de papel e pergunta quem quer escrever o seu nome nela; * propõe ao grupo eleger os líderes do clube (presidente, vice-presidente, o secretário e o tesoureiro), tendo em conta o equilíbrio de género. (Por uma questão de continuidade, os líderes não devem frequentar anos terminais - quer dizer, os que se estão a preparar para fazer exames nacionais e deste modo deixar a escola); * organiza o tempo e marca a próxima reunião; * escreve à STF a solicitar o reconhecimento do clube. Nós adquirimos muito. Nós Quando o comité executivo constituído por um aprendemos muitas coisas presidente, vice-presidente, tesoureiro e o secretário for eleito, sobre os nossos corpos. ele é responsável pela administração escolar e pelos membros Depois da vossa partida, do clube. O seu trabalho é administrar o clube, incluindo alguns de nós decidimos organizar e supervisionar as reuniões e as actividades assim formar um Clube Straight como controlar as finanças do clube. O comité executivo Talk reúne-se uma vez por semana e preside durante um ano. As Maureen Nayebare, decisões são tomadas através do voto por maioria. São estudante, Faculdade de também responsáveis pela selecção dos membros que Rushoroza, Kabale, visitarão as escolas primárias mais próximas para ajudar as 251 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA crianças a ler e entender o boletim informativo Young Talk e pelo registo de todas as actividades do clube. O patrono escolhido pelo grupo de estudantes é aceite pela administração escolar. O patrono não tem nenhum direito de impor a sua crença religiosa, interesses políticos ou outros interesses ao clube. O comité executivo pode dissociar-se do patrono, caso o considere necessário. Recursos do Programa Não estava disponível nenhuma informação acerca dos recursos do programa. Advocacia São estabelecidas ligações com os oficiais distritais de educação, tutores dos centros coordenadores, associações de pais e professores, conselhos locais e outros líderes de opinião. É-lhes dada informação sobre as actividades das STF encorajando-os a divulgá-la. São organizados workshops de sensibilização para pais e professores sobre SSRA e sobre os direitos das crianças e suas responsabilidades. Finanças do Programa A STF é financiada por vários parceiros de desenvolvimento internacional incluindo a Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional, Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, Fundação Alemã para a População Mundial, Fundo Europeu de Desenvolvimento, União Europeia, Autoridade Sueca para o Desenvolvimento Internacional, Fundação Ford, PSI/CMS, Save the Chíldren Fund (SCF) e UNICEF. A Fundação recebeu USD$784,917 em 2002. Por favor veja o apêndice 4 neste capítulo para obter detalhes adicionais sobre o financiamento do programa. PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Eu sou pai de dois filhos e também Falando Com os Jovens Acerca da Sua Sexualidade professor. Eu gosto do A sociedade acredita em grande parte que é culturalmente e Straig'ht Ta/k porque moralmente errado discutir a sexualidade abertamente com os aborda um problema jovens. A STF é por vezes acusada de " promover imoralidade " que nós pais não entre jovens e a fundação enfrenta alguns problemas para expandir conseguimos com o seu programa a certas escolas. Para superar este desafio, a STF muita confiança. procura explicar as suas metas enfatizando que a educação sobre Mohn Nayaga SSRA não leva os adolescentes a tornarem-se mais sexualmente Mukasa, Professor sénior, activos. Além disso, a STF descreve a situação prevalecente entre Uganda, os adolescentes e tenta sensibilizar os membros da comunidade Politécnico, Kyambogo 252 Seçcão 3: Uganda que é importante entender os adolescentes e as suas necessidades. Como resultado, a STF ganhou reputação e a procura dos seus serviços tem aumentado. Procura Crescente de Programas Straight Talk Autoridades do distrito, administradores escolares e jovens procuram de forma crescente programas Straíght Talk Este é o principal desafio, dada a capacidade e recursos da STF. Grande Aumento de Workshopsde Sensibilização Isto força a STF a aumentar o número de facilitadores o que constrange a organização em termos de despesas. Disparidade Entre Ouvintes Masculinos e Femininos dos Programas de Rádio Oitenta por cento dos ouvintes do programa de rádio Straight Talk são adolescentes masculinos. As razões para esta disparidade ainda não foram estabelecidas. Esta é uma preocupação central da STF. Está planeado um estudo para estabelecer as razões por trás deste problema. Avaliação A STF tem uma secção de monitoria e avaliação que é responsável por identificar e levar a cabo estudos sobre SSRA. Está a ser desenvolvido um plano de monitoria e avaliação para 2002-04. Uma avaliação do boletim informativo Straight Talk revelou que o seu número de leitores está a crescer. Um total de 2,344 cartas foi recebido em 1999, comparado com um total de 1,320 cartas recebidas em 1998. Aproximadamente 92 por cento dos estudantes do ensino secundário já leram o Straíght Talk Para 25 por cento dos leitores, a influência mais forte do Straíght Ta/k foi levar os jovens a considerar a abstinência; para 20 por cento, foi aprender e considerar o uso de preservativos. Entre 20 por cento e 52 por cento dos adolescentes sexualmente activos usam preservativos. O Straight Ta/k permitiu aos estudantes obter informação sobre assuntos relacionados com a SSR dos quais os professores não falavam. A pesquisa incidindo no Young Ta/k revelou que o número de leitores também está a crescer. Em 1999, foram recebidas 5,111 cartas de leitores, comparadas com as 3,045 em 1998. Aproximadamente 80 por cento dos estudantes do ensino primário leram o Young Talk. Aproximadamente 17 por cento de leitores do Young Talkeram sexualmente activos em 1999 (18 por cento homens e 16 por cento mulheres). Em 1998, 27 por cento eram sexualmente activos. A actividade sexual era maior entre crianças de escolas em áreas menos desenvolvidas, reflectindo uma maior vulnerabilidade das crianças que estão menos expostas à informação, comunicação e apoio ligados à SSR. Uma pesquisa revelou que 42 por cento dos estudantes do ensino secundário ouvem regularmente o programa de rádio Straíght Talk. Os ouvintes são predominantemente masculinos (80 por cento), julgando pela evidência das cartas recebidas sobre o programa. A STF está a planear levar a cabo um estudo para apurar as razões que levam um menor número de raparigas a ouvirem o programa. A maior influência do programa em ouvintes 253 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA adolescentes tem sido educá-los sobre a abstinência e estratégias de sexo mais seguras, incluindo a utilização de preservativos e negociação. Trabalho de investigação feito anteriormente pela STF mostrou que os professores e estudantes mostraram um melhor conhecimento, melhores atitudes e convicções sobre assuntos relacionados com a SSRA após a realização de um workshop inserido no programa de visitas às escolas. Tanto os professores como os estudantes diziam ter lido mais boletins informativos Straight Talk e poder usá-los em discussões. Muitos estudantes sentiam-se encorajados a criar os próprios Clubes Escolares Straight Talk Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Os jovens participam em quase como um principiante que já todos os aspectos do programa. sabe, sente e pode agir no que i Há também uma percepçao que respeita a um desenvolvimento eles podem dar conselhos e saudável e a uma prevenção assistência a outros jovens. Os relacionada com o VIH / SIDA. jovens são encorajados a ajudar as crianças mais jovens a ler e aprender com o Young Talk 2 Incide nos riscos que são mais O programa incide sobre os comuns no grupo de riscos sexuais mais comuns entre principiantes e nas respostas que os jovens: HIV/SIDA, DST, são adequadas e dirigidas ao gravidez, abuso sexual, grupo. prostituição, opressão, matrimónio precoce ou forçado. O programa também incide sobre o alcool e abuso de drogas, assim como sobre a gestão dos sentimentos sexuais. 3 Inclui não só conhecimento mas O programa promove também atitudes e competências competências para a vida entre necessárias à prevenção. os jovens. Dissemina informação sobre factos relacionados com o HIV/SIDA, melhores métodos de protecção, coisas que não te protegem, coisas que te põem em perigo. Educa os jovens sobre má concepção e realidades da vida. Algumas das competências para a vida promovidas incluem como lidar com estranhos, higiene, falar directamente mas respeitosamente, proteger-se de gravidezes não desejadas e HIV/SIDA, os direitos das crianças e muitos outros. A STF acredita que os adolescentes têm direito à informação sobre SSR e opções de sexo mais seguras 254 Seçcão 3: Uganda incluindo o uso de preservativos. 4 Compreende o impacto dos A STF aposta em manter os relacionamentos nas mudanças jovens em segurança e em comportamentais e reforça i promover competências para a valores sociais positivos. vida, educação e valores para que sejam adultos produtivos. Estes promovem mudanças de comportamento positivas entre os jovens. A STF enfatiza a abstinência, a fidelidade nos relacionamentos e o uso de preservativos. Promove o respeito pelos pais e encoraja os jovens a seguir a sua religião, ter uma vida com objectivos e adiar o mais possível o início das relações sexuais. 5 Baseia-se na análise das A STF responde às necessidades necessidades dos principiantes e de informação dos jovens. Os numa avaliação mais alargada. boletins informativos e programas de rádio respondem as perguntas, comentários e exigências dos jovens. O programa emprega muitos adolescentes como internos. Para além disso, as visitas escolares são moldadas à medida do que os estudantes querem saber. 6 Possui formação e apoio As visitas escolares são continuado para professores e organizadas para motivar os outros fornecedores de serviços. i professores a contribuírem para a prestação de serviços de SSRA. As visitas reforçam a consciência acerca das necessidades de informação e serviços relacionados com a SSRA para além de melhorarem as capacidades de comunicação dos professores sobre essa área. Além disso, a STF envolveu-se no boletim informativo Teacher Talk, que actualizará os professores regularmente sobre os assuntos ligados à SSRA. 255 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 7 Utiliza estratégias e actividades A STF usa abordagens diferentes de aprendizagem múltiplas e para disseminar a informação participativas. .V através de jornais, rádio, clubes e visitas escolares. Informação e aconselhamento são dados numa variedade de formas, tais como cartas, histórias, imagens, representações, etc. 8 Envolve a comunidade em Os boletins informativos Straíght sentido amplo. Talke Young Talk circulam para o público em geral através do jornal New Vísion. O objectivo é fazer com que o público entenda as necessidades de informação dos adolescentes e crianças. Além disso, os workshopsde sensibilização alcançam professores e pais. 9 Garante a sequência, progressão O programa da STF está em e continuidade das mensagens. implementação há nove anos, i respondendo aos desafios relacionados com a SSRA. Tenta resolver os assuntos à medida que aparecem e presta informação assim que novas intervenções e descobertas são feitas - por exemplo, novos assuntos relativos à prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho (Mother-to-chl/d transmission - MTCT) e VCT. Há uma continuidade entre as mensagens transmitidas todas as semanas no programa de rádio e todos os meses nos dois boletins informativos. 10 Está colocado num contexto Não se adequado no curriculum escolar. aplica 11 Dura um período de tempo O programa da STF tem estado a suficiente para realizar as metas ser implementado há cerca de e os objectivos do programa. i nove anos e ainda continua. Isto é tempo suficiente para que as metas e objectivos do programa sejam concretizados. O programa contribuiu grandemente para o declínio das tendências de prevalência do VIH entre os jovens entre os 15 e os 19 anos de idade, apesar de estes resultados não serem da exclusiva responsabilidade da STF. 256 Seçcão 3: Uganda 12 É coordenado com um programa Não se de saúde escolar mais alargado. aplica 13 Contém mensagens factualmente As mensagens do programa são correctas e consistentes. consistente e baseadas em factos. Pessoas de recurso que são profissionais qualificados nos campos pertinentes conferem os editoriais dos Straight Talk e Young Talk 14 Obteve apoios políticos através O programa tem apoio político, de uma intensa campanha para especialmente do Ministério da ultrapassar barreiras e expandir- v Educação. A seguinte citação do se. Professor Apollo Nsibambi, Ministro da Educação e do Deporto (1998) é um testemunho: " Nós desejamos valorizar os objectivos dos Straihte Young Ta/k... melhor saúde p ara os adolescentes e o apoio a Escolarização Primária Universal, literacia e permanência na escola ". 15 Retrata a sexualidade humana O programa retracta a como uma parte natural e sexualidade humana como parte saudável da vida e não é do crescimento humano que os depreciativo em relação ao indivíduos têm que passar. género, raça, etnia ou orientação Enfatiza que o sexo não é sexual. necessário para o desenvolvimento do corpo, não deve ser usado para obter dinheiro ou ganhos materiais e que os rapazes e raparigas podem ser amigos. O programa não discrimina com base no género, raça ou grupo étnico. 16 Inclui monitorização e avaliação. O programa tem um sistema de monitorização e avaliação que se centra em analisar quem tem acesso aos boletins informativos e que perguntas são colocadas pelos jovens. Também têm sido feitas avaliações para determinar o comportamento dos jovens em relação à SSR e o impacto do programa das visitas escolares. 257 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos A STF é uma ONG que promove a comunicação para uma saúde melhor por forma a manter os adolescentes em segurança. Tal como se encontra na sua declaração de missâo, 'seguro' significa livre de infecções e gravidezes não desejadas e tendo as capacidades, educação e valores para serem adultos produtivos. Para informação adicional, contacte: Fundação Straight Talk 44 St. de Bukoto, Kamwoky, P.O.Box 22366 Kampala, Uganda, Telefone: 256-41-543884 Fax: 256-41-534858 E-mail: strtalk@swiftuganda.com ou strtalk@imul.com ou strtalk@straight-talk.or.ug. Sítio na web: http://www.swiftuganda.com/-strtalk, www.straight-talk.or. ug, Director de comunicaçâo: C. Watson Directora do programa: Anne A. Fiedier Editores: T. Agutu, Betty Kagoro, Coordenador do projecto: Jerolam Omach Desenhistas: M. B. Kalanzi, D. Lutwama Fotografias: H. Mutebi Publicação: New Vision Colaboradores no Relatório Este relatório foi preparado por David Kaweesa Kisitu, economista da área da saúde/ especialista em monitoria e avaliação, Projecto de Controlo do HIV/SIDA no Uganda (e-mail: uacp@infocom.co.ug). A elaboração do relatório foi coordenada por Nicola Brennan, adido para a área de desenvolvimento, Ireland Aid, Embaixada da Irlanda - Kampala, P.O. Box 7791, Kampala, Uganda; e-mail: irishaid@starcom.co.ug. O relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Bafios Smith. As seguintes pessoas contribuíram para a elaboração do relatório: C. Watson - Director de comunicação Anne A. Fiedier - Directora do programa Betty Kagoro - Editor Christine Obbo - Administradora Moses Owor - Oficial de avaliação e monitorização 258 Seçcão 3: Uganda Victoria Nalugwa - Programa de rádio Jerolam Omach - Coordenador do projecto Juliet Waiswa - Gestor empresarial Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Boletim informativo Straight Talk, Volume 9, Número 7, Julho de 2001, (Número de encomenda: STFO1) Boletim informativo Straíght Talk, Volume 10, Número 3, Março de 2002, (Número de encomenda: STFO2) Boletim informativo Straight Talk, Volume 10, Número 4, Abril de 2002, (Número de encomenda: STFO3) Boletim informativo Straight Talk, Volume 10, Número 5, Maio de 2002, (Número de encomenda: STF04) Boletim informativo Straight Talk, Volume 10, Número 7, Julho de 2002, (Número de encomenda: STF05) Boletim informativo Straight Talk, Volume 10, Número 8, Agosto de 2002, (Número de encomenda: STFO6) Boletim informativo Straight Talk, Volume 5, Número 4, Abril de 2002, (Número de encomenda: STFO7) `Straight Talk Foundatíon, A udicted Finacial Statements for the Year Ended 30th June 2001' (Relatórios financeiros de auditoria da Fundação Straight Talk para o ano que terminou a 30 de Junho de 2001) (Número de encomenda: STFO8) 'Young Talk, Primary Teacher Sensitisatíon Workshops: Six Months Repott October 2001- March 2002' (Relatório semestral - Outubro 2001 a Março de 2002 dos workshops de sensibilização dos professores do ensino primário relativamente ao Young TallK (Número de encomenda: STFO9) 'Straight Talk Foundation, the School Visits Evaluation, August-November 2001' (Avaliação das Visitas Escolares da Fundação Straight Talk, Agosto-Novembro de 2001) (Número de encomenda: STF10) 259 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Straight Talk Foundation, Guidelines for the Formation and Running of Straight Talk Clubs' (Directrizes para o estabelecimento e gestão dos Clubes Straight Talk) (Número de encomenda: STF11) 'Straíght Talk Foundation, Guidelines for the Formation and Running of Straíght Talk Clubs' (Número de encomenda: STF12) Apêndice 2: Dados do pessoal (Número de encomenda: STF13) Apêndice 3: Avaliação das necessidades (Número de encomenda: STF14) Apêndice 4: Finanças do programa (Número de encomenda: STF15) 260 Seçcão 3: Uganda APÊNDICE 1. FUNDAÇÃO STRAIGHTTALK PAPÉIS DO PESSOAL Conselho de administração 2 directores Gestor de 3 Oficial de 2 Editores Desenhista Oficial de TI Coordenador da Negócios Coordenadores monitorizaçao chefe rádio do projecto e avaliação Assistente Assistente Equipas de 2 Assistentes Escritores Desenhista de contas administrativo campo de e assistente investigação fotógrafos 2 Motoristas 2 empregados de limpeza Produtor de Produtor de Produtor de Rádio Inglês rádio Luo rádio RS 2 2 2 Apresentadores Apresentadores Apresentadores Negócios e Unidade de Unidade de Unidade de administração formação e pesquisa e produção IEC mobilização advocacia Figura A.. Organigrama 261 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Estrutura Organizacional da Fundação Straight TaIk Director de Comunicação O director de comunicação - a chefe da componente dos media - lidera a concepção das intervenções para os media, assegura o controle de qualidade e supervisiona o trabalho dos recursos humanos envolvidos nas actividades dos media. Director do Programa O director do programa é responsável pela política, planificação, gestão e administração do programa assim como supervisiona o gestor empresarial, os coordenadores do programa e o oficial de monitorização e avaliação. Coordenadores do Projecto Há três coordenadores do programa, um para cada destas componentes: . programa de visitas às escolas secundárias; * programa de visitas às escolas primárias; . programa de sensibilização de professores. Os coordenadores do projecto são responsáveis pelo planeamento e implementação das actividades de campo no contexto das suas componentes. Eles identificam os membros da equipa de campo que tratam de assuntos especializados e técnicos relacionados com os jovens. Gestor Empresarial O gestor empresarial é o chefe das áreas de finanças e administração sendo responsável pela gestão financeira, mobilização de recursos, gestão dos recursos humanos, procurement e assuntos administrativos. O gestor empresarial é ajudado pelo assistente administrativo e assistentes de contas e apoiado por dois motoristas e dois empregados de limpeza. O gestor empresarial reporta ao director do programa. Oficial de monitorização e avaliação O oficial de monitorização e avaliação leva a cabo monitorizações e avaliações das actividades do programa da STF e envia o feedbackà organização. Editores Há dois editores responsáveis pela produção dos boletins informativos e pela coordenação do trabalho com os escritores sobre os temas seleccionados. Eles decidem o conteúdo editorial dos boletins informativos e escolhem os conselheiros e pessoal pertinente para responder às perguntas publicadas nos boletins informativos. Os editores também respondem a perguntas que são publicadas nos boletins informativos. Os escritores e fotógrafos ajudam-nos. Os editores reportam ao director de comunicação. 262 Seçcão 3: Uganda Desenhista Chefe O desenhista chefe é responsável pelo design dos materiais que vão ser publicados. Estes incluem boletins informativos, brochuras e panfletos. O desenhista assistente ajuda o desenhista chefe. Oficial das Tecnologias de Informação (TI) O oficial de TI é responsável pela gestão e administração da rede de computadores, ajuda o desenhista chefe e formata os boletins informativos. Coordenador da Rádio O coordenador da rádio é responsável pela produção global do programa de rádio e coordena os três subprogramas (o inglês, Luo e o Runyankore-Rukiga/Runyoro-Rutooro). O coordenador da rádio assegura o controle de qualidade dos programas de rádio. Produtores de Rádio Há seis produtores de rádio, dois para cada idioma. Os produtores procuram materiais, escrevem os argumentos e montam o programa. 263 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. DADOS DO PESSOAL Número de pessoas Posição/ título Género A tempo inteiro e 2 Gestores empresariais Feminino com salário 1 Director do programa Feminino 3 Coordenadores do projecto 2 homens e 1 mulher 1 Oficial de monitorização e avaliação Masculino 2 Editores Feminino 1 Desenhista chefe Masculino 1 Oficial de TI Masculino 1 Coordenador da rádio Feminino 3 Produtores de rádio 1 mulher e 2 homens 3 Apresentadores de rádio 2 mulheres e 1 homem 1 Assistente administrativa Feminino 1 Assistente de contas Masculino 2 Assistentes de investigação Feminino 1 Desenhista assistente Masculino 2 Motoristas Masculino 2 Empregados de limpeza 1 mulher e 1 homem Part-time e com Equipas de campo salário Escritores 1 Fotógrafo Masculino 3 Apresentadores de rádio 2 mulheres e 1 homem Pessoal 7 Voluntários (sem horário específico) voluntário, para além dos educadores de pares/colegas (a receber subsídios/ incentivos) 264 Seçcão 3: Uganda APÊNDICE 3. AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES Estatísticas dos Leitores 2001 Variável Young Talk Straight Talk Leitores dos boletins informativos pelos grupos-alvo nos últimos 12 meses 81.7% 93.3% Nunca viram o YT 95.0% NA Nunca leram o YT 92.0% NA Proporção que leu uma média de 5 (ST) ou 4 (YT) números/edições 50.0% 62.5% Proporção que leu mais do que 5 (ST) ou 4 (YT) números/edições 53.4% 51.3% Informou ter lido todos os 8 números/edições NA 20.7% NA não aplicável. Fonte: Relatório de avaliação da STF de 2000. Práticas sexuais entre os Jovens no Uganda Escolas primárias Mulher Homem Total Inquiridos 644 816 1,460 Grupo etário 10-16 10-17 10-17 Nunca tiveram sexo 44.6% 16.5% 30.0% Idade mais comum na iniciação sexual 13 anos 13 anos 13 anos SSRA em Distritos Seleccionados Mulher Homem Total Inquiridos 719 (43.4%) 936 (56.6%) 1,655 Grupo etário 15-24 15-24 15-24 Nunca tiveram sexo 54% 38.4% 45.2% Idade comum de iniciação sexual 15.4 15.5 15.5 Quem teve sexo em 2001 69.0% 76.7% 72.8% Quem teve sexo com mais de uma pessoa 40.9% 53.0% 30.4% Preservativo usado na primeira relação sexual 50.0% 70.5% 60.1% Uso continuado de preservativo este ano 76.0% 80.2% 78.2% Fonte, Relatório de avaliação da STF 2002. 265 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 4. FINANÇAS DO PROGRAMA Recursos Financeiros do Straight Talk Item de despesa Custo( Fontes USD$) Produção e distribuição do Straíght Talk 43,75 DANIDA 77,333 DFID Produção e distribuição do Young Talk 39,550 DANIDA 62,867 DFID 89,336 UE Produção do boletim informativo em idioma local 48,325 SIDA Sensibilização de professores primários 10,915 DANIDA 9,999 SIDA Mobilização de professores primários 16,590 EU Equipamento (computadores, máquinas fotográficas, impressoras, 3,889 DANIDA projector, scannej 15,000 DFID Programa de rádio em Inglês 37,883 DFID Programa de rádio em idioma local 16,485 SIDA Pesquisa, monitorização e avaliação 18,889 DFID 1,167 SIDA 3,336 EU Desenvolvimento institucional (formação de pessoal, cursos curtos) 6,667 DFID Pessoal 119,333 DFID 14,000 SIDA 57,188 EU Custos correntes do projecto 47,000 DFID Comunicações 2,100 SIDA Operações 6,300 SIDA Custos operacionais 41,219 EU Reuniões da ONG 5,845 SIDA Total 784,916 Nota: Taxa de conversão a partir de Setembro de 2002, 1 USD $= 1,800USH. 266 Seçcão 3: Uganda Receitas e despesas do Straight Ta7k/ Contas auditadas, 2001 Receitas USD$ Donativos 777,508 Outras receitas 6,541 Juros bancários 85 Total 784,134 Despesas Produção e distribuição do boletim informativo Straight Talk 74,934 Young Talk 129,976 Boletim informativo em idioma local Health Matters 8,438 Visitas regionais 17,159 Produção de rádio 47,753 Visitas a escolas 28,755 Trabalho de mobilização e desenvolvimento Straight Talk 21,914 Young Talk 38,769 Boletim informativo em idioma local 15,057 Monitorização e avaliação 4,573 Administração das despesas 79,659 Salários 102,139 Actividades espedais 33,191 Depreciação 25,429 Despesas de auditoria 2,333 Despesas totais 630,080 Saldo do ano 154,053 267 TWl ~ ~ ~ ~ -1#r AMBUA lz t1 = X~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~1 A ~ b t . qi»U `: ` ' < _ ' ' :!ia, - K ~~~~~~~' Seçcão 3: Zâmbia Projecto de Educação para a Saúde de Copperbelt (CHEP): O Programa 'Dentro da Escola' PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa O Projecto de Educação para a Saúde de Copperbelt (CHEP) teve início em Janeiro de 1988 como um projecto de serviços sociais da filial em Kitwe North do Rotary Club (uma empresa de caridade registrada), com apenas dois membros. Inicialmente, o projecto tinha como objectivo ajudar a prevenir a expansão imediata do HIV/SIDA criando consciência dos perigos da doença e disseminando informação sobre a transmissão do VIH e os seus meios de protecção. O projecto utilizava cartazes, outdoor à margem da estrada, folhetos, T-shirts, anúncios de jornal, programas de rádio e televisão, espectáculos de teatro de rua e discussões com grupos de membros influentes da comunidade para aumentar a sensibilização. Até mesmo as latas de lixo públicas foram usadas para divulgar mensagens relacionadas com o HIV/SIDA. Durante os primeiros dois anos, as actividades do CHEP baseavam-se na suposição que as pessoas iriam mudar os comportamentos sexuais se estivessem informadas sobre a doença. Porém, pesquisas feitas em finais de 1989 revelaram que embora o público em geral na província de Copperbelt tivesse conhecimento que o HIV/SIDA é um problema sério de saúde, um número significante de pessoas ainda tinha ideias erradas sobre como o VIH é transmitido. Além disso, a prevalência do VIH (com base em pesquisas e dados nacionais) não mostrou nenhuma evidência que as pessoas estavam a mudar o comportamento sexual como resultado do maior conhecimento sobre o HIV/SIDA. O pessoal do CHEP decidiu que para além do conhecimento crescente sobre o HIV/SIDA, as pessoas necessitavam da motivação e confiança para agir relativamente à informação obtida. As pessoas precisavam de acesso a serviços como aconselhamento profissional, testes ao anticorpo do VIH, tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e reservas de preservativos. O CHEP conseguiu fornecer estes materiais através da colaboração com organizações sociais, doadores e líderes de opinião pública. 269 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 1988 = * Estabelecimento do CHEP. . Financiamento da Agência Norueguesa para Cooperação e Desenvolvimento (NORAD) durante um ano. * Coordenador, vice-coordenador, assistente de escritório e secretário foram contratados. * Iniciaram-se na comunidade campanhas públicas de sensibilização sobre o HIV/SIDA. * Concepção, produção e distribuição de materiais educacionais para escolas primárias e secundárias como também a outras instituições. Pesquisa KAP (conhecimento, atitudes, prática) levada a cabo pelo pessoal do CHEP. 1989 > * NORAD continua a prestar apoio financeiro. * Os seminários sobre HIV/SIDA continuaram para professores primários e secundários e oficiais distritais de educação. * Estudo levado a cabo entre curandeiros tradicionais. 1990 => * Envolvimento e colaboração com organizações sociais, doadores e líderes públicos. a Materiais sobre os objectivos específicos concebidos, produzidos e distribuídos. * Envolvimento e formação de trabalhadores de saúde. * Cinco seminários sobre HIV/SIDA organizados em cada uma das oito cidades de Copperbelt para envolver os líderes religiosos. 1991 => * Série de televisão em 13 episódios, Talkíng SIDA (Falar sobre a SIDA), difundida e avaliação conduzida depois da conclusão da série. * Unidades centradas nos objectivos específicos começam a funcionar dentro do CHEP (a Unidade das Crianças e dos Jovens, Unidade da Comunidade e Unidade de Ocupação). o Estudo levado a cabo em Copperbelt e nas províncias do norte pelo Apoio Técnico contra a SIDA: Componente de Comunicação para a Saúde Pública (AIDS Technical Support: Publíc Health Communication Component- AIDSCOM) e o Ministério da Saúde. * Envolvimento de pessoas que vivem com o HIV/SIDA (Vivendo com o VIH e SIDA: Um Guia para uma Vida Positiva é a primeira brochura produzida na Zâmbia por pessoas que vivem com o HIV/SIDA). 1992 => o Novos grupos prioritários incluem as mulheres, raparigas, órfãos, e escolas (os alunos, professores, pais e líderes de comunidade). 270 Seçcão 3: Zâmbia 1996 o * Utilização de uma estratégia de educação por pares com todos os grupos. 1997 = * Implementação do projecto-piloto de educação sobre o HIV/SIDA através de entretenimento educacional. 1999 = . Necessidade de implementação da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA) na província de Copperbelt pelo CHEP. * Trabalho começou com mães adolescentes. * UNICEF fornece financiamento para um ano. 2000 => * NORAD apoia o CHEP durante mais três anos. * UNICEF renova o contrato por um ano. . Trabalho com crianças com necessidades especiais começa nas escolas. 2001 = . Desempenho do programa avaliado por avaliadores externos. * Seminários sobre sexualidade e género começaram. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programas Os principais grupos-alvo do CHEP são os professores, estudantes e trabalhadores de saúde. Professores primários e secundários e os oficiais distritais de educação têm estado envolvidos em actividades do CHEP desde 1988. Os estudantes têm sido o grupo-alvo primário desde 1992, e presentemente, o CHEP envolve aproximadamente 25,000 jovens das escolas por ano. Os trabalhadores de saúde não eram inicialmente um grupo-alvo prioritário para o CHEP. Porém, desde 1990, envolveu-os no projecto e formou os trabalhadores de saúde dos oito distritos da província de Copperbelt. Actualmente, o CHEP oferece serviços a jovens em quatro clínicas de saúde. Em 2001, mais de 9,100 jovens procuraram os serviços de saúde amigos para os jovens ( Youth Friendly Health Services - YFHSs) providenciados pelo CHEP. 271 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Avaliação do Programa Missão A intenção principal é assegurar que as crianças e jovens desenvolvam e mantenham comportamentos que reduzirão o risco de contraírem DST e o HIV/SIDA assim como outros problemas de saúde sexual e reprodutiva (SSR). O Em 1982, quando eu cheguei à CHEP procura dotar as crianças, adolescentes e jovens Zâmbia, a SIDA era virtualmente com modos de vida para os tornar mais confiantes em desconhecida. O primeiro caso de si mesmos e capazes de fazer melhor escolhas. A SIDA foi oficialmente identificado em Criança e Unidade de Juventude também procura 1985. A minha formação era em dotá-los de capacidades práticas tais como medicina clínica, mas tal como alfabetização funcional e numérica que habilitarão as muitos outros profissionais de saúde, crianças e jovens a se arriscarem em actividades eu sentia-me crescentemente lucrativas no futuro. frustrada pela impotência da medicina moderna face ao VIH.... Finalmente, eu decidi abandonar a Objectivos medicina clínica que tinha praticado Os objectivos da Unidade das Crianças e durante vários anos, para me dedicar Jovens são: à prevenção da SIDA. Juntamente * envolver os jovens no planeamento de programas com alguns amigos íntimos e colegas que fornecem informação precisa sobre sexo e e com o apoio do Programa Nacional SSR; de Prevenção e Controlo da SIDA e * permitir aos jovens desenvolver capacidades para NORAD, formei o CHEP. tomarem decisões e comunicarem sobre sexo e V. Chandra Moull, fundadora do segurança sexual; CHEF * promover acesso a serviços apropriados para que os jovens tomem decisões relativas ao sexo, á sua sexualidade e SSR; * promover um ambiente de apoio resolvendo as questões ligadas aos papéis negativos do género, desigualdades, normas e expectativas culturais e outras condições socio- económicas, que permitam aos jovens fazer escolhas mais saudáveis sobre a sua SSR; * desenvolver sistemas de apoio a jovens que os habilite a melhorar a percepção de risco, desenvolvendo e mantendo comportamentos sexuais saudáveis de modo a reduzir o risco de infecção pelas DTS/VIH; * estabelecimento de YFHSs e fortalecimento dos existentes; • reduzir disparidades de género entre os rapazes e raparigas ao estipular os diferentes papéis, relações e desigualdades que dificultam a comunicação sexual e a prática de sexo seguro. Objectivos por Idades e Género específicos para Jovens das escolas entre os 9 e os 13 anos (Escola Primária) Objectivo global: Melhorar o conhecimento e capacidades dos jovens para lidar com sentimentos sexuais emergentes e situações arriscadas. 272 Seçcão 3: Zâmbia Objectivos específicos: * aumentar a precisão do conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST), HIV/SIDA, sexo e SSR através de "Jogos para Vida," educação e aconselhamento de pares; * dotá-los de capacidades apropriadas para lidar com sentimentos sexuais emergentes e situações arriscadas através da educação, aconselhamento, desenvolvimento do seu poder de decisão e meios de comunicação e advocacia para a protecção dos direitos das crianças. Objectivos por Idades e Género específicos para Jovens das escolas entre os 14 e os 19 Anos Raparigas. Objectivo global: Reduzir o risco de infecção pelo VIH/DST entre mulheres jovens. Objectivos específicos: * aumentar o número de mulheres jovens que têm acesso a serviços de SSR fortalecendo os sistemas de referenciamento e de rede; * aumentar o número de meninas que se podem proteger de gravidezes não desejadas, IST e VIH usando meios apropriados. (Isto pode ser feito através da educação, aconselhamento e usando o pacote de comunicação multimedia.) Rapazes. Objectivo global: Reduzir risco de infecção de VIH/DST em homens jovens. Objectivos específicos: • melhorar a comunicação, manuais (uso de preservativo) e poder de decisão; Os jovens são por um * aumentar o conhecimento sobre SSRA e melhorar atitudes lado uma janela de em relação ao sexo, saúde sexual, sexualidade e papéis do esperança, mas por outro género, relações e desigualdades que dificultam a saúde lado estão também em sexual. grande risco de infecção pelo VIH. Passadas duas décadas vividas com uma Grupos-alvo epidemia madura tornou- nos mais sábios do que Grupo-alvo Primário éramos antes e permitiu- * Crianças em idade pré-escolar entre os 3 e os 6 anos nos perceber que aqueles * Os estudantes do ensino primário entre os 6 e os 13 anos jovens não são recipientes * Jovens do ensino secundário e preparatório entre os 14 e os passivos de informação e 19 anos capacidades mas * Jovens universitários entre os 18 e os 35 anos participantes activos, • Crianças com necessidades especiais entre os 6 e 15 anos definidores de políticas e informadores chave. Grupo-alvo secundário Director executiva Directores das escolas, professores e conferencistas em [questãosemresposta todas as instituições de aprendizagem e formação, anonimoj trabalhadores de saúde, polícias, pais e líderes da comunidade. 273 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA As Unidades de Ocupação e da Comunidade do CHEP incidem directamente nestes grupos (como um alvo primário). A Unidade de Ocupação incide nos trabalhadores de saúde, polícias e nos líderes cívicos. A relacionados com o Unidade da Comunidade incide sobre os pais e outros membros HIVWSIDA não é da comunidade. suficiente. Os jovens precisam entender e Localização assimilar uma variedade O programa baseia-se principalmente em escolas rurais e de competências para a urbanas da província de Copperbelt. A maioria das actividades vida por forma a gerirem são extracurriculares e acontecem depois das horas escolares ou as pressões da vida diária. durante feriados escolares. Porém, algumas escolas que Eles também precisam de participam no programa permitiram que os educadores de ser ajudados a perceber pares/colegas trabalhassem com os estudantes na sala de aula. as ligaçoes entre o Para além disso, seis escolas têm "Cantos Amigos dos Jovens", HIV/SIDA e assuntos de onde educadores formados oferecem informação e género e sexualidade. aconselhamento sobre SSR e HIV/SIDA. Estes serviços em Edword Mupotola instalações escolares estão abertos a todos. programa na escola do Algumas actividades, como os Jogos para a Vida e CHEP, Maio de 2002 entretenimento, têm lugar nas comunidades, uma vez que estas actividades tanto são para os jovens que frequentam as escolas como para os que não frequentam. Os YFHSs têm lugar em quatro clínicas de saúde. Formadores de pares do programa 'fora da escola' formados oferecem estes serviços tanto para os jovens que frequentam como para os que não frequentam a escola. O programa tem lugar em 4 escolas pré-primárias, 11 escolas primárias, 7 secundárias, 4 faculdades e 1 universidade. Duração do Programa A duração média de frequência de um clube é de quatro anos sendo a duração máxima de 8 anos. Porém, as crianças podem participar desde a escola pré-primária até à faculdade ou universidade. A participação dos jovens nas outras componentes do programa, tais como nos Jogos para a Vida ou entretenimento, é voluntária, podendo deste modo durar de um curto período a vários anos. Metas do Programa Como mostra a figura 2, o programa 'dentro da escola' centra-se principalmente em assegurar que as crianças e jovens mantêm comportamentos que reduzem o risco contágio pelas DST e VIH. Isto é feito principalmente ensinando modos de vida, tais como a tomada de decisões, negociação, comunicação, resolução de problemas e meios de sobrevivência. Outras metas são a abstinência e prevenção de gravidezes. Actualmente, a maioria do pessoal do CHEP reconhece que a maior parte das pessoas jovens têm algum conhecimento básico sobre a prevenção e transmissão do HIV/SIDA, embora estes conhecimentos sejam por vezes inexactos ou inadequados. A disseminação da informação continua a ser um objectivo principal, mas a meta primária é agora melhorar o comportamento em relação à SSR e aumentar a percepção do risco de transmissão de DST e 274 Seçcão 3: Zâmbia de VIH ao mesmo tempo que se oferecem oportunidades para os jovens aprenderem novos modos de vida. A abstinência é o único comportamento sexual preferido para alunos com menos de 15 anos. Alunos mais velhos são também encorajados a privarem-se de sexo. Porém, se são sexualmente activos, são ajudados a ter comportamentos sexuais mais seguros ou de pouco risco. Figura 2. Metas do Programa Ordenadas por Ordem Crescente Educação por pares -i Eficácia própria e auto-estima Figura 3. Abordagens do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Coordenador do Programa Abordagens O coordenador do programa ordenou as abordagens de acordo com a importância, como indicado na figura 3. A educação por pares é a abordagem principal usada no programa dentro da escola. O CHEP acredita que só serão alcançadas mudanças em padrões de comportamento e atitudes através de uma abordagem participativa de aprendizagem. Aqueles que implementam o programa - os voluntários, os educadores de pares/colegas e especialmente o pessoal do CHEP - consideraram que a educação por pares é uma abordagem muito eficaz e apropriada para usar com jovens. Nas escolas pré-primárias e escolas primárias, as crianças mais velhas (jovens voluntários que normalmente são finalistas do ensino secundário ou diplomados) planeiam e implementam as actividades dos clube. Nas escolas primárias, a abordagem de criança-a-criança é também usada, encorajando-se as crianças a ensinarem outras crianças sobre a informação aprendida. Desde 2001, o CHEP adoptou uma abordagem baseada em direitos em todos os programas. Adicionalmente, os direitos das mulheres e crianças foram incluídos em vários seminários de formação. Estes incluem o direito ao respeito de negação de sexo, direito a ser 275 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA sexualmente activo ou não, direito a casar ou não, direito a ser livre de coerção ou força e o direito para começar, manter ou terminar uma relação. Actividades Várias actividades são usadas no programa do CHEP, como ilustra a figura 4. Componentes O programa da escola consiste em cinco componentes principais: • clubes Anti-SIDA; . educação sobre o HIV/SIDA através do entretenimento; * educação sobre o HIV/SIDA através de jogos desportivos e outros jogos (Jogos para Vida); * Sara - Iniciativa de Comunicação (Sara Communication Initiative); * YFHSs. Dra matizações Encenações .4%bates Espectáculos de talentos Figura 4. Programa de Actividades do CHEP (Não Ordenadas) Clubes A nti-SIDA O programa 'dentro da escola' do CHEP apoia directamente os Clubes de Anti-SIDA em 4 escolas pré-primárias, 11 escolas primárias, 7 escolas secundárias, 4 faculdades e 1 universidade na província de Copperbelt. Os Clubes Anti-SIDA são dirigidos por várias organizações, como o Fundo para a Saúde Familiar (Famlly Health Trust- FHT) e Sociedade para a Saúde Familiar (Socetey> for Family Health - SFH). O CHEP ajuda também periodicamente outras escolas fornecendo materiais de informação, educação e comunicação (IEC). Os Clubes Anti-SIDA são actividades extracurriculares. Porém, algumas das escolas onde o CHEP opera foram disponibilizaram locais abertos durante as horas escolares para os educadores de pares/colegas ensinarem os alunos de todos os níveis numa base regular. O número de membros regulares dos Clube Anti-SIDA varia significativamente e depende do tamanho da escola. As reuniões dos clubes normalmente têm lugar duas vezes 276 Seçcão 3: Zâmbia por semana. Por exemplo, em algumas escolas, os clubes reúnem uma vez por semana durante o período da manhã e uma vez por semana durante o período de tarde. Isto é feito para oferecer a todos os alunos uma oportunidade igual para se unirem aos clubes, qualquer que seja o horário escolar. O número de educadores de pares/colegas por escola varia (uma média 30 por escola). Os educadores dirigem as actividades dos clubes com a ajuda da matrona ou patrono, voluntários do CHEP e oficiais de campo, os quais visitam os clubes regularmente. Os educadores de pares/colegas usam métodos interactivos, como os dramatizações, discussões de grupo dirigidas, debates, jogos de papel, imagens em códigos, sketches e poemas para trabalharem com os colegas assuntos relacionados com a SSR. Para além disso, seis escolas têm também Cantos Amigos dos Jovens onde se dá informação (materiais impressos e flyers) e aconselhamento a todos os estudantes (não só os membros dos clubes). O curriculum dos Clubes Anti-SIDA segue o curriculum usado nas formações dos educadores de pares/colegas. Porém, são os próprios membros dos clubes que decidem quais os temas de cada sessão. São-lhes ensinadas técnicas relacionadas com o empenhamento, tomada de decisões, sobrevivência, modos de negociação e formas de obtenção de prazer sexual para além das relações sexuais. Os membros dos clubes discutem também assuntos relacionados com género e sexualidade. Educação-entretenimento (edutainment) Várias estratégias inovadoras, amigas dos jovens e eficazes em termos de custos foram usadas para se cativarem os jovens. Uma destas estratégias é a educação- entretenimento, uma forma de educação através do entretenimento. O objectivo geral da educação-entretenimento é proporcionar aos jovens um método alternativo de educação sobre o HIV/SIDA. Actividades de educação-entretenimento incluem o debate, dramatizações e quebra-cabeças; espectáculos de talento, concertos musicais e jogos desportivos. Os debates, dramatizações e quebra-cabeças incidem principalmente nos temas do HIV/SIDA, da prevenção de DST e da promoção da SSR. Aos alunos é proporcionada uma oportunidade para discutir livremente assuntos importantes da vida que normalmente não falariam abertamente nas salas de aula. Estas actividades acontecem normalmente uma vez por um ano nos corredores escolares. Além disso, são celebrados espectáculos de talento bimestrais em duas cidades, Kitwe e Ndola. Os temas destes espectáculos têm sido a promoção da saúde juvenil e desenvolvimento dos jovens. É dada uma oportunidade aos jovens para desenvolver e projectar as suas próprias canções e apresentações artísticas visuais compartilhando-as com os demais. Os oficiais do CHEP estão sempre presentes nestes momentos para assegurar a divulgação de mensagens precisas e ajudar a clarificar rumores, mal entendidos e mitos relacionados com o HIV/SIDA e outros assuntos de SSR. Jogos para a Vida Os Jogos para a Vida são um programa de educação concebido para educar sobre HIV/SIDA e SSR nas escolas e fora delas através de jogos desportivos, como futebol, 277 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA voleibol, xadrez e badminton numa atmosfera jovem. Os A mudança de atitude é um Jogos para a Vida são organizados por educadores de lento processo.... A pares/colegas formados nos locais de projecto. informação positiva que nós O objectivo dos Jogos para Vida é promover a educadores de pares/colegas educação e fornecer informação sobre saúde a crianças e damos aos alunos faz com jovens vulneráveis. A mudança positiva de comportamento e que queiram deixar de ser os compromissos de mudança de vida podem ser alguém "mau/má" para serem promovidos através da participação activa em jogos pessoas com uma boa moral. desportivos. Educadores de pares/colegas do Clube Os jogos sao realizados em forma de liga ou de Anti-SIDA da Secundária torneio. A primeira liga ocorre entre Fevereiro e Junho e a Helen Kaunda Jogos para segunda liga começa em Agosto e termina em Novembro de a Vida cada ano. Os finalistas da liga recebem prémios tais como materiais de educação para a saúde, cloro, pasta e escovas de dentes ou T-shirts. Iniciativa de Comunicação Sara Na África Sub-Saariana, muitos dos direitos das crianças, particularmente das mulheres adolescentes, não é reconhecido e protegido pelas famílias e comunidades. As raparigas africanas têm menos oportunidades Eu pensei e acreditei que o meu órgão educacionais e são frequentemente exploradas privado [pénis] encolheria se eu não em trabalhos forçados. Faltam-lhes praticasse sexo com raparigas, oportunidades para desenvolver capacidades consequentemente, eu ficaria impotente e psicossociais, e são frequentemente vítimas de não seria bastante homem. Agora eu sei abuso sexual. Estes factores conduziram a uma que não é verdade mas mero mito e um incidência crescente de IST, incluindo o mal entendido. Eu posso ainda demorar o HIV/SIDA entre raparigas jovens. sexo e esperar o tempo certo. Num esforço para resolver estes Sócio de Clube Anti-SIDA problemas, a UNICEF implementou um programa chamado Sara Communication Initiative (SCI) - Iniciativa de Comunicação Sara. A SCI é uma estratégia de educação-entretenimento que procura ligar o poder de entretenimento popular da banda-desenhada para transmitir mensagens educativas. Sara é uma personagem de banda-desenhada que surge das várias circunstâncias que enfrenta como modelo dinâmico da menina africana adolescente. (Para mais detalhes sobre a SCI, por favor veja o apêndice 1 neste capítulo.) O CHEP deu início à SCI em 30 escolas na província de Copperbelt. Quinze voluntários do CHEP, com ajuda do coordenador, asseguraram 750 sessões entre Janeiro e Junho de 2000. As escolas decidiriam posteriormente se gostariam ou não de estabelecer Clubes Sara. Depois das sessões em 2000, três escolas secundárias decidiram estabelecer Clubes Sara, que ainda estão muito activos. Serviços Amigos de Saúde para os Jovens Os YFHS têm como objectivo aumentar o acesso de jovens necessitados a serviços de SSR através da melhoria nas atitudes, comportamentos e práticas de saúde que teriam um impacto na procura dos mesmos. O objectivo é assegurar o diagnóstico precoce e o 278 Seçcão 3: Zâmbia tratamento efectivo de DST e em última instância a prevenção destas doenças. Os YFHS fornecem informação, educação e comunicação sobre o HIV/SIDA. O CHEP estabeleceu o programa YFHS em quatro clínicas de saúde na província de Copperbelt, com aproximadamente 10 educadores/conselheiros em cada uma das clínicas. Os serviços prestados pelos educadores de pares/colegas formados e pelo pessoal clínico incluem aconselhamento, disseminação de informação sobre DST/HIV/SIDA, educação sobre SSR, modos psicossociais de vida e informação sobre anatomia, desenvolvimento biológico e físico durante a adolescência. Há uma grande procura destes serviços. Em 2001, 9,143 jovens (3,767 mulheres e 5,376 homens) recorreram aos YFHS, comparando com 7,500 homens e mulheres que o fizerem em 2000. Também houve um aumento no número de rapazes e raparigas que reportavam terem DST nos YFHS. Por exemplo, em 2000, o número estimado de casos de DST por mês era de 132 por clínica. Em 2001, o número era de 308 casos por clínica por mês. Depois da morte do seu namorado, Sra. Mwale (um nome fictício) decidiu ir aos l serviços de aconselhamento e testagem voluntários ( Volunta,y counselling and testing - VCT). Foi aconselhada e o sangue foi testado. O teste mostrou que era VIH positiva. "Fiquei devastada e confusa. Pensei que seria o meu fim.... Eu soube que não tinha sido eu a causadora da minha infecção... e isso trouxe-me muita raiva e fiquei deprimida." Após algumas sessões de aconselhamentos no YFHS, ela decidiu quebrar o silêncio. "Devido ao aconselhamento, eu decidi revelar à minha família os resultados do teste. Eu ainda estava assustada porque não estava segura sobre a reacção deles.... Falei-lhes na mesma." Como estava à espera, a família, especialmente os pais, receberam as notícias l com sentimentos confusos. Pediram-lhe que não contasse a ninguém sobre o seu estado. l "Eu não gostei da ideia dos meus pais '. Eu tinha esta coisa dentro de mim que me levou a ajudar os meus companheiros jovens a evitar a infecção ou aceitá-la.... Eu não pude permanecer calada; eu tive de alargar o meu círculo de revelação. Decidi contar a um dos meus melhores amigos..." A primeira revelação pública da Sra. Mwale foi num seminário sobre os YFHSs onde aproximadamente 40 participantes escutaram as comoventes histórias. Muitos perguntaram-lhe como era possível estar contente tendo o vírus. Com calma e determinação, ela disse, "a infecção de VIH é a batalha da mente, nunca deixem as emoções mandarem na capacidade de pensar. Falem todos os dias com o vírus, e sentir- se-ão melhor. Afinal de contas, há uma possibilidade de viver mais de 15 anos." Hoje, Sra. Mwale é um dos conselheiros que ajudam os jovens a entender e a saber prevenir a infecção pelo VIH, DST e gravidezes não planeadas na adolescência. A Sra. Mwale tornou-se um modelo entre os jovens na comunidade. Porém, os pais ficaram infelizes com o facto da filha revelar o seu estado para a comunidade. Fonte: CHEP, "Narrativa e Relatórios Financeiros durante o período entre Janeiro a Dezembro de 2001" 279 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA O programa 'dentro da escola' do CHEP inclui várias estratégias e componentes diferentes, como descritas em cima. Cada uma delas pode ser desenvolvida e implementada para se adaptarem às necessidades das crianças e jovens em diferentes lugares. Antes e durante a implementação das actividades, a Unidade das Crianças e Jovens e toda a Organização CHEP levaram a cabo vários estudos de base. Avaliação das Necessidades O CHEP realizou muitas pesquisas sobre conhecimento, atitudes e práticas (knowledge, attitudes and practives - KAP) desde o seu começo. As avaliações foram levadas a cabo nos jovens na escola durante os anos 1991-92, 1998, 1999, e 2001. A última pesquisa, realizada em 2002, procurou obter informação sobre conhecimentos, atitudes, capacidades e hábitos (KASH). Porém, os resultados desta última pesquisa não estão disponíveis. Em Março de 1999, o pessoal do CHEP levou a cabo uma avaliação das necessidades relativas à SSRA na província de Copperbelt. Os objectivos específicos desta avaliação eram: Há um padrão muito alto de confiança . estabelecer um programa de saúde apropriado nesta clínica. As pessoas não sabem para a satisfazer as necessidades dos jovens em o que os outros vierem. Os jovens termos desaúde; (educadores de pares/colegas) são bons e . educar e aconselhar os jovens sobre temas têm desempenhado o papel dos nossos importantes relacionados a SSR; pais porque discutem connosco assuntos . formar os educadores de pares/colegas em importantesesensíveis. SSRA; Um cliente de um YFHS * reduzir e prevenir os problemas de SSR que afectam os adolescentes; * conduzir pesquisas básicas sobre SSRA. Foi realizado um estudo cruzado de jovens escolhidos aleatoriamente dentro e fora da escola. A amostra do estudo incluiu 94 jovens de quatro escolas que frequentavam os 80 e 120 anos (a maioria com idade entre os 16 e os 18 anos, de ambos os géneros) e 86 jovens fora da escola (a maioria entre os 19 e os 21 anos de idade, de ambos os géneros). Foram recolhidos dados de jovens nas escolas através do uso de um questionário estruturado e de entrevistas com perguntas abertas e fechadas. Discussões dirigidas de grupo eram usadas com os jovens que não frequentavam a escola. Os dados recolhidos eram testados com 10 jovens na escola para avaliar a informação. Os resultados do estudo encontram-se no quadro 1. Os resultados da avaliação são encorajadores porque indicam que os jovens estão dispostos a discutir com os adultos e pessoas fora do seu grupo assuntos relacionados com a SSR. O CHEP também descobriu que as clínicas de DST e serviços de aconselhamento podem dar resposta às necessidades na área da saúde. Os resultados do estudo foram usados para responder a necessidades específicas do programa e desenvolvê-lo. Uma cópia da avaliação das necessidades está disponível. Por favor veja em Materiais Disponíveis no fim deste capítulo. 280 Seçcão 3: Zâmbia Materiais do Programa O desenvolvimento de materiais foi um processo contínuo. O CHEP usa e adapta alguns materiais que foram desenvolvidos por outras organizações, tais como a UNAIDS, UNICEF, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Serviço Sul- Africano de Disseminação de Informação sobre a SIDA (Southern Africa AIDS Information Dissemination Service - SAFSIDA), a Agência Estado-Unidense para o o passo chave na mudança das atitudes das crianças e jovens é fazer entender os riscos dos DesenvolvimentoInternacional/Programa hábitos, pensamentos, sentimentos, e acções Integrado de SaúdeZambiano (United relativos à saúde sexual. Nós temos aprendido States Agency for International com as anteriores pesquisas sobre KAP e KASH Development-Zambia Integrated Health [knowledge, attitudes, skills and habits - Program - USAID/ZIHP), o Fundo para a conhecimento, atitudes, capacidades e hábitos] Saúde Familiar (Family Health Trust- FHT), que existe uma clara discrepância entre as suas a Aliança Internacional contra o HIV/SIDA convicções, pensamentos e acções. (International HIV/AIDS Alliance)e o Edward Mupotola, coordenador do CHEP Ministério da Saúde. Porém, muitas do Programa 'dentro da escola organizações também vieram recolher materiais ao CHEP adaptando-os. A maioria dos materiais é produzido em inglês e não nos idiomas locais. De acordo com o oficial de unidade, o inglês é usado nos materiais de CHEP porque a maioria das pessoas que são instruídas sabem ler em inglês. Materiais para os Grupos-alvo Brochuras Várias brochuras foram desenvolvidas pelo CHEP para utilização com os grupos-alvo. As seguintes brochuras - Empenhamento; Tomada de Decisão e Fazer Escolhas; Autocontrolo; Autoconsciência, Auto-estima, Actualização e confiança Próprias; e Timidez são usadas para promover competências para a vida nos leitores, melhorar o seu empenhamento, autocontrolo e capacidade para fazer boas escolhas. Quadro 1. Resultados da Avaliação das Necessidades A frequentar a Escola Fora da Escola Grupo de Idades 16-21 anos 16/20 anos Casados 0/94 (77%) 25/86 (29%) Experimentaram relações sexuais 34/94 (36%) 52/86 (60% incl. 29% casados) Idade da primeira relação sexual (incluindo aqueles que não chegaram a ter relações) 4-9 anos 6/53 (11%) o 10-15 anos 22/53 (42%) 20/60 (33%) 16-21 anos 23/53 (43%) 35/60 (58%) 281 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Número de parceiros sexuais (inclusive os que não têm relações sexuais), incluindo os beijos 1 21/53 (40%) 30/60 (50%) 2 5/53 (9%) 10/60 (17%) 3 2/53 (4%) 7/60 (12%) 4 ou mais 14/53 (26%) 11/60 (18%) Nunca usaram preservativos (incluindo apenas os que 24/34 (71%) 52/60 (87%) têm relações sexuais) Familiar com educação sexual 74/94 (79%) 56/86 (65%) Discute educação sexual com outros: 82/94 (87%) 66/86 (77%) Parentes 9/94 (10%) 2/86 (2%) Professores 8/94 (9%) 7/86 (8%) Trabalhadores da saúde 51/94 (54%) 60/86 (70%) Amigos 18/94 (19%) 6/86 (7%) Qualquer um 5/94 (5%) 10/86 (12%) Não responderam 3/94 (3%) 1/86 (1%) Estratégia Stepping Stones: A Informação que Você Precisa para Desfrutar a Sua Vida em Pleno disponibiliza informação sobre o programa Stepping Stones do CHEP a famílias, empresas, comunidades e grupos religiosos. Games for Life é uma brochura que dá informação geral sobre o CHEP e a Unidade das Crianças e Jovens. Também explica o programa Jogos para a Vida, bem como a forma como as actividades desportivas são organizadas e as lições aprendidas através dos Jogos. A Unidade das Crianças e Jovens dá informação sobre a Unidade: o seu objectivo, grupo-alvo, actividades, resultados, desafios e contactos. Explaining CHEPdá informação geral sobre o CHEP, tais como a declaração de missão, metas principais, estratégias, actividades e contactos. Algumas destas brochuras estão disponíveis. Por favor veja Materiais Disponíveis no fim deste capítulo. Pequenos L/vros O que Todos Deveriam Saber Sobre DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) é um pequeno livro de 12 páginas que dá informação sobre DST e sobre o HIV/SIDA, como são ou não transmitidos; como saber se uma pessoa tem uma DST; o que fazer quando se suspeita de uma infecção de DST; como prevenir-se de DST e do HIV/SIDA; e onde adquirir preservativos. Este pequeno livro está disponível. Por favor veja Materiais Disponíveis no fim deste capítulo. As pessoas jovens têm atitudes negativas em Folha de Factos relação ao VCT. A maioria deles pensam que "Confira os Seus Factos!" dá respostas se lhes fosse diagnosticado o VIH iriam ficar a algumas das perguntas sobre o HIV/SIDA. marcados, ou seja, os outros quando As perguntas incluem: passassem por eles iriam olhar para o chão. * O que é o VIH? Edward Mupotola, coordenador do programa 'dentro da escola 'do CHEF 282 Seçcão 3: Zâmbia * Como o VIH afecta o corpo? * Oqueéa SIDA? * O que é o teste de VIH? * Como se é infectado pelo VIH? * O que é um comportamento de alto risco? * Como é que o vírus não é transmitido? Podem os mosquitos transmitir VIH? Esta folha de factos está disponível. Por favor veja Materiais Disponíveis no fim deste capítulo. O Conjunto de Materiais sobre Género e Sexualidade (Gender and Sexuality Toolkit da International HIV/AIDS Alliance e ZIHP 2001) é um guia que fornece vários instrumentos que facilitam as discussões interactivas e participativas sobre assuntos relacionados com género e sexualidade com os jovens. O CHEP organizou vários seminários para jovens, professores, e educadores de pares/colegas que usando estes materiais. Materiais de Formação do Pessoal * Gender and Sexualíty Toolkit (veja em cima). Manual de Formação para Educadores de pares/colegas: o CHEP desenvolveu um manual para a formação de educadores de pares/colegas. Este manual é usado em todas as acções de formação com jovens e adultos. * Módulos de Formação i-íO: Estes módulos foram desenvolvidos pela Universidade do Zimbabwe e Universidade da Zâmbia. * Formação para Transformação: Um programa de formação para trabalhadores da comunidade desenvolvido no Zimbabwe, baseado no pensamento original de Paulo Freire sobre o desenvolvimento de uma consciência crítica, juntamente com o desenvolvimento das capacidades necessárias para uma nova sociedade, especialmente capacidades de relacionamento. * Stepping Stones. Um pacote de formação elaborado por Alice Welbourn em 1995 sobre HIV/SIDA, assuntos de género, comunicação e capacidades de relacionamento. De acordo com o conceito de Stepping Stones, quando as pessoas frequentam uma série de módulos de formação, aumentam progressivamente a sua auto confiança e empenhamento. À medida que ficam mais confiantes em si mesmas com o aumento dos níveis de formação e conhecimento, podem falar mais abertamente sobre as suas vidas privadas e inclusivamente sobre aspectos de sexualidade e reprodução. • Participatory Approaches in HIV/AIDS Community Work- A Facilitator's Guide (Abordagens Participativas no Trabalho com as Comunidades sobre o HIV/SIDA: um Guia do Facilitador): Este guia desenvolvido no Zimbabwe, oferece informação básica sobre a história e princípios das abordagens participativas e capacidades de facilitação. Este guião explica vários instrumentos, no contexto das abordagens participativas, que podem ser usados na educação sobre o HIV/SIDA e inclui directrizes claras sobre a sua utilização prática. Vários outros manuais são também usados na formação de recursos humanos. Por favor contacte o CHEP (informação de contacto na parte D deste capítulo) para informação adicional sobre estes títulos: 283 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA O Programa de Acção sobre SIDA nas escolas do Zimbabwe; . Educação de Competências para a vida nas Escolas, publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)- Programa Global de SIDA (Global Programme on AIDS - GPA) em 1994; * O manual de formação sobre o género da Oxfam - Competências para a vida e Desenvolvimento, também publicado em 1994; . Educação para a saúde para prevenir a SIDA e as DST, um pacote de recurso produzido pela OMS e UNESCO em 1994. Selecção de Pessoal e Formação O próprio pessoal do CHEP conduz a maioria das acções de formação para implementação dos programas (escolhem os educadores de pares/colegas, matronas e patronos, trabalhadores de saúde e conselheiros). Porém, alguns workshops de formação para os trabalhadores de saúde são administrados em colaboração com a equipa distrital de gestão da saúde (District Health Management Team - DHMT) e com o Conselho de Aconselhamento da Zâmbia. A formação dos trabalhadores de saúde e educadores de pares/colegas normalmente dura duas semanas, enquanto que a dos conselheiros dura cerca de seis semanas. O CHEP organiza vários workshops de formação diferentes para o seu pessoal e para os membros da comunidade. Formação dos Educadores de pares/colegas Os workshops de formação para educadores de pares/colegas duram normalmente uma a duas semanas. Depois da formação inicial, uma segunda formação é dada depois de seis meses. Os educadores de pares/colegas são formados através do manual de educação por pares desenvolvido pelo CHEP e dos Módulos de Educação 1-10 desenvolvidos pelos grupos de apoio ao projecto da Universidade da Zâmbia e Universidade do Zimbabwe (Project supportgroups - PSGs). Os educadores de pares/colegas são formados nos seguintes temas: í introduções às abordagens de pares; * factos básicos sobre HIV/SIDA e DST; * utilização de preservativos; . planeamento familiar; * preocupação e tratamento de pessoas que vivem com o HIV/SIDA; * normas comunitárias sobre a imagem "ideal" dos rapazes e raparigas; * sexo e sexualidade; * adolescência; . avaliação dos riscos do HIV/SIDA; • competências para a vida (resolução de problemas, tomada de decisões, pensamento crítico, pensamento criativo, capacidades de relacionamentos inter-pessoais); • empenhamento; * assistência externa à escola e os seus elementos; * metodologias participativas e interactivas. 284 Seçcão 3: Zâmbia Workshops sobre Sexualidade e Género Desde Julho de 2001, o CHEP organizou vários workshops sobre sexualidade e género para estudantes, professores e educadores de pares/colegas. A formação dura entre uma a duas semanas. Aproximadamente 150 pessoas foram formadas. Os formadores são pessoal do CHEP já formado em assuntos sobre a sexualidade e género. As formações são levados a cabo em escolas e comunidades, pelo menos duas vezes por mês. O Guia do Facilitador sobre Práticas Participativas no Trabalho sobre o HIV/SIDA: Género e Sexualidade nas Vidas dos Jovens Rapazes (Facilitators' Guide to Participatory Practice in HIV/AIDS Work. Gender and Sexualíty in Young Men's Lives) providencia vários instrumentos para facilitar as discussões interactivas e participativas com jovens, sobre assuntos relacionados com género e sexualidade. Apesar destes instrumentos terem sido originalmente desenvolvidos para serem usados com jovens rapazes, o CHEP considerou que a maioria deles são satisfatórios para uso com ambos os sexos. Os instrumentos foram desenvolvidos pela International HIV/AIDS Alliance e ZIHP. Um exemplo de como um dos instrumentos é usado é descrito em baixo: _ _ _..E. =o l Objectivo: entender os custos e benefícios da aceitação ou resistência aos estereótipos de género. Instruções: a Discutir os vários perfis "típicos" de homens jovens e mulheres jovens (inclusive factores como idade, classe, estado social, etnia, nível educacional, estado de emprego, estado matrimonial, identidade sexual, localização rural/urbana, afiliação religiosa e assim por diante). * Formação de pequenos grupos para cada um trabalhar sobre um jovem típico. Pedir a cada pequeno grupo para: - desenhar o esboço de um corpo no solo ou num pedaço grande de papel e uma caixa ao redor do corpo. Esta é a caixa do género. - na caixa, escrever, desenhar e marcar todos os estereótipos de género sobre esta pessoa (incluindo como ele ou ela deveria olhar e se comportar, os papéis dela/dele, responsabilidades e expectativas, e assim por diante). - fora da caixa, escrever, desenhar e marcar todas as coisas que serão ditas e acontecerão a essa pessoa caso esta pessoa pise "fora da caixa"- noutras palavras, se não se conforma com o estereótipo. * Juntar os grupos novamente para compartilharem as caixas do género. Discuta e escreva os custos e benefícios de ficar dentro ou pisar fora destes caixas do género. * Conduza uma discussão geral sobre os estereótipos de género, a sua influência sobre a SSR e em como os estereótipos podem ser desafiados para melhorar a SSR. Perguntas para discutir: * Quais as principais diferenças entre as caixas do género para homens e para mulheres? . Como é que os estereótipos de género são afectados por outros factores? 285 Um Manual de Programas de Prevençso Contra o HIV/SIDA * Como é que as pessoas são pressionadas para se conformarem com os estereótipos de género? • Quais são os principais custos se ficar "na caixa?" Quais as diferenças entre estes custos para homens e mulheres? Como é que estes custos se relacionam com a SSR? * Quais são os principais benefícios de pisar "fora da caixa?" Quais as diferenças entre estes benefícios para homens e mulheres? Como é que estes benefícios se relacionam com a SSR? Educadores do CHEP, oficiais de campo, educadores de pares/colegas e supervisores recebem formação e cursos de reabilitação regularmente. Para além disso, podem assistir a vários outros cursos de acordo com as suas necessidades e interesses. Estes cursos incluem 'Training for Transformatíon' ("Formação para a Transformação`, "Stepping Stones', 'Peer Counse/lling'("Aconselhamento de Pares'%, "ParticipatoryApproaches in HIV/SIDA Community WorK' (Abordagens Participativas no Trabalho com as Comunidades sobre o HIV/SIDA9, " Youth-Friendly Health Services for Health Workers" (Serviços Amigos de Saúde para os Jovens) e "Matron/Patron Training for Teachers" (Formação de Matrona/Patrono para os professores). O CHEP organiza sessões de formação em serviço uma vez por mês para todo o pessoal a trabalhar em part-time e a tempo inteiro. Aqueles que assistiram a workshops diferentes compartilham a aprendizagem com o restante pessoal. Como resultado desta formação em serviço o pessoal do projecto está bem informado sobre uma variedade de áreas técnicas tais como a prevenção do HIV/SIDA e trabalho comunitário. Estabelecimento do Programa Uma vez que os programas dentro da escola têm muitas componentes, descrever o estabelecimento de cada uma delas está para além do âmbito deste relatório. Para obter informação adicional, por favor contacte a Unidade das Crianças e Jovens do CHEP ou o coordenador de programas dentro da escola. (Veja informação de contactos na Parte D deste capítulo.) Recursos do Programa O CHEP tem um escritório de recursos, aberto durante as horas de trabalho a todos os interessados em materiais educacionais do CHEP. Este escritório contém livros diferentes, relatórios, folhetos, vídeos e assim sucessivamente, relacionados principalmente com a SSR e saúde em geral. Advocacia O trabalho de advocacia tem sido um elemento fundamental da estratégia do CHEP desde o seu começo. O conhecimento, atitudes e capacidades da comunidade em geral são vistos pelo pessoal do programa como factores importantes que afectam e influenciam o comportamento sexual das crianças e jovens destas comunidades. Deste modo, o seu envolvimento é importante na formação de comportamentos sexuais seguros entre os jovens. 286 Seçcão 3: Zâmbia A Unidade das Crianças e Jovens implementou En . campanhas de sensibilização sobre assuntos específicos tais Entender a audiencia ou como a prevenção e mitigação da pornografia infantil, grupo-alvo e envolve-los no relações sexuais entre professores e alunos, abolição das processo de conceprão de propinas no ensino primário, formação de escolas para as saúde é a chave de uma crianças vulneráveis da comunidade e trabalho infantil. Estas educação para a saúde bem campanhas tinham como alvo líderes políticos, líderes sucedida. Quando cívicos, polícias, professores, administradores escolares e o concebemos novos materiais, público em geral, incluindo os jovens. As outras duas perguntamo-nos primeiro unidades de programa do projecto CHEP envolvem cinco perguntas básicas: activamente os líderes cívicos, os chefes e líderes 1. A quem são dirigidos os tradicionais, polícias, os curandeiros tradicionais e os líderes materiais? religiosos. 2. Que comportamento O CHEP é um membro de uma força organizada pela estamos tentando DHMT para combater a SIDA no distrito. Membros de várias 3. Que informação solicita outras organizações e o governo participam em reuniões o grupo-alvo? onde compartilham os seus planos e ideias relacionadas com 4. Que apelo emocional é o trabalho que incide no HIV/SIDA. mais provável de cativar o grupo-alvo? Finanças do Programa 5. Através de que canal de O orçamento total para 1996 foi de USD$347,250, comunicação, ou incluindo a contribuição da UNICEF de USD$50,000. O combinação de canais, trabalho do IEC (serviços de apoio, programa IEC, media) podera a informação recebeu 68.5 por cento da quantia total. A quantia restante ser comunicada ao foi utilizada para os seguintes custos: geral (18 por cento), grupo-alvo? a equipamento importante e manutenção (8 por cento), perguntas determinam os monitorização e pesquisa (1.5 por cento), conferências e conteúdos e apresentação reuniões (4 por cento). dos materiais e o modo como Os principais parceiros de cooperação do CHEP são a são disseminados aos vários NORAD, a Ajuda Cristã, a Agência Canadiana de grupos-alvo cujos Desenvolvimento Internacional (Canadian International conhecimentos, atitudes e Deve/opment Agency - CIDA), o Programa de Formação da comportamentos tentamos África do Sul, UNICEF, os Países Baixos e o Programa influenciar. l Zambiano de Capacitação Institucional na área da Educação V Chandra Mouli,H (Zambian Educational Capacity Buílding Program - ZECAB). O fundadordo CHEF apoio da NORAD, Ajuda Cristã e dos Países Baixos é a longo prazo, renovável depois da implementação próspera de cada plano de três anos. Os outros donativos têm uma base anual. Os custos por criança por ano não estavam disponíveis. 287 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções • No início do projecto, as mensagens baseavam-se no medo, como em muitos outros países. Porém, o pessoal percebeu desde logo que este tipo de mensagem servia para fortalecer o estigma associado ao HIV/SIDA e, desse modo, desencorajava as pessoas de fazer o teste ou admitir que estavam infectados com o VIH aos parceiros sexuais. As mensagens baseadas no medo também tiveram o efeito não intencional de deixar muitas pessoas ansiosas, amedrontadas e até mesmo irritadas porque estavam impossibilitadas de responder efectivamente à ameaça que a SIDA representava para a sua própria saúde e sobrevivência. Tais mensagens também podem ter reforçado os sentimentos negativos de muitas pessoas em relação àqueles infectados pelo HIV/SIDA. As mensagens baseadas no medo foram retiradas e foram concebidas novas mensagens que promovem valores e atitudes positivas. * Inicialmente, as mensagens do CHEP baseavam-se na comunicação unilateral. As necessidades dos grupos-alvo não foram nem pesquisadas nem levadas em conta. Posteriormente, o CHEP tornou-se mais sensível e atento às necessidades do público através do contacto directo e inter-pessoal. Isto foi possível, por exemplo, através de sessões de perguntas e respostas durante os workshops e aulas. Por este meio obteve-se informação acerca do conhecimento que as pessoas, nos vários grupos, já detinham sobre o HIV/SIDA e que sentimentos tinham em relação à doença. Por outro lado, também ficou claro que existiam grandes e importantes diferenças de um grupo para o outro em relação ao conhecimento, preocupações e medos relacionados com o VIH/AIDS. Deste modo, o CHEP começou a adaptar os conteúdos e apresentações dos materiais aos conhecimentos, preocupações e medos das audiências particulares-grupos-alvo-em vez do público em geral. O envolvimento da audiência ou grupo-alvo no processo de concepção das mensagens e materiais de saúde (por exemplo, através de pré-testes) é a chave de uma educação para a saúde com sucesso. * Formar os jovens como educadores de pares/colegas e inclui-los no comité executivo dos Clubes Anti SIDA de cada classe em cada escola assegura a continuidade das actividades dos clubes, até mesmo depois da graduação em níveis superiores. * A falta de incentivos, financeiros ou não financeiros (T-shirts, distintivos, certificados, logísticas de transporte, etc.) pode resultar na perda de voluntários como educadores de pares/colegas, especialmente entre os jovens fora da escola e graduados. * O CHEP levou a cabo uma pesquisa a nível nacional dos Clubes Anti-SIDA na Zâmbia (mas não nos próprios clubes). Com esta pesquisa conclui-se que ao invés de fornecerem, como esperado, uma educação às crianças das escolas, estes clubes tendem a marginalizar os jovens das escolas e encorajar a estigmatização no seu seio... Uma falha significativa dos clubes Anti-SIDA é que não chegam aos jovens com maior risco de contágio pelo VIH. Um problema é que os patronos seleccionam frequentemente como membros os alunos que consideram ter o "melhor" comportamento (por exemplo: eles não se envolvem em quaisquer actividades sexuais). 288 Seçcão 3: Zâmbia Apesar de estes jovens poderem indubitavelmente beneficiar como membros dos clubes e poderem agir como um modelo positivo para os seus pares, também é vital incluir alunos actualmente sob maior risco de infecção pelo VIH e outras IST. . Desde que o CHEP interveio nos Clubes escolares Anti-SIDA, com uma estratégia de ter sessões sobre o HIV/SIDA em todas as classes (em algumas das escolas) e workshops com os professores para poderem facilitar as sessões de HIV/SIDA, todos os alunos estão envolvidos na luta contra o HIV/SIDA. Os membros dos Clubes Anti-SIDA podem compartilhar mais informação com alunos que não sejam membros e fazer circular materiais uniformemente. * Os jovens gostam de programas amigos de educação sobre saúde juvenil. Isto é evidente através dos Jogos para a Vida, nos quais os jovens participam activamente no futebol, netball e outros desportos. Como consequência, os jovens estão mais dispostos a vir ao centro do CHEP para recolher informação sobre educação para a saúde. Avaliação A Unidade das Crianças e Jovens leva a cabo monitorizações e avaliações contínuas das actividades. Os jovens são activamente envolvidos no planeamento, monitorização, avaliação e todos os aspectos de pesquisa relacionados com as suas actividades. A unidade assegura que o trabalho é revisto semanalmente. Os educadores de pares/colegas prestam contas sobre as suas actividades ao oficial da unidade preenchendo semanalmente folhas de monitoria. O CHEP realiza três níveis de monitorizações e avaliações: efectividade do programa, efectividade do processo e efectividade do impacto. São usados métodos de pesquisa quantitativos e qualitativos, envolvendo a observação, discussões dirigidas de grupo, questionários, entrevistas individuais entre outros. Os programas e abordagens do CHEP são revistos constantemente e são adaptadas como um resultado deste trabalho. Reuniões de Revisão Participativas do Planeamento Anual Cada ano, o pessoal do CHEP e os parceiros de cooperação vêm de toda a província de Copperbelt para participarem na reunião anual de revisão participativa do planeamento. Estas reuniões são organizadas para rever as actividades anuais e estratégias empreendidas pelo CHEP na prevenção e mitigação do impacto do HIV/SIDA na população de Copperbelt. As reuniões discutem sucessos, desafios e oportunidades de crescimento como também as fraquezas da organização. O objectivo principal destas reuniões é planear estratégias apropriadas para o ano seguinte. Estudo de Base, 2001, Uma das exigências fundamentais dos doadores do CHEP é a monitorização contínua e avaliação do impacto das actividades do CHEP nos seus grupos-alvo. Isto implica um exame contínuo, no fim do período de implementação, dos indicadores para medir o desempenho dos programas. Além disso, é do interesse do CHEP avaliar o impacto das suas actividades e identificar as melhores práticas, com o objectivo de melhorar o desempenho para além de maximizar o impacto dos seus programas de educação para a saúde e de desenvolvimento da 289 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA comunidade entre os grupos vulneráveis e marginalizados agrupados da província de Copperbelt. Neste contexto, o CHEP adjudicou à Bravo Development Corporation Limited para um estudo base dos programas chave implementados pelas suas três unidades. O objectivo global do estudo era melhorar o planeamento, monitorização e sistemas de avaliação do CHEP, através da revisão e desenvolvimento de indicadores de desempenho qualitativos e quantitativos das suas actividades. Os resultados do estudo serão um valioso ponto de referência que levarão as três unidades do CHEP a centrarem-se mais na implementação contínua da educação para a saúde e outras iniciativas de desenvolvimento das comunidades da província de Copperbelt na Zâmbia. Por favor veja o apêndice 2 deste capítulo para obter informações sobre o plano de monitorização dos jovens, dentro e fora da escola, do CHEP. Pontos de referência da UNAIDS Pontos de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem como Os jovens estão activamente envolvidos nas um principiante que já sabe, sente e diferentes fases do programa: eles pode agir no que respeita a um participam na reunião anual de revisão desenvolvimento saudável e a uma participativa do CHEP; as suas ideias estão desenvolvimento ~~~~~~~~~incorporadas nos planos finais do programa; prevenção relacionada com o VIH / todas as actividades do programa são SIDA. planeadas e realizadas pelos educadores de pares/colegas formados, com a ajuda de matronas ou patronos formados e o pessoal do CHEP; são envolvidos no desenvolvimento dos materiais e foram activamente envolvidos na monitorização e avaliação das actividades do programa. 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente Os objectivos e as estratégias do comuns no grupo de principiantes e conseguido programa são específicos para a nas respostas que são adequadas e idade e género (desde 2002). Os dirigidas ao grupo. assuntos de género relacionados com a SSR foram abordados através de workshops sobre sexualidade, género e SCI. O programa também tem como alvo pré-adolescentes (estudantes das escolas pré-primárias e primárias), enfatizando a formação dos comportamentos através de valores e capacidades conducentes a práticas sexuais seguras em anos posteriores. As necessidades dos jovens sexualmente activos com menos de 15 anos não são bem respondidas. Eles não recebem informações sobre 290 Seçcão 3: Zâmbia práticas sexuais mais seguras, como o uso de preservativo. (Os estudos de base e observações feitas pelo educadores de pares/colegas e outro pessoal indicam claramente que alguns dos jovens inicia práticas sexuais antes dos 15 anos). A pressão dos pares é normalmente discutida com os jovens. Os jovens tem citado esse facto como um problema comum que afecta o seu comportamento. O ensino das competências para a vida tem como objectivo que as crianças e jovens saibam lidar com as pressões quotidianas (incluindo pressão dos pares). 3 Inclui não só conhecimento mas O programa aborda o conhecimento, também atitudes e competências atitudes e capacidades na tentativa necessárias à prevenção. de ajudar os jovens a formar padrões de comportamento sexuais saudáveis. O enfoque principal do programa é a mudança de atitudes e o ensino a crianças e jovens de novas capacidades que incluem o empenhamento, auto-consciência e auto-confiança, tomada de decisões, negociação, comunicação, resolução de problemas e a recusa. 4 Compreende o impacto dos O CHEP reconhece o impacto que os relacionamentos nas mudanças relacionamentos podem ter na comportamentais e reforça valores '4 mudança de comportamentos. O sociais positivos. projecto encoraja os jovens e crianças a mudar o seu comportamento através da educação por pares, debates, discussões, etc., que ajudam a reforçar os valores sociais positivos e encorajam os jovens a trabalharem juntos. 5 Baseia-se na análise das O programa dentro da escola do necessidades dos principiantes e CHEP baseia as suas estratégias e numa avaliação mais alargada. N actividades nas necessidades das crianças e jovens. O programa leva regularmente a cabo inquéritos sobre KAP e KASH para descobrir as necessidades e problemas actuais dos jovens relativamente à SSR. 291 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 6 Possui formação e apoio continuado Todos os educadores de para professores e outros pares/colegas receberam formação fornecedores de serviços. N em educação por pares que normalmente dura entre uma a duas semanas. Depois da formação inicial, uma segunda formação é normalmente dada seis meses depois. Quase todos os educadores entrevistados tiveram três ou mais formações. Todo o pessoal é formado e recebe cursos de actualização e formação adicional. São também disponibilizadas instalações por forma a que o pessoal se possa encontrar para discutir a progressão do programa e oferecer conselhos e apoio. 7 Utiliza estratégias e actividades de A maioria das crianças e jovens têm aprendizagem múltiplas e falta de instalações de participativas. entretenimento na Zâmbia. O CHEP respondeu a esta necessidade concebendo os programas de educação-entretenimento e Jogos para a Vida. A maioria dos métodos de aprendizagem usados pelos educadores são interactivos e participativos. Eles incluem o dramatizações, debates, códigos de imagens, representações, discussões de grupo dirigidas, quebra-cabeças, poemas, canções e aconselhamento. 8 Envolve a comunidade em sentido Parcialmente O envolvimento da comunidade em amplo. conseguido sentido lato nas actividades do programa é encorajado activamente. De acordo com o coordenador, a formação e mudança dos comportamentos acontecem dentro da comunidade. O conhecimento, atitudes e as capacidades que as pessoas têm ou não têm na comunidade, tem implicações óbvias no comportamento das crianças ou jovens. Deste modo, envolvendo a comunidade em sentido lato nos programas de SSR promovem-se mudanças na comunidade. No entanto, o programa dentro da escola não atinge directamente a comunidade em sentido amplo. Isto acontece em parte porque os outros projectos se centram 292 Seçcão 3: Zâmbia especificamente nesta área. Além disso, outros programas do CHEP direccionam-se directamente aos membros da comunidade (líderes da comunidade, líderes cívicos, líderes e membros de grupos religiosos, etc.) 9 Garante a sequência, progressão e Parece haver continuidade na continuidade das mensagens. promoção das mensagens. Uma N larga variedade de materiais que as crianças podem usar são distribuídos para poderem continuar a melhorar os seus conhecimentos. 10 Está colocado num contexto Não se O HIV/SIDA ainda não faz parte do adequado no currículum escolar. aplica curriculum escolar em todas as escolas na Zâmbia. Deste modo, o trabalho feito pelo CHEP em algumas áreas é a única exposição que as crianças têm à informação sobre HIV/SIDA. 11 Dura um período de tempo O programa CHEP existe hà 14 suficiente para realizar as metas e anos. Os objectivos e estratégias os objectivos do programa. N mudaram com o passar do tempo. Novos grupos-alvo foram incluídos, tal como órfãos, crianças com necessidades especiais em escolas e mães adolescentes. 12 É coordenado com um programa de Não se A abordagem do CHEP ainda não educação para a saúde mais aplica parece estar completamente alargado. coordenada dentro do programa geral de educação para a saúde. Presentemente, a maioria das actividades do CHEP são complementares aos programas e iniciativas escolares. 13 Contém mensagens factualmente Os materiais de IEC, outros correctas e consistentes. materiais e conteúdos dos N workshops são regularmente actualizados, desenvolvidos e adaptados de acordo com o feedbackdos cursos e resultados das pesquisas e avaliações. 14 Obteve apoios políticos através de O CHEP colabora activamente com uma intensa campanha para outras organizações locais, nacionais ultrapassar barreiras e expandir-se. 4 e internacionais e departamentos governamentais, tais como o CINDI (Children in Distress Projecto - Projecto de Crianças em Angústia), 293 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Friends of Street Kids (Amigos das Crianças de Rua), o Salem Project (Projecto Salem), a Diocese Católica, a Society for Family Health (Sociedade para a Saúde Familiar), o Lions Club (Clube dos Leões), a FACTMutare(Zimbabwe), Heartand Lung Association da Noruega (Associação do Coração e Pulmões), DHMTe o NationalAIDS Councíl (Concelho Nacional de Luta contra a SIDA). 15 Retrata a sexualidade humana como De acordo com o coordenador de uma parte natural e saudável da programa, a sexualidade é vida e não é depreciativo em relação V projectada como um conceito que ao género, raça, etnia ou orientação inclui todos os aspectos das vidas sexual. sexuais das pessoas, incluindo os desejos, identidade, medos e histórias passadas. Os assuntos relacionados com a sexualidade são discutidos nos workshops de formação dos educadores de pares/colegas, como também em outras formações. A homossexualidade é discutida com os educadores de pares/colegas durante a sua formação (respeitando as identidades sexuais uns dos outros e os seus direitos sexuais e reprodutivos). 16 Inclui monitorização e avaliação. A monitorização e avaliação do programa e do seu impacto é regularmente realizada, nomeadamente, os educadores de pares/colegas registam as suas actividades semanalmente; a unidade procede à monitoria das suas actividades trimestralmente (usando o plano de monitorização); e o CHEP realiza workshopsde revisão semestrais e anuais. 294 Seçcão 3: Zâmbia PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos Contactos: Sr. Alick Nyirenda, director executivo do CHEP Sra. Evelyn Lumba, responsável pela Unidade das Crianças e Jovens Sr. Edward Mupotola, Coordenador do programa 'dentro da escola' Endereço do CHEP: 8 Diamond Drive Kitwe, Zâmbia, Endereço postal: P.O. Caixa 23567 Kitwe, Zâmbia, Telefone: +260-(0)2-229512 Fax: +260-(0)2-222723 Telemóvel: +26096901965 E-mail: chep@zamnet.zm ou alick@zamnet.zm Sítio na Web: http://www.chep.org.zm Colaboradores no Relatório Este relatório foi preparado por Anne Salmi, com mestrado em, Desenvolvimento Internacional e da Educação: Promoção da Saúde. Anne é uma consultora independente que vive e trabalha na Zâmbia (e-mail: annesalmi@yahoo.com). A elaboração do relatório foi coordenada por Michael J. Kelly, com mestrado e doutoramento em Psicologia Educacional. O Michael já trabalhou extensivamente na área de prevenção do VIH/AIDS na Zâmbia e está actualmente baseado na Universidade da Zâmbia (e-mail: mjkelly@zamnet.zm). O relatório foi editado por Katie Tripp. Agradecimentos a todo o pessoal do CHEP, especialmente: Sr. Nyirenda Alick, director executivo Sra. Theresa Simwanza, administradora de escritório Sra. Evelyn Lumba, gestor e responsável pela Unidade das Crianças e Jovens Sr. Mupotola Edward, coordenador do programa 'dentro da escola' Sra. Chileshe Cecilia, oficial de campo do programa 'dentro da escola' Doze membros do Clube Anti-SIDA e a matrona da Escola Primária de Matete Quatro educadores de pares/colegas da Escola Secundária Helen Kaunda 295 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Catorze educadores de pares/colegas voluntários do CHEP Materiais disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzeriand. Estudo Base, Outubro de 2001, (Número de encomenda: CHEP01) 'Needs Assessment of Adolescent Reproductive H -Copperbelt Provínce - Zambia' ("Avaliação das Necessidades dos Adolescentes em termos de Saúde Reprodutiva -Província de Copperbelt-na Zâmbia" ) (Número de encomenda: CHEP02) Working with Young People: A Guide (Trabalhando com Pessoas Jovens: UM Guia) (Número de encomenda: CHEP03) Person to Person: Communication in HIV/AIDS Prevention (peer approaches) (Pessoa para Pessoa: Comunicação sobre Prevenção do VIH/AIDS - abordagens de pares) (Número de encomenda: CHEP04) 'Peer Education Training Workshop for In-School Youth 2001' (" Workshop de Formação de Educadores de pares/colegas para Jovens na Escola 2001"`) (Número de encomenda: CHEPO5) Peer Education Training Manual (Manual de Formação de Educadores por Pares) (Número de encomenda: CHEP06) ParticipatoryApproaches in HIV/AIDS Community Work: A Facilitator~s Guide (Abordagens Participativas no Trabalho Comunitário sobre o VIH/AIDS: Guia do Facilitador) (Número de encomenda: CHEP07) 'Report on the Annual Participatory Review Meeting' ("Relatório da Reunião Anual de Revisão") (Número de encomenda: CHEP08) Annual Participatory Review Workshop, November 1999' (f Workshop Anual de Revisão, Novembro de 1999") (Número de encomenda: CHEP09) 296 Seçcão 3: Zâmbia 'Evaluation of HIV/AIDS Education Through Entertainment'(Edu-tainment Initiative), July 2001' ("Avaliação da Educação sobre o VIH/AIDS através do Entretenimento" (Iniciativa de Educação-Entretenimento), Julho de 2001") (Número de encomenda: CHEPl0) Annual Planning Meeting 2002: Chlld and Youth Focused Unit' ("Reunião Anual de Planificação 2002: Unidade das Crianças e Jovens") (Número de encomenda: CHEP11) Annual Report 2000: Chi/d and Youth Focused Programme' ('Relatório anual 2000: Programa centrado nas Crianças e Jovens') (Número de encomenda: CHEP12) Narrative and Financial Reports for the Period January to December 2001 (Relatórios Financeiros e Descritivos do Período de Janeiro a Dezembro de 2001) (Número de encomenda: CHEP13) All Against AIDS: Strategies for Hope (Todos Contra a SIDA: Estratégias para a Esperança) (Número de encomenda: CHEP14) Panfletos: 'WhatEveryoneShould KnowAboutSTDs'("O que todos deveriam saber sobre DST") 'Prevention, Care, Openness: Community Focused Unit ("Prevenção, Cuidado, Abertura: Unidade Centrada na Comunidade"") 'Self-Control: Owning Yourse/f ("Auto-Controlo: Seja seu Dono") 'Shyness: No! They Will Laugh atNe... '("Timidez: Não! Eles Vão Rir de Ne...") 'Explaning CHEP'("Explicando o CHEP") Decision and Choice Making'(Tomada de Decisões e Fazer Escolhas") 'Young People First'("Os Jovens Primeiro") 'Young People: A Force for Change'("Os jovens: Uma Força de Mudança'" 'Games for Lífe: Fighting AgainstAIDS the Sportive Way'`("Jogos para a Vida: Lutando Contra a SIDA através do Desporto") 'Check YourFacts! (Confira os Seus Factos!") 'MenAgainstAIDS("Homens Contra a SIDA") 'Self-Awareness, Self-Esteem, Self-Actualízatíon, Self-Confidence ("Auto-consciência, Auto- estima, Actualização Própria, Auto-confiança") (Número de encomenda: CHEP15) 297 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 1: A INICIATIVA DE COMUNICAÇÃO SARA A Iniciativa de Comunicação Sara (Sara Communication Initiative - SCI) usa uma abordagem multimedia dentro do contexto mais largo de mobilização social, advocacia e comunicação de programa. O pacote existente consiste num filme animado, um livro cómico, o guia do utilizador, uma brochura, um cartaz e uma série de rádio sobre as actividades da Sara. Esta iniciativa multimedia procura evitar a discriminação contra as mulheres no acesso à educação, saúde e serviços sociais e reforçar o desenvolvimento das capacidades psicossociais das raparigas. Antes da criação da SCI, foi levado a cabo um levantamento das necessidades na África oriental e meridional que identificou vários problemas das raparigas adolescentes. A meta global da SCI é promover os direitos da criança e apoiar a sua implementação e realização, com ênfase especial para as meninas adolescentes na África oriental e meridional e em outras partes da África Sub-Saariana onde os materiais são considerados aceitáveis e apropriados. Os objectivos principais da SCI são: * apoiar iniciativas de advocacia para a redução das disparidades existentes; * apoiar a mobilização social das raparigas; * apoiar o desenvolvimento de um símbolo positivo e modelo dinâmico para * as raparigas; . comunicar mensagens específicas sobre: - direitos, - educação, e - saúde e nutrição. Os temas e direitos destacados na série de sete episódios da Sara são: * O Presente Especial: sobre as raparigas que ficam na escola e o seu direito à educação e não discriminação; * Sara Salva o Amigo: sobre o assédio sexual e o HIV/SIDA; o direito à protecção perante a exploração sexual, rapto e violência; e o direito à saúde e educação; * Filha de uma Leoa: sobre a mutilação genital feminina e o direito à saúde e protecção contra as práticas tradicionais prejudiciais; * A Armadilha: sobre "os pais doces," o HIV/SIDA e o direito à protecção perante a exploração e abuso sexuais; * Escolhas: sobre a gravidez na adolescência e a continuação da educação, relacionamentos positivos na adolescência, prevenção do HIV/SIDA e o direito à educação e saúde; * Quem é o Ladrão?: sobre o trabalho doméstico infantil, o direito à protecção perante o trabalho forçado e explorador e o direito à educação; * O Composto Vazio: quebrar o silêncio sobre o HIV/SIDA e cuidar de órfãos, e o direito à vida e à sobrevivência e desenvolvimento máximos. 298 Seçcão 3: Zâmbia APÊNDICE 2: PLANO DE MONITORIA Componentes do Indicadores de Fonte de Frequência Programa Implementação Informação Advocacia Número de escolas Registos do projecto A cada quatro implementando educação na escola meses sobre SSR e HIV/SIDA Número de comunidades Registos dos que participam nas educadores pares actividades de prevenção juvenil Formação Número de educadores Registos do projecto Mensalmente de pares/colegas na escola formados a trabalhar Número de matronas e Escola patronos formados a trabalhar Actividades dos Número e tipo de Registos do projecto Mensalmente educadores de actividades informais na escola pares/colegas implementadas Número e tipo de actividades formais implementadas Números de grupos-alvo alcançados (mulheres e homens) e tipos de actividades Número e tipo de materiais IEC distribuídos Organizando outros Número de jovens Registos dos Cantos Mensalmente serviços (VCT, IST, referenciados às clínicas Amigos dos Jovens tratamento, pelas escolas e Cantos preservativos) Amigos dos Jovens Número de jovens Registos clínicos tratados por IST Número de jovens Registos do projecto aconselhados sobre na escola práticas sexuais seguras Número de jovens que recebem preservativos Número de jovens aconselhados sobre abuso sexual/violência ou referenciados à unidade policial de apoio à vitima 299 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 3: PASSOS PARA UMA REUNIÃO ANUAL DE REVISÃO Performance Passada * Olhar novamente para as metas da organização, objectivos, estratégias, actividades, etc. O que funcionou e o Avaliaço rque não funcionou e porquê? Avaliação Análise SWOT > Analisar os pontos fracos, fortes, as oportunidades e ameaças (SWOT) e proceder à reorientação apropriada. Identificação e > Quais os problemas que gostaríamos isolamento do problema de resolver? Seja específico. Grupo-alvo ou > Quem são os beneficiários do identificação dos programa, onde estão, como podem beneficiários e ser alcançados e a que horas, etc.? mapeamento Aspectos relacionados p Quão sustentáveis irão ser os com a sustentabilidade programas? Desenvolvimento do > Desenvolvimento de objectivos, 'logical framework' actividades, indicadores, papéis, $ responsabilidades, etc. Calendarização e planos > Desenvolvimento de planos detalhados de trabalho para obter os resultados das actividades que indiquem quando é s r ________ que cada actividade vai ser implementada Orçamento > Quanto é que isto irá custar? Não esquecer de orçamentar cada pequena coisa, incluindo o seu lápis. 300 Seçcão 3: Zâmbia Associação Zambiana para o Planeamento Familiar (Planned Parenthood Association of Zambia - PPAZ), Movimento Zambiano para a Vida Familiar (Famíly Lífe Movement of Zambia - FLMZ), e Associação Sueca para a Educação Sexual (RFSU): Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes em Kafue (Kafue Adolescent Reproductive Health Project - KARHP), Educação por pares Através de Clubes Familiares de Educação para a Vida" PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa Em 1995, o governo zambiano, com a ajuda e financiamento da Agência Sueca para o Desenvolvimento A educação por pares é Internacional, desenvolveu o Projecto Saúde Reprodutiva dos vista como tendo o Adolescente em Kafue (Kafue Adolescent Reproductive Health potencial para influenciar as ~~~~~ro ~~~~~~~~~~~~normas sociais e reforçar as Project - KARHP). O distrito de Kafue foi seleccionado pelo atitudes positivas e como Orgão Central de Saúde Zambiano (Zambian Central Board of sendo também um modo Health - CBoH)' porque engloba zonas rurais e urbanas, tem para ensinar as capacidades falta de programas de educação sexual e saúde reprodutiva necessárias para a (SSR) e por ser uma área de alto risco relativamente ao prevenção e redução do HIV/SIDA e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) risco de HIV/SIDA, IST, uma vez que está situada ao longo da estrada para o gravidezes de adolescentes, Zimbabwe e a África do Sul. Em 1996, a PPAZ, o FLMZ, a e abuso de drogas. Associação Cristã de Mulheres Jovens (Young Women's Coordenador do Christian Association - YWCA) e a Associação Sueca para a programa Educação Sexual -(Swedish7 Associatíon for Sexualíty Educatíon - RFSU) - levaram a cabo uma avaliação das necessidades. O objectivo principal era saber quais as atitudes dos adolescentes e os comportamentos relativos à SSR e que factores influenciavam estes comportamentos, no distrito de Kafue. Para além disso, também olhou para as instalações de saúde e educacionais disponíveis para adolescentes. Com base nos resultados da avaliação das necessidades, foi desenvolvida a estrutura e materiais do projecto e foi designado um coordenador de projecto para administrar o dia-para-dia do mesmo. O projecto teve início em 1997 em sete comunidades e nove escolas (duas primárias, cinco básicas e duas secundárias) e teve como alvo 10,700 adolescentes na escola. O foco 1O Órgão Central de Saúde Zambiano (Zambian Central Board of Health) é um corpo nacional administrativo técnico responsável pela provisão global e desenvolvimento dos serviços de saúde. 301 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA principal do programa eram os Clubes de Educação Familiar (Famíly Life Education - FLE - Clubs) nas escolas. Nestes clubes, os educadores de pares/colegas eram responsáveis por transmitir aos adolescentes mensagens sobre a sua SSR numa variedade de modos. Em finais de 1998, duas clínicas amigas dos jovens foram estabelecidas e em finais de 1999 duas mais ficaram operacionais. 1996 = . Avaliação das necessidades conduzido no distrito de Kafue. Donativo atribuído pela SIDA para três anos. Concepção do programa e desenvolvimento dos materiais em resposta aos resultados da avaliação das necessidades. 1997 = . Escolha do coordenador KARHP. Encontro com os líderes da comunidade e directores das escolas. * Formação sobre SSR dada ao grupo local principal. * Selecção e formação dos formadores pelo grupo principal. * Selecção e formação dos educadores de pares/colegas. * Início das actividades dos clubes FLE em nove escolas do distrito de Kafue. Escolha dos patronos e matronas pelos educadores de pares/colegas. * Resistência ao programa por parte de vários membros da comunidade. 1998 > . O envolvimento e participação da comunidade encorajou o combate à resistência. Formação dos patronos e matronas. . Duas clínicas de saúde tornaram-se clínicas de saúde amigas dos jovens. • Formação e sensibilização dos trabalhadores de saúde relativamente às clínicas de saúde amigas dos jovens. • Desenvolvimento dos materiais informativos, educativos e de comunicação (IEC). 1999 = . Assegurado financiamento adicional da SIDA. Mais duas clínicas de saúde tornaram-se clínicas de saúde amigas dos jovens. * Selecção e formação dos distribuidores da comunidade. * Selecção e formação dos educadores dos pais e dos mais velhos. 2000 = . Avaliação conduzida. Expansão do programa passando a cobrir 14 comunidades, 16 clínicas de saúde e 45 escolas do distrito de Kafue. * Produção de materiais de IEC. 2002 => ONG terminam a sua assistência. . Programa sob a alçada dos Ministérios da Saúde, da Educação e da Comunidade e Desenvolvimento Social da Zâmbia. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 302 Seçcão 3: Zâmbia Apesar de se terem celebrado reuniões de advocacia com os líderes da comunidade e os directores de escolas, o programa encontrou um pouco de resistência por parte dos membros da comunidade. A sua principal reclamação consistia no facto de considerarem que os jovens não deveriam falar sobre sexo. Em resposta, os membros da comunidade As dramatizaçoes eaconselhamento são importantes porque reflectem situações da foram encorajados a integrar o KARHP e vida real. As conferências e conversas são estão agora activamente envolvidos e felizes menos eficazes porque os adolescentes por apoiarem os clubes e ajudarem a consideram-nos aborrecidos. organizar eventos na comunidade. Educador de pares/colegas Em 2000, a Universidade da Zâmbia e o Instituto de Economia e Pesquisa Social conduziram uma avaliação. Como consequência, foi assegurado mais financiamento da SIDA e o programa foi expandido para cobrir 45 (75 por cento) das escolas governamentais, 16 clínicas de saúde e 14 comunidades. Em Abril de 2002, o programa estava integrado nos escritórios distritais do Ministério da Saúde, Ministério da Educação e do Ministério da Comunidade e Desenvolvimento Social e a assistência das ONG fundadoras e financiamento da SIDA finalizou. Visão Geral do Programa Missão Entregar informação e serviços relativos à SSR a jovens entre os 10 e os 24 anos de idade que frequentam a escola no distrito de Kafue através do fortalecimento das colaborações entre as instituições envolvidas (PPAZ, FLMZ e RSFU). Objectivos Os objectivos do programa As raparigas e os rapazes têm algumas actividades * promover o acesso à informação e separadamente. E bom que haja algumas actividades • prmove o aessoà inormaão e separadas, porque ajudam as raparigas a ganhar a a serviços de SSR aos jovens; auto-confiança e consciência. * aumentar o envolvimento dos pais Educador de pares/colegas e anciãos nas actividades que dão poder aos jovens para adoptarem comportamentos sexuais e reprodutivos saudáveis; * promover uma mudança positiva dos comportamentos; * dotar os adolescentes na escola com os conhecimentos e capacidades necessárias para negociarem e praticarem comportamentos sexuais mais seguros; * reduzir os riscos de pressões negativas por parte dos colegas; * ajudar os jovens a desenvolver atitudes positivas sobre o valor de cada indivíduo - e especialmente o próprio. 303 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Grupos-alvo Grupo-alvo Primário Inicialmente, o grupo-alvo primário consistiu de 10,700 jovens entre os 10 e os 24 anos de idade e jovens em nove escolas (duas primárias, cinco básicas e duas secundárias) no distrito de Kafue. Desde 2000, o projecto expandiu-se a 45 escolas (19 primárias, 25 básicas e 4 secundárias), mas o número de jovens envolvidos não é conhecido. Qualquer jovem entre os 10 e os 24 anos pode participar nos clubes FLE desde que frequentem a escola. Grupo-alvo Secundário O programa também se direcciona directamente para os pais e provedores de saúde, que são formados para ajudar a melhorar o acesso à informação e serviços de SSR. Localização Alguns dos problemas que os adolescentes enfrentam podem O programa iniciou-se e ser complexos. Uma estrutura de apoio forte é importante de está principalmente baseado forma a que os educadores de pares/colegas possam pedir nas escolas no distrito. Mais apoio. tarde começou a trabalhar nas Coordenadordo programa clínicas e na comunidade. O distrito de Kafue situa-se aproximadamente a 45 km a sul da capital, Lusaka. É geograficamente diverso, mas predominantemente rural. A cidade localiza-se no corredor formado pela Grande Estrada Norte e a linha de ferro entre o Rio Kafue e as colinas do leste. Duração do Programa A duração média de frequência de um clube FLE é de dois anos e meio, sendo o máximo oito anos. Os clubes FLE sediados nas escolas funcionam continuamente, uma vez por semana durante o ano escolar. As reuniões dos clubes não têm lugar nas férias escolares. Durante as férias escolares, são organizadas actividades diferentes, como piqueniques educacionais e formação. As actividades baseadas nas clínicas (serviços de saúde amigos dos jovens) estão disponíveis aos jovens ao longo do ano assim como as que se baseiam na comunidade. Objectivos do Programa O coordenador do programa ordenou os objectivos do programa como se vê na figura 2. A mudança de comportamentos era tida como um dos mais importante porque é através da mudança de comportamentos que outros objectivos podem ser alcançados. Abordagens A principal abordagem usada pelo KARHP é a abordagem dos pare, pai e provedor (PPP): os clubes FLE e os grupos de apoio à comunidade dão aos pares uma oportunidade de aprenderem um com o outro. O Programa de Educação dos Parentes mais Velhos encoraja pais e crianças a falarem uns com os outros sobre assuntos relacionados com a SSR dentro 304 Seçcão 3: Zâmbia da comunidade, e os serviços de saúde amigos dos jovens e distribuidores de preservativos permitem aos provedores de saúde ver quais as necessidades dos jovens em termos de SSR. Várias abordagens são usadas em cada um dos três locais do programa. Foi impossível ordenar as abordagens, visto todas serem importantes. Porém, no contexto escolar, a educação foi mencionada como um dos meios mais efectivos para cumprir os objectivos do programa, uma vez que se acredita que os jovens sejam facilmente influenciados pelos seus colegas e pelo seu ambiente. E mais provável que os adolescentes mudem as suas atitudes, adoptem comportamentos sexuais mais seguros e aprendam mais sobre SSR quando se usam os educadores de pares/colegas como modelos positivos. O papel principal das clínicas é prestar serviços e informação sobre SSR. Prevenção do HIV/SIDA e mudança de comportamento Promoção de comportamentos sexuais saudáveis Prevenção da gravídez e de doenças sexualmente transmissíveis (DST) Promoção da comunicação entre pais e filhos Figura 2. Metas do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Coordenador do Programa Actividades As actividades do KARHP são mostradas na figura 4. Os educadores de pares/colegas sentem que o aconselhamento individual; dramatizações, sketches e representações; e poemas eram as actividades mais efectivas. Estas eram tidas como as actividades mais benéficas uma vez que reflectem situações da vida real e porque se podia usar linguagem compreensível e do dia-a-dia. Componentes O programa consiste de quatro componentes principais: 1. clubes FLE nas escolas, incluindo educação por pares e aconselhamento e supervisores patronos e matronas; 2. promoção da comunicação entre pais e criança pelos educadores de pais e anciãos; 3. serviços amigos dos jovens nas clínicas; 4. distribuição dentro da comunidade de preservativos e informação sobre planeamento familiar. 305 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Abordagens Escolares Mudança de Comportamentos e competências para a vida Educação por pares Desenvolvimento da auto-eficácia e auto-estima Comportamentos morais Acesso a informações sobre SSR Respeito dos direitos individuais Sexualidade/HIV/SIDA/DST Abordagens Clínicas Abordagens Comunitárias Acesso a serviços de SSR Promoção do diálogo entre pais e filhos Acesso a informaçãosobre SSR /Comportamento moral Acesso a informação sobre SSR Desenvolvimento de auto-eficácia e Comportamento moral d auto-estima Respeito pelos direitos individuais Capacidades de comunicação Sexualidade/HIV/SIDA/DST Acesso a informação sobre SSR Respeito pelos direitos individuais Fígura 3. Abordagens do Programa Discussões de grupo Materiais impressos (panfletos, brochuras, boletins, etc.) -- -- ------- ~ ~ ~ ~ -- Figura 4. Actividades Ordenadas do Programa 306 Seçcão 3: Zâmbia Clubes FLE Durante o período escolar, cada uma das escolas do programa organiza reuniões semanais do clube FLE depois do horário escolar. Os clubes são organizados e dirigidos pelos educadores de pares/colegas e conselheiros que são supervisionados pelas matronas e patronos. O clube reúne numa sala de aula e as reuniões duram entre uma a duas horas. Em cada semana é discutido um tema diferente relacionado com a SSR. Estes temas estão descritos na secção dos Materiais dos Grupos-alvo neste capítulo. Semanalmente, são usadas várias actividades para promover as abordagens Nosediscutimosostemas que são propostos do programa (por exemplo, uma discussão pelos adolescentes nos clubes. Depois sobre o respeito pelos direitos individuais e planeamos falar sobre os assuntos pelos quais comportamento moral). Os jovens também os adolescentes se interessam.Matroa são encorajados a sugerir temas para serem Matrona incluídos nas futuras reuniões do clube. Os estudantes que querem aconselhamento individual podem-se aproximar dos educadores de pares/colegas formados, que os levarão para outra sala de aula, uma clínica perto ou em qualquer lugar onde possam discutir os seus problemas com privacidade. Quando necessário, os educadores de pares/colegas podem encaminhar os jovens para clínicas médicas. Eles têm formulários Cada vez mais os membros da comunidade se de referência para preencher que explicam dão conta do propósito do projecto. Uma mãe o problema. Em casos de abuso sexual, o disse que hoje em dia ela quer que a sua assunto é encaminhado à matrona ou criança seja vista num preservativo e não num patrono caso o adolescente concorde. Será, caixão. então, levado ao KARHP, à YWCA ou à __Matrona__ unidade de apoio à vítima da polícia. O David tem 12 anos e há 3 meses que assiste às reuniões do clube FLE na sua escola. Ele mudou-se hà pouco tempo para Kafue vindo de outro distrito e não assistia às reuniões de nenhum clube FLE no sítio onde morava. Hoje, ele assistiu à reunião do clube FLE depois da escola. O tema da reunião era sobre encontros e relações. O educador de pares/colegas começou com uma conversa pequena. Disse mesmo que se duas pessoas, numa relação, se amassem uma à outra, deveriam esperar até estarem casados antes de terem sexo. Ele disse que se tivessem sexo antes do casamento, podia-se ficar grávida ou até mesmo apanhar o VIH ou uma DST. No fim da conversa, os adolescentes foram encorajados a fazer perguntas. O educador de pares/colegas pediu aos adolescentes que se dividissem em grupos. Disse-lhes para pensar numa pequena peça sobre um par de namorados. A peça deveria ser sobre o que fazer caso o rapaz quisesse ter sexo e a menina não. Foi dado tempo aos grupos para preparar as suas peças, as quais iriam ser representadas para o resto dos participantes. O educador de pares/colegas conduziu então uma pequena discussão final sobre os assuntos que tinham sido levantados nas peças. 307 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Educadores de pares/colegas e conselheiros. Há entre 5 a 15 educadores de pares/colegas em cada escola. A sua tarefa principal é dirigir os Clubes FLE. Porém, eles também participam nas actividades de assistência externa à comunidade (por exemplo, campanhas porta-a-porta, dramatizações), actividades das clínicas amigas dos jovens, organização de eventos comunitários (por exemplo, Dia Mundial da SIDA), apresentações para a escola inteira, conversas individuais com estudantes não membros do clube e actividades levadas a cabo fora do período escolar (por exemplo, piqueniques, eventos desportivos). Supervísores matronas e patronos. Em cada escola, duas matronas ou patronos são designados para ajudar a dirigir o clube FLE. As matronas e/ou patronos encontram-se com os educadores de pares/colegas e conselheiros da escola cada semana depois do horário escolar, numa sala de aula. Eles trabalham juntos no planeamento do programa de trabalho para o próximo encontro do clube e compartilham ideias novas e informação. Estas sessões com os supervisores também representam um mecanismo de feedbackatravés dos quais os educadores de pares/colegas e conselheiros podem discutir qualquer novo desenvolvimento no clube e a forma de os gerir. Apesar do papel principal das matronas e patronos seja oferecer ajuda e apoio aos educadores de pares/colegas, as suas outras tarefas incluem: • preparar relatórios trimestrais das actividades do clube; • procurar quaisquer materiais e informações extra necessárias para ajudar a gerir os clubes desde os escritórios do KARHP, da PPAZ, do FLMZ e do escritório de Educação do Distrito (DEO). Eles têm também em cada zona2 do distrito alguém (focal pointl a quem podem solicitar informação actualizada sobre HIV/SIDA; * aumentar a consciência entre os pais e a comunidade sobre os clubes FLE. Um dos modos que as matronas ou patronos usam para o fazer é tendo pequenas conversas nas reuniões de pais e professores; Ao falar sobre o programa, os seus alvos, objectivos e actividades, faz-se com que a comunidade esteja mais atenta sobre o que as suas crianças aprendem e a razão pela qual o programa é importante; * formar futuras matronas e patronos (algumas das matronas e patronos são seleccionados e formados para se tornarem formador de formadores); * formar educadores de pares/colegas e conselheiros. As matronas e patronos também se encontram com A integração do programa PEEP outras matronas e patronos do distrito e com o nas actividades de KARHP coordenador do KARHP na sede do KARHP. Eles aumentou a aceitação do conceito discutem os problemas que têm tido e partilham as de educação sexual e saúde suas experiências. Quando o programa foi inicialmente reprodutiva pela comunidade. estabelecido, as reuniões tinham lugar todos os meses. Coordenador do programa Logo que o programa estava firmemente estabelecido e correndo serenamente, as reuniões celebravam-se numa base trimestral. 2 Cada distrito é dividido em várias zonas 308 Seçcão 3: Zâmbia Educadores de Pais e Anciãos O Programa de Educação de Pais Anciãos (Parent Elder Education Programme - PEEP) dota os pais, anciãos e os líderes da comunidade e religiosos de conhecimentos e capacidades sobre temas relacionados com SSR de forma a facilitar a comunicação positiva entre pai e filho. Esta componente é vital no contexto do KARHP porque ajuda os pais a examinar os seus valores e atitudes relativamente aos assuntos relacionados com a sexualidade, IST e HIV/SIDA, deixando-os mais à vontade para discutirem estes assuntos com os seus filhos. O PEEP apoia e complementa a informação dada aos jovens sobre FLE/SSR através das outras componentes do projecto. Os educadores dos pais e anciãos organizam reuniões comunitárias, campanha de porta-a-porta semanais, reuniões religiosas, e reuniões mensais das associações de pais e professores (Parent-teacher association - PTA) onde falam sobre o programa, temas relacionados com a SSR e a importância da comunicação entre pais e filhos. Eles dão também referências escritas às pessoas que requerem atenção médica para lhes serem prestados serviços de saúde nas clínicas. Os educadores dos pais e anciãos explicam aos pais e à comunidade que o objectivo do programa é ajudar a jovens a adquirirem capacidades importantes que os ajudarão a prevenir a infecção pelo HIV/SIDA, IST e gravidezes não desejadas. Serviços Amigos para os Jovens Uma componente importante do programa é o estabelecimento de serviços amigos para jovens dentro das clínicas de saúde do distrito. Um dos papéis principais das clínicas é prestar acesso a preservativos e outros contraceptivos. Além de outros serviços de controlo da natalidade como testes de gravidez, as clínicas também efectuam rastreios a DST e ao VIH. As clínicas têm recursos humanos especialmente formados para prestar serviços a jovens. Este pessoal também tem formação sobre como falar sobre assuntos relacionados com a SSR (por exemplo a contracepção). Quando os jovens vão às clínicas, são dirigidos primeiro aos No princípio, os tabus da comunidade sobre sexo Cantos Amigos dos Jovens onde implicavam que os pais não discutiam muito Canose aa A omio dos Jdaovens ode abertamente assuntos sobre sexo com os filhos. podem falar com os educadores de Depois do trabalho de advocacia com a comunidade, pares/colegas e conselheiros e receber aumentou a consciência em relação ao programa e aconselhamento. Posteriormente, O reduziu-se o estigma em volta do VIH. jovem e o conselheiro vão juntos ver a Coordenador do programa enfermeira ou outro trabalhador de saúde. Normalmente os educadores de pares/colegas e conselheiros oferecem os seus serviços nestas clínicas três vezes por semana. Distribuidores baseados na comunidade Os distribuidores baseados nas comunidades (Community based distributors - CBDs) são pessoas jovens formadas para disseminar mensagens de SSR, controlo da natalidade e métodos anticoncepcionais. O objectivo principal desta componente do programa é reduzir a 309 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA incidência de gravidezes não desejadas, infecções pelo VIH, IST, matrimónios precoces e comportamentos sexuais arriscados. Os CBDs oferecem serviços a todos os jovens (fora e dentro da escola) das comunidades. Eles trabalham em parceria com as clínicas locais que oferecem os materiais necessários (ex. preservativos, contraceptivos). Os CBDs também encaminham os clientes que precisam de cuidados médicos para a clínica mais perto. Esta abordagem de prestação de serviços foi defendida para Escassez de preservativos e números inadequados de minimizar as limitações da rede de distribuidores formados nas áreas rurais traduz-se na prestação de serviços nas clínicas, existência de jovens que não têm os serviços nomeadamente: falta de pessoal requeridos. formado, escassez de preservativos, Coordenadordoprograma cobertura inadequada das populações rurais e um preconceito contra servir as necessidades relacionadas com saúde sexual e reprodutiva (SSRA) dos adolescentes. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades Em 1996, foi levada a cabo uma avaliação das necessidades no distrito de Kafue para obter informação sobre o comportamento sexual dos jovens e os factores que afectam e influenciam o seu comportamento. A avaliação das necessidades também avaliou as instalações educacionais, recreativas, de saúde e outras instalações sociais disponíveis para os jovens nas suas comunidades. A avaliação das necessidades foi feita da seguinte Tem sido interessante chegar maneira: aos jovens em Kafue e partilhar * foi levado a cabo por uma equipa de profissionais da e aprender como PPAZ, do FMLZ, da RSFU e da YWCA familiarizados com percepcionam os assuntos o distrito de Kafue e a sua comunidade, durante um relacionados com o sexo. Eu período de três semanas (29 de Outubro a 19 de apercebi-me que existem Novembro de 1996); muitos rumores, mitos e maus entendidos nas mentes dos * foi recolhida informação sobre conhecimentos ovtes eestes a menos que relacionados com o HIV/SIDA e DST/IST, atitudes sejam resolvidos, continuarão a ligadas aos relacionamentos e ao sexo, comportamentos enganá-los. e práticas sexuais e comportamento relacionados com a Jovens que procura de serviços de saúde; participaram na avaliação * a informação foi recolhida através de entrevistas das necessidades. individuais, grupos específicos e observações nos lugares onde os jovens se juntam; • no total, participaram 70 pessoas (incluindo jovens, professores, pessoal de saúde e líderes de comunidade). 310 Seçcão 3: Zâmbia Os principais resultados revelaram que a pobreza era um dos principais factores de risco, conduzindo as mulheres jovens e meninas a envolverem-se em actividades sexuais em troca de presentes e dinheiro que usam para sobreviver e pagar as mensalidades escolares. Um dos principais problemas que afectam os meninos e os homens jovens era o uso de álcool e marijuana. Para além disso, constatou-se também que os matrimónios precoces, as IST (incluindo o VIH) e gravidezes não desejadas eram problemas comuns. Os resultados da avaliação das necessidades e informações recolhidas do oficial de saúde do distrito deram uma imagem sobre as necessidades relacionadas com a SSR no distrito de Kafue. Por outro lado, permitiram a concepção, planeamento e implementação do projecto, nomeadamente: * o estabelecimento e implementação de Clubes FLE, grupos de apoio à comunidade, programa de educação dos pais anciãos (parent e/der education programme - PEEP) e serviços para jovens; * o desenvolvimento do curriculum e dos programas de formação; * a formação e sensibilização dos diferentes intervenientes; * a prestação de serviços aos jovens na comunidade e distribuição de preservativos e informações sobre planeamento familiar. Materiais do Programa Os materiais do programa foram desenvolvidos durante a implementação do projecto. A maioria dos materiais iniciais foi desenvolvida usando os resultados da avaliação das necessidades para adaptar materiais disponíveis no Ministério de Saúde, no Fundo das Nações Unidas para a População, na Sociedade para a Saúde Familiar, na PPAZ, no FLMZ e na RSFU. Os outros materiais foram produzidos à medida que o programa evoluía. A maioria dos materiais foi produzida em inglês em vez dos idiomas locais. No entanto, a utilização dos idiomas locais foi particularmente encorajada nos workshops de formação. Materiais para os Grupos-alvo Culrrículum de Educação sobre a Vida Familiar Educação sobre a Vida Famíilar: Um Eu aprendi que em Kafue, o sexo é C ducparaão osProfere s a eVid Formíiaores Ufoi tido como uma importante fonte de Currículum para os Professores e Formadores foi rendimentos entre muitos jovens desenvolvido para ser usado pelos formadores, devido à pobreza e ao desemprego. educadores de pares/colegas, matronas e patronos, Jovens que participaram na pais e anciãos e CBDs nos Clubes FLE, várias avaliação das necessidades reuniões da comunidade e formações de todos os recursos humanos do programa. O curriculum foi desenvolvido por um consórcio de profissionais ao serviço dos jovens e pelos próprios jovens, com ajuda do Centro Internacional Margaret Sanger (Margaret Sanger Centre International) e UNFPA. Sete agências membro, nomeadamente, a PPAZ, o FLMZ, a Associação para o Bem-estar dos Jovens Africanos ( Young Africans Welfare Association), o Projecto de Saúde Reprodutiva de Raparigas Adolescentes (Girl Chlld Adolescent Reproductíve Health Project), a YWCA, a Community Youth Concern e o Departamento de Desenvolvimento dos Jovens (Department 311 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA of Youth Development) compõem este consórcio, chamado de Projecto de Saúde Reprodutiva dos Adolescentes. O curriculum não tem que ser seguido de forma rígida, mas é importante que as associações trabalhem com uma variedade de temas para assegurar que os jovens obtêm conhecimentos e capacidades num diferente número de áreas. O mesmo curriculum é utilizado cada ano nos Clubes FLE. Porém, no caso das escolas primárias a ênfase é dada à abstinência, enquanto que nas escolas secundárias também se divulga informação sobre uso de preservativos. O curriculum para os clubes é como segue: Unidade Um: A Família • Estruturas Familiares • Relações Familiares * Papéis Familiares Unidade Dois: Autoconsciência * Quem Sou Eu? * Desenvolvimento Humano * Adolescência Tomada de decisões Unidade Três: Género e Expressão Sexual Usar idiomas não locais pode * Formação de Identidade do Género permitir às pessoas discutir * Orientação Sexual assuntos que estariam * Expressão Sexual envergonhados em discutir no Unidade Quatro: Planeamento Familiar e seu próprio idioma. Por Contracepção exemplo, os adolescentes * Práticas Tradicionais de Planeamento Familiar estavam dispostos a falar sobre * Métodos Reversíveis de Controlo da Natalidade. Métodos os órgaos sexuais em Inglês permanentes de Controlo da Natalidade mas relutantes em fazê-lo no . Contracepção de Emergência próprio idioma. • Aborto Coordenador do programa * Uso de Contraceptivos em Situações Especiais Unidade Cinco: Relacionamentos * Amizade • Encontros • Amor . Matrimónio e Outras Relações da Vida * Quando os Relacionamentos Azedam Unidade Seis: Paternidade responsável Um dos principais problemas é • Paternidade a alta taxa de desistência dos • Exigências da Paternidade educadores de pares/colegas * Gravidez e Parto devido à falta de motivação, • Amamentação mudança de escolas e Unidade Sete: Saúde Pessoal e Sexual abandono das escola para * Metas da Saúde na Zâmbia começarem a trabalhar... • Preocupações Críticas em termos de Saúde Coordenador do programa 312 Seçcão 3: Zâmbia * Primeiros Socorros * Saúde Preventiva e Higiene * Infecções Sexualmente Transmissíveis . VIH e SIDA * Como Usar um Preservativo Unidade Oito: Abuso e Violência . Abuso de Crianças * O Toque Continuado Abuso Sexual * Violência Doméstica * Abuso pelos Patrões Unidade Nove: Drogas e Substâncias que Alteram o Humor . Drogas * Álcool Unidade Dez: Direitos dos Jovens * Carta de Direitos * O JuvenilesAct * Cuidados Médicos de Reprodução para os Jovens Este curriculum está disponível. Por favor veja em Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. Brochuras Os educadores de pares/colegas, com a ajuda de pessoas de recurso da PPAZ, do FLMZ e da RFSU, concebem e desenvolvem brochuras de IEC. Cinco brochuras sobre temas diferentes relacionadas com as preocupações e problemas dos jovens foram produzidas e testadas utilizando questionários estruturados e discussões especializadas de grupo. Estas brochuras contêm informação adicional para complementar as actividades FLE. As cinco brochuras produzidas são as seguintes: • Infecções Sexualmente Transmissíveis * O que trazem as Drogas e o Alcool? • Matrimónio Precoce: Saiba os Factos • Evitar Muitos Parceiros Sexuais: O que Você deveria Saber * Factos Sobre o Crescimento Foram produzidas 50,000 cópias (10,000 cópias de cada brochura). As cópias das brochuras foram distribuídas a educadores de pares/colegas, matronas e patronos, CBDs, pais e anciãos, prestadores de serviços de saúde, todas as escolas do distrito de Kafue, equipas de futebol sob a alçada do Comité Consultivo de Desporto de Kafue e membros das comunidades. Estes materiais estão disponíveis. Por favor veja em Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. 313 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais para a Formação do Pessoal Manual de Educação sobre a Vida Familiar Educação sobre a Vida Familiar: Um Manual para Pais Educadores foi concebido para a formação e servir de guia para os educadores de pais e anciãos na condução de sessões de educação com membros da comunidade. O manual fornece detalhes sobre o tipo de técnicas necessárias É recomendado que as matronas para administrar reuniões da comunidade e sessões e patronos recebam cursos de individuais. O manual também contém um esboço de "actualização" para os manter várias actividades que podem ser usadas para promover incentivados e obterem mais o interesse pelo programa no seio da comunidade. Para capacidades e informações. além disso, explica o objectivo de cada actividade, dá Coordenador do programa instruções passo por passo, estimativas de tempo e materiais necessários para cada actividade, fornece folhas de factos, questionários, estudos de caso e representações. Por outro lado, também estão incluídos conselhos sobre como adaptar cada secção do manual às necessidades do grupo e o tempo disponível para a sessão. O manual não foi desenvolvido para os educadores o usarem nos Clubes FLE. Porém, algumas das secções têm sido usadas após a revisão para guiar e ajudar a conduzir as actividades do Clube FLE. Este manual está disponível. Por favor veja em Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. Selecção do Pessoal e Formação Os métodos de selecção do pessoal podem mudar com o passar do tempo. Todos os recursos humanos atravessam um processo de formação que inclui: * caixas de questões: todos os participantes são encorajados a escrever, anonimamente durante a formação, perguntas que os preocupam. As perguntas são discutidas e respondidas todas as manhãs; • passos para o uso de preservativos: são escritas em tiras de papel as diferentes fases sobre o uso de preservativos sendo pedido aos participantes para as colocarem em ordem; * "teach baclk': os participantes são encorajados a ensinar aos outros participantes o que eles aprenderam durante a formação; * testar a formação antes e depois: os participantes são testados antes e depois da formação para avaliar o seu nível de conhecimentos e especificamente o que aprenderam durante a formação. Formação de Formadores * Um grupo principal, formado por representantes da PPAZ, do FLMZ e do CBoH, seleccionou os primeiros formadores de formadores (Trainers of trainers - TOTs). Os aprendizes eram professores, polícias e funcionários do governo. Os educadores de pares/colegas, as matronas e patronos, educadores de pais e anciãos foram desde então formados como formadores de formadores. 314 Seçcão 3: Zâmbia * A formação dura entre uma a duas semanas e é administrada pelos formadores mestres da PPAZ, do FLMZ, da RFSU e do KARHP. * No fim da formação, os formadores de formadores deveriam poder planear, organizar e administrar workshops de formação sobre FLE/SSR. Os objectivos da formação incluem o reforço do conhecimento dos participantes sobre FLE/SSR, fazer os participantes entender as próprias atitudes relacionadas com a SSRA, dotá-los de capacidades para administrarem formações de FLE/SSR e fazer com que os participantes se sintam confortáveis nos seus papéis como formadores de FLE/SSR. * Os formadores de formadores recebem cursos de actualização depois da formação inicial. * Alguns dos TOTs foram posteriormente formados como formadores mestres. Educadores de pares/colegas e Conselheiros * Os formadores de formadores e as matronas e patronos seleccionam os educadores de pares/colegas e conselheiros dentre os membros dos Clubes FLE. Os educadores e conselheiros devem ser aceites e respeitados pelos outros jovens e membros da comunidade (pais, professores, etc.). Eles devem estar dispostos e motivados para serem formados e trabalharem como educadores de pares/colegas e conselheiros e comprometidos com as metas e objectivos do programa. * Os TOTs, formadores mestres e/ou matronas e patronos formam os educadores de pares/colegas e conselheiros durante 5 a 10 dias, dependendo do orçamento e disponibilidade dos formadores. . O conteúdo da formação é adoptado do curriculum FLE. A formação também inclui uma introdução às metas e objectivos do programa, ao conceito de educação e capacidades de comunicação e facilitação. * Foram oferecidos cursos de actualização para manter os educadores de pares/colegas incentivados e para os ajudar a aprender mais sobre os assuntos relacionados com a SSR. As matronas e patronos * São seleccionadas duas matronas e patronos em cada escola pelos educadores de pares/colegas, conselheiros e directores da escola. . Os TOTs, formadores mestres, matronas e patronos experientes formam as novas matronas e patronos. A formação dura entre 5 a 10 dias, dependendo da disponibilidade dos formadores e do orçamento. * A formação inclui temas como a sexualidade humana, valores, capacidades de facilitação, género e sexualidade, mudança de comportamento, direitos iguais, adolescência, relacionamentos, consciência acerca da fertilidade, estabelecimento de Clubes FLE, utilização de preservativos, abuso e violência, DST e HIV/SIDA, os papéis das matronas e patronos e planos de trabalho. . As matronas e patronos recebem cursos de actualização para os manter incentivados e os dotar de mais capacidades e informações. 315 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Prestadores de Serviços de Saúde Sem o apoio da comunidade * Em cada uma das clínicas de saúde amigas dos jovens, a e vontade política e equipa distrital de gestão da saúde (Distríct health compromisso, os esforços management team - DHMT) selecciona dois membros do para prevenir a transmissão pessoal para serem formados como prestadores de do HIV/SIDA não terá cuidados médicos para jovens. Eles são formados durante sucesso. sete dias pelos formadores mestres. Coordenador do programa * Os objectivos dos workshopsde formação são: - consciencializar os prestadores de cuidados médicos acerca das necessidades relacionadas com a SSRA; - ajudar os prestadores de cuidados médicos a promover atitudes positivas nos jovens relativamente à SSR; - ajudar os prestadores de cuidados médicos a desenvolver capacidades de comunicação; - criar um ambiente amigável para os jovens em todas as instalações de prestação de cuidados médicos no distrito. Educadores de pais e anciãos * Inicialmente, os membros dos comités de saúde de bairro, das PTAs, da PPAZ e do FLMZ nomeiam dois ou três pais por comunidade para serem formados como educadores de pais e anciãos. Mais tarde, o KARHP anunciou em feiras, clínicas e lojas. (Os candidatos tiveram que preencher um formulário referindo as experiências prévias de trabalho voluntário com pessoas, especialmente na área de SSR e jovens.) A selecção final é feita pelos assistentes do KARHP e pelo coordenador após as entrevistas. * Os pais e os educadores mais velhos são formados pelos TOTs, formadores mestres, e/ou educadores de pais e anciãos durante 5 a 10 dias. . Os temas ministrados incluem relembrar a juventude, fontes de valores, capacidades de facilitação, sexualidade humana, consciencialização acerca da fertilidade, modos tradicionais de educação, IST e HIV/SIDA, planeamento familiar, paternidade responsável, o que impede a comunicação, mudança de comportamentos, género e sexualidade, abstinência, vítima, unidade de apoio (a polícia), relacionamentos, sexo e amor, abuso, juntando a prevenção com prestação de cuidados de saúde, envolvimento da comunidade no PEEP, mobilização da comunidade e grupos-alvo. * Depois da formação inicial, é dada formação de actualização aos educadores de pais e anciãos. CBDs * Os membros da comunidade seleccionaram os jovens das suas comunidades a serem formados como CBDs. * Os CBDs são formados por formadores da PPAZ durante 14 dias. * O objectivo da formação é dotar os CBDs com capacidades e conhecimentos para a prestação de serviços relacionados com o planeamento familiar, SSR nas comunidades para jovens companheiros. 316 Seçcão 3: Zâmbia Estabelecimento do Programa Antes do programa ser estabelecido, o Ministério de Saúde e o Ministério da Educação estavam completamente envolvidos no seu desenvolvimento. Líderes da comunidade, directores de escolas e outros membros chave da comunidade também foram consultados em todas as fases do seu estabelecimento. Como Estabelecer um Clube FLE . Sete escolas (seis rurais e uma semi-urbana) foram seleccionadas pelo CBoH, pela PPAZ e pelo FLMZ. . Foram realizados workshops de sensibilização e para alcançar um consenso acerca do programa (objectivos, actividades, estratégias, etc.) com todos os directores de escolas e professores. * Foram seleccionados e formados recursos humanos (educadores de pares/colegas e conselheiros, matronas e patronos) e foram estabelecidos os primeiros clubes. . As matronas e patronos encontraram-se com os educadores de pares/colegas e com o coordenador do KARHP para discutir o curriculum e as actividades dos clubes. * Os clubes são publicitados nas escolas através das assembleias escolares e cartazes. Serviços Amigos dos Jovens • São seleccionadas pela DHMT clínicas de saúde para se tornarem centros amigos para os jovens. • São seleccionados dois membros por clínica de saúde para serem formados como prestadores de cuidados médicos amigos dos jovens. * Todos os recursos humanos das clínicas de saúde são sensibilizados para criarem um ambiente acolhedor para os jovens. * Os serviços amigos dos jovens são publicitados em programas de rádio, jornais nas suas próprias brochuras e em campanhas de porta-a-porta e lugares públicos tais como paragens de autocarro. Recursos do Programa O KARHP tem dois escritórios com fotocopiadores e uma sala de reuniões que os implementadores do projecto podem usar. O coordenador tem um computador (com acesso à Internet), brochuras, alguns vídeos, o manual de FLE, curriculum e outros materiais no escritório aos quais os implementadores têm acesso. Advocacia O KARHP promove os objectivos do programa na comunidade através de workshops, piqueniques e outros eventos com todos os membros da comunidade. Para ganhar a aceitação da comunidade, havia uma concentração destes eventos quando o programa estava a ser estabelecido e durante a expansão do mesmo. O Ministério do Desporto, Desenvolvimento dos Jovens e Crianças, o Ministério da Saúde, e o Ministério da Educação têm apoiado o KARHP assegurando uma parceria aos níveis regionais e distritais. 317 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA O papel global destes membros era dotar o programa de legitimação e obter apoio da comunidade. Para além disso, eles permitem a utilização de instalações escolares e da comunidade, como centros da comunidade, para a celebração de reuniões dos clubes, conversas e eventos do programa. Em 1999, o KARHP celebrou uma reunião com figuras políticas fundamentais para reforçar a consciência da importância da prevenção do HIV/SIDA na comunidade. O workshop finalizou pedindo-se o compromisso político e apoio para ampliar o programa a todo o distrito de Kafue. O KARHP também ajudou na formação do Comité Coordenativo da Rede de HIV/SIDA, estabelecido no distrito de Kafue em 1999. O comité tenta unir os esforços de todas as pessoas na comunidade que lutam contra o HIV/SIDA. Finanças do programa Os orçamentos anuais (despesa total) foram: 1997: USD$148,219, 1998: USD$137,842, 1999: USD$123,902, 2000: USD$197,316, e 2001: USD$120,000 (até Março de 2002). O detalhe das despesas do programa do KARHP não está disponível. Calcula-se que 53,000 jovens tenham beneficiado do programa a um custo estimado de USD$2.26 por jovem por ano. Porém, deveria ser notado que 101,400 adultos também beneficiaram do programa desde 2001. PARTE C: NECESSIDADES, DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Coordenador do Programa * É importante que a avaliação das necessidades inclua técnicas qualitativas e quantitativas. Isto ajudará à monitorização e avaliação do programa porque será possível ver tendências e mudanças com o passar do tempo. * Certos membros da comunidade, juntamente com as organizações religiosas, estavam descontentes com a implementação do programa na sua comunidade. Consequentemente, é crucial obter o seu apoio e envolvimento no programa antes que a implementação comece. . De início, a formação não era suficientemente longa e precisou ser expandida de forma a que o pessoal fosse dotado com as capacidades e informações necessárias para fazerem os seus trabalhos. A formação contínua é necessário para manter o número necessário de recursos humanos. 318 Seçcão 3: Zâmbia • O objectivo inicial era trabalhar com crianças muito jovens, permitindo-lhes crescer e desenvolver com o Os adolescentes que participam programa. No entanto, o grupo principal não queira nos clubes são os que estão um programa para trabalhar com crianças com menos motivados para assistir. Pode ser de 10 anos de idade. No futuro, o coordenador do que os adolescentes que não programa gostaria de trabalhar para um grupo etário clubes sejam aqueles mais em inferior. Este é um problema que ainda está a ser riscode contágio pelo VIH. enfrentado. Coordenador do programa • É importante ser inovador e experimentar ideias novas, como piqueniques educacionais. • Um grande desafio era como expandir o programa. As implicações, em termos de logística, de expansão do programa em larga escala são mais complicadas e precisam de ser pensadas cuidadosamente caso se queira fazê-lo. Existe uma grande falta de voluntários por causa da falta de incentivos (monetários). . Por vezes levou mais tempo do que o previsto para receber os fundos necessários provenientes da SIDA. Estas demoras podem causar problemas. * Não estão sempre disponíveis suficientes quantidades de materiais. * Falta de pessoal a níveis seniores trouxe problemas ao trabalho que ainda permanecem. Avaliação Em 2000, foi levada a cabo uma avaliação pelo Instituto de Pesquisa Económica e Social da Universidade da Zâmbia para avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas (KAP) em relação à SSR/FLE. O objectivo geral deste estudo era documentar e avaliar o KARHP para determinar os seus resultados e/ou limitações baseadas no processo, objectivo e medidas de impacto. Um inquérito cruzado feito nas casas a jovens entre os 10 e os 24 anos foi levado a cabo nos locais do projecto (371 jovens) e em locais fora do projecto (87 jovens). Adicionalmente, foram realizadas discussões especializadas de grupo e individuais, entrevistas abertas com o pessoal do projecto, educadores de pares/colegas e conselheiros, formadores, CBDs, pais e professores (completando 70 pessoas). Um questionário semi- estruturado foi usado para recolher informação de 458 jovens. Os resultados mostraram que os problemas identificados na avaliação das necessidades (prostituição, gravidez não desejada, abuso de droga, IST, pobreza e desemprego) ainda eram problemas enfrentados pelos jovens, mas os grupos foram unânimes ao considerar que estes problemas eram piores antes da implementação do programa KARHP. Eles sentiam que as actividades do KARHP eram directamente responsáveis por estas mudanças. Uma cópia da avaliação está disponível. Por favor veja em Materiais Disponíveis na parte D. 319 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Pontos de Referência da UNAIDS Pontos de Referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Os jovens foram envolvidos nas como um principiante que já várias fases da concepção, sabe, sente e pode agir no que planeamento e implementação respeita a um desenvolvimento das actividades do KARHP desde saudável e a uma prevenção o princípio do projecto. relacionada com o VIH / SIDA. Os jovens alvo do programa são encorajados a expressar as suas necessidades relativamente à SSR e encontrar as suas próprias soluções para os problemas e comportamentos sexuais arriscados. 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente Uma avaliação das necessidades comuns no grupo de conseguido foi levada a cabo antes da principiantes e nas respostas que implementação do programa. Os são adequadas e dirigidas ao resultados foram usados para grupo. desenvolver o programa. Os educadores de pares/colegas que são do mesmo grupo de idade dos membros dos clubes asseguram que os riscos comuns à maioria dos jovens deste grupo etário são abordados. As mensagens não são dirigidas a idades específicas. Apesar de as mensagens serem construídas durante o ano, idealmente diferentes tipos de mensagens são dadas a grupos etários diferentes. O largo número de grupos etários alvo do programa pode significar que alguns podem ser muito jovens ou muito velhos para se relacionarem com o seu educador de pares/colegas/conselheiro. 320 Seçcão 3: Zâmbia 3 Inclui não só conhecimento mas O programa tenta aumentar o também atitudes e competências conhecimento das pessoas e necessárias à prevenção. também dotá-las com novas capacidades e atitudes. E mais provável haver uma mudança de comportamentos com esta abordagem multidimensional do que com qualquer outra. 4 Compreende o impacto dos O KARHP promove activamente e relacionamentos nas mudanças tenta reforçar valores sociais comportamentais e reforça positivos. O objectivo principal valores sociais positivos. por detrás do programa é a mudança de comportamentos através da educação por pares/colegas. 5 Baseia-se na análise das A concepção do programa é necessidades dos principiantes e baseada numa análise das numa avaliação mais alargada. necessidades do grupo-alvo e os materiais do programa estabelecem e abordam directamente os riscos que os jovens enfrentam. Por exemplo, embora o programa defenda a abstinência, reconhece que alguns adolescentes são sexualmente activos e mostram respeito por esta decisão distribuindo preservativos. 6 Possui formação e apoio Formações, formações de continuado para professores e actualização e workshopssão outros fornecedores de serviços. oferecidos a todo o pessoal do programa e membros da comunidade que desejam ser envolvidos no mesmo. Existe uma rede de apoio de forma a todos os membros do pessoal terem alguém a quem possam recorrer. 7 Utiliza estratégias e actividades Uma larga variedade de de aprendizagem múltiplas e actividades e estratégias é usada participativas. para disseminar as mensagens do programa, fazendo com as mensagens sejam mais facilmente escutadas e 321 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA compreendidas. Actividades participativas e inovadoras incluem as dramatizações, desportos, piqueniques educativos e teatros de fantoches. 8 Envolve a comunidade em Os envolvidos no programa sentido amplo. apercebem-se que confrontar o HIV/SIDA requer o envolvimento, educação e colaboração de toda a comunidade. Conseguiu-se alcançar este objectivo através de acções de advocacia e colaboração entre diferentes secções e instituições da sociedade. 9 Garante a sequência, progressão Parcialmente O programa segue um curriculum e continuidade das mensagens. conseguido de SSR. Porém, uma vez que o mesmo curriculum é usado todos os anos, pode ser difícil abordar alguns assuntos a fundo ou aprofundar os conhecimentos e mensagens existentes. Uma vez que os materiais não são para grupos etários específicos, há dúvidas sobre se as mensagens aumentam em complexidade à medida que os jovens crescem. 10 Está colocado num contexto Não se aplica O curriculum escolar actual não adequado no curriculum escolar. inclui temas relacionados com o HIV/SIDA. Deste modo, o KARHP é o único meio pelo qual recebem educação sobre o HIV/SIDA. 11 Dura um período de tempo Parcialmente Uma vez que o mesmo suficiente para realizar as metas conseguido curriculum é usado para todos os e os objectivos do programa. grupos etários, há a preocupação que algumas crianças não frequentem regularmente os clubes e esqueçam as capacidades e conhecimentos que aprenderam. As avaliações mostram que se têm notado mudanças 322 Seçcão 3: Zâmbia significativas nos comportamentos sexuais entre os jovens que têm sido alvo das acções do programa. As actividades do programa foram integradas nas acções dos departamentos governamentais, e deste modo, os programas têm continuidade, mesmo quando as ONG tenham acabado com as suas acções. 12 É coordenado com um programa Não se aplica Não existe no momento nenhum de educação para a saúde mais programa de educação para a alargado. saúde com o qual o KARHP se possa coordenar. 13 Contém mensagens factualmente Os jovens, com a ajuda dos correctas e consistentes. membros da PPAZ, do FLMZ e da RFSU conceberam e desenvolveram brochuras IEC para o KARHP. Foram produzidas e pré-testadas cinco brochuras com temas diferentes abordando preocupações e problemas dos jovens. Todos os materiais desenvolvidos pelo KARHP (as brochuras) foram enviadas para o Comité IEC /Serviços de Informação da Zâmbia para serem aprovadas. Os outros materiais usados pelo KARHP podem considerar-se factualmente correctos e precisos porque as suas principais fontes de informação foram materiais desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, CBoH, UNFPA, Sociedade para a Saúde Familiar, PPAZ, FLMZ e RFSU. Foram desenvolvidos recentemente alguns materiais novos em resposta às necessidades dos grupos-alvo. 323 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 14 Obteve apoios políticos através As acções de advocacia têm sido de uma intensa campanha para um elemento importante deste ultrapassar barreiras e expandir- programa. O Governo e a se. comunidade têm sido envolvidos ao longo do desenvolvimento do programa, permitindo que o mesmo evolua e se expanda. 15 Retrata a sexualidade humana A sexualidade foi retractada como uma parte natural e como uma parte normal da vida saudável da vida e não é humana que começa numa tenra depreciativo em relação ao idade e continua pela vida fora. género, raça, etnia ou orientação O programa tem como alvo os sexual. jovens independentemente do seu género e ligação étnica. O curriculum da formação e os clubes FLE lidam com e discutem assuntos ligados às diferentes orientações sexuais tais como a homossexualidade. 16 Inclui monitorização e avaliação. Um programa efectivo precisa de monitorar as necessidades e riscos voláteis do seu grupo-alvo e alterar o programa adequadamente. O programa alcançou isto através de reuniões para discutir problemas e encontrar soluções. O KARHP não tinha mecanismos de avaliação contínua. Só foi avaliado uma vez através de avaliadores externos e não houve nenhuma avaliação no fim do projecto. PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos Projecto Kafue de Saúde Reprodutiva Adolescente (KARHP) Francis Joseph Phiri, coordenador do projecto, P.O. Caixa 360254, Kafue, Zâmbia, 324 Seçcão 3: Zâmbia Telemóvel: +260 97 78 36 13 E-mail: kafyth@zamnet.zm Movimento da Vida Familiar da Zâmbia (Family Life Movement of Zâmbia - FLMZ) O FLMZ é uma ONG voluntária sem afiliações religiosas ou políticas fundada em 1981. Tem quatro oficiais a nível provincial que trabalham em Choma, Copperbelt, Monze e Lusaka. O FLMZ também tem escritórios afiliados em todas as províncias do país. O principal objectivo do FLMZ é promover uma vida familiar saudável e feliz através dos serviços oferecidos às comunidades. Sr. Raymond Muchindo, director executivo suplente, P.O. Caixa 37644, Lusaka, Zâmbia, Telefone: +260 1 221898 Fax: +260 1 221898 E-mail: MVFZ@zamnet.zm Associação Zambiana para o Planeamento Familiar (Planned Parenthood Association of Zâmbia - PPAZ) A PPAZ é uma organização voluntária, sem fins lucrativos, não discriminatória, não política, pioneira na área do planeamento familiar na Zâmbia, que se formou e registou em 1972. Recebe a maioria do seu financiamento para as actividades do seus programas da Federação Internacional para o Planeamento Familiar (Internatíonal Planned Parenthood Federation - IPPF). A PPAZ opera em todas as nove províncias da Zâmbia e é a maior ONG a prestar serviços de planeamento familiar e SSR em ambas as áreas urbanas e rurais do país. A PPAZ implementa projectos para abordar as preocupações relacionadas com a SSR na Zâmbia, incluindo o Projecto de Promoção da Saúde Familiar (Famíly Health Promotion Projecf, aumento do poder das mulheres, o projecto FLE o Projecto de Distribuição Comunitária (Community-Based Distribution Projecf, os Centros de Planeamento Familiar/Projecto de Saúde Familiar (Family Planning Centers/Family Health Project), envolvimento masculino no planeamento familiar, o Projecto Integrado (IntegratedProjecfl e o KARHP. Sr. Godfrey Musonda, director executivo, P.O. Caixa 32221 Lusaka, Zâmbia, Telefone: +260 1 228178; +260 1 228198 Fax: +260 1 228165 E-mail: APPZ@zamnet.zm Sítio na web: www.APPZ.zm 325 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Colaboradores no Relatório Este relatório foi preparado por Anne Salmi, com mestrado em Educação e Desenvolvimento Internacional: Promoção da saúde. Anne é uma consultora independente que vive e trabalha na Zâmbia (e-mail:annesalmi@yahoo.com). A elaboração do relatório foi coordenada por Michael J. Kelly, com mestrado e doutoramento em Psicologia Educacional. Michael trabalhou extensivamente na área de prevenção do HIV/SIDA na Zâmbia e trabalha actualmente na Universidade da Zâmbia (e- mail: mjkelly©zamnet.zm). O relatório foi editado por Katie Tripp e Helen Bafios Smith. Nós agradecemos a ajuda dos seguintes membros do distrito de Kafue que disponibilizaram grande parte da informação contida neste relatório: Godfrey Musonda - director executivo, PPAZ, R. D. Muchindu - director executivo suplente, FLMZ, Francis Phiri - coordenador do projecto Nove educadores de pares/colegas e conselheiros da Escola Secundária de Naboye, Kafue. Doze matronas e patronos dos Clubes FLE de várias escolas em Kafue (Escola Básica de Nakatete [2], Escola Básica de Mutendere [3], Escola Básica de Nangongwe [1], Escola Básica de Kasenje [3], Escola Soloboni [2] e Escola Secundária de Dia de Kafue [1]) Paul K. Chinyama - o pai e educador mais velho e formador (para organizar as discussões especializadas de grupo e a visita à Escola Secundária de Dia de Kafue) Director da Escola Secundária de Kafue, matrona, educadores de pares/colegas e conselheiros e outros estudantes Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. 'What's Up Kafue? An Assessment of the Livelihood, Sexual Health and Needs of Young People in Kafue Dístrict' ("O que se passa Kafue? Uma Avaliação da Vivência, Saúde Sexual e Necessidades dos Jovens no distrito de Kafue") (Número de encomenda: KARHPO1) Family Life Education: A Manual for Parent Educators (Educação da Vida Familiar: Um Manual para Pais Educadores) (Número de encomenda: KARHPO2) Family Life Education: A Curriculum for Teachers and Trainers (Educação da Vida familiar: Um Curriculum para os Professores e Formadores) (Número de encomenda: KARHPO3) 326 Seçcão 3: Zâmbia In School Training for Peer Education Programme (PEP) 2002' (" Formação na Escola para o Programa de Educadores de pares/colegas (PEP) 2002 ") (Número de encomenda: KARHPO4) 'Training of Trainers Workshop 1999' (" Workshop de Formação de Formadores 1999 ") (Número de encomenda: KARHPO5) Facilitator's Guide to Participatory Practice in HIV/AIDS Work: Gender and Sexuality in Young Men's Lives (O Guia do Facilitador para a Prática Participativa no Trabalho relacionado com o HIV/SIDA: Género e Sexualidade nas Vidas de Jovens Homens) (Número de encomenda: KARHPO6) Wational Workshop: Youth Empowerment' (CWorkshop Nacional: Dar Poder aos Jovens") (Número de encomenda: KARHP07) 'Documentation and Evaluation of the Kafue Adolescent Reproductive Health Project' (" Documentação e Avaliação do Projecto de Saúde Reprodutiva Adolescente de Kafue, Agosto de 2000 ") (Número de encomenda: KARHP08) Annual Report 2000 (Relatório Anual 2000) (Número de encomenda: KARHPO9) 'Report on the Training of Teachers in Family Life Education and Sexual Reproductive Health' ("Relatório da Formação de Professores em Educação da Vida Familiar e Saúde Sexual Reprodutiva") (Número de encomenda: KARHP10) 'Report on the Parliamentarians'Advocacy Workshop, November 1999' ("Relatório do Workshop de Advocacia aos Parlamentários, Novembro de 1999") (Número de encomenda: KARHP11) 'Report on the Sensitisation Workshops of Health Providers, September 2000' C'Relatório dos Workshops de Sensibilização dos Prestadores de Serviços de Saúde, Setembro de 2000") (Número de encomenda: KARHP12) 327 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Brochuras: Sexually Transmitted Infections (Infecções Sexualmente Transmissíveis) What's Up on Drugs andAlcohol (O que se Passa com as Drogas e Álcool?) Early Marriage: Know the Facts (Matrimónio Precoce: Saiba os Factos) A voiding Many Sexual Partners: What You Shou/d Know (Evitando Muitos Parceiros Sexuais: O que Deve Saber) Facts About Growing Up (Factos Sobre o Crescimento) (Número de encomenda: KARHP13) APENDICE 1. PAPEIS DO PESSOAL Papéis do Pessoal no Programa Principal Directores executivos da PPAZ e FLMZ Os directores são responsáveis pelo projecto, a distribuição de fundos e aprovação de mudanças às actividades do projecto. O Grupo Principal O grupo principal a nível central é composto por representantes de duas ONG locais (PPAZ, FLMZ) e do CBoH. As funções do grupo principal são o desenvolvimento de planos anuais, implementação, coordenação, prestação de contas, formação, monitorização de contas, prestar apoio técnico ao coordenador do projecto e avaliação. O grupo principal local consiste de representantes de instituições locais, nomeadamente da filial local da PPAZ, filial local do FLMZ, Departamento de Assistência Social, Departamento de Desenvolvimento da Comunidade, DEO, Conselho do Distrito de Kafue, DHMT, educadores de pares/colegas e os líderes locais da comunidade. Presta apoio na implementação das actividades do projecto e tem como objectivo fortalecer a colaboração local. Por outro lado, também procura contribuir para a integração das actividades de FLE/SSR na saúde pública do distrito, comunidade e sistemas sociais e educacionais. Coordenador do Projecto KARHP O coordenador tinha experiência prévia nas áreas de SSR e FLE e é responsável pela selecção e formação do pessoal, coordenação de reuniões entre os vários recursos humanos do programa e organização de eventos comunitários e nos clubes FLE. Assistentes do Programa KARHP Os assistentes tinham experiência prévia nas áreas de SSR e FLE. Eles ajudam o coordenador do projecto no dia-a-dia da sua implementação. Formadores Mestres Os formadores mestres estão activamente envolvidos no início do programa e são responsáveis pela formação de todo o pessoal e dos TOTs. 328 Seçcão 3: Zâmbia Formadores de Formadores (Trainers of trainers- TOTs) Os TOTs são professores, oficiais da polícia, membros do governo local, educadores de pais e anciãos, educadores de pares/colegas que foram formados para formar os membros do pessoal. Eles são responsáveis por organizar toda a formação do pessoal, workshops e cursos de actualização assim como organizar os formadores externos para auxiliarem nos workshopsde formação. Educadores de pares/colegas e Conselheiros Eles são o ponto de contacto principal com os jovens e são responsáveis pelo dia-a-dia dos clubes FLE e outras actividades. Directores da PPAZ, do < RFSU FLMZ Formadores mestres da Grupos principais PPAZ, FLMZ e RFSU Coordenador do programa KARHP __ f TOTs Coordenador/Criador Assistente do programa do material do Matronas e patronos Educadores de Educadores de pais e pares/colega anciãos L> Ponto focal de HIV/SIDA _>Prestadores de serviços > CBDs < Clínicas de saúde Pont focl deHIV/IDAde saúde Nota: Todo o pessoal das caixas a cinzento são colaboradores mas não são parte da estrutura institucional principal. Figura Ai. Organígrama. 329 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Matronas e Patronos Estes são professores formados como matronas e patronos e que são responsáveis por ajudar na organização dos clubes FLE e prestar apoio aos educadores de pares/colegas. Educadores de pais e ancíãos São responsáveis pelo trabalho na comunidade e pela mobilização de apoio da comunidade para o programa. Prestadores de Serviços de Saúde Amigos dos Jovens Estes prestadores de serviços de saúde amigos dos jovens trabalham nas clínicas e dão conselhos a jovens que buscam conselho sobre preservativos, HIV/SIDA e DST, gravidez, e outros assuntos relacionados com a SSR. Distribuidores Comunitários (Community-based distributors - CBDs) Os CBDs são jovens formados na disseminação de mensagens sobre SSR, incluindo outros métodos de planeamento familiar e de contracepção (tais como os preservativos), a jovens nas comunidades. Eles ajudam a preencher a distância que vai das clínicas aos jovens. APÊNDICE 2. DADOS SOBRE O PESSOAL Tipo Número de Posição/Título Género pessoas Tempo integral e com 1 Coordenador do programa Masculino salário 2 Assistentes do programa 1 Masculino, 1 feminino Pessoal voluntário, 80 (estimativa) Matronas e patronos Masculinos e não educadores (sem femininos receber subsídios ou incentivos) 200 (estimativa) Educadores de pais e Masculino e feminino anciãos 13 Distribuidores baseados na Masculino e feminino comunidade 20 Formadores mestres Masculino e feminino 50 (estimativa) Formadores de formadores Masculino e feminino 28 (300 Prestadores de serviços de Masculino e Feminino sensibilizados) saúde amigos dos jovens Educadores 500 (50 são Educadores de Masculino e feminino voluntários (sem conselheiros) pares/colegas e receber subsídios ou conselheiros incentivos) 330 0'0`l> :AA V 1 ti: BABWE < 4qj#"p< ^ e # ,_ ..s r * ' f t 1"'"`";m~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Q Seçcão 3: Zimbabwe Africare: Projecto "Saúde Reprodutiva dos Adolescentes": Clubes de Acção contra a SIDA nas Escolas PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa O Ministério da Educação, Desporto e Cultura do Zimbabwe solicitou a participação de outros sectores envolvidos na educação de jovens sobre a SIDA no combate ao problema do HIV/SIDA. A Africare, uma organização não governamental do Zimbabwe, já estava a implementar programas de saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA) nos distritos de Bindura e Monte Por causa de grandes lacunas Darwin. A Africare decidiu responder ao apelo entre conhecimento e governamental ampliando os seus programas para incluir a m edanças de comportamento educação sobre o HIV/SIDA. ~~ate mesmo entre a população educação sobre o HIV/SIDA. dlan ibbe adulta no Zimbabwe, Em Junho de 2000, a Africare levou a cabo uma o programa está a desenvolver avaliação das necessidades para examinar os factores que esforços para se centrar influenciam o comportamento sexual dos jovens e as suas nas capacidades pedagógicas atitudes em relação ao sexo. Com base nos resultados da que vão encorajar a mudança avaliação das necessidades, Clubes de Prevenção e de comportamentos, tais como Combate à SIDA baseados nas escolas e programas capacidades de negociação, geradores de rendimentos foram estabelecidos em 2000, afirmação e a provisão de em 26 escolas (17 primárias e 9 secundárias) abrangendo modelos. mais de 20,000 crianças e adolescentes que frequentavam Oficial do programa a escola. Nos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA, educadores de pares/colegas eram responsáveis por Para ilustrar "situações estabelecer uma variedade de modos de transmitir mensagens reais de vida," histórias aos jovens sobre a sua saúde sexual. No fim de 2000, mais 34 educativas sobre como as clubes foram estabelecidos. pessoas se envolvem em Foram implementadas actividades geradoras de comportamentos sexuais rendimentos para ajudar as crianças a desenvolver capacidades de alto risco, são , e infectadas e acabam práticas e encorajá-las a ter confiança no futuro. Para fazer doentes são ensinadas aos parte das actividades geradoras de rendimentos, uma criança membros dos Clubes para ou adolescente tem que se tornar um membro de um Clube de assegurar que os jovens Prevenção da SIDA. entendem a história da A maioria das crianças estava muito interessada nas doença desde a infecção à actividades geradoras de rendimentos, sendo um bom método morte. de encorajar a adesão aos Clubes e aprender algo sobre a Coordenador do SIDA. programa 333 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Para assegurar o apoio da comunidade aos Clubes e actividades geradoras de rendimento, foram celebradas reuniões de sensibilização com líderes da comunidade tais como chefes, conselheiros e líderes de jovens. Os líderes concordaram em endossar os Clubes dando-lhes legitimidade dentro da comunidade. Além disso, os Grupos de Jovens para o Desenvolvimento da Comunidade (GJDC; grupos baseados na comunidade formados por jovens e/ou líderes tradicionais por razões sociais ou económicas) concordaram em colaborar na manutenção das actividades geradoras de rendimentos. Uma avaliação foi levada a cabo por uma consultora independente no fim de 2000. A avaliação mostrou uma diminuição dos comportamentos de risco em termos de infecção pelo HIV/SIDA entre os jovens observados. Como consequência destes resultados, o programa espera expandir-se a outros distritos estando a aguardar por mais financiamento. Por favor veja a figura 1 da cronologia dos principais eventos do programa. 1999 . Avaliação das necessidades realizada nos distritos de Bindura e Monte Darwin. o Proposta submetida a várias agências de doadores. o Fundos recebidos da Fundação BilI e Melinda Gates. o Contactado o Ministério da Educação, Desporto e Cultura para se estabelecerem os Clubes de Prevenção e Combate à SIDA nas escolas. o São realizadas reuniões de sensibilização para directores de escolas, professores, pais e líderes comunitários. o Contratação dos principais recursos humanos do programa (directores, coordenadores, facilitadores). 2000 o Desenvolvimento dos materiais do programa. o Fundos recebidos da KODAK. o O programa começa em 27 escolas dos distritos de Bindura e Monte Darwin. o Novos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA são estabelecidos nos distritos do Norte de Makoni, do Sul de Makoni e de Harare * Conduzida a avaliação. 2001 o Expansão dos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA a outras 40 escolas nos distritos de Makoni e Harare. o Financiamento adicional assegurado da KODAK para mais três anos (2001-03). 2002 .0 Elaboração do relatório de avaliação. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa 334 Seçcão 3: Zimbabwe Visão Geral do Programa Missão A missão do programa consiste em divulgar informação sobre saúde sexual e reprodutiva (SSR) e promover atitudes e comportamentos sexuais positivos nos jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos nos distritos de Bindura, Monte Darwin, Makoni e Harare. O programa também tem como objectivo ensinar aos jovens capacidades práticas para gerarem rendimento e se tornarem auto-suficientes. Objectivos A colaboração entre escolas De acordo com o gestor do programa, os acontece através da realização de objectivos do programa são: actividades frequentemente . promover conhecimentos profundos e atitudes coordenadas pelos positivas em relação ao HIV/SIDA e doenças Departamentos Distritais de sexualmente transmissíveis doenças (DST) entre os cabeças e outras compeqtiçõsa jovens; ~~~~~~~~~~~~entre escolas. . dotar os jovens com competências para a vida que Coordenador do programa lhes permita fazer escolhas informadas sobre SSR; * facilitar o acesso dos jovens a serviços de SSR; * dar poder aos jovens com capacidades de autoconfiança através da formação em capacidades de desenvolvimento de negócios e actividades geradoras de rendimentos; . reforçar qualidades de liderança e capacidades de comunicação interpessoal entre os jovens; . estabelecer e fortalecer ligações com organizações, ministérios e outros intervenientes chave. Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário consiste de 10,500 jovens dentro e fora da escola com idades compreendidas entre os 10 e 24 anos dos distritos de Bindura e Monte Darwin da Província Central de Mashonaland, dos distritos do Norte e sul de Makoni da província de Manicaland e dos distritos de Harare. Grupos-alvo Secundários Os grupos-alvo secundários são: • professores, que são formados para trabalhar como supervisores (patronos e matronas) dos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA; * pais, que são encorajados a melhorar comunicação entre pais e filhos especialmente sobre assuntos que digam respeito à SSR; . crianças em circunstâncias difíceis, por exemplo, órfãos e outras crianças vulneráveis, às quais são oferecidos apoio e ajuda relativamente às propinas escolares, comida e roupas obtidos com fundos de projectos geradores de rendimentos. 335 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Localização Para os jovens dentro da escola, os Clubes de Prevenção e Combate à SIDA e as actividades geradoras de rendimentos acontecem nas escolas. Para os jovens fora da escola, as actividades dos clubes têm lugar em instalações da comunidade e outras eventos disponíveis para eles. Os projectos geradores de rendimentos acontecem em locais de crescimento (um centro de negócios num distrito designado pelo governo para desenvolvimento adicional) e outros centros de negócios. O programa também mantém vínculos entre a comunidade e os centros de saúde. Duração do Programa A adesão aos clubes está aberta a qualquer pessoa com menos de 24 anos. Os jovens são livres para permanecer no programa o tempo que quiserem. Uma vez que o programa existe há somente dois anos, a duração média de permanência nos clubes é difícil de determinar. Porém, até ao momento nenhum jovem saiu do programa voluntariamente. Se um membro de algum clube se transfere para outra escola, é encorajado a juntar-se ao clube da nova escola caso esta tenha um. Metas do Programa De acordo com o coordenador de programa, todas estas metas são igualmente importantes porque são complementares - uma pessoa não pode trabalhar com uma sem a outra. Porém, o enfoque principal do programa é a mudança de comportamentos sendo também enfatizadas a motivação para a abstinência e atrasar a idade da primeira experiência sexual. A mudança de comportamentos é entendida como a base que resultará na realização de todas as outras metas. Através da mudança de comportamentos, os jovens poderão evitar as DST e também respeitarão os seus direitos e os direitos de outros jovens. Abordagens Abordagens dos Clubes: Abordagens para a Comunidade: • mudança de comportamentos; * capacidades de comunicação; * educação por pares/colegas; o comportamentos morais; • educação sexual e sobre o * aconselhamento sobre HIV/SIDA; HIV/SIDA; o projectos geradores de . valores sociais e comportamentos rendimentos. morais; . respeito pelos direitos individuais; • desenvolvimento da auto-estima e auto-eficácia; . reforço de competências para a vida; • aconselhamento sobre HIV/SIDA; * SSR; * capacidades de comunicação. 336 Seçcão 3: Zimbabwe Mudança de comportamentos Promoção de comportamentos sexuais saudáveis Prevenção d e infecções sexualmente Promoção dos direitos individuais Figura 2. Metas do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Coordenador do Programa O programa enfatiza a educação por pares/colegas e a formação em competências para a vida. A educação por pares é uma abordagem fundamental porque os jovens são tidos como os mediadores mais efectivos para influenciar os grupos em relação ao HIV/SIDA na própria comunidade. A formação em competências para a vida dota os jovens com capacidades úteis, tais como comunicação, tomada de decisões, gestão de emoções, empenhamento e reforço da auto-estima. Eles também são ensinados a gerir a pressão dos parceiros, a ter sensibilidade relativamente ao HIV/SIDA além de serem dotados de capacidades ligadas aos relacionamentos, não só dentro da escola mas também na comunidade. Usar os pares como educadores Educar os patronos, matronas e directores de ajudou a sancionar o comportamento entre as crianças. Por exemplo, as escolas em comunicação entre pais e filhos e meninas agora evitam situações capacidades de aconselhamento é visto como onde estejam em risco de abuso por importante para tornar o ambiente dos jovens e anciões ou professores deixando crianças mais acolhedor. mensagens em casas dos Projectos geradores de rendimento não só dão professores apenas em pares ou em poder económico aos jovens mas também lhes pequenos grupos. Como modelos, os permitem distribuir informação sobre o HIV/SIDA. Por educadores de pares ajudaram a exemplo, quando uma pessoa vem para um serviço, instalar um sentido de usa-se esta oportunidade para distribuir folhetos responsabilidade, e isto tem sobre o HIV/SIDA. resultado em mudança de comportamentos. Actividades Coordenador do programa As principais actividades implementadas encontram-se listadas na figura 3. E crucial em todas as actividades que os jovens trabalhem os seus próprios problemas, por que é que os têm, e proponham as suas próprias soluções. As discussões de grupo são o meio principal para considerar questões essenciais que emergem das dramatizações e representações. O coordenador do programa afirmou que as dramatizações e representações eram muito populares e a pesquisa tem demonstrado como podem ser ferramentas eficazes. Para além disso, concluiu-se que a música era muito eficaz porque o canto e a dança são usadas 337 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA na cultura africana para mobilizar e informar as pessoas. As palestras revelaram ser o método menos eficaz e menos popular para disseminar informação, pois os jovens acham- nas aborrecidas. Porém, não se percebe qual destas actividades é na verdade mais eficaz para promover uma mudança de comportamento positiva. Componentes O programa consiste de dois componentes principais: 1. Clubes de Prevenção e Combate à SIDA; 2. actividades geradoras de rendimentos. Discussões de gmpo, encenações e jogos Códigos de imagens Figura 3. Actividades Ordenadas por Ordem Crescente em Termos de Frequência de Utilização Clubes de Prevenção e Combate à SIDA Cada Clube tem aproximadamente 30 membros que se reúnem uma vez por semana, na escola (para os jovens dentro da escola) ou no local gerador de rendimentos ou instalação da comunidade (para os jovens fora da escola). As sessões dos clubes duram de uma a duas horas para jovens dentro da escola e tanto quanto necessário para discutir completamente um tópico (normalmente uma manhã inteira ou tarde) para jovens fora da escola. Os Clubes são organizados pelos patronos e matronas, mas são os educadores de pares/colegas que decidem quais os tópicos a serem discutidos e que actividades usar. Qualquer jovem que seja vítima de abuso sexual pode receber aconselhamento individual dos patronos e matronas formados ou do oficial do programa formado. Com a permissão do jovem, ele ou ela pode ser encaminhado para centros juvenis e obter ajuda através dos procedimentos legais. Educadores de pares/colegas. Os educadores de pares/colegas são membros dos Clubes. Durante as reuniões semanais são realizadas dramatizações, canções e poemas. Práticas em como se aproximar de uma pessoa para discutir sobre o HIV/SIDA, o abuso de crianças e como usar os diferentes materiais e representações, ocupam muito tempo do programa. O resto do tempo é gasto na aprendizagem sobre o HIV/SIDA, planeando actividades geradoras de rendimentos e discutindo experiências de sessões recentes dos educadores de pares/colegas com outros estudantes ou membros da comunidade. Os educadores de pares/colegas são responsáveis pelas actividades dos Clubes, assim como: 338 Seçcão 3: Zimbabwe . pelo aconselhamento individual e sessões de educação em grupo pelos educadores de pares/colegas tanto com membros como não membros (outros jovens da escola) dos Clubes; * distribuir materiais educacionais aos pares; * desenvolver mensagens para serem usadas durante as dramatizações e representações que realizam para não membros e para a comunidade; * realizar actividades de assistência externa à comunidade, tais como visitas de porta em porta. (Isto envolve visitas a pessoas doentes e rezar-lhes orações; oferecer apoio financeiro, como pagar propinas escolares aos órfãos; e encorajar outros jovens a aderirem ao Clube). São também realizadas sessões de grupo com meninas como um modo de reforçar as capacidades de afirmação e como preparação para discussões de grupo mistos. *3 ure, *l l e - Lllian, de 13 anos, é um membro do Clube de Prevenção e Combate da SIDA da Escola Primária de Chiweste. Hoje o Clube vai se reunir e discutir o abuso de crianças. Lilian foi escolhida para fazer o papel da criança abusada. Ela vai actuar com a Molly que fará o papel da mãe e Sando fará o papel de tio que abusou de Ulian. Na peça, Lilian aparece à mae estranhamente calada, e quando a mãe pergunta qual é o problema, ela começa a chorar. O Tio Sando, depois de ouvir isto, aproxima-se de forma que a Lilian tenha medo de dizer alguma coisa. Porém, a Molly leva a filha para o quarto onde, depois de algumas sondagens, Lilian lhe conta o que aconteceu. Depois da peça, as crianças analisam a história com ajuda do patrono ou matrona. Lizy que também é um membro do Clube diz que a história a ajudou a identificar o comportamento de uma criança abusada e o que deveria ser feito para a persuadir a falar. Ela também disse que vai compartilhar a história com os seus amigos e pais de forma a poderem identificar crianças vítimas de abuso. Patronos e matronas. Normalmente há dois ou três patronos ou matronas por Clube (dependendo do tamanho da escola). Os seus principais papéis são os de supervisionar as actividades dos Clubes de Prevenção e Combate da SIDA e apoiar os membros no seu trabalho. Para além disso, também é trabalho dos patronos e matronas procurar e identificar sinais de possível abuso e oferecer ajuda nesta situação. Os patronos e matronas também encorajam outros professores a aderirem aos Clubes. Trimestralmente, os patronos e matronas de escolas diferentes encontram-se com o pessoal do Africare para compartilhar ideias e discutir problemas. Comité de Prevenção e Combate da SIDA. O comité que inclui pais, educadores de pares/colegas, patronos e matronas é responsável por planear e coordenar as actividades dos Clubes e analisar o progresso dos projectos geradores de rendimentos. 339 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Actívidades Geradoras de Rendimentos Há 21 projectos geradores de rendimentos dentro de escolas e 8 para jovens fora da escola. Podem ser membros todos os jovens entre os 10 e 24 anos. Os jovens das escolas trabalham com os patronos e matronas na gestão dos projectos geradores de rendimentos e os jovens fora da escola trabalham com líderes tradicionais envolvidos no projecto e com o oficial do projecto da Africare. Os projectos são usados como um modo de alcançar os membros da comunidade em termos da Quando um menino vem buscar os educação sobre SSR quando vêm comprar os seus sapatos, nós pomos uma produtos. Por exemplo, são colocados folhetos de mensagem no sapato. Ele não tem educação sobre a SIDA em sapatos consertados. escolha senão vê-la e lê-la. Deste As actividades implementadas actualmente modo, alcançamos muitos jovens incluem a carpintaria, fabricação e conserto de que não querem assistir às nossas sapatos, confecções, entretenimento, criação avícola e Educadol pressão de óleo. O entretenimento (particularmente os jogos) é um componente central das actividades do programa, porque as pessoas jovens têm que se divertir para permanecer motivados. Parte dos lucros é reinvestida na geração de rendimentos, e o resto é usado para actividades relacionadas com o HIV/SIDA e prestação de apoio à comunidade através de contribuições para pagamento de propinas escolares, uniformes e comida para os órfãos e outras crianças vulneráveis. Uma percentagem pequena é dada aos jovens fora da escola na forma de subsídios. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das Necessidades A avaliação de necessidades consistiu das três partes seguintes: 1. um estudo base para determinar o que é que os jovens sabem sobre a SSR e examinar as suas atitudes e comportamentos, como também descobrir que problemas estavam enfrentando a nível individual e familiar; 2. identificação de iniciativas existentes baseadas na comunidade que pudessem ser fortalecidas para educar, aconselhar e apoiar crianças, adolescentes e os adultos jovens relativamente à SSR; 3. determinação do interesse dos jovens em projectos geradores de rendimentos e com viabilidade de mercado. • A pesquisa de base foi levada a cabo por uma equipa de profissionais da Africare durante um mês. • Foi recolhida informação sobre os conhecimentos relativos ao HIV/SIDA e DST/IST, atitudes em relação ao sexo e comportamento sexual. . Foram seleccionados como alvo os professores e alunos nas escolas, e pais e membros da comunidade em instalações da comunidade. 340 Seçcão 3: Zimbabwe * A informação foi recolhida através de discussões especializadas de grupo e questionários individuais. . No total, 230 pessoas (professores, juventude, pais, e membros de comunidade) participaram. A maioria dos Os resultados principais mostraram que os jovens enfrentam jovens não tinha a muitos problemas, incluindo DST e HIV/SIDA, drogas e abuso de capacidade de álcool, gravidezes não desejadas, abuso sexual, prostituição e afirmação na desemprego. A maioria dos jovens teve o primeiro encontro sexual tomada de decisões entre os 9 e os 15 anos. Eles entregaram-se ao sexo como uma forma relativamente aos de experiência e frequentemente sem qualquer forma de protecção, assuntos ligados à embora estivessem informados sobre o HIV/SIDA, como o apanhar e saúde e como evitar o contágio. A maioria dos jovens também reportaram a sexualidade. falta de serviços para jovens onde eles pudessem aprender sobre Avaliação das planeamento familiar. necessidades A ruptura no sistema de apoio familiar foi relatada como tendo deixado uma lacuna em termos de quem deveria dar conselhos aos jovens à medida que eles crescem. Era evidente que os media, tais como a rádio, televisão e jornais, tinham-se tornado a principal fonte de informação para os jovens. Os pais também reportaram que as suas crianças não os estavam a escutar. Porém, uma vez que a amostra usada era pequena, é difícil tirar qualquer conclusão forte. Por favor veja o apêndice 3 deste capítulo para obter mais detalhes. Os resultados do inquérito de base e a informação recolhida do oficial de saúde do distrito deram uma boa imagem das necessidades de SSR da população alvo. Materiais do Programa A Africare usou os resultados da avaliação das necessidades para produzir vários materiais a serem utilizados nos Clubes de Prevenção e Combate da SIDA, incluindo manuais de formação, folhetos e cartazes. Os manuais de formação demoraram aproximadamente quatro meses a ser concebidos, desenvolvidos e distribuídos. A Africare consultou um número de organizações envolvidas em educação por pares e projectos para jovens para preparar estes manuais. Os jovens foram envolvidos na concepção e produção dos outros materiais. Oficiais de informação, educação e comunicação do Ministério da Saúde e Bem-estar da Criança também editaram estes materiais antes que fossem produzidos e amplamente disseminados. Todos os materiais foram desenvolvidos de forma que os tópicos não sejam só pertinentes mas também que as mensagens tenham sequência, progressão e continuidade. Os materiais estão escritos em inglês. Materiais para Formação do Pessoal Todos os materiais de formação do pessoal são usados para formar os patronos e matronas assim como os educadores de pares/colegas. O Manual de Child Sexual Abuse (Abuso Sexual de Crianças) é também usado para formar os directores de escolas e professores em como identificar uma criança que sofre de abuso. 341 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA O Manual de Educação e Comunicação sobre o HIV/SIDA O Manual de Educação e Comunicação sobre o HIV/SIDA dá passos e directrizes em como conduzir uma formação em educação por pares para adolescentes. O manual abrange os seguintes tópicos: * O que é o HIV/SIDA? * Será que o HIV/SIDA existe? * Convicções relativas ao HIV/SIDA. * Como é transmitido o VIH? • DTS. * Sinais e sintomas do VIH e da SIDA. . Teste do VIH. . Prevenção do VIH. * Aspectos culturais do sexo e matrimónio. O manual também analisa o impacto do HIV/SIDA ao nível do indivíduo, da família e da comunidade, assim como ensina capacidades de comunicação e aconselhamento. O manual também mostra como é que métodos diferentes, tais como dramatizações, representações e Hoje, as tias que discussões de grupo, podem ser usados para educar sobre o costumavam ensinaras HIV/SIDA. Apesar de não se dirigir a grupos etários específicos, nossas crianças não pode ser adaptado para o grupo-alvo. As mensagens do existemn Como mãe não programa têm sido consistentes e desenvolvem-se em redor da criança sobre sexo, pois abstinência sexual e do sexo seguro. isso é tabu. Por outro Cópias deste manual estão disponíveis. Por favor veja lado, eu não confio mais Materiais Disponíveis na Parte D deste capítulo. na tia e não aprovaria que ela ensinasse a O Manual de Abuso Sexual de Crianças minha criança. O Manual de Abuso Sexual de Crianças é um guia de __ _ como lidar com assuntos de abuso sexual de crianças, incluindo aconselhamento, como identificar uma criança abusada, como a família pode responder ao abuso sexual, estratégia de tratamento e terapia. Para mais informação, por favor veja o apêndice 4 neste capítulo. Cópias deste manual estão disponíveis. Por favor veja Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. O Manual de Negócios da Comunidade O Manual de Negócios da Comunidade dá uma descrição simples de como gerir um projecto gerador de rendimentos. É usado tanto pelos patronos como pelos que participam nos projectos geradores de rendimentos. O manual é dividido em capftulos que incluem como ter uma ideia e determinar a sua viabilidade, organização empresarial, produção e operação, marketing e distribuição, finanças e contabilidade, e sustentar e fazer um negócio de comunidade crescer. Para mais detalhes, por favor veja o apêndice 4 deste capítulo. Cópias deste manual estão disponíveis. Por favor veja Materiais Disponíveis na parte D deste capitulo. 342 Seçcão 3: Zimbabwe Materiais Adicionais Cartazes e Folhetos A Africare produziu folhetos e cartazes em inglês e idiomas locais de forma que possam ser entendidos pelo maior número de comunidades. Cada cartaz ou folheto demora entre dois a três meses a ser produzido. A mensagem é discutida primeiro com os jovens, e só então refinada, editada e impressa. Cartazes e folhetos usados nos Clubes. Os cartazes usados nos Clubes explicam qual o significado das abreviações VIH e SIDA. Eles também ajudam a explicar o sistema imunitário e como a infecção do vírus se desenvolve e ataca e os tipos de doenças que resultam deste dano. Cartazes e folhetos usados na comunidade. Os cartazes promovem a consciência sobre o HIV/SIDA e também encorajam os adultos a criar um ambiente amigável e de promoção de diálogo para os jovens. Os cartazes são colocados nas escolas, corredores e lojas. Um folheto intitulado "Africare" descreve as actividades da organização, missão e projectos. Todos estes materiais estão disponíveis. Por favor veja Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. Selecção e Formação do Pessoal Educadores de pares/colegas * Os jovens aderem aos Clubes voluntariamente. Um Clube terá em média cerca de 30 membros. • Eles são formados pelos patronos ou matronas durante uma semana usando os mesmos métodos e materiais utilizados para formar os patronos e matronas. * De uma forma crítica são-lhes ensinadas as capacidades necessárias para um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Para além disso, também aprendem capacidades para comunicar com os seus pares e é-lhes proporcionada informação sobre o HIV/SIDA. • No final da sessão de formação, é dado um trabalho comunitário aos participantes para praticarem o que aprenderam. * São realizadas sessões trimestrais de actualização pelo oficial do projecto Africare com a ajuda dos patronos e matronas. Patronos e matronas/Tutores e tutoras * Os patronos e matronas são professores voluntários formados por profissionais da Africare. Há um professor homem e uma mulher em cada Clube. * Os patronos e matronas são formados durante cinco dias em: - educação por pares que cobre informação sobre o HIV/SIDA e como desenvolver competências para a vida; - como dirigir um Clube de Prevenção e Combate da SIDA; - gestão de projectos. * Os patronos e matronas também são formados por profissionais da Africare durante uns cinco dias adicionais em capacidades básicas ligadas ao aconselhamento de forma a 343 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA poderem lidar com qualquer problema que os jovens possam enfrentar, particularmente, o abuso sexual. * Trimestralmente, os patronos e matronas frequentam cursos de actualização que duram três dias e que são ministrados por oficiais da Africare. Directores de Escolas * São formados em aconselhamento pelo oficial do projecto Africare durante 10 dias. * São também formados em informação básica sobre o HIV/SIDA pelo oficial do projecto Africare. Representantes dos Pais * São seleccionados os representantes dos pais nas reuniões da Associação de Desenvolvimento Escolar, de acordo com o seu interesse sobre os assuntos relacionados com o HIV/SIDA e as suas capacidades para os entender. * São formados em aconselhamento pela Africare durante três dias. Esta formação inclui a comunicação entre pais e filhos. Estabelecimento do Programa Estabelecer um Clube de Prevenção e Combate da SIDA * Uma avaliação das necessidades é realizada para determinar as necessidades da comunidade em termos de prevenção do HIV/SIDA. Os conhecimentos da comunidade, atitudes e práticas em relação ao HIV/SIDA são examinados. Outras organizações que implementam programas de prevenção de HIV/SIDA são estudadas para potencial colaboração. . A equipa da Africare contacta oficiais do Ministério da Educação, Desporto e Cultura no distrito e província para explicar o programa proposto e obter apoio. Eles também lhes apresentam os resultados da avaliação das necessidades. * São realizadas reuniões de sensibilização com directores de escolas, professores, líderes da comunidade e pais. • As escolas contactadas pela Africare. Os Clubes são estabelecidos nas escolas que desejam participar. . Nas escolas participantes, é formado um comité de patronos (um homem e uma mulher), crianças (normalmente duas meninas e dois meninos, seleccionados com base na sua compreensão dos assuntos relacionados com o HIV/SIDA e nas suas qualidades de liderança), e representante dos pais. O papel do comité é coordenar as actividades do Clube, planear e implementar actividades de sensibilização relativamente ao HIV/SIDA tanto em escolas como nas comunidades, promover o estabelecimento de relações com os membros da comunidade e gerir os projectos geradores de rendimentos. O comité também realiza reuniões para rever o progresso do Clube e promove a identificação e resolução participativas de problemas. . São formados professores como patronos e os membros do Clube são formados como educadores de pares/colegas (veja em cima). 344 Seçcão 3: Zimbabwe * O oficial do programa Africare no distrito mantém contactos estreitos com os patronos e jovens. Estabelecer um Projecto Gerador de Rendimentos É E realizado um workshop entre os membros do Clube para determinar o interesse em projectos geradores de rendimentos e em que projectos gostariam de estar envolvidos. * Uma pesquisa de mercado é realizada para avaliar o potencial dos projectos. * Os jovens seleccionam os projectos que lhes interessam. . Os membros do Clube formam um comité para acompanhar a implementação dos projectos. O comité é composto pelo oficial do projecto Africare e membros do Clube (que assumem os cargos de presidente, tesoureiro, secretário, vice-presidente e três membros do comité, para os fazer sentir parte do programa). Cada projecto tem um sub comité que reúne com o comité principal uma vez por mês para prestar contas das actividades. . Uma constituição é esboçada pelos jovens, com apoio do oficial do projecto Africare. A constituição estabelece os papéis dos membros do comité, como os projectos devem ser implementados, como o dinheiro deve ser usado e procedimentos disciplinares. * Os jovens são formados em gestão de projectos. * O comité planifica a forma como as receitas dos projectos geradores de rendimentos devem ser usadas. Recursos do Programa A organização tem vários vídeos e cartazes, como também Os jovens de hoje um boletim mantidos pelo oficial do projecto e nos escritórios da não respeitam os Africare. Estes são distribuídos aos Clubes quando estes o solicitam. anciãos. Eles pensam Outros materiais vêm da clínica de saúde governamental local, do que nós não sabemos Ministério da Saúde e Bem-Estar da Criança e outras organizações nada. que produzem esse tipo de materiais. Ancião de aldeia Advocacia Governo Antes do início do programa em 1999, foram realizadas reuniões consultivas com agências do governo que incluíram Ministérios da Educação, Desporto e Cultura; Saúde e Bem-Estar da Criança; e Serviço Público, Trabalho e Previdência Social. Eles concordaram em dar o seu apoio à Africare o que ajuda a legitimar o programa no seio da comunidade. Para além disso, eles permitem a utilização de instalações escolares e outras instalações comunitárias que podem ser usadas para celebrar reuniões dos Clubes, conversas e eventos do programa, como também permitem aos professores usarem parte do seu tempo na implementação destas actividades. O Ministério de Saúde e Bem-Estar da Criança também presta apoio através das clínicas e ajuda a distribuir materiais e outras encomendas. Ao nível do distrito, são realizadas reuniões regulares com o Comité Distrital de Prevenção e Combate da SIDA (DistrictAIDSAction Committee - DAAC), o Departamento de Educação do Distrito (District Education Offlce - DEO) e o Departamento de Previdência 345 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Social do Distrito, os quais colaboram com a Africare. Com estas reuniões mantêm-se informados acerca do programa da Africare. Comunidade Os líderes da comunidade e pais foram consultados extensivamente no desenvolvimento do conteúdo do programa. Para além disso, também foram estabelecidos comités para representar a comunidade, os pais, a escola e os jovens assegurando que o que acontece no programa está em consonância com o seu pensamento. As reuniões são realizadas três a quatro vezes por ano, cuja variação depende da disponibilidade. Por outro lado, também é reconhecido que a sustentabilidade do programa depende do apoio dos líderes escolares. Consequentemente, são realizadas reuniões regulares com os directores de escolas para discutir as actividades dos Clubes e ouvir o ponto de vista do director da escola. Finanças do Programa Até ao momento, 25,200 crianças dentro da escola e 10,000 crianças fora da escola foram alvo do programa. Actualmente, uma média de 1,200 alunos por escola foi formada como educadores de pares/colegas. O programa recebeu USD$537,000 da Fundação BilI e Melinda Gates no seu primeiro ano e USD$89,090 da Kodak no segundo ano. Destes fundos, 50,000 Dólares do Zimbabwe (DZ) são usados para cada um dos oito projectos geradores de rendimentos (ZD400,000). O detalhe financeiro não estava disponível, mas os fundos são principalmente usados para a formação, desenvolvimento dos materiais, consultorias e salários. O custo estimado por criança é de USD$8.89 por ano. (Isto foi obtido dividindo a soma de USD$537,000 mais USD$89,090 por 35,200, o número de crianças alvo do programa e dividindo pelos dois anos do programa). PARTE C: AVALIAÇÃO E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Oficial do Programa Tempo Não é dado tempo suficiente aos educadores de pares/colegas para levarem a cabo o seu trabalho ou discutirem todos os seus problemas. Uma vez que a maioria das escolas do programa estão em áreas rurais e os jovens ocupam a maior do tempo com as tarefas de casa, fazendo trabalhos e percorrendo as longas distâncias para e da escola, as sessões são interrompidas por longos períodos. 346 Seçcão 3: Zimbabwe Professores É necessário manter o interesse e apoio dos professores às iniciativas. Uma solução é o Ministério da Educação, Desporto e Cultura tornar a educação sobre o HIV/SIDA obrigatória sendo objecto de exames e providenciar recursos para apoiar os professores. Monitorízação e A valiação E importante ter a certeza que o programa muda com as necessidades do grupo-alvo. Avaliações das necessidades são realizadas periodicamente pelo oficial do projecto da Africare através de contactos regulares com outro oficiais de programa, a comunidade em sentido amplo e o DAAC. Contudo, o programa iria beneficiar com uma monitorização e avaliação conduzidas cientificamente. Dar Poder às Crianças Através da educação por pares, os jovens aprendem capacidades de liderança, responsabilidade e comunicação interpessoal. Porém, é crucial que os educadores de pares/ colegas pratiquem o que ensinam o que não acontece em alguns casos. São necessárias soluções para resolver este problema. Uso de Preservativos Apesar de se saber que alguns jovens na escola estão já a assumir comportamentos sexuais arriscados, a decisão para excluir a promoção do preservativo foi uma decisão em termos de política tomada pelo Ministério da Educação, Desporto e Cultura, pelas escolas e pais porque a sua promoção foi vista como moralmente inaceitável e como um sinal de permissividade. As atitudes das pessoas em relação ao uso do preservativo têm que ser mudadas. Sustentabbiidade É necessário fazer mais lobbies para obter apoio político e promover o envolvimento dos intervenientes e da comunidade, para que as iniciativas sejam sustentáveis. Além disso, todos estes grupos precisam de ser envolvidos no planeamento e implementação de todas as etapas do programa para que este seja sustentável. Envolvimento dos Jovens Os jovens deveriam ser envolvidos no desenvolvimento do programa porque se relacionam, identificam-se e respondem melhor às mensagens pelas quais têm um sentimento de pertença do que àquelas que lhes são impostas. Deveria também ser dada uma especial atenção ao reforço das capacidades e promoção de um sentido de propriedade uma vez que estas serão provavelmente mais eficazes no desenvolvimento de atitudes e comportamentos positivos. As raparigas precisam de ser tratadas de forma sensível e a sua participação, em particular, deveria ser encorajada. Tornar as Crianças Jovens-Alvo As crianças dever-se-iam tornar alvo do programa o mais cedo possível, em termos de idade, pois são as mais entusiastas e participativas nos Clubes. 347 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais Há grande procura por parte das escolas e comunidade relativamente aos materiais de SSR. Estes poderiam ser obtidos de outras ONG. Órfãos Tem havido um aumento do número de órfãos e crianças chefes de família. O programa precisa de trabalhar em conjunto com o governo e ONG que lidam com órfãos e remetendo os membros órfãos dos Clubes a estas instituições. Pobreza A situação política instável tem promovido uma maior pobreza o que promove a expansão do VIH. O ambiente económico severo que o país está a atravessar faz com que os jovens também estejam a enfrentar problemas em arranjar mercado para os seus bens e serviços. Neste contexto, os projectos geradores de rendimentos deveriam ser fortalecidos. Educadores de Pares/colegas * Os professores precisam de mais capacidades em termos de aconselhamento. * Os pais precisam de formação em comunicação entre pais e crianças para ajudar a melhorar as suas relações. * Os trabalhadores das clínicas precisam de formação em como apoiar os jovens e proporcionar-lhes um ambiente amigável. Isto é particularmente importante para as clínicas que tratam as crianças abusadas sexualmente e que procuram ajuda e aconselhamento. * Dever-se-ia tornar-se mais acessível o acesso aos preservativos. . Precisa de ser feito mais em termos das escolas, pais e comunidades no sentido da sensibilização e promoção do apoio a dar às crianças que são abusadas. Por exemplo, uma linha de ajuda poderia ser montada ou o pessoal podia receber melhor formação em assuntos relacionados com o abuso. * São necessários melhores gestores com perícia empresarial para tornar os projectos de geração de rendimentos um sucesso. Avaliação Em finais de 2000, foi levada a cabo uma avaliação por uma consultora independente para determinar se a Africare tinha conseguido alcançar os seus objectivos, se o programa tinha tido um impacto e se havia uma melhoria em termos dos resultados de saúde. O pessoal da Africare, membros da comunidade, directores escolares, professores e jovens participaram em discussões de grupo especializadas ou responderam a determinados questionários. A avaliação mostrou que os Clubes tiveram um impacto positivo. Os resultados mostraram que apesar de os problemas identificados na avaliação das necessidades (prostituição, gravidez não desejada, abuso de drogas, IST, pobreza e desemprego) ainda existirem, a sua situação era pior antes da existência dos Clubes e que estes eram directamente responsáveis por esta mudança. Por outro lado, os Clubes também 348 Seçcão 3: Zimbabwe promoveram comportamentos saudáveis entre os jovens. Para mais informação, por favor, veja o apêndice 5 neste capítulo. Pontos de referência da UNAIDS Ponto de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Os workshops consultivos com como um principiante que já os jovens são uma parte sabe, sente e pode agir no que fundamental do programa e os respeita a um desenvolvimento jovens estão igualmente saudável e a uma prevenção envolvidos no comité que dirige relacionada com o VIH / SIDA. os Clubes associações. Os jovens participam em quase todos os aspectos do programa, tais como a educação por pares, representações, dramatizações e planeamento do programa 2 Incide nos riscos que são mais Parcialmente Actualmente as mensagens têm comuns no grupo de conseguido como alvo o grupo etário dos 10 principiantes e nas respostas que aos 24 anos de idade. Deste são adequadas e dirigidas ao modo, existe a necessidade de grupo. produzir materiais para os estudantes do ensino primário que têm necessidades diferentes dos jovens do ensino secundário e dos que já não frequentam a escola. 3 Inclui não só conhecimento mas Parcialmente O programa ensina às crianças também atitudes e competências alcançado novas formas de prevenção, tais necessárias à prevenção. como a afirmação e comunicação. Para além disso, dá-lhes poder económico através de projectos geradores de rendimentos. 4 Compreende o impacto dos O envolvimento da comunidade relacionamentos nas mudanças no programa assegura que os comportamentais e reforça valores sociais são mantidos. valores sociais positivos. 349 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 5 Baseia-se na análise das Foi realizada uma avaliação das necessidades dos principiantes e necessidades antes da numa avaliação mais alargada. implementação do programa. Foi também realizado um workshop para se obterem as mensagens antes da produção dos materiais. 6 Possui formação e apoio Os professores que se tornaram continuado para professores e patronos são formados em outros fornecedores de serviços. educação por pares e aconselhamento. Trimestralmente são realizados cursos de actualização para assegurar que os professores se actualizam sobre os últimos desenvolvimentos relativamente ao HIV/SIDA. 7 Utiliza estratégias e actividades O programa usa uma variedade de aprendizagem múltiplas e de actividades, incluindo participativas. dramatizações, representações, educação por pares e aulas. 8 Envolve a comunidade em A comunidade foi envolvida no sentido amplo. ç planeamento e desenvolvimento do programa. E mantido um contacto próximo com as mesmas para assegurar que o programa continuará a ser aceite e será sustentável, mesmo depois do fim da ajuda dos doadores. 9 Garante a sequência, progressão Parcialmente Os materiais não são destinados e continuidade das mensagens. conseguido a grupos etários específicos, por isso a mensagem não se torna complexa para jovens mais velhos. Contudo, todos os materiais enfatizam a abstinência, o que mostra uma consistência das mensagens 10 Está colocado num contexto Não se Apesar de os Clubes não serem adequado no curriculum escolar. aplica parte do curriculum escolar, eles foram estabelecidos para alcançar o máximo possível de jovens no contexto escolar. 350 Seçcão 3: Zimbabwe 11 Dura um período de tempo O programa existe há três anos suficiente para realizar as metas e vai se expandir por mais dois e os objectivos do programa. anos. Isto, provavelmente, será tempo suficiente para que o programa apresente resultados. 12 É coordenado com um programa Não se Os Clubes de Prevenção e de saúde escolar mais alargado. aplica Combate à SIDA usam os programas de competências para a vida implementados pelo Ministério da Educação, Desporto e Cultura. 13 Contém mensagens Antes da produção dos materiais factualmente correctas e pela Africare, foram distribuídos consistentes. a especialistas do Ministério da Educação, Desporto e Cultura e Ministério da Saúde para assegurar que as mensagens são correctas, apropriadas e consistentes. 14 Obteve apoios políticos através A Africare realizou um número de uma intensa campanha para de workshopscom líderes ultrapassar barreiras e expandir- governamentais, políticos e se. comunitários para assegurar que percebiam e aprovavam o programa. As actividades de advocacia continuam com a realização de reuniões trimestrais com os líderes comunitários. 15 Retrata a sexualidade humana Parcialmente O programa tenta incluir todas como uma parte natural e conseguido as pessoas. saudável da vida e não é depreciativo em relação ao género, raça, etnia ou orientação sexual. 16 Inclui monitorização e avaliação. Parcialmente Actividades de monitorização são conseguido levadas a cabo todos os meses. Foi realizada uma avaliação do programa em Fevereiro de 2002. 351 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos A Africare é uma organização privada, sem fins lucrativos dedicada a melhorar a qualidade de vida nos meios rurais em África através do desenvolvimento de recursos de água, aumento da produção e processamento de comida, prestação de serviços de saúde e desenvolvimento sustentável de pequenas empresas. Mais informação sobre a Africare pode ser obtida de: Sra. Ruth Mufute Representante Nacional Africare P.O. Caixa 308 4A Hugh Fraser Drive Harare, Zimbbwe, Telefone/fax: (263-4)-481093 ou 498108 ou 496453 E-mail: Africare@mweb.co.zw Colaboradores no Relatório Este relatório foi elaborado pela Sra. Evelyn Serima, consultora para a elaboração do relatório e Sr. Domingo Manyenya, assistente de investigação. A elaboração do relatório foi coordenada pelo Sr. Ebrahim Jassat, do escritório local do Banco Mundial e pelo Sr. Jumbe, director do programa no Ministério da Educação, Desporto e Cultura. O relatório foi editado por Helen Bafios Smith. Agradecemos a ajuda das seguintes pessoas da Africare que nos forneceram muita da informação contida neste relatório: Sra. Ruth Mufute-Representante nacional, Africare, Sra. C. D. Chipere- Coordenador do programa HIV/SIDA Materiais Disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids@ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. Child Sexual Abuse Manual (Manual sobre o Abuso Sexual de Crianças) (Número de encomenda: AfricareOl) Community Business Manual (Manual de Negócios Comunitários) (Número de encomenda: Africare02) 352 Seçcão 3: Zimbabwe "Baseline Survey" CQuestionário de base') (Número de encomenda: AfricareO3) "Final Evaluation Report" CRelatório da Avaliação Final) (Número de encomenda: AfricareO4) Folheto da Africare Zimbabwe (Número de encomenda: AfricareO5) Boletim do Projecto de Saúde Reprodutiva dos Adolescentes (Número de encomenda: AfricareO6) Cartaz: "Empowering Youth to Celebrate Lífe" ('Dar Poder aos Jovens para Celebrarem a Vida' (Número de encomenda: AfricareO7) Cartaz: "Equal Opportunitíes" ('Oportunidades Iguais') (Número de encomenda: AfricareO8) APÊNDICE 1. PAPÉIS DO PESSOAL DO PROGRAMA DA AFRICARE Papéis do Pessoal do Principal Programa Coordenador do Programa HIV/SIDA Coordena o programa a nível nacional e presta apoio técnico ao oficial do projecto, directores de escolas, patronos e matronas. Oficial do Projecto * Coordena o programa a nível distrital; * presta apoio técnico aos patronos e matronas que geram os Clubes de Prevenção e Combate da SIDA; * forma os directores de escolas, patronos e matronas em aconselhamento; * forma os patronos e matronas em formadores de educadores de pares/colegas; * realiza cursos de revitalização para os patronos e matronas; * presta apoio aos jovens fora da escola na implementação de projectos geradores de rendimentos; * inicia actividades de networking com outras ONG. Directores de Escolas . Agem como conselheiros dos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA; 353 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA * Promovem os Clubes de Prevenção e Combate à SIDA nas actividades de assistência externa nas comunidades. Patronos e Matronas . Formam os membros dos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA como educadores de pares/colegas; * asseguram que os membros dos Clubes se reúnem semanalmente; * asseguram que os projectos geradores de rendimentos se implementam com regularidade; * participam nas actividades dos comités de pais, jovens, patronos e matronas. * Educadores de Pares/Colegas * São responsáveis pela gestão diária dos Clubes; * Realizam sessões de educação por pares/colegas para outros jovens; * funcionam como modelos para os seus pares. Representante nacional da Africare Coordenador do programa do HIV/SIDA Membros Directores Oficial de SDC de Escolas > Projecto Patronos Comité de Acção Jovens fora da (professores) > contra a SIDA < >escola Educadores de pares/membros dos clubes Clinica da comunidade Figure A,l. ONG: Departamentos de Educação Regionais e Distritais 354 Seçcão 3: Zimbabwe APÊNDICE 2. DADOS DO PESSOAL Tipo Número Posição/ título Género de pessoas A tempo inteiro e 1 Coordenador do programa Feminino com salário 1 Oficial do programa Feminino Voluntários, que 52 Patronos 26 Masculino não educadores 26 Feminino de pares (recebem subsídios /incentivos) 355 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 3. AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES Por favor note que pelo facto das amostras serem muito pequenas, é difícil tirar conclusões fortes. Quadro 1. Actividades dos Jovens Durante o Tempo Livre Escola secundária Fora da escola Actividade Número % Número Nos centros de jovens 9 10.1 5 6.8 Ler romances 47 52.2 - - Socializar com amigos 19 22.1 6 - Pontos de crescimento - - 15 20.3 Nada - - 24 32.4 Trabalhar - - 14 18.9 Outros 14 15.6 190 13.5 Total 89 100 254 100 Quadro 2. Experiência sexual Escola secundária Fora da escola Alguma vez teve relações Número % Número eoa sexuais? Sim 11 12.4 47 63.5 Não 78 87.6 27 36.5 Total 89 100 74 100 Quadro 3. Idade da Primeira Relação Sexual Categoria de adolescente Escola secundária Fora da escola Grupo etário (anos) Número % Número % Mais jovem que 10 5 50 o o 11-15 3 30 5 11 16-19 2 20 25 54 20 ou mais - - 16 35 Total 10 100 46 100 356 Seçcão 3: Zimbabwe Quadro 4. Discutiu ou Não Acerca da Relação Sexual Antes do Acto Categoria de adolescente Escola secundária Fora da escola Número % Número % Sim 4 40 30 63.8 Não 3 30 5 10.6 Aconteceu apenas 3 30 12 25.5 Total 10 100 47 100 Quadro 5. Razões para Ter Relações Sexuais Escola secundária Fora da escola Razão Número % Número % Forçado 1 10 - - Experiência 7 70 10 21.3 Aconteceu apenas 1 10 10 21.3 Prazer 1 10 4 8.5 Mostrar Amor - - 11 23.4 Queria um bebé - - 12 25.5 Total 10 100 47 100 Quadro 6. Alguma Vez Ouviu Falar do HIV/SIDA (O) Escola Escola Fora da Primária secundária escola Sim 97.8 100 100 Não 2.2 - - Total 100 100 100 357 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Quadro 7. Pessoas Preferidas pelos Inquiridos para Discutir Assuntos Relacionados com a Sexualidade Categoria de adolescente Escola Escola Fora da Primária secundária escola Amigos 24 52.2 41 46 39 54.2 Avô/ Tio/Tia 9 19.6 - - 6 8.3 Pais 2 4.3 5 6 3 4.2 Professor - - 16 18 8 11.1 Educador de pares - - 14 16 - - Trabalhador de saúde - - 12 14 7 9.7 Parceiro - - - - 6 8.3 Outro 11 23.9 1 1 3 4.2 Total 46 100 89 100 72 100 Quadro 8. Opinião dos Estudantes do Ensino Secundário Sobre Quem Deveria Dar Conselhos aos Jovens Distribuição de percentagem (ordem) Professor 33.0 Tio/tia 27.0 Pais 22.2 Avô 18.0 Quadro 9. Modos de Tratar Problemas de Juventude Distribuição de percentagem Escola secundária Fora da escola Educação Sexual 41.3 32.4 Aconselhamento 15.0 Projectos 31.3 62.2 Instalações 6.3 6.8 recreativas Workshops - 12.2 Outros 6.3 8.1 358 Seçcão 3: Zimbabwe APÊNDICE 4. MATERIAIS DO PROGRAMA Chíld Sexual Abuse Manual (Manual sobre o Abuso Sexual de Crianças) Capítulo 1. Informação histórica * Definições de abuso sexual * A dimensão do abuso de crianças Factos associados ao abuso de crianças . Indicadores de abuso sexual . Mediadores dos efeitos de abuso sexual . A resposta da família ao abuso sexual . O contexto no qual vive a criança * Uma abordagem multi-sectorial ao abuso das crianças Capítulo 2. Capacidades de Aconselhamento e Estratégias de Tratamento * Como as crianças comunicam * Como as crianças comunicam sobre abuso sexual * Estruturando o ambiente de aconselhamento * Capacidades de entrevista * Obstáculos em entrevistar crianças * Capacidades de aconselhamento . Um modelo de aconselhamento * Terapia de brincadeira * Uso da sala de jogos * Uso de perguntas * Avaliação versus aconselhamento * Trabalhar com a família * Trabalhar com grupos . Prevenir que a criança sejam novamente vítima Capítulo 3. Assuntos para o Terapeuta * Burnout * Ouvir histórias de abuso . Os efeitos das suas atitudes e valores 359 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA The CommunityBusinessManual(O Manual de Negócios Comunitários) Capítulo 1. Introdução Capítulo 2. Formação de Ideias Empresariais * Geração da ideia * Avaliação da ideia * Pesquisa de mercado * Inventário dos recursos * Escolher o seu negócio * Candidatar-se à ajuda da Africare Capítulo 3. Estrutura Organizacional * Definições da Estrutura Organizacional Capítulo 4. Produção e Operações * Passos para elaborar um plano operacional * Melhorar a produção e operações Capítulo 5. Marketing * Examine o mercado . Defina o mercado * Os 4 P: produto, preço, posição, promoção, * Clientes * Competição • Plano de distribuição/vendas * Publicidade: palavras de boca em boca, impressos, eventos/espectáculos Capítulo 6. Finanças e Contabilidade * Finanças • Planeamento e contabilidade • Livros: livro de recibos, livro de encomendas, cash book, livro de compras, livro de vendas, ro de devedores, livro de credores, livro de acções, livro do património Capítulo 7. Sustentar e Expandir o Seu Negócio na Comunidade • Tomar decisões empresariais usando os seus livros • Entender custos variáveis e fixos do seu produto * Conceitos importantes para gerir o seu negócio em crescimento • Decidir como utilizar os lucros • Pagar o empréstimo de Africare • Fazer crescer o seu negócio • Reinvestir o dinheiro na sua comunidade local e Clubes de Prevenção e Combate à SIDA Capítulo 8. Contactar a Africare 360 Seçcão 3: Zimbabwe APÊNDICE 5. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA As mudanças principais foram: * Menos negação e maior discussão sobre os assuntos relacionados com o HIV/SIDA, com maior participação da comunidade nos eventos dos Clubes. * Número crescente de jovens que procura obter informação dos membros dos Clubes. * Aumento do número de jovens remetidos a outros prestadores de serviços, incluindo serviços amigos dos jovens. . Redução do número de parceiros sexuais tanto entre homens como mulheres. . Abstinência reportada e atrasar o início da actividade sexual. . Existência de menos pares entre rapazes das escolas secundárias e raparigas das escolas primárias. . Professores notaram um declínio da taxa de matrimónios precoces, previamente prevalecentes entre raparigas de escolas secundárias. Declínio das gravidezes entre adolescentes. . Uma escola secundária reportou uma taxa mais alta de retenção de raparigas depois dos primeiros dois anos do ensino secundário que atribuem exclusivamente às actividades das Clubes de Prevenção e Combate à SIDA. * A nível individual, os jovens envolvidos nos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA ficaram mais confiantes e afirmativos à medida que o seu conhecimento sobre SSR e a interacção com a comunidade aumentaram. . Aumento do apoio dos pais e líderes na forma de elogio, doações (por exemplo de terra) e endosso das actividades dos Clubes de Prevenção e Combate à SIDA. * Tratamento mais compassivo das pessoas que vivem com HIV/SIDA. * Mais forte solidariedade da comunidade: a pressão social pode ajudar a criar novas normas desencorajando comportamentos entendidos como aumentando o risco de infecção pelo VIH. 361 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de M i dia n d s (Midlands AIDS Servíce Organísatíon - MASO): Projecto "Iniciativas Vivas para Jovens" PARTE A: DESCRIÇÃO DO PROGRAMA Fundamentos e Historial do Programa Um inquérito implementado pelo Ministério da Saúde e Bem-estar das Crianças do Zimbabwe, em 2000, sobre a prevalência do VIH, mostrou que 27.8 por cento dos jovens no grupo etário dos 15 aos 19 anos era VIH positivo. Estas elevadas percentagens convenceram a Organização ao Serviço da Luta Contra a SIDA de Midiands (MASO) que era necessário estabelecer um programa para combater a expansão de VIH entre os jovens. Foram utilizadas duas fontes principais de informação no desenvolvimento do programa. Em primeiro lugar, utilizaram-se os resultados da avaliação das necessidades levada a cabo pela UNICEF em 1996 (veja a secção da Avaliação das Necessidades neste capítulo para obter mais detalhes). Em segundo lugar, a MASO utilizou as ideias de uma iniciativa que tinha sido estabelecida pela sua organização irmã, o Conselho de Luta contra a SIDA de Matebeleland, no distrito de Bulawayo. Antes do início do programa, foram realizadas reuniões consultivas com funcionários do Ministério da Educação, Desporto e Cultura e o Ministério dos Serviços Públicos, Trabalho e Segurança Social. Todos concordaram que um programa desse tipo ajudaria a inverter a tendência de disseminação da epidemia o programa escolheu do HIV/SIDA nas escolas. Para além disso, foram também este enfoque por se realizadas reuniões com os pais, membros da comunidade, acreditar que o reforço professores e jovens para explicar a ideia por trás das das competencias para a actividades do programa e permitir a sua discussão antes que desenvolver as fossem implementadas. capacidades necessárias O programa começou em 1996 com o estabelecimento de para evitarem situações Clubes em 12 escolas primárias no distrito de Gweru. Em 1997 de alto risco e adicionaram-se 19 escolas primárias e 10 escolas secundárias e negociarem práticas em 2000, o programa expandiu-se ao distrito de Kwekwe, com sexuais seguras. 20 escolas primárias e 11 escolas secundárias incluídas. Oficial do programa Tanto as crianças que estão dentro como as que estão fora da escola podem frequentar os Clubes, nos quais se desenvolvem uma variedade de actividades - incluindo educação de pares, quebra-cabeças, poemas, dramatizações, canções, dança, preparações para assistência externa à comunidade e produção de um boletim informativo. O objectivo é de os membros dos Clubes serem formados como educadores de pares e deste modo disseminarem conhecimentos sobre o HIV/SIDA e mensagens sobre mudança comportamental à comunidade em sentido lato, e em particular, aos seus pares. 362 Seçcão 3: Zimbabwe Em 1997 realizou-se uma avaliação conduzida por uma agência externa de consultoria, e uma avaliação adicional foi realizada pela MASO em 1999. As avaliações examinaram a relevância, eficiência, eficácia, impacto e sustentabilidade do projecto, tendo encontrado de forma geral resultados positivos. Porém, uma vez que não havia nenhum estudo de base, foi difícil saber quão eficiente foi o programa. A MASO pretende expandir os Clubes a outros distritos. 1995 * Financiamento recebido pela Agência Norueguesa para a Cooperação e Desenvolvimento (NORAD). * Início do recrutamento de pessoal. * Negociações com o Ministério da Educação, Desporto e Cultura e membros da comunidade. o A MASO recebeu permissão para trabalhar nas escolas. 1996 * Avaliação das necessidades conduzida pela UNICEF. * Revisão da literatura disponível pela MASO. * Workshops de sensibilização a nível provincial para os oficiais do Ministério da Educação, Desporto e Cultura. * Concepção do programa. a Início da formação de professores como líderes de jovens. * A First Youth Alive Initiative Clubs começou em 12 escolas primárias. 1997 * Continuação do workshop de sensibilização a nivel provincial para os oficiais do Ministério da Educação, Desporto e Cultura. o Continuação da formação de professores como líderes de jovens. * Início da formação dos pais em capacidades de comunicação. o Estabelecimento dos Clubes fora da escola. o Workshop anual. * Realização da avaliação externa do programa. 1998 * Fundos recebidos da UNICEF e da Comunidade SIDA no Estrangeiro (CommunityAIDSAbroad- CM). O Desenvolvimento de materiais. * Formação de comités regionais de professores. * Continuação da formação dos pais. * Primeiro questionário provincial sobre o HIV/SIDA levado a cabo. 1999 o Realizado o primeiro seminário sobre aconselhamento. a Realizada uma reunião de planificação estratégica com jovens, pais, ONG e representantes do Ministério da Saúde e Bem-Estar das Crianças e do Ministério da Educação, Desporto e Cultura. * Primeiras discussões especializadas de grupo entre pais e jovens. 363 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 2000 * Financiamento recebido da UNICEF e do Conselho Nacional de Luta Contra a SIDA (NationalAIDS Council). * Expansão do programa a 22 escolas primárias e 11 escolas secundárias em Kwekwe. o Produção do primeiro boletim. 2001 * Recebido financiamento adicional da UNICEF e NatíonalAIDSCouncil o Primeiro curso de formação sobre aconselhamento para directores e professores do distrito de Kwekwe. * Primeiro acampamento anual para estudantes e professores. o Reunião anual de revisão. 2002 * Fundos recebidos da Agência Alemã para a Cooperação Técnica (GTZ). a Realizado workshop de aconselhamento para os directores das escolas do distrito de Gweru. Figura 1. Cronologia dos Principais Eventos do Programa Visão Geral do programa Missão O principal objectivo do programa é dotar os jovens entre os 14 e 24 anos de idade com as competências para a vida necessárias para gerir os assuntos de vida quotidianos. Isto contribuirá para reduzir as infecções sexualmente transmissíveis (STI), o HIV/SIDA e outros problemas relacionados. Objectivos De acordo com o oficial do programa, os objectivos do mesmo são: * auxiliar na realização de iniciativas de prevenção das STI e HIV/SIDA para jovens; . disseminar informação precisa, actualizada e clara à audiência alvo; * promover uma mudança no sentido de os grupos-alvo terem comportamentos sexuais mais seguros; . promover uma vivência positiva aos infectados e afectados e assegurar consistência nas estratégias comprovadas para gestão da situação. Grupos-alvo Grupo-alvo Primário O grupo-alvo primário consiste dos jovens entre os 10 e 24 anos de idade em 74 escolas (e um Clube fora da escola) nos distritos de Kwekwe e Gweru que frequentam os Clubes Youth Alive Initiatíve. O programa cobre tanto as áreas rurais como urbanas. Grupo-alvo Secundário O grupo-alvo secundário consiste dos professores que dirigem os Clubes e os que não são membros mas que assistem às actividades de assistência externa dos educadores de pares (veja em baixo). 364 Seçcáo 3: Zimbabwe Localização O programa tem a sua base nas escolas para jovens. Os jovens fora da escola conduzem as suas actividades em instalações da comunidade, escolas ou onde possam encontrar instalações. Duração do programa Um jovem pode participar no programa por um máximo de 10 anos e um mínimo de 4 anos, dependendo de quando ele ou ela aderiram ao programa. De acordo com o oficial do programa, a maioria dos jovens que começou o programa em 1996 ainda continua lá. O oficial do programa pensa que os jovens precisam de o frequentar durante pelo menos cinco anos para ganhar conhecimentos e capacidades adequadas para se protegerem da infecção pelo VIH e do abuso de crianças. O programa está a ser implementado há oito anos e tem o potencial para continuar por pelo menos mais cinco anos. Objectivos do programa A Figura 2 mostra como o oficial do programa ordenou os objectivos do mesmo. O programa centra-se na mudança de comportamento e reforço das competências para a vida pelo envolvimento de jovens e membros da comunidade. A ideia é que os jovens escutem os seus pares (educadores de pares) e envolvendo-se em dramatizações e outras actividades, comecem a entender os assuntos relacionados com o HIV/SIDA. Para além disso, a sua participação activa dá-lhes um sentido de pertença em relação ao programa e, desse modo, um maior incentivo para o manter. O programa enfatiza junto dos jovens que a abstinência antes de matrimónio é o modo mais efectivo de prevenir a transmissão do VIH. Abordagens De acordo com o oficial do programa, a educação é a melhor abordagem para ter em consideração as necessidades, ideias e sentimentos dos jovens, porque os pares entendem- se melhor mutuamente do que qualquer outra pessoa na comunidade. 365 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Doenças sexualmente transmissíveis (DST) e prevenção de STI Mudança de comportamentos Promoção de comportamentos sexuais saudáveis s . 7.... .1 .., Figura 2. Abordagens do Programa Ordenadas por Ordem Crescente pelo Oficial do Programa A principal diferença entre os programas dentro e fora da escola é que os jovens que frequentam a escola não recebem aprendizagem acerca da contracepção, incluindo sobre os preservativos. Actividades De acordo com o oficial do programa, discussões em grupo, dramatizações, canções e representações são os métodos mais eficazes de disseminar a informação aos jovens e à comunidade. Isto porque o envolvimento activo ajuda as pessoas a lembrarem-se e a interiorizarem as mensagens que mais provavelmente podem conduzir a uma mudança de comportamento. O oficial do programa também considerou que as conferências são os métodos menos eficazes de disseminar informação junto dos jovens, uma vez que eles só escutam e participam pouco. Porém, não havia nenhuma evidência que uma actividade era necessariamente mais eficaz que a outra. 366 Seçcão 3: Zimbabwe Abordagens na escola: Abodaen foad escola: Fígur a3.od e .d ! S OSr ! _ O Scente O pogam cnsst de d 1e nte s p .i5c1pais 2. actividads de assis-êcea externa Abordagens fora da escola: Figs aura os AbordsageNas dProgramas orldenads peoren OrensnmaCresente s apedru progrmao conisendus coomponentes porincipaIs: D ar eoiee 1.~~~ Clbe Yot A!v IInit1i1tive 2. ativdade deassstênisêca externa.àcmndd uat eaasgit Osnmebrosdos. di Clubes YothAvenitv que frneeun equeantamor Baescoant retempose quma osjvezs porssema, duraentedo tempoaivre, paramdsctirzaçõssuntoems, ruelr-acionadsco o HpV/duDir astéfeocma supsiea açervisu o does lídetres der jovealnos que são sos proessrors formenadons. peaMS.est parevsoau as remunidaes duranem uas hoa,tivmads pdem durartêmais Figura do Abodagnsrogramaextrnas rrens os lders pordenjo s sesm pares restates pares ajuda osjovensisae joens novosmtpiones sobrncopHiVs: IDA para depois serem apene Cume omt olv dniisctido.Pr lm is,tmémdsue,s lnspr outo. acorrigadsrd assistência externa.àcmndd uat eaasgit etniOs. Aebo ideias revêem YouhAieIti que acneeunremanaenteror Baestoant teúemposé quea osjvens possama, dispendido tensaiando daramasctizaçõs,unpoems, quebra-cabeçaos eo produzir. astéfeocma suaseieiaicaçãe queels exdetrão par josvalnos que não sos mroembrors eormenagens. peaMS.Est paravsou as comunidaes duranem uas hactiviads pdem duassstncai pOficial do progrm exeNa.srenõsosldese jovens tabmietcmoeusia pares questpodem paresaJud os ovensa joens ovostópics sore oHIV/IDA pra dpoiss36e Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA precisar de ajuda (por exemplo, na forma de dinheiro para propinas escolares ou outro apoio) e discutem a forma de poder ajudar. Os colegas educadores propõem todas as ideias, mas os líderes de jovens proporcionam-lhes qualquer informação que eles necessitem oferecendo também o seu apoio e conselho em como planear as actividades de assistência externa. Tal como os seus pares da escola, os jovens que não frequentam a escola reúnem-se também uma vez por semana com os líderes de jovens para discutir questões sobre o HIV/SIDA e emite e planear o seu programa de actividades de assistência externa para a semana. Serviços de assistência externa à comunidade (educação de pares/colegas, dramatizações e visitas aos doentes) Figura 4. Actividades do Programa Ordenadas por Ordem Crescente de Frequência de Utilização Os jovens que não frequentam a escola também se encontram diariamente para levar a cabo actividades de assistência externa. Assim como os jovens que frequentam a escola, os jovens que não frequentam a escola também levam a cabo actividades como por exemplo visitas a casas, igrejas e bares; realizam reuniões na comunidade; e distribuem literatura sobre HIV/SIDA e preservativos. Para além disso, também distribuem comida (que lhes é dada pela MASO) para pessoas que vivem com o HIV/SIDA e vendem comida a quem pode pagar. O feedback mensal é dado ao oficial do programa da MASO pelos educadores de pares/colegas e líderes de jovens. Quaisquer planos para o mês que precisem de apoio da MASO são discutidos nestas reuniões. 368 Seçcão 3: Zimbabwe Viva) bseados na Únvedade de Midlànds. Hoje o Clube organizou um grup de discussão`sobre sexo e p~ressÈb dos pares. d grupo de discussão val ser conduzido pelo Chipo, um líder fbrmado. O grupo é composto'por seis rapazes e cinco raparigas todos estudantes. Chipo achou que a participação de hoje era baixa, possivelmente porque os estudantes tinham recebido há pouco o pagamento, tendo ido fazer compras. A discussão começou com as raparigas acusando os rapazes de tentativas de manter relações sexuais sem ó consentimento delas. Seguiu-se uma discussão bastante acalorada, mas o Chipo controlou o grupo pedindo-lhes que listassem os ambientes nos quais o sexo acontecia. Também lhes pediu que listassem as [condições que motivam o sexo. Esta lista foi discutida e analisada. Conclui-se que tanto elas como eles devèriam tentar evitar esses ambientes porque conduziam os jovens a ter relações sexuais. Também se concluiu que elas e eles se conhecem e compreendem mal: eles pensam que se não tiverem sexo com as namoradas, a namorada pensará que eles são homossexuais; elas mantêm relações sexuais porque nao querem desapontar os seus namorados. Líderes de jovens. Os líderes de jovens são professores voluntários que foram formados em educação de pares/colegas, saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes (SSRA) e aconselhamento. Normalmente há dois por escola: um homem e uma mulher. Eles encontram-se com os educadores de pares/colegas no Clube, embora muitos deles estejam disponíveis para responder a perguntas sempre que têm tempo livre. O papel principal dos líderes de jovens é dirigir os Clubes e formar os educadores de pares/colegas. Eles também são Nas discussões de grupo, os responsáveis por administrar o aconselhamento jovens são livres para apresentar individual a quem o solicite. as suas preocupações e sugerir Para além de serem responsáveis pelos Clubes, soluções para resolver os Pã arameberm responsáveis p eldeuciros clubs es problemas. Nas dramatizaçoes, os são também responsáveis por denunciar os casos de jovens podem retractar o que lhes abuso sexual de crianças à polícia e a organizaçoes acontece nas situações da vida juvenis da província e a clínicas de saúde se a criança real e assim são capazes de ou jovem tiver contraído uma DST. Os líderes de jovens revelar problemas que enfrentam que não frequentam a escola também fazem algumas e que os adultos desconhecem. actividades na comunidade em conjunto com os jovens Oflcial do programa que igualmente não frequentam a escola. A MASO organiza reuniões trimestrais de networking (estabelecimento de ligações/rede) para líderes de jovens de escolas diferentes. Estas são normalmente reuniões de planificação e revisão, onde são entregues relatórios de progresso de cada escola e são apresentados à MASO problemas para discussão e consideração. 369 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Educadores de pares/colegas. Há aproximadamente 60 educadores de pares/colegas em cada escola. Todos são membros de um Clube Youth Alive Initiative. Os educadores de pares/colegas conduzem conversas com os seus educandos sobre diferentes tópicos seleccionados pelos próprios. A educação por pares é conduzida de dois modos: numa base individual durante o tempo livre e em actividades de assistência externa na comunidade. Actividades de Assistência Externa Os educadores de pares/colegas conduzem actividades de assistência externa como um modo de alcançar mais jovens. Estas podem ser realizadas depois da escola ou em outras escolas e colégios (que não têm Clubes Youth Alive Initiative) dentro da localidade, assim como em áreas de encontro das comunidades. Estas actividades podem assumir uma variedade de formas, tais como: * sâo usadas dramatizações e representações para revelar situações da vida real. As encenações são seguidas por discussões do problema apresentado de forma que os jovens possam aprender as mensagens das histórias. A audiência também é encorajada a sugerir possíveis soluções para o problema; • são usados vídeos de vários tópicos para estimular discussões; * cartazes, folhetos e códigos de imagens também são usados como auxiliares das discussões; * um boletim para jovens, MASO Youth Alive Initiative, também é produzido. Os jovens contribuem com artigos sobre o HIV/SIDA (inclusive poemas) para este boletim; • são realizadas aulas e palestras para diferentes grupos de jovens e adultos da comunidade; * são organizadas competições entre escolas para integrar a comunidade; * são feitas visitas para dar apoio às pessoas doentes numa base de cuidados ao domicílio. PARTE B: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA Avaliação das necessidades Uma avaliação de necessidades foi levada a cabo pela UNICEF em 1996, mas não especificamente sobre a MASO. Em vez disso, a UNICEF quis realizar uma análise das necessidades dos jovens antes de decidir se financiava a região. Foram questionados jovens de zonas rurais e urbanas com idades compreendidas entre os 10 e os 24 anos que frequentavam e que não frequentavam a escola, sobre o que sabiam em relação ao HIV/SIDA, onde tinham recebido essa informação e o que faziam no seu tempo livre. Perguntou-se também aos jovens o que eles precisavam em termos de educação sobre saúde sexual reprodutiva (SSR). As principais conclusões foram as seguintes: . o conhecimento dos jovens sobre o HIV/SIDA era elevado; * os jovens não se sentiam confortáveis para discutir assuntos sobre o HIV/SIDA com os pais, * os jovens obtiveram a maior parte da informação através da rádio e dos jornais; 370 Seçcão 3: Zimbabwe os jovens desempregados gastam a maior parte do tempo a vadiar; * os jovens estão mais contentes com mensagens que eles próprios produziram; * Os jovens escutariam pares da sua idade. A MASO usou a ideia de que os jovens podem aprender uns com os outros e que eles podem produzir as suas próprias mensagens e soluções para os problemas aquando da concepção do programa. Veja apêndice 3 neste capítulo para detalhes adicionais. Materiais do Programa Os materiais do programa demoraram em média quatro meses a serem desenvolvidos, SIDA o Assassino produzidos e distribuídos. A MASO; o Ministério da A SIDA não se transmite por se viver Educação, Desporto e Cultura; o Ministério da junto, comer junto ou jogar junto. Saúde e Bem-Estar da Criança; e os jovens da Também não se transmite dando um comunidade estiveram todos envolvidos no aperto de mao, beijando, compartilhando desenvolvimento dos materiais. Foram produzidos mosquitos ou outros insectos, dando materiais em inglês e no idioma local para que sangue num centro ou clínica de dádivas todos os jovens pudessem entender as de sangue. Mas a SIDA transmite-se mensagens. através do SEXO com uma pessoa Os materiais podem também ser obtidos INFECTADA. Portanto, sê inteligente e nas clínicas locais de saúdes, no Ministério da diz não ao sexo! Saúde e Bem-Estar da Criança e noutras Por Beatrlce Muvuya organizações que trabalham com jovens. 6C 4 Escola Primária de Mkoba. Materiais dos Clubes A MASO produziu quatro manuais para utilização pelos líderes dos Clubes. Estes manuais são descritos em baixo na secção de Materiais de Formação. Cartazes, Vídeos e Folhetos A MASO também produziu folhetos, vídeos e cartazes. As mensagens contidas nestes materiais são concebidas para assegurar a continuidade e consistência das mensagens. Os jovens foram envolvidos na concepção destes materiais. Os tópicos nestes materiais incluem a abstinência, como evitar as drogas e alimentação saudável como um modo de evitar infecções ou estar bem se se está infectado. O enfoque está centrado na abstinência sexual até ao matrimónio. Estes materiais são usados nos clubes e nas actividades de assistência externa. (Por favor veja Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo.) Boletim A MASO também produz um boletim, o MASO Youth Alive Initiative. É produzido mensalmente e é compilado pelo pessoal da MASO com artigos submetidos pelos jovens. Estes artigos podem ser poemas, ensaios e relatórios sobre eventos empreendidos pelos jovens. Os membros dos clubes que frequentam e não frequentam a escola recebem o boletim. 371 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Materiais de Formação Para além de serem utilizados para formar os líderes de jovens, educadores de pares/colegas e directores de escolas, os manuais descritos em baixo também são usados nos Clubes Youth Alive Initiative. Abordagens Participativas para o Desenvolvimento da Comunidade: é principalmente usado por líderes de jovens. Informa como conduzir os jovens nos clubes de modo a assegurar que eles participem activamente. O manual é dividido em quatro capítulos que cobrem os seguintes tópicos: 1. introdução às abordagens participativas e seus usos; 2. técnicas e ferramentas para recolher e analisar dados para serem usados nas abordagens participativas; 3. como administrar formação de boa qualidade; 4. realizar trabalho de campo participativo. O Manual de Aconselhamento e Formação para Escolas: foi projectado pela MASO e é usado para formar líderes de jovens, directores escolares e educadores de pares/colegas em capacidades de aconselhamento que necessitam para falar aos estudantes, pares e membros da comunidade sobre o HIV/SIDA. É dividido em secções que dão orientações sobre: * o papel do líder de jovens no aconselhamento; * técnicas para e tipos de aconselhamento; abuso de crianças e como identificar esta situação; . como identificar uma criança que pode ter problemas e o que fazer em relação a isso; . como ajudar as crianças desoladas pela perda de alguém. Comunicando Sobre SIDA: aborda a aprendizagem para se saber comunicar, escutar e questionar. Cada área é abordada com profundidade e são dados conselhos práticos. Factos Sobre o HIV/SIDA: aborda a transmissão do VIH, a progressão da infecção pelo VIH até à SIDA, sinais e sintomas e prevenção. Para além disso, também contém folhas de trabalho e directrizes para ajudar a trabalhar os diferentes tópicos. Estão disponíveis cópias destes manuais. Por favor veja Materiais Disponíveis na parte D deste capítulo. Selecção e Formação do Pessoal Líderes de jovens * Os líderes de jovens são professores voluntários. Há um homem e uma mulher em cada clube. Quando existem mais de dois professores voluntários numa escola, os jovens decidem que professor querem. • São formados pela MASO em educação por pares de forma que possam formar os jovens como educadores de pares/colegas. Eles também são formados para dirigir os clubes. Isto envolve formação na planificação das actividades do clube, motivação dos educadores de pares/colegas, obtenção de materiais e descoberta de contactos na comunidade, incluindo outras ONG e instituições do governo que possam ajudar. A formação demora normalmente um dia. • A formação em educação por pares abrange conhecimentos sobre o HIV/SIDA, sua transmissão, sinais e sintomas e os aspectos culturais relacionados com a doença. 372 Seçcão 3: Zimbabwe * Depois da formação inicial, os líderes de jovens assistem a cursos de reciclagem de três dias em cada três meses. * Os líderes de jovens também são formados em capacidades básicas de aconselhamento de forma que possam lidar com os problemas que os jovens podem enfrentar. Esta formação é conduzida pela MASO e demora uma semana. * As sessões de formação sobre aconselhamento geralmente cobrem tópicos como pressão dos parceiros, abstinência, factos sobre o HIV/SIDA, apoio mútuo em momento difíceis e com dimensão emocional e capacidades para gerir esses factos. . Alguns líderes de jovens são formados como formadores de formadores de modo a que possam formar mais líderes de jovens. Esta formação abrange capacidades de apresentação, capacidades de comunicação, metodologias participativas e desenrola-se durante quatro dias. Educadores de pares/colegas * Os educadores de pares/colegas são o único pessoal membro dos clubes Youth Alíve Initiative. Cada clube tem aproximadamente 30 estudantes como membros. * Os educadores de pares/colegas são formados pelos líderes de jovens durante uma semana. * A formação é igual à recebida pelos líderes de jovens (ver em cima), embora menos intensa. * Três dias de actualização trimestral e sessões de actualização são realizadas para educadores de pares/colegas pelos líderes de jovens e pela MASO. • Também recebem formação em aconselhamento ministrada pelos líderes de jovens durante 10 dias. Directores de escolas • Os directores das escolas são sensibilizados para a importância dos Clubes Youth Alive Initiative. * São formados durante 10 dias em aconselhamento por um oficial de programa da MASO de forma a serem capazes de lidar com problemas que os estudantes possam ter. • Também são formados pela MASO em informação básica sobre o HIV/SIDA. Estabelecimento do Programa Antes da MASO estabelecer o programa, o Ministério da Educação, Desporto e Cultura e o Ministério de Serviço Público, Trabalho e Previdência Social foram informados sobre a iniciativa. Ambos deram o consentimento para prosseguir com a iniciativa. Um workshop de sensibilização de três dias para directores de escola foi realizado a fim de os informar e encorajar a participarem no programa. Como Estabelecer um Clube Youth Alíve Inítiative e Actividades de Assistência Externa Para estabelecer um Clube Youth Alive Inítiative são dados os passos seguintes: * é realizada uma avaliação das necessidades pela UNICEF para determinar o conhecimento e necessidades da comunidade relativamente ao HIV/SIDA e aos mitos, concepções e 373 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA atitudes em relação à doença. Os resultados são então usados para conceber o programa mais adequado; * a MASO aproxima-se dos directores escolares e A - professores para formar os clubes Youth Alive Initiatíve A comunicaçio entre nós e nas escolas; geralmente não é encorajada * a MASO recruta então jovens dentro da escola para se dentro da nossa sociedade. A juntarem aos Clubes. O pessoal da MASO visita clubes e falta de comunicação resulta associações juvenis para recrutar jovens que estão fora da frequentemente em mal escola; entendidos porque não há * são formados comités de representantes dos jovens, pais nenhuma oportunidade para e professores por cada clube. Estes comités reúnem os clarificar ou os descartar. trimestralmente para rever as actividades do programa; Jovens • professores oferecem-se para se tornarem líderes de jovens. Um homem e uma mulher são escolhidos em cada escola para liderar o clube; . professores voluntários são formados para se tornarem os líderes de jovens durante um worksh7op de uma semana. Neste workshop, são formados também como conselheiros; * os materiais a serem usados no programa são desenvolvidos pelos jovens, professores e pela MASO; * são realizadas reuniões semanais nos clubes para discutir assuntos que surjam durante o curso de uma semana e preparar actividades de assistência externa; * as actividades de assistência externa são organizadas pelos líderes de jovens. Eles organizam a preparação das actividades com as escolas ou centros comunitários a serem visitados. Alternativamente, os membros da comunidade aproximam-se dos líderes de jovens convidando-os a visitá-los e fazerem uma apresentação; * o oficial do programa MASO visita regularmente o projecto para dar apoio e fazer a monitoria do progresso. Recursos do Programa Educadores de pares/colegas e líderes de jovens podem ir aos escritórios da MASO fazer fotocópias e trazer qualquer material que eles precisem. Para além de ter manuais de formação, cartazes, vídeos e folhetos, a MASO também possui outros materiais relacionados com o HIV/SIDA do Ministério da Saúde e Bem-estar da Criança, do Ministério da Educação, Desporto e Cultura e ONG. Advocacia Tanto a MASO como a comunidade acreditam que o envolvimento da comunidade é crucial porque o comportamento dos jovens é afectado pelo que acontece na comunidade. Se a comunidade se preocupa com os problemas dos jovens, então criará um ambiente que seja favorável aos jovens, o que lhes possibilitará uma melhor resolução dos seus problemas. Para além disso, também pode encorajar os membros da comunidade a actuarem como modelos a seguir pelos jovens. Foram realizadas por funcionários do Ministério da Educação, Desporto e Cultura, pais, directores de escolas e professores reuniões de sensibilização, nas quais eram destacados os 374 Seçcão 3: Zimbabwe benefícios do programa para a comunidade, antes do começo do programa. Isto levou a que o programa recebesse o apoio da comunidade. Os comités dos clubes, compostos por professores, pais e representantes de jovens, asseguram que as expectativas da comunidade façam parte do programa e que os membros da comunidade têm uma palavra a dizer quanto ao conteúdo do programa. Finanças de programa Até à data, foram recebidos por doadores para o projecto USD$325,245. Os doadores incluem a NORAD, UNICEF, CAA, GTZ e o Conselho Nacional de Luta contra a SIDA. Mais de 10,000 jovens e 1,000 adultos beneficiaram do programa. Durante 2001, 2,000 jovens e 300 adultos foram envolvidos no programa. O custo médio unitário por jovem é aproximadamente USD$71 por ano (quer dizer, o financiamento de 2002 de USD$143,784 dividido pelo número actual de 2,000 beneficiários). Veja apêndice 4 neste capítulo para mais detalhes sobre as finanças do programa. PARTE C: AVALIAÇÃO, DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS Desafios e Soluções Director da MASO Envolvimento dos Jovens O envolvimento dos jovens no planeamento, implementação, monitorização e avaliação gera uma sensação de pertença e encoraja um compromisso com as metas do programa. Trabalhar com jovens como educadores de pares/colegas é mais eficiente porque eles se relacionam melhor uns com os outros. A importância dos jovens ainda é mais enfatizada porque há poucos adultos que sirvam de modelos aos jovens dentro da comunidade. Falta de Técnicos Especialistas Os materiais de formação deveriam ser unificados de forma que todos os educadores de pares/colegas colegas recebam a mesma formação. Existe também a necessidade de uma uniformidade quanto aos procedimentos de monitorização e avaliação. Estigma e Tabus Culturais A SIDA ainda carrega um enorme estigma social e a cultura ainda não permite discussões abertas sobre sexo. Por isso, é difícil de abordar adequadamente o HIV/SIDA nas escolas, pois pela sua natureza controversa é-lhe dado pouco tempo ou importância. 375 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Sócio-economia Eu não gosto de usar Há uma falta de recursos materiais e humanos e a actual preservativos porque instabilidade da situação política e económica torna tudo ainda penso que podem reduzir pior. a minha masculinidade Jovens Continuidade Os jovens que não frequentam a escola e os professores têm muito mobilidade, procurando melhores trabalhos e oportunidades. Por isso, existe uma alta taxa de desistência de líderes de jovens e educadores de pares/colegas. Sustentabilidade A utilização da estrutura escolar existente assegura que os recursos humanos, e muitos dos recursos materiais, necessários para levar a cabo um programa, estão automaticamente disponíveis. Isto também significa um acesso mais fácil para um grande número de jovens. A utilização de educadores de pares/colegas locais e estruturas governamentais locais assegura que o programa continuaria mesmo se a MASO se retirasse. Estes factores ajudam a assegurar uma sustentabilidade. Avaliação Foram realizadas duas avaliações ao programa, uma em 1997 e outra em 1999. 1997 Uma avaliação dos programas dentro e fora da escola foi levada a cabo por um consultor independente em 1997. Foram feitas entrevistas a jovens, directores escolares e professores, e mantiveram-se discussões de grupo dirigidas com pais e jovens. Os objectivos principais da avaliação eram determinar a relevância, eficiência, eficácia e sustentabilidade do programa. Foram três as conclusões principais da avaliação, nomeadamente: • os jovens que participaram nos clubes Youth Alíve Initiative tiveram mais instrumentos disponíveis para O programa teve um impacto os ajudar a evitar comportamentos de risco. Isto era positivo nos jovens e na em grande parte devido à natureza participativa das comunidade em que eles vivem. Os actividades usadas nos clubes, tais como hinos, particparam mencionaram queo poemas, dramatizações, jogos e competições. Era programa lhes trouxe benefícios tais pouco comum encontrar os jovens dos clubes a como os sinais de comportamento vadiar e não fazendo nada de produtivo; mais responsável das crianças que * a educação por pares foi eficaz, não só para se tinham juntado aos clubes. alcançar os jovens, mas também para alcançar os Director de escola líderes da comunidade e os pais; . existiam demasiados objectivos e actividades a ser empreendidos no contexto do programa para que este fosse eficaz. No entanto, era muito difícil perceber se o programa estava a ter um impacto positivo. 376 Seçcão 3: Zimbabwe Não é claro que mudanças foram feitas ao programa como consequência destas conclusões. 1999 A MASO empreendeu uma avaliação em 1999 em colaboração com a equipa multissectorial de SIDA de Gweru, com o apoio da UNICEF. O estudo analisou duas coisas principais: as impressões dos jovens em relação ao programa e educação sexual em geral; . o impacto do programa no conhecimento dos jovens, atitudes e comportamentos em relação ao sexo, incluindo o que eles faziam no seu tempo livre e onde obtiveram informação sobre sexo. O estudo cobriu áreas rurais e urbanas sob a forma de discussões de grupo especializadas e questionários tendo um total de 241 jovens do sexo feminino e 234 do sexo masculino participado. O estudo mostrou que muitos dos factores que colocavam os jovens em risco ainda persistiam. Por exemplo, havia uma alta taxa de desemprego tanto em áreas rurais como urbanas. A maioria dos jovens tinha um namorado ou namorada e apesar de dizerem que não acreditavam no sexo antes do matrimónio, havia a indicação que muitos deles praticavam sexo inseguro e que a utilização de preservativos não era promovida dentro da sociedade. Uma falta geral de comunicação, particularmente entre diferentes gerações, contribuiu provavelmente para os vários mal entendidos que os jovens ainda tinham. Porém, uma vez que não havia dados de base disponíveis do período anterior à implementação do programa, é difícil saber se o programa melhorou a situação. Como resultado desta avaliação, o programa foi melhorado para servir as necessidades dos jovens e da comunidade. Veja o apêndice 5 neste capítulo para mais obter detalhes. Pontos de referência da UNAIDS Ponto de referência Resultado Comentários 1 Reconhece a criança / jovem Os jovens estão activamente como um principiante que já envolvidos nas diferentes fases sabe, sente e pode agir no que do programa, desde o respeita a um desenvolvimento planeamento ao desenvolvimento saudável e a uma prevenção dos materiais, até às relacionada com o VIH / SIDA. dramatizações e canções. 2 Incide nos riscos que são mais A UNICEF realizou uma avaliação comuns no grupo de das necessidades cujos principiantes e nas respostas que resultados a MASO considerou na são adequadas e dirigidas ao concepção do programa. grupo. Os materiais produzidos no programa não são específicos em termos de grupo etário. 377 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 3 Inclui não só conhecimento mas Para além de informar os jovens também atitudes e competências sobre o HIV/SIDA, o programa necessárias à prevenção. também os envolve em actividades geradoras de rendimentos que lhes podem dar poder financeiro e reduzir o seu risco de infecção. Os jovens são encorajados a discutir que mudanças são necessárias para evitar comportamentos de risco. 4 Compreende o impacto dos O programa tem em relacionamentos nas mudanças consideração a questão da comportamentais e reforça pressão dos parceiros e usa a valores sociais positivos. educação por pares para a promoção da mudança de comportamentos. 5 Baseia-se na análise das Parcialmente Foi levada a cabo uma avaliação necessidades dos principiantes e conseguido após o início do programa para numa avaliação mais alargada. determinar em que medida as necessidades dos jovens são tidas em consideração. O programa considera que a pobreza é muitas vezes a causa da vulnerabilidade. As actividades geradoras de rendimentos procuram atenuar este facto. 6 Possui formação e apoio Todo o pessoal envolvido no continuado para professores e programa recebe formação sobre outros fornecedores de serviços. gestão de clubes, educação por pares e aconselhamento. Cursos de actualização são realizados trimestralmente. O pessoal da MASO visita locais dos projectos e escolas de tempos a tempos para oferecer apoio. 7 Utiliza estratégias e actividades Técnicas participativas de de aprendizagem múltiplas e aprendizagem - como participativas. dramatizações, canções, dança, poemas e peças de teatro - são usadas no programa. 8 Envolve a comunidade em O programa envolve a sentido amplo. . comunidade em sentido amplo no n]AnpAmpntn P imnlpmpntAr,n 378 Seçcão 3: Zimbabwe planeamento e implementação do programa. Isto tem sido feito através de workshops de sensibilização e planeamento. 9 Garante a sequência, progressão Parcialmente O modo como estão feitos os e continuidade das mensagens. conseguido manuais assegura a continuidade das mensagens. Os materiais não são específicos em termos de grupo etário. 10 Está colocado num contexto Não se Existe uma ligação entre o adequado no curriculum escolar. aplica curriculum escolar e o que é ensinado nos clubes YouthAlive Initiative, apesar de serem abordados mais temas nos clubes. 11 Dura um período de tempo O programa existe há 10 anos, o suficiente para realizar as metas que talvez seja o tempo e os objectivos do programa. suficiente para atingir os seus objectivos. Contudo devido à mobilidade dos jovens, alguns talvez tenham abandonado a área antes de adquirirem as capacidades necessárias para a mudança de comportamento. 12 É coordenado com um programa Não se O programa baseia-se na escola. de saúde escolar mais alargado. aplica Contudo, para além das lições sobre competências para a vida e o HIV/SIDA não existem lições que incidam na saúde. O programa não se envolve regularmente com as clínicas ou outras instituições de saúde mas tanto os jovens que frequentam a escola como os que não frequentam recolhem alguns folhetos sobre HIV/SIDA e SDTs nas clínicas. 379 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 13 Contém mensagens factualmente Os materiais produzidos pela correctas e consistentes. . MASO foram editados por especialistas do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Criança, pelo Ministério da Educação, Desporto e Cultura para assegurar que continham mensagens correctas. 14 Obteve apoios políticos através Reuniões de advocacia são de uma intensa campanha para realizadas constantemente com ultrapassar barreiras e expandir- líderes políticos. O governo está se. a apoiar o programa através do Fundo Nacional de Luta contra a SIDA do Conselho Nacional de Luta contra a SIDA 15 Retrata a sexualidade humana Parcialmente O programa encara a sexualidade como uma parte natural e conseguido com uma componente natural da saudável da vida e não é vida. depreciativo em relação ao género, raça, etnia ou orientação sexual. 16 Inclui monitorização e avaliação. O programa valoriza a monitorização e a avaliação. São realizadas reuniões mensais e trimestrais para analisar o progresso do programa PARTE D: INFORMAÇÃO ADICIONAL Organizações e Contactos A MASO foi formada em 1991 como uma organização voluntária por cidadãos da cidade de Gweru na Província de Midiands no Zimbabwe que estavam preocupados com a crescente crise relacionada com o HIV/SIDA. A organização procura prestar apoio emocional, físico e espiritual a pessoas que vivem com SIDA bem como às suas famílias e amigos. Para prevenir a expansão da infecção pelo VIH, também dá apoio e orientação àqueles que sentem que estão em risco. 380 Seçcão 3: Zimbabwe Mais informação sobre a MASO e as suas actividades pode ser obtida de: Director MASO 30B 70 St. P.O. Caixa 880 Gweru, Zimbabwe, Telefone: 263-54-21029 ou 263-54-21937 Fax: 263-54-25237 E-mail: maso@adtech.co.zw Colaboradores no Relatório Este relatório foi preparado pela Sra. Evelyn Serima, consultora para a elaboração do relatório e pelo Sr. Domingo Manyenya, assistente de pesquisa. A elaboração do relatório foi coordenada por Ebrahim Jassat, do escritório local do Banco Mundial. O relatório foi editado por Helen Bafios Smith. Nós apreciamos a ajuda das seguintes pessoas que facultaram muita da informação contida neste relatório: Sr. Ticharwa Masimira - Director, MASO, Sr. Michael Matimura - Oficial de Programa, MASO, Sr. Bhebhe - Líder de Jovens, Universidade de Midiands, Victor Mundara - Educador de pares Beatrice Mwale - Educador de pares Chinanga afortunado - Educador de pares Tobias Gushura - Educador de pares Materiais disponíveis Para obter estes materiais, por favor contacte ibeaids©ibe.unesco.org ou Education for HIV/AIDS Prevention; International Bureau of Education; C.P. 199, 1211 Geneva 20, Switzerland. The Counseling Traíning Manual for Schoo/s (O Manual de Formação em Aconselhamento para as Escolas) (Número de encomenda: MASO01) Participatory Approaches to Community DeveIopment: A Trainer,s User Guide (Abordagens Participativas para o Desenvolvimento da Comunidade: o Guia do Formador) (Número de encomenda: MASO02) 'Peer Education Training: Timetable' ('Formação em educação por pares: Horário") (Número de encomenda: MASO03) 381 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA 'Module 1 A: Communication' ("Módulo 1A: Comunicação") (Número de encomenda: MASO04) 'Module 1 B: Effective Communication' (CMódulo 1B: Comunicação Efectiva") (Número de encomenda: MASOO5) 'Module 3: Facts About HIV/AIDS' (CMódulo 3: Factos Sobre o HIV/SIDA") (Número de encomenda: MASO06) 'Module 4: Facts About STDs' ("Módulo 4: Factos Sobre STD') (Número de encomenda: MASO07) 'Evaluation Report' (CRelatório de avaliação") (Número de encomenda: MASO08) 'Orphans Sensitization Workshop; Program Timetable' (" Workshop de Sensibilização de órfãos; Horário do Programa") (Número de encomenda: MASO09) 'School Heads Sensitization Workshop; Program 77metable' C' Workshop de Sensibilização de Directores de Escolas; Horário do Programa") (Número de encomenda: MASO10) Annual Report 1998 ("Relatório anual 1998") (Número de encomenda: MAS011) AIDS Is Our Problem (CA SIDA é o Nosso Problema") (Número de encomenda: MASO12) Orphan Care Program ("Programa de Cuidados aos Órfãos") (Número de encomenda: MASO13) Enrolment Certificate "Certificado de Admissão" (Número de encomenda: MASO14) 382 Seçcão 3: Zimbabwe Cartaz: 'Healthy Eating in the Midst of HIV/AIDS and Some Suggestions' ("Comendo Saudavelmente no contexto do HIV/SIDA, e Algumas Sugestões") (Número de encomenda: MAS015) Cartaz: 'Smart Gír/s'("Meninas Inteligentes") (Número de encomenda: MAS016) Cartaz: 'SmartBoys'("Meninos Inteligentes") (Número de encomenda: MAS017) Cartaz: 'Girls and Boys and AIDS'("as Meninas e Meninos e a SIDA") (Número de encomenda: MAS018) Os vídeos seguintes também estão directamente disponíveis na MASO (ver contacto detalhado na parte D): Mais Tempo: filme produzido pelo Media for Development Trust (MFD), Harare, sobre um adolescente, cuja vida nada fora de controlo: Thandi tem que aprender que jogar com o amor pode significar jogar com a própria vida. Para obter cópias, contacte a organização Media for Development, mfdadmin@mango.zw ou www.samara.co.zw/mfd. A Criança de Todos, a mensagem é que "todos podemos fazer alguma coisa para apoiar crianças órfãs ou sem apoio, e podemos fazê-lo bem. Nós temos os recursos. Os problemas que as pessoas enfrentam podem ser superados - em particular, as necessidades físicas e emocionais das crianças." (MFD, Harare) Neria: una jovem mulher perde o marido e o cunhado dela invoca a tradição para herdar todos os seus bens, não fazendo nenhuma tentativa para cuidar da família do falecido irmão. Quando ele tenta levar as crianças também, Neria luta e procura justiça. (MFD, Harare) A Epidemia Silenciosa documentário sobre STI/SIDA produzido no Uganda. Tempo para se Preocupar: o Dilema: (Uganda: Ministério da Saúde/USAID). Dramatizações televisivo, produzido pelo Ministério da Saúde do Uganda e a USAID, sobre as consequências de um homem casado trazer uma STD para a sua família, depois de um caso amoroso com uma antiga namorada. Tempo para Se preocupar: Enfrenta-o: na sequela do Tempo para se Preocupar. O Dilema, os personagens apresentam reacções diversas em relação à introdução de um recente serviço de aconselhamento e testagem na comunidade. 383 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Lado a Lado: as Mulheres e a SIDA no Zimbabwe (Vision Films/Harvey McKinnon. Versões em inglês e Ndebele). Este pequeno filme, produzido pela Vision Films/Harvey McKinnon em inglês e em Ndebele, é sobre duas mulheres - uma assistente social e uma directora de teatro - que usam as suas capacidades para mobilizar a comunidade na luta contra os efeitos da SIDA. Crianças Karate: um filme de animação dirigidos a crianças dos meios urbanos, especialmente os que vivem nas ruas. O Karare diz, "Qualquer um pode adquirir SIDA. Nós temos que nos proteger e proteger os nossos amigos." Produzido pelo Natíonal Fílm Board of Canada e StreetKids Internacional, pode ser encomendado através de nfbkids@nfb.ca. APENDICE 1. PROGRAMA MASA: PAPEIS DO PESSOAL Papéis do Pessoal do Programa Principal Oficial do Programa * Coordena o programa a nível distrital; * Fornece apoio técnico aos líderes de jovens na gestão dos clubes Youth Alive Initíative; * forma directores de escolas, líderes de jovens e membros dos clubes Youth Alive Initíative em aconselhamento; * forma os membros dos clubes Youth Alive Initiative como educadores colegas; • realiza cursos de revitalização para os líderes de jovens e membros dos clubes; * presta apoio aos projectos de programas para jovens fora da escola; * inicia actividades de networking com outras ONGs. Líderes de jovens • Formam os membros dos clubes Youth Alíve Initiative como educadores colegas; * asseguram que os membros dos clubes se encontram semanalmente; prestam aconselhamento a membros dos clubes e a outros jovens; * participam nas actividades do comité de pais, jovens e líderes de jovens. Educadores de pares/colegas * São responsáveis pela gestão diária dos clubes; • realizam sessões de educação por pares para outros jovens; 384 Seçcão 3: Zimbabwe * funcionam como modelos para os seus pares; l levam a cabo actividades de assistência externa. ONGs: Escritórios Regionais e Distritais de Educação Director da MASO Oficial do programa Directores de Escolas Joes íersComité da Iniciativa Jovens fora Jovens líderes < > Youth Alive < da escola Educadores de pares/ Clinica comunitária membros dos clubes Figura A.. Organigrama 385 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA APÊNDICE 2. DADOS DO PESSOAL Tipo Número de Posição/Título Género Pessoas A tempo inteiro e com 1 Oficial de Masculino salário projecto Pessoal voluntário que 200 Líderes de 50% Feminino e não educadores de professores jovens 50% Masculino pares/colegas (sem 140 pais receber subsídios/ incentivos) Educadores de 30 Educadores 20 Masculino pares/colegas 10 Feminino voluntários (sem receber subsídios/incentivos) APÊNDICE 3. AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES Jovens de Jovens de meios meios urbanos (%) rurais (%) Desempregados 62 78 Com namorado/namorada 63 63 Nao acreditam em sexo antes do casamento 74 69 Acreditam em sexo com mútuo acordo 16 16 Sentiram pressão do parceiro(a) para ter sexo 44 21 Não conseguem identificar alguém que seja 56 73 VIH+ Viram alguém com SIDA 67 54 Poder listar três escolhas de sexo seguro 65 65 386 Seçcão 3: Zimbabwe APÊNDICE 4. FINANÇAS DO PROGRAMA O detalhe das despesas para 2001 mostra que os USD$143,784 dados ao programa (NORAD, US$90.500; Conselho Nacional de Luta Contra a SIDA, USD$9,985.50; UNICEF, USD$10,533.71; e o resto dos fundos do programa da MASO) foram gastos da seguinte maneira: Gasto em Quantia (USD$) Total (%) Publicações e 49,212.67 34 bibliografia sobre SIDA Despesas de 23,954.18 17 formação Salários 32,969.96 23 Veículos 13,260.73 9 Outras despesas 24,386.55 17 APÊNDICE 5. RESULTADOS DA AVALIAÇÃO Programa Fora-da-Escola • Relevancia : o programa dos jovens foi considerado pertinente porque os jovens alvo tornar-se-iam preguiçosos não havendo projectos de geração de rendimento e, deste modo, estariam sob grande risco de infecção pelo VIH. Por outro lado, a mudança rápida da cultura, perda de valores culturais, experiências com drogas e álcool e pressão dos parceiros constituem um solo fértil para o programa da MASO. • Eflciência, a abordagem de formação de formadores, tendo como alvo os educadores de pares/colegas, líderes comunitários e pais, usada no programa conduziu a uma maior utilização de recursos. Mais pessoas foram alcançadas. O programa também usa estruturas políticas e sociais existentes tais como enfermeiros, conselheiros, chefes, líderes religiosos, trabalhadores da comunidade e outras estruturas governamentais. . Efectividade considerou-se que havia consistência entre os objectivos, estratégias, inputs e outputs. A concepção do programa teve como base as necessidades identificadas. No entanto, considerou-se que o programa tinha muitos objectivos e actividades. De discussões realizadas com pais e jovens, ficou claro que o programa teve um impacto positivo. Porém, os resultados da avaliação mostraram que aquele impacto não era facilmente mensurável. . Sustentabilidade a avaliação concluiu que o programa tinha criado algumas bases para a sua futura sustentabilidade pelo uso efectivo da mobilização e participação das comunidades e estratégias de promoção de um sentido de pertença pelas comunidades. A utilização de educadores de pares/colegas locais e outras estruturas governamentais e locais contribuiu a que o programa criasse raízes mais firmes dentro da comunidade. 387 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Financeiramente, o programa não era sustentável, porque a maioria das despesas era financiada por doadores. Programa Dentro da Escola * Relevância: o objectivo principal de "chegar aos jovens antes de a SIDA chegar até eles" foi considerado pertinente na redução da prevalência do HIV/SIDA entre jovens que frequentam as escolas. Os estudantes tornam-se sexualmente activos com apenas 10 anos de idade. O programa MASO foi reconhecido como sendo mais dinâmico que o curriculum de educação sexual do ministério. Isto foi em grande parte devido à natureza participativa das estratégias na base das actividades tais como hinos, poemas, dramatizações, jogos e competições. • Eficiência: este programa conseguiu bater a estrutura escolar existente e requere recursos, motivação e supervisão mínimos. . Efectividade o programa começou bem e ganhou impulso. Os professores e pais das escolas abrangidas pelo programa mencionaram que beneficiaram com o programa porque havia sinais de comportamento mais responsável por parte dos jovens que tinham aderido aos clubes. * Sustentabilidade as actividades do programa integraram-se bem na estrutura escolar existente e eram satisfatoriamente geridas com supervisão mínima da MASO. A propriedade do programa estava nas mãos dos beneficiários e havia indicações de que eles eram envolvidos na planificação das actividades do mesmo. 388 Secção 4: Apêndice Lições Aprendidas Sobre as Abordagens, Baseadas na Escola, para Reduzir o Risco de Infecção pelo HIV/SIDA Apêndice. Lições Aprendidas Sobre as Abordagens, Baseadas na Escola, para Reduzir o Risco de Infecção pelo HIV/SIDA Por favor note que estas análises derivam da experiência tanto em nações desenvolvidas como subdesenvolvidas. Uma programação de "Qualidade" é essencial para perceber o potencial de uma educação preventiva relativamente ao HIV/SIDA. Os seguintes princípios são essenciais para maximizar os resultados dos programas. Qualidade da Aprendizagem Reconhecer a Criança Identifique o que o aprendiz já sabe, sente e pode fazer em relação a um desenvolvimento saudável e prevenção do risco relacionado com a infecção pelo HIV/SIDA. Os indivíduos e as comunidades estabeleceram frequentemente mecanismos e práticas para apoiar as crianças e jovens a aprenderem e desenvolverem-se, e estes devem ser acolhidos. Ao se incentivar a aprendizagem interpessoal - de parceiro para parceiro, professor, família e comunidade - pode-se integrar o singular e valioso conhecimento e experiência dos aprendizes o que pode tornar os programas escolares mais relevantes e eficazes. Alguns aprendizes irão ser mais afectados pelo HIV/SIDA do que outros - podem ser órfãos, ou podem estar a tomar conta de outros já doentes ou tomar conta de irmãos. O ponto de partida para um ensino e aprendizagem eficazes é trabalhar no sentido de assegurar que todos os aprendizes sejam saudáveis, estejam bem nutridos, preparados para aprender, e sejam apoiados pelas suas família e comunidade na obtenção de acesso à educação. Relevância Focalize os riscos mais preponderantes entre os aprendizes, assim como aqueles que causam os maiores danos aos indivíduos e à sociedade. Alguns assuntos atraem a atenção dos media e provocam uma preocupação ao público em geral, mas estes podem não ser os mais prevalentes ou os mais prejudiciais. Os objectivos do programa, os métodos de ensino e os materiais utilizados necessitam de ser adequados à idade, a experiência sexual e cultura das crianças, jovens e comunidades em que vivem. Tanto os factores directos como os indirectos necessitam ser considerados, como por exemplo, a compreensão das relações de género e de poder e a prevenção da violência deveriam ser integrados nos programas, juntamente com outros factores evidentes nas vidas dos aprendizes. Investigações bem direccionadas que incluam ouvir o que os jovens acreditam e já sabem, podem ajudar a abordar questões como a motivação comportamental e assegurar programas aceitáveis e apropriados. 391 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Qualidade do Conteúdo Bases Teóricas Utilize as teorias de aprendizagem social como a base teórica do programa'. Existem alguns elementos comuns entre estas teorias, incluindo a importância de personalizar a informação e o risco, aumentar a motivação e a acção para a mudança, compreender e influenciar as normas sociais, reforçar a capacidade pessoal para agir e desenvolver ambientes facilitadores2. Mais do que Informação Tome decisões acerca da informação, atitudes e capacidades a incluir no conteúdo do programa com base na sua relevância relativamente à prevenção do risco de infecção pelo HIV/SIDA, ao desenvolvimento de comportamentos de protecção e atitudes relacionadas. Os programas equilibrados em termos de conhecimento, atitudes e capacidades tais como as de comunicação, negociação e recusa, têm sido os mais bem sucedidos na mudança de comportamentos. Exemplos de factores de risco ligados ao HIV/SIDA incluem a ignorância, atitudes discriminatórias relativamente aos infectados pelo HIV/SIDA, ou falta de acesso e utilização de preservativos. Exemplos de factores de protecção incluem a obtenção de informação precisa, o desenvolvimento de valores pessoais positivos e grupos de pares que apoiam comportamentos seguros, a identificação de um adulto de confiança para obter apoio, a utilização de serviços de saúde e de preservativos quando se é sexualmente activo. Correlação Assegure que factores como a compreensão do HIV/SIDA, as características dos indivíduos, o contexto social e a sua correlação façam parte do conteúdo do programa. Os programas que abordam apenas um destes factores podem negligenciar outras influências significativas o que pode limitar o sucesso dos mesmos. A informação é necessária, mas não suficiente, para prevenir o HIV/SIDA. Os valores, atitudes e comportamentos da comunidade, assim como dos indivíduos, necessitam de ser abordados juntamente com os factos básicos. É mais provável que os aprendizes tomem decisões responsáveis quando os parceiros e grupos da comunidade demonstram atitudes responsáveis e comportamentos seguros3. Deste modo, é central reforçar valores claros contra comportamentos de risco e reforçar valores individuais e normas de grupo nos programas de prevenção do HIV/SIDA4. Bandura 1986; McGuire 1972; Kirby et al. 1991; Schinke et al. 1981. 2 McKee 2000. 3 Ballard, R., A. Gillespie and R. Irwin 1994. Principies for Drug Education in Schools. University of Canberra, Faculty of Education. 4Kirby, D. 1997. School-Based Programs to Reduce Sexual Risk Behaviors.' A Review of Effectiveness. 392 Apêndice Qualidade dos Processos Evidência Desenvolva programas baseados em investigação, ensino eficaz e práticas de aprendizagem e com base nas necessidades dos aprendizes identificadas. Abordagens unilaterais e de estratégias singulares - tais como apenas testemunhos ou informação - têm falhado em muitos casos porque ignoram as necessidades locais e tendem a basear-se em assunções não avaliadas. A análise das necessidades do aprendiz e avaliação ampla da situação deveriam ser uma importante fonte de informação na concepção dos programas. Preparação e Formação Implemente programas através de pessoas formadas e com apoio dentro da escola ou a ela ligada. O professor da sala de aula é em muitos casos a pessoa ideal para implementar o programa. Noutros casos, outros facilitadores formados ou educadores de pares/colegas são necessários. No entanto, nos casos em que os professores não implementam eles mesmos os programas, eles deveriam ser envolvidos e as actividades reforçadas no contexto escolar mais amplo. É necessária a formação e apoio tanto ao nível de pré-serviço como em exercício. Métodos de Ensino e Aprendizagem Utilize uma variedade de métodos de ensino e aprendizagem com efeitos provados em termos de conhecimento relevante, atitudes e comportamentos de risco. Apesar de haver um lugar para a disseminação de informação centrada no professor ou realização de conferências, os métodos interactivos ou participativos têm provado ser mais eficazes na mudança de comportamentos de risco ligados ao HIV/SIDA, tais como retardar o início da actividade sexual, aumentar a confiança ou usar preservativos e reduzir o número de parceiros sexuais5. Os programas com uma forte ênfase em informação biológica podem melhorar o conhecimento mas são normalmente ineficazes6 em termos de reforço das atitudes e capacidades assim como na mudança de comportamentos de risco. Participação Desenvolva mecanismos que permitam o envolvimento de estudantes, pais e a comunidade em sentido amplo em todas as etapas do programa. Uma abordagem colaborativa pode reforçar comportamentos desejados pela criação de um ambiente de apoio aos programas escolares. A participação dos aprendizes e outros na educação para a prevenção do HIV/SIDA pode ajudar a assegurar que as suas necessidades e preocupações específicas são tratadas de uma forma social e culturalmente apropriadas para além de poder reforçar o compromisso e pertença do programa, os quais podem, por sua vez, reforçar a sua 7 sustentabilidade7. 5Kirby and DiClemente 1994. 6 Wilson et ai. 1992. 7UNICEF. 1996. Education: A Force for Change. World Congress Against Commercial Sexual Exploitation of Children. Stockholm. 393 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA Tempo e Duração Assegure a sequência, progressão e continuidade dos programas ao longo do tempo de escolarização8. As mensagens acerca do HIV/SIDA precisam de ser transmitidas desde muito cedo, ser regulares e em tempo útil e ser provenientes de uma fonte credível. A idade e etapa dos aprendizes necessitam de ser levadas em consideração, passando de conceitos simples a complexos e em que as lições posteriores reforçam e se consolidam a partir da aprendizagem prévia. Inserção no Curriculum Coloque a educação para a prevenção do HIV/SIDA no contexto de outros assuntos sociais e ligados à saúde, tais como saúde sexual e reprodutiva e população que são relevantes para as crianças e jovens assim como para as comunidades nas quais vivem. Por exemplo, 'disciplinas de carreira' como a educação para a saúde e educação cívica podem incorporar o equilíbrio necessário entre conhecimento, atitudes e capacidades. Ao longo do tempo, os programas que são integrados ou introduzidos de forma ligeira no curriculum sem um módulo distinto e intensivo tem mostrado geralmente resultados desapontantes9. Os programas que são parte dos curricula nacionais e têm uma calendarização oficial em termos de horário escolar podem ter a vantagem de uma maior cobertura assim como maior probabilidade de formação, apoio e implementação concreta. Sempre que são utilizadas abordagens não formais, elas deveriam estar claramente ligadas a outras actividades escolares. Tanto se foram utilizadas abordagens formais como não formais, programas isolados devem ser evitados, uma vez que tendem a ser incapazes de abordar a complexidade e interligação de toda a variedade de assuntos relevantes. Expansão à Escala Estabeleça desde cedo parcerias com os ministérios-chave, para ter uma visâo de alta qualidade da cobertura nacional do programa. Sem essa visão e o compromisso político, as actividades não avançarão para além do estado piloto. O investimento político dos ministérios da educação e saúde são na grande parte dos casos centrais para o estabelecimento de programas de larga escala baseadas na escola. Encorajar as ligações com outros ministérios relacionados com o estabelecimento, mecanismos não formais e com a comunidade vai aumentar o escopo e capacidade para alcançar todos os aprendizes. Qualidade dos Ambientes Obter Compromisso Para influenciar a liderança nacional chave e mobilizar a comunidade a fim de ultrapassar os principais obstáculos, promova campanhas intensivas de advocacia desde as etapas iniciais de planificação. Em muitos casos, os decisores políticos não estão informados 8~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ 8Kirby and DiClemente 1994; Botvin 2001. CDC 1995; Joumalof Schoo/Health. Gachuhi, 2000 for UNICEF, East and Southern Africa Region. 394 Apêndice sobre informação chave tal como a extensão de infecção pelo VIH, infecções sexualmente transmissíveis, gravidezes dos adolescentes e outros problemas de saúde sexual entre os jovens. Promover campanhas de advocacia com dados precisos e em tempo útil pode convencer tanto as comunidades como os líderes nacionais da importância de prevenção precocemente. Para além disso, pode ajudar a assegurar que os programas se centram nas reais necessidades de saúde, experiência, motivação e pontos fortes da população alvo, em vez de nos problemas tal como eles são percepcionados por outrosl0. Comunicar as evidências, ouvir e responder às preocupações da comunidade e valorizar as opiniões da mesma pode ajudar a obter um compromisso e a mobilização eficaz dos recursos vai acentuar a eficácia dessas tentativas. Mais do que apenas Educação Ao longo do tempo, coordene os programas de educação com outras estratégias consistentes, tais como políticas, serviços de saúde, promoção de preservativos, desenvolvimento da comunidade e abordagens nos media. Os programas de educação são mais eficazes no contexto de outras estratégias consistentes. Uma vez que os factores determinantes dos comportamentos são complexos e variados e o alcance de qualquer programa singular (exemplo, escolas) será limitado, é improvável que um enfoque limitado da educação preventiva traga mudanças comportamentais sustentáveis a longo prazo. Consistência Assegure que as mensagens de prevenção do HIV/SIDA são consistentes e coerentes no dentro ambiente escolar. É essencial encontrar formas de encorajar a comunicação aberta entre os aprendizes, professores, famílias e a comunidade em geral por forma a reconhecer e clarificar os vários mitos e mal entendidos que existem em relação ao HIV/SIDA. As políticas e práticas escolares que reforçam os objectivos do programa maximizam o potencial de sucesso. Qualidade dos Resultados A meta Torne a prevenção e redução dos riscos relacionados com o HIV/SIDA a meta principal do programa. Os objectivos do programa dever-se-iam concentrar em comportamentos chave que estão ligados à obtenção dessa meta, tais como evitar sexo inseguro e uso inseguro de drogas, incluindo a abstinência e evitar drogas intravenosas. Alcançar Resultados Considere a totalidade das estratégias disponíveis que se conhecem como contribuindo para os objectivos do programa. Algumas estratégias são marginalizadas devido à falta de entendimento de aspectos políticos, religiosos ou culturais (exemplo: utilização de preservativos e programas de troca de agulhas). E importante recolher todas as evidências Baldo 1994. 395 Um Manual de Programas de Prevenção Contra o HIV/SIDA disponíveis de fontes credíveis para escolher as estratégias mais eficazes e aceitáveis e as adaptar sempre que possível. Algumas estratégias são usadas porque são populares, divertidas ou interessantes. Contudo, se não estiverem ligadas à obtenção dos objectivos, o valor destas abordagens para alcançar os resultados pretendidos é questionável. Visão de Longo-Prazo Seleccione programas, actividades, materiais e recursos com base na capacidade para contribuírem para resultados positivos a longo-prazo entre os aprendizes e no ambiente escolar. Algumas abordagens podem atrair a atenção dos media e do público em geral a curto prazo, mas podem não ser as mais eficazes, especialmente sempre que não estão coordenadas com estratégias existentes. Dever-se-ia dar prioridade a séries coordenadas de programas de curto-prazo ligadas a resultados de longo-prazo ao invés de alternativas atractivas, superficiais, singulares e de rápidos resultados. Investigação, Monitoria e Avaliação Avalie os objectivos, processos e resultados do programa utilizando indicadores realistas e dê tempo suficiente para a observação dos resultados. No início do programa, um plano de avaliação e mecanismos de monitoria deveria ser a base para medir o grau de sucesso alcançado a obtenção dos objectivos ao longo do tempo. O estabelecimento de objectivos demasiado ambiciosos e indicadores muito difíceis de recolher ou que não reflectem com precisao o que o programa tenta mudar são problemas comuns. Em geral, é recolhida muita mais informação de avaliação do processo do que de avaliação dos resultados e provavelmente apenas uma fracção desta informação é reportada1". Por outro lado, é igualmente importante como resultado último, avaliar com precisão e reportar o grau de implementação do programa relativamente ao planeado. Envie comentários e sugestões para A. Valerio (avalerio©woridbank.org) e D. Bundy (dbundy©worldbank.org). t IKinsman et ai. 2001 396 1 l l l 1 ~ ~~~1 765 BNOMUNDIAL Developrnent 1 1 li BANCO gr_ Cooperation 1 Sa BANCO MUNDIAL IropePand on 9 780821 357651 ., reland